15 resultados para Variação e mudança linguísticas

em Memoria Académica - FaHCE, UNLP - Argentina


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Este trabalho é orientado pela vertente funcionalista da linguagem, que estuda a estrutura linguística associada a fatores comunicativos. Nosso objetivo é identificar e analisar a multifuncionalidade do marcador pragmático extra-cláusula tá na comunidade de fala do município de Santarém, localizado a oeste do estado do Pará (PA). Considerando o processo de gramaticalizaçao, compreendido como o processo de mudança linguística pelo qual um item e/ou construçao lexical torna se gramatical ou um item e/ou construçao gramatical torna-se ainda mais gramatical (Hopper & Traugott,1993), apresentamos os diferentes usos do verbo estar, isto é, a coocorrência de seus usos como verbo lexical (estar, como em Ele está em casa), verbo funcional (como em Ele está cansado), verbo auxiliar (estar + Vndo, como em Ele está escrevendo) e como marcador pragmático (tá, como em vou descrever agora a sala, tá?). Etimologicamente, o verbo estar resulta da forma latina stare, cujo significado indicava localizaçao física no espaço era empregada com sentido locativo. Após investigaçao preliminar dos usos dessa forma, levantamos a hipótese de que o verbo ESTAR sofre o processo de gramaticalizaçao o que explica os diferentes usos do verbo e a migraçao do item TA para a categoria dos marcadores pragmáticos extra cláusulas (Dik, 1997; Hengeveld E Mackenzie,2008). Entendemos por marcadores pragmáticos extra cláusulas expressoes que nao podem ser analisadas nem como cláusulas nem como fragmentos de cláusula. Os resultados confirmam nossa hipótese e apontam que o marcador TA desempenha as seguintes funçoes: de afirmaçao, de iniciador de tópico, de finalizador, de sequenciador e de checador. Como nossa abordagem é funcionalista, valemo-nos de dados reais da língua, constituímos um corpus de ocorrência do item em causa, extraído de textos do tipo Narrativa de Experiência Pessoal e Descriçao de Local que constituem o Corpus de Textos Orais do Português Santareno - CTOPS organizado por Pena-Ferreira e Lima-Gomes (2010)

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Este trabalho é orientado pela vertente funcionalista da linguagem, que estuda a estrutura linguística associada a fatores comunicativos. Nosso objetivo é identificar e analisar a multifuncionalidade do marcador pragmático extra-cláusula tá na comunidade de fala do município de Santarém, localizado a oeste do estado do Pará (PA). Considerando o processo de gramaticalizaçao, compreendido como o processo de mudança linguística pelo qual um item e/ou construçao lexical torna se gramatical ou um item e/ou construçao gramatical torna-se ainda mais gramatical (Hopper & Traugott,1993), apresentamos os diferentes usos do verbo estar, isto é, a coocorrência de seus usos como verbo lexical (estar, como em Ele está em casa), verbo funcional (como em Ele está cansado), verbo auxiliar (estar + Vndo, como em Ele está escrevendo) e como marcador pragmático (tá, como em vou descrever agora a sala, tá?). Etimologicamente, o verbo estar resulta da forma latina stare, cujo significado indicava localizaçao física no espaço era empregada com sentido locativo. Após investigaçao preliminar dos usos dessa forma, levantamos a hipótese de que o verbo ESTAR sofre o processo de gramaticalizaçao o que explica os diferentes usos do verbo e a migraçao do item TA para a categoria dos marcadores pragmáticos extra cláusulas (Dik, 1997; Hengeveld E Mackenzie,2008). Entendemos por marcadores pragmáticos extra cláusulas expressoes que nao podem ser analisadas nem como cláusulas nem como fragmentos de cláusula. Os resultados confirmam nossa hipótese e apontam que o marcador TA desempenha as seguintes funçoes: de afirmaçao, de iniciador de tópico, de finalizador, de sequenciador e de checador. Como nossa abordagem é funcionalista, valemo-nos de dados reais da língua, constituímos um corpus de ocorrência do item em causa, extraído de textos do tipo Narrativa de Experiência Pessoal e Descriçao de Local que constituem o Corpus de Textos Orais do Português Santareno - CTOPS organizado por Pena-Ferreira e Lima-Gomes (2010)

