17 resultados para masculine hegemony

em Universidade Federal do Pará


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O presente estudo procurou compreender as expectativas de jovens que vivem no assentamento Luiz Lopes Sobrinho, localizado no Município de São Francisco do Pará. É uma pesquisa caracterizada como quantitativa e qualitativa, uma vez que os dados tiveram tratamento estatístico e interpretativo com base na análise de conteúdo. O Método Probabilístico Aleatório Estratificado foi utilizado para a seleção da amostra. Os instrumentos de coleta de dados foram os seguintes: observação direta e entrevista por meio de formulário e de roteiro. O corpus da pesquisa se constituiu no discurso de trinta jovens do gênero masculino ou feminino, na faixa etária de 15 a 24 anos e inseridos em uma família de origem ou de reprodução. As aproximações conclusivas revelaram que a produção da juventude desse assentamento, em geral, nutre expectativas de exercer atividades distintas da agropecuária, com a finalidade de melhorar sua condição de ida; deseja transmitir valores e regras sociais, objetivando dar continuidade aos saberes adquiridos na família de origem; espera conseguir um trabalho/emprego/formação profissional, buscando um sentido a própria existência, bem como quer constituir família, ter uma (um) companheira (o) e filhos com a finalidade de reproduzir o modelo de família vigente. Essas esperanças, em seu conjunto, reportam para a esfera de políticas que possibilitem desenvolvimento rural.

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Esta pesquisa investiga os significados e sentidos dos discursos de um grupo de crianças da 3ª série do ensino fundamental sobre a profissão e os gêneros na docência, com o intuito de analisar por meio dos discursos das crianças os desdobramentos das questões de gênero no trabalho docente e no magistério. As crianças foram as minhas interlocutoras e sujeitos nesta empreitada e suas vozes foram o meu objeto de pesquisa e análise. A abordagem discursiva foi a perspectiva adotada no processo de investigação. Os instrumentos utilizados na coleta dos dados foram entrevista semi-estruturada e o uso de duas imagens fotográficas adotadas como iniciadoras do diálogo com as crianças. A pesquisa foi realizada em uma escola da rede pública municipal de Ananindeua-Pa, e no seu quadro docente atuavam de 1ª à 4ª séries no período em que a investigação foi realizada 19 professoras e 08 professores. O referencial teórico utilizado como aporte para a análise dos dados coletados está baseado nas teorizações de Mikhail Bakhtin sobre o discurso. Para relacionar as vozes das crianças com o contexto social, cultural e histórico vivenciado por estas, recorremos a autores/as como Áries, Perrot, Connell, Carvalho, Louro. As análises foram organizadas em 05 eixos-temáticos que emergiram dos discursos das crianças: 01- Os discursos ideológicos sobre a profissão docente e a definição histórica de papéis e funções para os sexos; 02- O significado da profissão e seus vínculos históricos e culturais com a maternidade; 03- Masculinidades e Feminilidades: Os múltiplos sentidos atribuídos aos gêneros na docência; 04- Relações de poder entre adultos e crianças e na prática docente; 05- O exercício da docência e as relações afetivas. Os discursos das crianças demonstram muitas continuidades e também rupturas com os papéis que foram construídos historicamente para homens e mulheres. O principal sentido da docência feminina para as crianças está na atenção e paciência e da docência masculina está na autoridade. Seus discursos também apresentam muitas expectativas e desejos para a prática de professores/as que superam binarismos e polaridades e oferecem informações significativas para (re)pensarmos a docência.

