25 resultados para portador SIDA
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Fatores de risco e formas de transmissão do Vírus da Imunodeficiência humana (HIV) e o Vírus da hepatite B (VHB) são freqüentemente os mesmos, o qual explica a alta freqüência de co-infecção envolvendo esses dois agentes. O objetivo desta pesquisa foi estimar a prevalência da infecção pelo VHB, analisar possíveis fatores de risco bem como examinar a associação entre a contagem de linfócitos T CD4+, CD8+ e carga viral plasmática em 129 portadores do HIV. Cada participante foi submetido a um questionário específico e tinha uma amostra de sangue testada para os marcadores sorológicos HBsAg, anti-HBc total, anti-HBs, contagem de linfócitos T CD4+, CD8+ e carga viral plasmática. A prevalência total de marcadores para o VHB foi de 46,5%, com 3,1% de soropositividade para o HBsAg, 27,1% para o anti-HBc total e 36,4% para o anti-HBs. Após ajuste por regressão logística, os marcadores sorológicos para hepatite B foram associados com as seguintes variáveis: sexo, preferência sexual e escolaridade. A freqüência de marcadores para hepatite B foi de 39,1% em homens e 16,6% em mulheres. A prevalência de marcadores para hepatite B foi 14,4% em homo/bissexuais e 15,4% em heterossexuais. A menor freqüência de hepatite B (1%) foi encontrada em pessoas com nível superior de escolaridade. Não foram observadas diferenças estatisticamente significante entre contagem de linfócitos CD4+, CD8+ e carga viral plasmática em pacientes co-infectados com VHB comparados com aqueles pacientes infectados somente com HIV.
Resumo:
No presente estudo a soroprevalência da infecção pelo Vírus da hepatite C (VHC) foi investigada em indivíduos portadores da infecção pelo Vírus da imunodeficiência humana 1 (HIV-1) da cidade de Macapá, Estado do Amapá, Brasil. Um total de 120 indivíduos infectados pelo HIV-1 foi testado para a presença de anti-VHC usando um ensaio imunoabsorvente ligado a enzima. Todos os pacientes envolvidos no presente estudo foram testados para a carga viral plasmática do HIV-1 e para os níveis de células T CD4+ no momento do consentimento em fazer parte do estudo. Os pacientes responderam a um questionário epidemiológico no momento da coleta de sangue. Do total de 120 amostras testadas apenas sete (5,83%) foram soropositivas para anti-VHC. Quanto ao gênero, quatro (57,2%) e três (42,8%) eram homens e mulheres, respectivamente. A idade dos indivíduos soropositivos para anti-VHC variou de 21 a 40 anos entre os homens e de 21 a 60 entre as mulheres. Considerando o impacto da coinfecção nos valores de carga viral plasmática do HIV-1 e na contágem de células T CD4+ não foram observadas diferenças significativas (Odds Ratio=2,7368, p=0,3624; Odds Ratio=1,7803, p=0,7764). O uso de drogas injetáveis e de piercing mostrou ser um importante fator de risco para a co-infecção (p<0,05). Os resultados do presente estudo representam os primeiros achados acerca da co-infecção HIV-1/VHC no Estado do Amapá e demonstra a necessidade de um estudo continuado objetivando avaliar a soroprevalência da infecção pelo VHC no Amapá e detectar o real impacto clinico da co-infecção HIV-1/VHC no paciente.