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O uso de corpus favorece as pesquisas linguísticas, sobretudo as de variaçao e mudança linguística (Weinreich, Labov, Herzog, 2006; Labov, 1994, 2001, 2008), na medida em que proporciona a realizaçao de descriçoes linguísticas de base empírica, fundamentadas em contextos de usos reais da língua. A fim de recuperar aspectos de sincronias passadas e atuais do Português Mineiro da regiao do Triângulo (Minas Gerais/Brasil), entendemos como uma importante fonte para pesquisas de cunho variacionista, o jornal, dada a diversidade de gêneros textuais que abarca, bem como ao fato de se mostrar como um veículo de expressao de costumes, cultura, comportamentos, valores, enfim, da história de uma dada sociedade, num dado tempo. Com base nessas observaçoes, apresentaremos os principais aspectos metodológicos que estamos aplicando para a organizaçao de um banco de dados composto por jornais de Uberaba - Lavoura e Comércio, Correio Católico e A Gazeta - e Uberlândia - Correio de Uberlândia. Cabe destacar que a digitalizaçao do Lavoura e Comércio, por exemplo, fundado em 1889, já foi iniciada e, parte desse jornal já está sendo utilizada como corpus para pesquisas linguísticas, apresentando muitas peculiaridades da língua escrita da época. Já o jornal Correio de Uberlândia, fundado em 1938 e publicado sem interrupçoes até hoje, possui todos os exemplares digitalizados e disponíveis no Arquivo Público da cidade de Uberlândia. Entretanto, para facilitar o processo de pesquisas linguísticas com tais exemplares, todo o material será digitado em formato de arquivo "Word". Posteriormente, pretende se refinar a organizaçao deste material, dividindo-o por seçoes e/ou cadernos, bem como por gêneros textuais. Acreditamos que com a montagem desse corpus, possibilitaremos a realizaçao de pesquisas que contribuam para o levantamento de características do Português Mineiro do Triângulo e, consequentemente, para a construçao da identidade do Português Brasileiro. (Apoio CNPq / Processo 476810/2010-8)

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O uso de corpus favorece as pesquisas linguísticas, sobretudo as de variaçao e mudança linguística (Weinreich, Labov, Herzog, 2006; Labov, 1994, 2001, 2008), na medida em que proporciona a realizaçao de descriçoes linguísticas de base empírica, fundamentadas em contextos de usos reais da língua. A fim de recuperar aspectos de sincronias passadas e atuais do Português Mineiro da regiao do Triângulo (Minas Gerais/Brasil), entendemos como uma importante fonte para pesquisas de cunho variacionista, o jornal, dada a diversidade de gêneros textuais que abarca, bem como ao fato de se mostrar como um veículo de expressao de costumes, cultura, comportamentos, valores, enfim, da história de uma dada sociedade, num dado tempo. Com base nessas observaçoes, apresentaremos os principais aspectos metodológicos que estamos aplicando para a organizaçao de um banco de dados composto por jornais de Uberaba - Lavoura e Comércio, Correio Católico e A Gazeta - e Uberlândia - Correio de Uberlândia. Cabe destacar que a digitalizaçao do Lavoura e Comércio, por exemplo, fundado em 1889, já foi iniciada e, parte desse jornal já está sendo utilizada como corpus para pesquisas linguísticas, apresentando muitas peculiaridades da língua escrita da época. Já o jornal Correio de Uberlândia, fundado em 1938 e publicado sem interrupçoes até hoje, possui todos os exemplares digitalizados e disponíveis no Arquivo Público da cidade de Uberlândia. Entretanto, para facilitar o processo de pesquisas linguísticas com tais exemplares, todo o material será digitado em formato de arquivo "Word". Posteriormente, pretende se refinar a organizaçao deste material, dividindo-o por seçoes e/ou cadernos, bem como por gêneros textuais. Acreditamos que com a montagem desse corpus, possibilitaremos a realizaçao de pesquisas que contribuam para o levantamento de características do Português Mineiro do Triângulo e, consequentemente, para a construçao da identidade do Português Brasileiro. (Apoio CNPq / Processo 476810/2010-8)