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A idéia central desenvolvida neste trabalho é que os estudos realizados sobre o deslocamento compulsório provocado pela construção de barragens, embora mencionem a dimensão do sofrimento social, não a submetem à análise. E, portanto, contornam ou deslocam o sentido subjetivo expresso no lamento e na dor, que é constitutivo deste processo social. Partindo do princípio de que os fatos analisados são socialmente compartilhados e construídos, portanto, portam sentidos mais ou menos duradouros ou mais ou menos perceptíveis - de todo modo, publicizados - que, por vezes, entre si interagem sob a forma de conflito, busco realizar uma análise do modo pelo qual esses sentidos se conformam em três situações sociais distintas e interligadas. Na primeira, a arena pública, examino a controvérsia sobre as principais categorias de classificação do processo de deslocamento compulsório, seus contextos e principais atores, tentando evidenciar os fundamentos de construção das retóricas, na disputa para fazer prevalecer uma determinada avaliação política e social deste processo. Nessa análise, destaco o conteúdo que se estabiliza e a intervenção de um ator o Banco Mundial e o seu papel na conformação de uma expertise sobre o tema. Na segunda situação social, o universo acadêmico, busco evidenciar o atual estágio dos estudos sobre o deslocamento compulsório, situando os principais eixos teóricos, de modo a salientar a relação entre campo disciplinar e interpretação, sobretudo, a hegemonia de temas disciplinares, nos quais não se inclui a análise do sofrimento. Por outro lado, ressalvo que, graças ao rigor desses estudos (muitos de cunho etnográfico), pode-se encontrar a referência ao sofrimento social vivido pelos grupos submetidos ao processo de deslocamento compulsório, permitindo-me fundamentar a hipótese advinda de minha própria investigação. Na terceira, analiso o processo de deslocamento compulsório, a partir de pesquisa realizada em Tucuruí (Pará Amazônia Brasil), evidenciando os sentidos do sofrimento social evocados por atores que o vivenciaram, destacando: a) a ausência de parâmetros para avaliar as conseqüências do processo vivido, tanto porque é uma situação inusitada quanto porque o próprio empreendimento desencadeia outras transformações locais e regionais que não são dadas a priori; b) a incessante busca de reposição de uma situação perdida ou almejada, que pode ser vista nos fóruns públicos (assembléias, reuniões, encontros), aqui considerados como fóruns de lamento, porque são, concomitantemente, lugar da reivindicação pública e espaços de encontro com a própria história e, por conseqüência, espaços de recordação e enunciação das perdas; c) o caráter de irreversibilidade, que reveste a construção social do sofrimento. Por fim, tento mostrar os constrangimentos, sobretudo econômicos, que se verificam na passagem da dimensão do sofrimento para a arena pública.

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O amor desperta nas pessoas lembranças. sentimentos e emoções prazerosas. associadas a histórias romanescas que. dificilmente. referem os conflitos que permeiam as relações amorosas. Cotidianamente, o amor é vivido e narrado não apenas a partir do belo mas. sobretudo. em função dos conflitos que produzem desarmonia O amor vivido em conjugalidade é regido pela monogamia. cultivada a partir do desejado ideal de fidelidade enquanto opção. Entretanto. muitas pessoas estabelecem relações afetivo e/ou sexual fora do vínculo conjugal, despertado por insatisfação afetiva e/ou sexual: pela falta de carinho, amor e/ou atenção ou. quem sabe por impulsos. desejos. prazer. paixão, vingança e/ou competição. comportamentos socialmente não desejáveis. Tentou-se desvendar como as relações de infidelidade são vivenciadas cotidianamente por oito mulheres e cinco homens, em Belém Pará , que se dispuseram a compartilhar histórias e segredos com a pesquisadora sobre o assunto. Como há uma circularidade de idéias, os informantes permitem. a pesquisadora. a partir de suas narrativas, encontrar diversas visões e inúmeras justificativas dadas à prática da infidelidade afetiva e/ou sexual: assim como nuanças diferenciadas que informam as representações femininas e masculinas sobre infidelidade, possibilitando ler os limites que estruturam as relações de conjugalidade. pois a infidelidade pensada como elemento desestruturador, é. em geral, escamoteada e serve de estratégia ao jogo amoroso garantindo. algumas vezes, quando não descoberta, a manutenção dos laços estabelecidos entre os casais.

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Este estudo investigou aspectos da diferenciação sexual em brincadeiras de crianças/adolescentes na rua. Participaram 668 pessoas entre 1 e 18 anos (245 meninas – 423 meninos), moradores/visitantes de três ruas num bairro da periferia de Belém, durante 1 ano. Foram observadas diferenças de gênero quanto à participação na rua e à variedade de subcultura lúdica. Observou-se predominância dos meninos na rua, segregação e tipificação sexual nas brincadeiras e maior penetração das meninas na subcultura masculina. Os dados sobre composição dos grupos, segregação, tipificação e preferência por brincadeiras levam à hipótese de aproximação unilateral entre os grupos de gênero.