Resumo:
A toxoplasmose é considerada uma das infecções oportunistas mais prevalentes em portadores do HIV-1. O presente trabalho teve como objetivo investigar a associação entre o estado nutricional e a infecção pelo Toxoplasma gondii em portadores do HIV-1 ou com AIDS, do Estado do Pará, Brasil. A amostra foi constituída por 60 portadores do HIV-1 distribuídos em três grupos de 20, de acordo com a sorologia para T. gondii: soronegativos, soropositivos assintomáticos e soropositivos sintomáticos. A pesquisa ocorreu no período de maio de 2006 a julho de 2007. De acordo com o grupo examinado, a epidemia do HIV-1 continua ocorrendo em maior proporção em pessoas do sexo masculino (61,7%) e na faixa etária entre 31 e 40 anos (43,3%). A avaliação do estado nutricional através do Índice de Massa Corpórea (IMC) apresentou prevalência de eutrofia (51,7%) na população estudada, porém, quando usamos a prega cutânea triciptal (PCT), circunferência braquial (CB) e a circunferência muscular do braço (CMB) em conjunto, há predomínio de desnutrição. Houve predominância de baixa contagem de linfócitos T CD4+ na população estudada (71,7%) e a maioria apresentou carga viral menor do que 10.000 cópias/mL. Não houve associação significativa entre o estado nutricional pelo IMC e o imunológico nos grupos estudados. A maioria dos indivíduos soropositivos sintomáticos estava eutrófico com contagem de linfócitos T CD4+ entre 200 e 350 células/mm3, entretanto, a avaliação do estado nutricional pela PCT, CB e CMB mostrou que a maioria ficou classificada em algum grau de desnutrição nas três faixas de contagem de linfócitos T CD4+. Houve associação significativa entre o estado nutricional medido pela PCT, CB e CMB e a carga viral. Sendo assim, é necessário maior atenção dos órgão públicos de saúde e das entidades voltadas a assistência dos portadores de HIV-1 ou com AIDS, a fim de maximizar o nível de cuidados através de vigilância nutricional e otimização de suplementação nutricional com a finalidade de prevenir a desnutrição e melhorar o estado nutricional e imunológico destes indivíduos. E importante também que outras variáveis de medida nutricional sejam incluídas alem do IMC.
Resumo:
Um emergente interesse à MBL tem surgido, devido a sua importância no sistema imune inato. Recentes estudos relatam uma influência do polimorfismo na região promotora nas regiões -550 (H/L) e -221 (X/Y) do gene MBL, com a deficiência do sistema imune à determinados patógenos. O objetivo do presente estudo é investigar a associação entre o polimorfismo na região promotora do gene MBL e a infecção pelo HIV-1e a progressão à SIDA/AIDS. No estudo foi feita identificação destes alelos em uma população de 127 pacientes soropositivos para HIV-1 e em 97 indivíduos soronegativos, a partir da técnica de SSP-PCR, utilizando-se seqüências de iniciadores específicos para cada variante. A evolução da infecção nos pacientes soropositivos foi avaliada por meio da contagem de linfócito T CD4+ e da carga viral plasmática. As distribuições nas freqüências alélicas e haplotípicas entre os grupos de portadores do HIV-1 e nos controles soronegativos não apresentaram diferenças estatisticamente significantes (p>0,05). Entretanto, pacientes soropostivos portadores do haplótipo HY apresentaram uma maior contagem e uma evolução significativa no número de linfócitos T CD4+; e uma menor contagem e maior redução da carga viral plasmática, em relação aos pacientes portadores dos haplótipos LY, LX e HX. Os resultados do presente estudo mostram que a presença de haplótipos relacionados a médios e baixos níveis séricos de MBL podem ter um papel direto na forma como o paciente soropositivo evolui laboratorialmente. Desse modo, conclui-se que a caracterização dos haplótipos da região promotora do gene MBL em portadores da infecção pelo HIV-1 pode ser importante na avaliação do prognóstico de evolução da SIDA/AIDS.