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O uso de corpus favorece as pesquisas linguísticas, sobretudo as de variaçao e mudança linguística (Weinreich, Labov, Herzog, 2006; Labov, 1994, 2001, 2008), na medida em que proporciona a realizaçao de descriçoes linguísticas de base empírica, fundamentadas em contextos de usos reais da língua. A fim de recuperar aspectos de sincronias passadas e atuais do Português Mineiro da regiao do Triângulo (Minas Gerais/Brasil), entendemos como uma importante fonte para pesquisas de cunho variacionista, o jornal, dada a diversidade de gêneros textuais que abarca, bem como ao fato de se mostrar como um veículo de expressao de costumes, cultura, comportamentos, valores, enfim, da história de uma dada sociedade, num dado tempo. Com base nessas observaçoes, apresentaremos os principais aspectos metodológicos que estamos aplicando para a organizaçao de um banco de dados composto por jornais de Uberaba - Lavoura e Comércio, Correio Católico e A Gazeta - e Uberlândia - Correio de Uberlândia. Cabe destacar que a digitalizaçao do Lavoura e Comércio, por exemplo, fundado em 1889, já foi iniciada e, parte desse jornal já está sendo utilizada como corpus para pesquisas linguísticas, apresentando muitas peculiaridades da língua escrita da época. Já o jornal Correio de Uberlândia, fundado em 1938 e publicado sem interrupçoes até hoje, possui todos os exemplares digitalizados e disponíveis no Arquivo Público da cidade de Uberlândia. Entretanto, para facilitar o processo de pesquisas linguísticas com tais exemplares, todo o material será digitado em formato de arquivo "Word". Posteriormente, pretende se refinar a organizaçao deste material, dividindo-o por seçoes e/ou cadernos, bem como por gêneros textuais. Acreditamos que com a montagem desse corpus, possibilitaremos a realizaçao de pesquisas que contribuam para o levantamento de características do Português Mineiro do Triângulo e, consequentemente, para a construçao da identidade do Português Brasileiro. (Apoio CNPq / Processo 476810/2010-8)

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O estudo a ser apresentado focaliza a incorporaçao na escrita de fenômenos de mudança na língua falada que, no entanto, encontra restriçoes para entrar na escrita. Na pesquisa, eu me concentro na emergência e no espraiamento da construçao muitas das vezes em alternância com muitas vezes, que encontra semelhança com o fenômeno do dequeísmo. Partindo do pressuposto de que o acréscimo da preposiçao é resultado de um processo de cruzamento sintático, procuro demonstrar que a forma muitas das vezes, percebida e avaliada negativamente pelos usuários do português, constitui uma inovaçao pouco propícia a ser incorporada na escrita por razoes que já encontrei em outras investigaçoes acerca de outras variáveis. Comprovo que a variante inovadora só tem início no português a partir do século XX e é empregada no Português do Brasil (PB) e no Português Europeu (PB). Utilizo várias amostras para atestar, através de uma ampla análise de dados da fala e da escrita, que a baixa produtividade da construçao em foco na fala e sua quase total ausência na escrita se deve ao princípio de marcaçao que exerce pressao de retraçao ao avanço da variante inovadora, seja em decorrência da funçao sócio simbólica estigmatizante da construçao, seja em devido ao fato de que a variante muitas vezes ser mais fácil de processar, mais econômica e menos marcada. Assim, a taxa baixa de emprego de muitas das vezes pode ser explicadada, de um lado, pela aquisiçao de uma nuança de significado em muitas das vezes que se investe de uma funçao partitiva ausente em muitas vezes, de outro, por constituir uma forma marcada que compete com uma outra de uso mais amplo e irrestrito, o que dificulta sua entrada efetiva para a modalide escrita no Português. A pesquisa ainda pode lançar luzes para a emergência de outras estruturas inovadoras como algumas das vezes, tanta das vezes e, quem sabe, construçoes assemelhadas do Espanhol