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Este trabalho teve como objetivo caracterizar o sistema de polinização de Spondias mombin L., obtendo dados sobre a, sistema reprodutivo e os visitantes florais. Spondias mombin floresceu durante a estação seca e produziu frutos maduros na estação chuvosa. É uma espécie andromonóica, produzindo flores hermafroditas e masculinas, com números e viabilidades polínicas semelhantes. A análise da razão pólen/óvulo revelou que é uma espécie que se enquadra no tipo de sistema reprodutivo xenogâmico, necessitando da polinização cruzada realizada, neste caso, pelos insetos. Spondias mombin foi visitada por uma variedade de insetos de pequeno porte e generalistas como abelhas, moscas, vespas e besouros. As abelhas Apis mellifera Linneu, 1758, Tetragona goettei (Friese, 1900) e Trigona hyalinata (Lepeletier, 1836) apresentaram maior freqüência e, seu comportamento, tocando as partes reprodutivas das flores, sugere que são os principais polinizadores desta espécie vegetal. Além disso, a análise do pólen coletado pelos principais polinizadores demonstrou a fidelidade destes ao taperebá e o grande poder de recrutamento desta espécie.

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Verificou-se nos garimpos do São Chico e do Creporizinho a prevalência de sintomas clínicos e de achados neurológicos, além da ocorrência de Doença Infecciosas e Parasitárias (DIP'S), associada à concentração do mercúrio total na urina dos garimpeiros na Amazônia. No garimpo de São Chico foram investigados 104 garimpeiros, enquanto no garimpo do Creporizinho 169, através do estudo de coorte transversal foi utilizada a condição sócio-econômica, epidemiológica e laboratorial como metodologia diagnóstica e utilizado os testes estatísticos adequados para verificação da significância. Os resultados demonstraram que a média do metal na urina dos garimpeiros do São Chico é superior a do Creporizinho 9.29 μg Hg/g creatinina e 5.64 μg Hg/g creatinina, respectivamente, cuja distribuição do Hg na urina da população do São Chico e do Creporizinho, abaixo do Índice Biológico Máximo Permitido (IBMP) é 93% - 96% e acima 7%-4%, respectivamente. Há o predomínio do sexo masculino em ambos os garimpos e a ocorrência de DIP'S nos dois garimpos, cuja seqüência foi idêntica, onde as parasitoses intestinais e a malária são mais prevalentes, porém ficando abaixo do IBMP. A avaliação clínica do São Chico apresenta prevalência de sintomas osteomuscular, dermatológico e digestivo 32%, 30% e 23% respectivamente, enquanto no Creporizinho ocorreu mudança na seqüência osteomuscular, digestivo e dermatológico 51 %, 44% e 39%, respectivamente. Dentre os sintomas neurológicos mais prevalentes os tremores, parestesias e cefaléia apresentaram no grupo do São Chico e Creporizinho a seguinte seqüência, respectivamente, 38% - 58%, 32% - 53% e 28% - 48%. As condições de saúde são mais precárias no garimpo do São Chico, porém os garimpeiros encontram-se bastantes expostos ocupacionalmente nas duas populações estudadas, contudo não há parâmetros seguros para afirmar a presença do Mercurialismo Crônico na população estudada.

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Esta dissertação insere-se dentro de uma proposta que pretende recompor a história social da medicina no Pará sob uma nova perspectiva. Analisar a construção do poder e prestígio da medicina científica e dos médicos na sociedade paraense da virada do século XIX para o século XX é o principal objetivo deste trabalho. A intenção é mostrar que, longe de gozar de uma hegemonia no universo da cura e dispor de um poder imanente capaz de modelar a sociedade da época, os médicos ainda enfrentavam enormes dificuldade para legitimar sua ciência entre as mais diversas categorias sociais. Enquanto as autoridades republicanas, em nome da “Civilização” nos trópicos, seguiam com sua política de higienização do espaço urbano e combate às epidemias, a população paraense persistia na busca de alívio de suas mazelas nas tradicionais artes de curar. No entanto, se a medicina popular constitui-se em um dos maiores empecilhos para a afirmação dos médicos acadêmicos como senhores da cura, a desunião, a falta de ética e consenso no interior da classe médica não deixaram de ser alguns dos fatores marcantes do descrédito que pairava sobre a figura dos representantes da medicina oficial em plena República brasileira. Para enfrentar tantos problemas, os médicos, pouco a pouco, procuram superar suas diferenças e criaram regras e laços de solidariedade capazes de uni-los em torno de objetivos em comum, consolidando uma identidade de grupo que fortaleceu sua corporação e lutou pelo prestígio e poder que eles tanto almejavam.