Resumo:
A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que existam mais de 350 milhões de pessoas no mundo infectadas de forma crônica pelo Vírus da hepatite B (VHB) e cerca de 180 milhões de pessoas com o Vírus da hepatite C (VHC), além de, aproximadamente, 40 milhões de pessoas vivendo com o HIV-1. Estima-se que entre dois e quatro milhões são co-infectados pelo VHB e que entre quatro e cinco milhões são co-infectados pelo VHC. A partir dessas informações, o presente estudo teve como objetivo avaliar a soroprevalência da co-infecção pelo VHB e pelo VHC em pessoas portadoras do HIV-1 e/ou com SIDA/AIDS da cidade de Belém, entre os usuários da URE-DIPE. As amostras foram testadas para a presença de marcadores da infecção pelo VHB (HBsAg, HBeAg, anti-HBs, anti-HBc, anti-HBc/IgM e anti-HBe) e VHC (anti-VHC) por meio de ensaios imunoenzimáticos. O grupo estudado foi composto por 170 homens (56,7%) e 130 mulheres (43,3%), sendo que 30% não chegaram a cursar o primeiro grau completo e apresentam renda familiar de até 3 salários mínimos. A co-infecção HIV-1/VHB foi detectada em 91 (30,3%), cinco (1,7%) apresentaram co-infecção HIV-1/VHC, e seis (2%) mostraram-se infectados pelo VHB e VHC. Em sete (2,7%), foi possível mostrar evidência de vacinação prévia ao VHB. Não foi possível mostrar diferença estatística entre os valores de carga viral e de contagem de linfócitos T CD4+ e linfócitos T CD8+ com a presença de anticorpos na duplo (HIV-1/VHC) e na triplo infecção (HIV-1/VHB/VHC), porém foi mostrado significância estatística entre os valores de carga viral e contagem de linfócitos T CD8+ entre os co-infectados HIV-1/VHB.
Resumo:
Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes mostram o crescimento acelerado do diabetes mellitus (DM) na população e a grande maioria dos portadores não sabem do diagnóstico. A Análise do Comportamento Aplicada à Saúde se mostra consoante com a proposta da Organização Mundial Saúde, que prioriza variáveis ambientais e comportamentais para prevenir e gerenciar condições crônicas e tem direcionado muitos estudos com enfoque na adesão de pacientes ao tratamento e na redução dos prejuízos que as doenças crônicas oferecem à saúde destes. No entanto, torna-se imprescindível a eliminação ou redução de custos futuros para pessoas que apresentam fatores de risco como excesso de peso, história familiar, sedentarismo e alimentação inadequada. Por outro lado, estudos indicam que o treino em automonitoração pode ser eficaz na aquisição e manutenção de comportamentos que promovam a saúde e reduzam a incidência de doenças. Com base no modelo construcional, o objetivo deste estudo foi verificar, por meio de estudo de caso, os efeitos de um treino em automonitoração na construção e ampliação de comportamentos preventivos por quatro indivíduos com histórico familiar de diabetes, alimentação inadequada e sedentarismo, filhos de pacientes atendidos no Programa de Atenção ao Portador de Diabetes do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza. Os participantes foram distribuídos em duas condições, sendo dois na Condição-Treino (CT) e dois na Condição-Não Treino (CNT). Foram realizadas visitas domiciliares para investigação de dados sóciodemográficos, Linhas de Base 1 e 2 do comportamento alimentar e da atividade física, intervenção com os participantes da CT, entrevista quinzenal com os participantes da CNT e entrevista final. Os resultados apontam mudanças significativas referentes à aquisição e ampliação de hábitos alimentares mais saudáveis e atividade física pelos participantes da CT e apontam poucas mudanças na aquisição e ampliação desses hábitos pelos participantes da CNT. A discussão dos resultados abrange aspectos que indicam a aquisição de comportamentos preventivos, relacionando-os com a literatura utilizada e ao final faz-se uma conclusão geral sobre a realização deste estudo.