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O estudo a ser apresentado focaliza a incorporaçao na escrita de fenômenos de mudança na língua falada que, no entanto, encontra restriçoes para entrar na escrita. Na pesquisa, eu me concentro na emergência e no espraiamento da construçao muitas das vezes em alternância com muitas vezes, que encontra semelhança com o fenômeno do dequeísmo. Partindo do pressuposto de que o acréscimo da preposiçao é resultado de um processo de cruzamento sintático, procuro demonstrar que a forma muitas das vezes, percebida e avaliada negativamente pelos usuários do português, constitui uma inovaçao pouco propícia a ser incorporada na escrita por razoes que já encontrei em outras investigaçoes acerca de outras variáveis. Comprovo que a variante inovadora só tem início no português a partir do século XX e é empregada no Português do Brasil (PB) e no Português Europeu (PB). Utilizo várias amostras para atestar, através de uma ampla análise de dados da fala e da escrita, que a baixa produtividade da construçao em foco na fala e sua quase total ausência na escrita se deve ao princípio de marcaçao que exerce pressao de retraçao ao avanço da variante inovadora, seja em decorrência da funçao sócio simbólica estigmatizante da construçao, seja em devido ao fato de que a variante muitas vezes ser mais fácil de processar, mais econômica e menos marcada. Assim, a taxa baixa de emprego de muitas das vezes pode ser explicadada, de um lado, pela aquisiçao de uma nuança de significado em muitas das vezes que se investe de uma funçao partitiva ausente em muitas vezes, de outro, por constituir uma forma marcada que compete com uma outra de uso mais amplo e irrestrito, o que dificulta sua entrada efetiva para a modalide escrita no Português. A pesquisa ainda pode lançar luzes para a emergência de outras estruturas inovadoras como algumas das vezes, tanta das vezes e, quem sabe, construçoes assemelhadas do Espanhol

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O estudo a ser apresentado focaliza a incorporaçao na escrita de fenômenos de mudança na língua falada que, no entanto, encontra restriçoes para entrar na escrita. Na pesquisa, eu me concentro na emergência e no espraiamento da construçao muitas das vezes em alternância com muitas vezes, que encontra semelhança com o fenômeno do dequeísmo. Partindo do pressuposto de que o acréscimo da preposiçao é resultado de um processo de cruzamento sintático, procuro demonstrar que a forma muitas das vezes, percebida e avaliada negativamente pelos usuários do português, constitui uma inovaçao pouco propícia a ser incorporada na escrita por razoes que já encontrei em outras investigaçoes acerca de outras variáveis. Comprovo que a variante inovadora só tem início no português a partir do século XX e é empregada no Português do Brasil (PB) e no Português Europeu (PB). Utilizo várias amostras para atestar, através de uma ampla análise de dados da fala e da escrita, que a baixa produtividade da construçao em foco na fala e sua quase total ausência na escrita se deve ao princípio de marcaçao que exerce pressao de retraçao ao avanço da variante inovadora, seja em decorrência da funçao sócio simbólica estigmatizante da construçao, seja em devido ao fato de que a variante muitas vezes ser mais fácil de processar, mais econômica e menos marcada. Assim, a taxa baixa de emprego de muitas das vezes pode ser explicadada, de um lado, pela aquisiçao de uma nuança de significado em muitas das vezes que se investe de uma funçao partitiva ausente em muitas vezes, de outro, por constituir uma forma marcada que compete com uma outra de uso mais amplo e irrestrito, o que dificulta sua entrada efetiva para a modalide escrita no Português. A pesquisa ainda pode lançar luzes para a emergência de outras estruturas inovadoras como algumas das vezes, tanta das vezes e, quem sabe, construçoes assemelhadas do Espanhol

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Nosso trabalho, fundamentado na Teoria das Operaçoes Predicativas e Enunciativas (TOPE) de Antoine Culioli, analisa um conjunto de enunciados do português brasileiro em que se faz presente a preposiçao PARA, caracterizada como "preposiçao de discernimento", de acordo com a Grammaire des prépositions, de J. J. Franckel e D. Paillard (Paris, Editions Ophrys, 2007). Ao longo de nossas análises, buscaremos evidenciar as operaçoes que, constitutivas da natureza semântica de PARA, decorrem das diversas interaçoes suscetíveis de se estabelecer entre essa preposiçao e os termos (noçoes) que, de um lado, a antecedem, de outro, sao por ela introduzidos. No âmbito da TOPE, uma preposiçao nao é apreendida como a traduçao de um sentido que existiria independentemente do próprio material verbal no qual ela se encontra inserida, o que atesta a impossibilidade de identificá la, semanticamente, por meio de um sentido básico, de um "conteúdo permanente", visto ser este necessariamente fruto da inserçao discursiva da preposiçao. A partir dessa hipótese, ilustrada por diferentes enunciados, mostraremos ser possível propor uma definiçao semântica unitária (dinâmica invariante ou forma esquemática) de PARA sustentada por esquemas operatórios que se manifestam no conjunto de seus empregos, independentemente de consideraçoes de natureza gramatical que concebem os sintagmas preposicionais como partes de processos de complementaçao, adjunçao ou outros. Com uma metodologia sistemática de paráfrases e glosas, pudemos formalizar uma dinâmica invariante que seria constitutiva da funçao exercida pela preposiçao PARA no âmbito das construçoes por ela integradas. Essa invariante seria uma forma definidora da variaçao. Assim, em poucas palavras, em relaçao ao funcionamento desta preposiçao, sustentamos a hipótese de que, dado um enunciado do tipo X PARA Y, PARA marca que Y constitui um modo de apreensao (nao definitivo) de X, considerando Xy do ponto de vista de uma categorizaçao que é externa ao que é intrinsecamente constitutivo de X

