2 resultados para Cano, Alonso, 1601-1667.
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Resumo:
Pretende-se, neste artigo, verificar no texto Você, você – uma canção edipiana, de Chico Buarque e Guinga, quatro das quatorze paixões observadas por Aristóteles em sua Retórica das Paixões, quais sejam: amor, ódio, confiança e temor. A base dessa análise é aristotélica, contudo, aludiremos a um repertório mitológico, o qual será necessário para a produção de sentido dessa leitura, na medida que, de forma autorizada pelo compositor por meio da colocação do aposto no título do texto, as relações discursivas firmadas entre enunciador e co-enucniador remetem a Édipo e Jocasta, figuras estas presentes na mitologia. Caberá também uma abordagem simbólica dos elementos lexicais presentes no corpus, pois as relações semânticas estabelecidas com a questão central do texto produzem efeitos de sentido que se impõem muito mais pelo não dito do que pelo dito. Nesse aspecto retoma-se a noção de ethos, constituindo-se este num elemento fundamental para a completude significativa do texto.
Resumo:
Em tempos de regressão em todos os campos da vida social como vivemos desde 2016, é fundamental retomarmos a crítica sociológica para não perder de vista a discussão em torno da função social da arte. Na boa tradição dialética brasileira, que tem em Candido (2006) um ponto de apoio fundamental, a forma artística é vista como o lugar por excelência da mediação entre arte e sociedade. Partindo dessa consolidada base teórica, esse artigo revisita a Primeira Feira Paulista de Opinião, dirigida por Boal em 1968, que surge como obra coletiva a partir da inquietação de dramaturgos representativos da cena paulista frente à censura acirrada daquele contexto histórico. Boal propôs a vários artistas desenvolver a questão: “O que pensa você do Brasil de hoje?” As respostas se materializaram em forma de teatro, música e artes plásticas, com o propósito comum de resistência e compreensão crítica do período. No artigo em questão, faremos um recorte e analisaremos a canção Enquanto o seu lobo não vem, de Caetano Veloso, e a peça O líder, de Lauro César Muniz.