A compreensão do sofrimento no escalpelamento: um estudo utilizando o grafismo e o teste das fábulas
Resumo:
Estudos sobre o escalpelamento têm sido escassos, existindo poucos nas áreas de medicina, terapia ocupacional e fisioterapia. Esses priorizam a natureza física, orgânica ou corporal do evento. Neste trabalho, estudamos o escalpelamento sob a perspectiva da Psicologia, enfocando o sofrimento psíquico e a sua expressão. Para tal, recorremos ao método clínicoqualitativo, como também elegemos dois instrumentos projetivos, o teste das fábulas de Düss e o desenho da figura humana. A pesquisa foi realizada na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, onde foram contatadas duas participantes, vítimas de acidente por escalpelamento. As pacientes foram selecionadas conforme os seguintes critérios: que tivessem sofrido o escalpelamento há mais de 6 meses, que não estivessem hospitalizadas, que apresentassem condições físicas e psicológicas para participar e que seus pais autorizassem suas participações neste estudo. Concluímos ser inegável o sofrimento psíquico manifestado por estas vítimas. Suas vidas sofreram um trágico acontecimento, sendo que o impacto produzido pelo escalpelamento se configurou como experiência única, inquestionavelmente subjetiva e marcadamente singular. Diante desta problemática constatamos não ser apenas o corpo portador de um sofrimento, mas também o psiquismo e destacamos a importância do uso dos referidos instrumentos como recursos favorecedores de sua expressão.
Resumo:
Noventa pacientes soropositivos para o HIV-1 foram estudados, visando-se a descrição de manifestações clínicas e de marcadores de outras doenças sexualmente transmissíveis, assim como de fatores demográficos e comportamentais que possam estar relacionados com a infecção pelo HIV-1 e em pacientes com SIDA/AIDS. A maioria dos entrevistados (83,3%) foi do sexo masculino, apresentou a média de idade 31,4 anos (variando entre 18 e 60 anos) e a distribuição da renda familiar mensal mostrou que 79,5% tinham um ganho inferior a cinco salários mínimos. Pelos menos um tipo de droga, foi consumido por 51,1%, sendo que 20.7% usaram droga não medicamentosa de uso injetável. Destes, 94,4% referiram antecedentes de doenças sexualmente transmissíveis. A observação dos hábitos sexuais revelou que 41,6% eram bissexuais, 38,2% heterossexuais e 20,2% eram homossexuais. Cerca de 51,1% dos bissexuais usaram drogas injetáveis e todos referiram a prática de sexo anal e foram positivos para a presença de anticorpos para Chlamydia. A média de idade da primeira relação sexual com penetração foi de 14.7 anos, enquanto que a média de idade em que ocorreu a primeira doença sexualmente transmissível foi de 20.6 anos. A quase totalidade (95,5%) dos entrevistados tiveram múltiplos parceiros sexuais, antes do conhecimento da soropositividade para o HIV-1. Dentre os 90 soropositivos, 73,3% referiram antecedentes de doenças sexualmente transmissíveis. Destes, 82,2% referiram a presença de secreção uretraI, de sífilis e de herpes simples. No momento da avaliação, 36,6% (33/90) apresentaram secreção uretral, anal e/ou vaginal, lesão genital, anal, perianal e/ou adenopatia inguinal, assim discriminado: Secreção (51,1%), vesículas (18,1%), lesão verrucosa (18,1%), Adenopatias iguinais ( 18,1% ), úlceras ( 12,1 %) e pápulas (6% ). A reação do VDRL foi positiva em 13,7% (11/80), sendo que neste grupo, 90,9% referiram a prática do sexo anal e 81,8% revelaram antecedentes de DST. Cerca de 96,4% (81/84) apresentaram anticorpos para Chlamydia, sendo que 81,8% revelaram a prática do sexo anal e 72,8% relataram antecedentes de DST .