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Grande preocupaçao para o ensino de língua materna tem sido a questao dos estudos linguísticos, no que se refere à Política de Língua, cujas bases alicerçam-se nas discussoes sobre a identidade cultural, ideológica e linguística de um povo. Objetivamos, assim, discutir políticas linguísticas implementadas em diversos momentos no que tange à questao cultural lusófona. Por isso, julgamos necessário apresentar as concepçoes de Política Linguística, de Cultura, de Ideologia e de Lusofonia numa acepçao mais ampla dos termos. Observaçoes atinentes às Políticas de Língua presentes no cotidiano de uma naçao em movimento num mundo lusófono crescente, leva-nos aos instrumentos tecnológicos referentes à linguagem (gramatizaçao: gramática e dicionário) e à história do povo que fala. Assim, consideramos como Calvet (1996:3) que a Política Linguística, sendo uma relaçao imposta pelo Estado a um dado povo, estabelecendo uma planificaçao lingüística que leva uma maioria a adotar a língua de uma minoria, impoe se pela responsabilidade do Estado com a assunçao de uma determinada língua e de uma nova identidade, o que provoca a consolidaçao do processo de nacionalizaçao de um grupo. Uma unidade linguística foi prescrita por Portugal que determinou uma Política Linguística Brasil/Portugal, trazendo para territórios de "além-mar" uma língua nacional portuguesa que acabou identificando o brasileiro como povo. Determinados pelo princípio "uma língua, uma naçao", que fortalece a sobrevivência do Estado, fundamo- nos na necessidade de aprendizagem e de uso de uma língua oficial como obrigaçao para os cidadaos e na obrigatoriedade da sistematizaçao, isto é, de gramatizaçao (Auroux 1992, p. 65). Esse fenômeno foi generalizado no século XVI quando houve a gramatizaçao dos vernáculos europeus, determinando, assim, a instauraçao de uma Política Linguística

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Nosso trabalho, fundamentado na Teoria das Operaçoes Predicativas e Enunciativas (TOPE) de Antoine Culioli, analisa um conjunto de enunciados do português brasileiro em que se faz presente a preposiçao PARA, caracterizada como "preposiçao de discernimento", de acordo com a Grammaire des prépositions, de J. J. Franckel e D. Paillard (Paris, Editions Ophrys, 2007). Ao longo de nossas análises, buscaremos evidenciar as operaçoes que, constitutivas da natureza semântica de PARA, decorrem das diversas interaçoes suscetíveis de se estabelecer entre essa preposiçao e os termos (noçoes) que, de um lado, a antecedem, de outro, sao por ela introduzidos. No âmbito da TOPE, uma preposiçao nao é apreendida como a traduçao de um sentido que existiria independentemente do próprio material verbal no qual ela se encontra inserida, o que atesta a impossibilidade de identificá la, semanticamente, por meio de um sentido básico, de um "conteúdo permanente", visto ser este necessariamente fruto da inserçao discursiva da preposiçao. A partir dessa hipótese, ilustrada por diferentes enunciados, mostraremos ser possível propor uma definiçao semântica unitária (dinâmica invariante ou forma esquemática) de PARA sustentada por esquemas operatórios que se manifestam no conjunto de seus empregos, independentemente de consideraçoes de natureza gramatical que concebem os sintagmas preposicionais como partes de processos de complementaçao, adjunçao ou outros. Com uma metodologia sistemática de paráfrases e glosas, pudemos formalizar uma dinâmica invariante que seria constitutiva da funçao exercida pela preposiçao PARA no âmbito das construçoes por ela integradas. Essa invariante seria uma forma definidora da variaçao. Assim, em poucas palavras, em relaçao ao funcionamento desta preposiçao, sustentamos a hipótese de que, dado um enunciado do tipo X PARA Y, PARA marca que Y constitui um modo de apreensao (nao definitivo) de X, considerando Xy do ponto de vista de uma categorizaçao que é externa ao que é intrinsecamente constitutivo de X

