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em Línguas
Resumo:
Tivemos como objetivo compreender o papel da teoria hjelmsleviana na concepção da tensividade, uma vertente atual da semiótica discursiva, proposta por Claude Zilberberg. Para isso, retomamos algumas das ideias apresentadas pelo mestre dinamarquês que foram cruciais para o desenvolvimento da teoria do semioticista francês nessas últimas três décadas. Nesse movimento da volta, partimos do modelo de silabação, proposto no CLG, a partir dos cursos ministrados por Saussure, até chegar nas contribuições de Hjelmslev, as quais abriram caminho para os estudos da foria e da tensividade. O corpus consiste nas principais obras de cada um dos teóricos, entre elas Le langage (1966), Ensaios Linguísticos (1991), Prolegômenos (1953), de Hjelmslev, e também Razão e Poética do sentido (1988), Des formes de vie aux valeurs (2011) e La structure tensive (2012), escritas por Zilberberg. Do linguista dinamarquês, Zilberberg aproveita os pares intenso vs. extenso e instensivo vs. extensivo, o que lhe permite compreender a tensividade como o lugar de encontro entre uma intensidade e uma extensidade, pressuposto central no desenvolvimento de sua teoria. Outro princípio hjelmsleviano tomado emprestado por Zilberberg é o da processualidade, necessário para se possa compreender a continuidade e a gradação das grandezas no campo de presença. Em nossa análise, ficou evidente que há uma relação entre Hjelmslev e Zilberberg, pois essa vertente da semiótica atual continua a revisitar os escritos do linguista da glossemática. http://dx.doi.org/10.5935/1981-4755.20170024
Resumo:
O processo de referenciação nas línguas depende de uma série de fatores cognitivos, linguísticos e discursivos, sendo fundamental para a condução da progressão textual, para a constituição dos sentidos e para os propósitos comunicativos dos interlocutores. Em se tratando dos elementos referenciais em uma língua oroauditiva e em uma visuoespacial, podemos inferir que há complexidades e singularidades que denotam diferenças relevantes quanto à operação linguística em questão. Nesse sentindo, buscamos responder, nesse artigo, a seguinte indagação: (i) Como a anáfora que se realiza na Língua Portuguesa ocorre na Língua Brasileira de Sinais (Libras), considerando-se a diferença de modalidade entre as duas línguas? Assim sendo, o objetivo geral desse trabalho é refletir sobre os processos referenciais realizados por sujeitos surdos na Libras diante das ocorrências de anáforas diretas em recortes textuais da Língua Portuguesa, em um viés tradutório. Para a realização da pesquisa, selecionamos recortes textuais escritos em Língua Portuguesa compostos por anáforas diretas, os quais foram submetidos ao sujeito surdo para a tradução em Libras, possibilitando em seguida realizar a análise dos processos referenciais na Libras. Com a análise do Corpus Paralelo Português-Libras foi possível perceber como a anáfora que sai da Língua Portuguesa pode chegar na Libras, considerando as estratégias de construção de cadeias referenciais específicas da modalidade visuoespacial. É indispensável destacar a simultânea relação entre a anáfora e a dêixis presente nas glosas-Libras analisadas, contribuindo para a construção dos sentidos na Libras, e representando dinamicidade e a fluidez entre os processos referenciais.