Resumo:
A falta de decisão na declaração da causa básica de morte é uma fonte de erro particularmente importante nas análises de moralidade segundo causas. O objetivo do estudo foi avaliar a concordância entre a causa de morte atestada por médicos e a classificada mediante o uso das regras internacionais de classificação de causa básica de morte e sua influência no perfil da mortalidade por doenças tropicais, infeccionas e parasitárias, no Estado do Pará, no período de 1996 a 2001. O estudo foi do tipo descritivo, exploratório, tendo como base de dados os atestados de óbitos do sistema de informações de mortalidade estadual. Utilizou-se, para seleção dos dados, recursos do programa Excel 7.0 e do EPI-INFO 6.04 e, para análise o Coeficiente de Mortalidade (CM) por causa, a concordância observada (CO) e o Kappa. Os resultados encontrados evidenciam um perfil de mortalidade semelhante para as causas atestadas e classificadas (septicemias, diarréias e gastroenterite de origem infecciosa presumível, SIDA/AIDS, tuberculose e malária), com diferenças significativas nos valores dos CM por causa nos anos estudados (1996,p=0,0426; 1997,p=0,0223; 1998, p=0,001; 1999, p=0,0023; 2000, p=0,009 e 2001, p=0,0023). Os valores, encontrados, da CO e de Kappa, refletem as limitações impostas pelo preenchimento incorreto dos atestados do óbito e para a necessidade da implantação, nos municípios, das tabulações de causa múltipla de morte
Resumo:
Doenças infecciosas crônicas, como a tuberculose (Tb), são causas de distúrbios metabólicos que interferem na utilização e mobilização de nutrientes corporais, afetando o estado nutricional. A função imunológica de doentes desnutridos é alterada, o que, provavelmente, implica maior incidência de infecções. Neste estudo objetivou-se diagnosticar o estado nutricional de pacientes recém-internados por tuberculose no Hospital Universitário João de Barros Barreto, em Belém, aplicando uma técnica de avaliação subjetiva global (ASG) e verificando sua concordância com um método objetivo, o índice de massa corporal (IMC). Foi descritivo e parte dele descritivo-analítico, transversal, tendo como população de referência pacientes de tuberculose encaminhados para hospitalização, excluindo aqueles com meningite tuberculosa. As variáveis controladas foram peso, altura, sexo, formas de Tb, alterações de peso, de gordura subcutânea, de massa muscular, da ingesta alimentar e da capacidade funcional, a presença de sintomas gastrointestinais, sinais de edema e ascite. O perfil nutricional observado foi de 77,8% de desnutridos, sendo, destes, 83,78% moderados e 16,22% graves, com um IMC médio de 18,36 ± 3,86 Kg/m². A maioria relatou perda ponderal nos últimos seis meses antes da internação, em níveis de 5% a 10% do seu peso habitual; 73,82% relataram modificação para menos na ingesta alimentar, e presença de sintomas gastrointestinais em 64,58% deles, sendo a anorexia o mais freqüente, seguida de náuseas, vômitos e diarréia. A perda da capacidade funcional foi referida em 100% (nutridos e desnutridos). Ao exame físico foi possível perceber que 79,16% apresentavam perda de gordura subcutânea e massa muscular, conjuntamente, e nenhum caso apresentou edema ou ascite. A Tb pulmonar foi a mais incidente, sendo encontrados três casos de Tb ganglionar e um de Tb óssea, associada à SIDA. O IMC, em relação à ASG, apresentou um coeficiente de Kappa igual a 0,47, validade sensível de 67% e especificidade de 100%. A ASG se mostrou uma técnica de boa aplicabilidade, demonstrando na prática dados inerentes não só ao estado nutricional, mas também ao modo de vida dos indivíduos, oferecendo subsídios relevantes para a terapêutica no nível hospitalar. O diagnóstico nutricional mostrou uma prevalência elevada de desnutridos, tanto pelo método subjetivo, como pelo objetivo e que a preocupação com o estado nutricional precoce propicia uma adequada intervenção nutricional. Os resultados recomendam a continuidade deste estudo, avaliando a situação nutricional quando da internação e acompanhando, periodicamente, cada caso, de modo a subsidiar melhor assistência por parte de toda a equipe de saúde a este grupo de doentes.