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Grande preocupaçao para o ensino de língua materna tem sido a questao dos estudos linguísticos, no que se refere à Política de Língua, cujas bases alicerçam-se nas discussoes sobre a identidade cultural, ideológica e linguística de um povo. Objetivamos, assim, discutir políticas linguísticas implementadas em diversos momentos no que tange à questao cultural lusófona. Por isso, julgamos necessário apresentar as concepçoes de Política Linguística, de Cultura, de Ideologia e de Lusofonia numa acepçao mais ampla dos termos. Observaçoes atinentes às Políticas de Língua presentes no cotidiano de uma naçao em movimento num mundo lusófono crescente, leva-nos aos instrumentos tecnológicos referentes à linguagem (gramatizaçao: gramática e dicionário) e à história do povo que fala. Assim, consideramos como Calvet (1996:3) que a Política Linguística, sendo uma relaçao imposta pelo Estado a um dado povo, estabelecendo uma planificaçao lingüística que leva uma maioria a adotar a língua de uma minoria, impoe se pela responsabilidade do Estado com a assunçao de uma determinada língua e de uma nova identidade, o que provoca a consolidaçao do processo de nacionalizaçao de um grupo. Uma unidade linguística foi prescrita por Portugal que determinou uma Política Linguística Brasil/Portugal, trazendo para territórios de "além-mar" uma língua nacional portuguesa que acabou identificando o brasileiro como povo. Determinados pelo princípio "uma língua, uma naçao", que fortalece a sobrevivência do Estado, fundamo- nos na necessidade de aprendizagem e de uso de uma língua oficial como obrigaçao para os cidadaos e na obrigatoriedade da sistematizaçao, isto é, de gramatizaçao (Auroux 1992, p. 65). Esse fenômeno foi generalizado no século XVI quando houve a gramatizaçao dos vernáculos europeus, determinando, assim, a instauraçao de uma Política Linguística

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Nosso trabalho, fundamentado na Teoria das Operaçoes Predicativas e Enunciativas (TOPE) de Antoine Culioli, analisa um conjunto de enunciados do português brasileiro em que se faz presente a preposiçao PARA, caracterizada como "preposiçao de discernimento", de acordo com a Grammaire des prépositions, de J. J. Franckel e D. Paillard (Paris, Editions Ophrys, 2007). Ao longo de nossas análises, buscaremos evidenciar as operaçoes que, constitutivas da natureza semântica de PARA, decorrem das diversas interaçoes suscetíveis de se estabelecer entre essa preposiçao e os termos (noçoes) que, de um lado, a antecedem, de outro, sao por ela introduzidos. No âmbito da TOPE, uma preposiçao nao é apreendida como a traduçao de um sentido que existiria independentemente do próprio material verbal no qual ela se encontra inserida, o que atesta a impossibilidade de identificá la, semanticamente, por meio de um sentido básico, de um "conteúdo permanente", visto ser este necessariamente fruto da inserçao discursiva da preposiçao. A partir dessa hipótese, ilustrada por diferentes enunciados, mostraremos ser possível propor uma definiçao semântica unitária (dinâmica invariante ou forma esquemática) de PARA sustentada por esquemas operatórios que se manifestam no conjunto de seus empregos, independentemente de consideraçoes de natureza gramatical que concebem os sintagmas preposicionais como partes de processos de complementaçao, adjunçao ou outros. Com uma metodologia sistemática de paráfrases e glosas, pudemos formalizar uma dinâmica invariante que seria constitutiva da funçao exercida pela preposiçao PARA no âmbito das construçoes por ela integradas. Essa invariante seria uma forma definidora da variaçao. Assim, em poucas palavras, em relaçao ao funcionamento desta preposiçao, sustentamos a hipótese de que, dado um enunciado do tipo X PARA Y, PARA marca que Y constitui um modo de apreensao (nao definitivo) de X, considerando Xy do ponto de vista de uma categorizaçao que é externa ao que é intrinsecamente constitutivo de X

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