Resumo:
Em um país onde a hanseníase é endêmica e onde a infecção pelo HIV continua expandindo-se e interiorizando-se, espera-se encontrar um aumento da prevalência de indivíduos convivendo simultaneamente com hanseníase e HIV/aids. Com o objetivo de identificar fatores de risco para a hanseníase em portadores de HIV/aids e descrever aspectos clínicos e epidemiológicos, realizou-se um estudo de caso controle envolvendo 33 pacientes co-infectados (HIV/hanseníase) e 90 controles (HIV/aids sem hanseníase). Na amostra estudada o sexo masculino foi mais freqüente tanto nos coinfectados quanto nos controles, prevaleceram jovens e adultos jovens em ambos os grupos, Belém foi a área de procedência mais freqüente entre co-infectados e controles, não houve diferença entre renda familiar de co-infectados e controles, os pacientes co-infectados apresentavam-se, em sua maioria, no estágio de aids com grande oscilação de células CD4 periféricas. As formas clínicas mais freqüentem ente encontradas, entre os co-infectados, foram as paucibacilares, sendo a média de células CD4+ no sangue periférico significativamente maior no grupo de co-infectados. Os prováveis fatores de risco para hanseníase relacionados à infecção pelo HIV (situação clínica, situação de imunodeficiência laboratorial e co-morbidades com outras micobacterioses) não foram estatisticamente significantes. Os fatores de risco para hanseníase já descritos na literatura, tais quais contatos intradomiciliares e antecedentes familiares de hanseníase, demonstraram ser significativamente os fatores de risco para a hanseníase em indivíduos com HIV/aids, aumentando em 45 vezes e 21 vezes, respectivamente, a chance de adoecer do mal de Hansen. A recidiva não se configurou como fator de risco para a Hanseníase em pacientes HIV/aids. A maioria dos coinfectados apresentaram sinais e sintomas de hanseníase 6 meses após o inicio da TARV, confirmando estudos anteriores que sugerem ser a hanseníase uma doença associada à reconstituição imunológica no paciente portador de HIV/aids. Estudos subseqüentes fazem-se necessários para complementar este e os anteriores sobre esta tão intrigante e desafiante co-infecção.
Resumo:
A hepatite causada pelo HCV constitui-se de uma doença silenciosa que tende a evoluir para a forma crônica. A persistência viral, fatores genéticos do indivíduo e do vírus (genótipos), estilo de vida e exposição a fatores de risco aumentam as chances de o portador desenvolver carcinoma hepatocelular. Este estudo teve como objetivo verificar a função hepática dos pacientes com hepatite C; avaliar os fatores de riscos para aquisição do vírus; determinar os genótipos de HCV mais prevalentes e correlacionar os genótipos com os achados histopatológicos das biópsias hepáticas. A amostra constituiu-se de 152 pacientes adultos com sorologia (ELISA) reagente para anticorpos anti-HCV, que aceitaram participar da pesquisa, colheram amostra sanguínea para as análises e responderam a um questionário epidemiológico. A análise epidemiológica demonstrou maioria do sexo masculino, faixa etária de 45 anos e predomínio de indivíduos casados ou com união estável. Quanto aos fatores de risco para aquisição da infecção, observou-se a multiplicidade de parceiros, o não uso de preservativos, internações hospitalares e o compartilhamento de kits de manicure. Na detecção do RNA viral, 107 (70,4%) apresentaram positividade, sendo 97 (90,6%) do genótipo 1 e 10 (9,4%) do genótipo 3. Não houve variação entre as dosagens bioquímicas, os genótipos e as alterações histopatológicas. Dos 65 pacientes que realizaram biópsia hepática e exame histopatológico, todos os pacientes tinham hepatite crônica. Analisando as alterações histopatológicas e os genótipos virais encontramos associação destas variáveis, sendo o genótipo 1 relacionado a modificações histológicas mais intensas. Os resultados encontrados estão em concordância com outros descritos na literatura.
Resumo:
Terapia supressiva antirretroviral reduz significativamente morbidades e mortalidade relacionadas ao HIV, mas a emergência de vírus resistentes pode limitar o sucesso do tratamento. Objetivou-se neste estudo descrever, em portadores de HIV/sida experimentando falha à terapia antirretroviral (TARV), no estado do Pará, a prevalência de mutações nas enzimas transcriptase reversa e protease do HIV-1 e correlacioná-las à resistência aos antirretrovirais (ARV). Foi um estudo descritivo, retrospectivo, do tipo transversal, com dados obtidos na Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especiais de Belém do Pará, de pacientes com perfil laboratorial de falha terapêutica. A presente amostra incluiu genotipagem de cinquenta pacientes no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2005. Os critérios de inclusão foram: adesão à terapia imediata a genotipagem, falha terapêutica, perfil de resistência viral à TARV e ser paciente da rede pública de saúde. Foram descritos aspectos demográficos da população estudada, perfil de uso de TARV previamente a genotipagem, tempo conhecido de infecção pelo HIV, perfil quantitativo de células CD4+ e de carga viral, além do teste de genotipagem realizado. A resistência encontrada predominou em pacientes residentes em Belém (72%), no sexo masculino (90%) e na faixa etária de 30 a 49 anos de idade. As maiores prevalências de mutações na transcriptase reversa do HIV-1 foram: 214F (86%), 184V (76%), 215FY (56%), 211K (48%), 219QEN, 67N e 103N (42%) cada, 41L (32%), 70R (28%) e 210W (20%). Na protease 46IL (38%), 90M (32%) e 82AFT (20%) foram as mais prevalentes dentre as mutações principais e, dentre as secundárias, 63P (74%), 93LM (52%), 10FIV (48%) e 35D (46%). Atribuiu-se estas mutações a pressão seletiva dos ARV mais utilizados: 3TC, AZT, D4T, DDI, EFZ, IDV, NFV, RTV e SQV. O uso de múltiplos esquemas ARV, favoreceu a prevalência das mutações encontradas. Houve impacto dentro das classes com 32% de resistência completa a uma classe, 22% a duas classes e 4% a três classes. Conclui-se que pacientes expostos a única TARV previamente à genotipagem comparados aos expostos a mais de uma TARV, apresentaram menor prevalência de resistência aos ARV, com possibilidade de resgate terapêutico com ARV ativos disponíveis na época que, entretanto foi a minoria.
Resumo:
A dificuldade no diagnóstico definitivo da tuberculose extrapulmonar persiste principalmente devido a baixa resolutividade dos métodos convencionais disponíveis para a detecção do Mycobacterium tuberculosis. Esse estudo teve como objetivos avaliar a contribuição da técnica imuno-histoquímica (IHQ) para a detecção de Mycobacterium spp. em casos de tuberculose pleural e ganglionar com histoquímica negativa, assim como, investigar alguns aspectos clínicos, laboratoriais e morfológicos da doença. Para obtenção desta amostra fez-se a busca dos casos no Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVE) e Divisão de Arquivo Médico e Estatística (DAME) do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB) e no Departamento de Anatomia Patológica da Universidade Federal do Pará (UFPA), selecionando-se aqueles que haviam realizado exame histopatológico para esclarecimento diagnóstico do caso. Foram incluídos 50 pacientes, sendo 25 com diagnóstico presuntivo de tuberculose pleural e 25 de tuberculose ganglionar. Para obtenção dos dados clínicos e laboratoriais os respectivos prontuários foram revisados, e para confirmação dos aspectos morfológicos foi realizada a revisão de todas as lâminas selecionadas. Posteriormente, cada amostra foi submetida à técnica IHQ com anticorpo polyclonal Mycobacterium bovis BCG. Encontrou-se no grupo investigado, maior frequência do sexo masculino, cuja média de idade foi de 33,8 anos (desvio padrão: 14,1) sendo a maioria procedente da cidade de Belém-Pará e com nível de escolaridade de sete ou menos anos de estudo. Os sintomas constitucionais mais frequentes em todo o grupo foram a febre e perda ponderal. Nos pacientes com tuberculose pleural, os sintomas específicos mais encontrados foram tosse, dor torácica e dispneia, e naqueles com a forma ganglionar da doença, o envolvimento da cadeia cervical isolada foi mais frequente. Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Sida) e etilismo foram as condições de risco mais frequentemente associadas. Na tuberculose pleural, 20% dos casos cursaram com derrame pleural associado à lesão parenquimatosa, e em 60% o líquido pleural foi do tipo exsudativo. Enquanto, na forma ganglionar, em 50% dos casos evidenciou-se lesão parenquimatosa à radiografia do tórax. Neste estudo, foi inexpressiva a quantidade de participantes nos quais foi realizada a pesquisa direta e cultura para bacilo álcool - ácido resistente (BAAR) nos diversos espécimes clínicos analisados (líquido pleural, tecido pleural e ganglionar, escarro e lavado broncoalveolar) O padrão morfológico predominante em ambas as formas da doença foi o granuloma tipo tuberculoide com necrose caseosa, independente do status sorológico para o HIV. A técnica IHQ contribuiu para o diagnóstico de tuberculose pleural em 21% (4/19) das amostras de tecido pleural e em 37,5% (9/24) de tecido ganglionar. Um resultado imuno-histoquímico positivo define o diagnóstico de micobacteriose, e quando associado aos achados clínicos, laboratoriais e morfológicos torna-se uma ferramenta de grande utilidade para melhorar o diagnóstico da tuberculose extrapulmonar.
Resumo:
Nesta pesquisa toma-se o livro didático de português como objeto de pesquisa em vista de uma indagação norteadora: O que faz de um livro, um livro didático? Essa pergunta, que a princípio nos causou uma impressão de obviedade, pela opacidade de aspectos singulares à constituição do material, acabou por nos revelar que o livro didático é um objeto multifacetado e complexo, que se situa num campo recente da pesquisa acadêmica. Dentre tantas possibilidades de situar o livro didático no contexto das inquietações humanas, duas se apresentam nesta pesquisa como possibilidade de pensá-lo a partir de um campo próprio de investigação: (i) a que parte da compreensão do livro didático enquanto objeto portador de uma materialidade e uma visualidade, onde elementos como tipografia, espaços de diagramação, uso de cores, escolha de imagens, entre tantos outros, participam do processo de leitura tanto quanto o texto verbal linguisticamente constituído, e (ii) a que toma o livro como objeto portador de uma materialidade textual-discursiva na qual ele responde a muitos lugares e interesses, muitas vezes contraditórios, na tentativa de satisfazer algumas expectativas que ele representa. Neste sentido, podemos pensar que a fabricação do material visa em princípio a um projeto didático – em razão do qual se criam representações de leitura – como também fazer dele importante produto de um mercado promissor e rentável. Essa constatação nos faz pensar no livro como um objeto, atualmente, muito mais de consumo/distribuição do que material de apoio do ensino e da aprendizagem da língua portuguesa. A pesquisa caminha sobre o “chão” da Análise de Discurso de linha francesa, baseando-se nas ideias de autores como Pêcheux, Maingueneau, Possenti, Authier-Revuz; da história da leitura e do livro, com base em Chartier, Fairchild, Choppin, Freitag et al; Oliveira et al entre outros. O corpus da pesquisa constitui-se de uma coleção de livros didáticos de português (séries finais do Ensino Fundamental) que foi a mais escolhida no último PNLD/2011 pelas escolas urbanas do município de Cametá/Pará; caderno de campo com relato de experiências e questionário de perguntas abertas sobre o processo de escolha do livro didático de portuguesa naquelas escolas.