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Esta pesquisa tem como objetivo analisar processos de construção da identidade do professor de língua materna na imprensa, legitimada não apenas por seus discursos, mas como uma construção que se estabelece socialmente e encontra na mídia um lugar privilegiado para sua emergência. O corpus é composto por textos coletados de revistas, jornais, blogs e sites, que tratam de ensino de língua portuguesa, assinados por professores ou por outros profissionais. Este trabalho de pesquisa se baseia nos postulados da Análise do Discurso e das Ciências Sociais, por meio dos conceitos de Discurso, Hegemonia e Memória Discursiva, abordados no primeiro capítulo desta dissertação, em que perceberemos como estes conceitos ajudam na reprodução dos discursos (públicos) e na construção identitária do professor de língua portuguesa. A noção de Formação Discursiva é abordada no segundo capítulo, com base nos postulados teóricos de Foucault (2004) e Pêcheux (2009), bem como a circularidade nas posições de Identificação e Contra-identificação. As Formações Imaginárias (PÊCHEUX, 1997) servem de ancoragem teórica para o terceiro capítulo, em que analisamos como os professores ocupam lugares (A, B e R) nos discursos, validados por eles mesmos ou por aqueles que enunciam publicamente. No quarto capítulo discutimos a polêmica estabelecida entre as duas Formações Discursivas por meio da noção Simulacro MAINGUENEAU, 2005), abordada no mesmo capítulo, em que percebemos imagens distorcidas projetadas nos discursos. Buscamos demonstrar a importância dos estudos discursivos no campo do ensino-aprendizagem, partindo do pressuposto de que a formação dos professores tem se dado não apenas por práticas pedagógicas, mas também em práticas discursivas. Na análise destes dados, estamos buscando o lugar discursivo do professor e a maneira que este professor, ao tomar a palavra na imprensa, forja sua identidade. Espera-se com este trabalho verificar como o professor de língua portuguesa tem legitimado sua(s) identidade(s) no ambiente midiático, que tem se mostrado um lugar de grande efervescência discursiva e instância de formação e reprodução de discursos sobre ensino de língua materna.

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No Estado do Pará, o beneficiamento do caranguejo-uçá ocorre de forma totalmente artesanal, sendo o seu produto frequentemente associado a eventos de intoxicação alimentar. Neste trabalho o autor tem por finalidade propor adequações tecnológicas no processamento deste crustáceo desenvolvido na comunidade de Caratateua, município de Bragança/Pará. Foram realizadas excursões mensais à comunidade de abril/2008 a maio/2009 com aplicação de 120 entrevistas direcionadas aos principais atores sociais envolvidos na atividade, constando de aspectos econômicos, sociais e tecnológicos, além de análises laboratoriais (composição química e microbiologia), observações de campo e revisão de literatura. Constatou-se que a quantidade de caranguejo desembarcada e o tamanho médio dos indivíduos vêm diminuindo nos últimos anos. A captura é realizada exclusivamente por indivíduos do sexo masculino, sendo o gancho o principal apetrecho utilizado. O beneficiamento é praticado principalmente por mulheres e crianças, porém homens eventualmente também o fazem. Não há uma padronização do processamento e as condições higiênico-sanitárias dos locais de beneficiamento são na grande maioria das vezes inadequadas, podendo este ser realizado no interior da residência, em “puxadinhas” ou nos quintais, geralmente na presença de animais domésticos, insetos e sem a adequada assepsia de manipuladores, equipamentos e superfícies de contato. Desta forma, conclui-se que tal realidade é ocasionada principalmente pelo desordenamento da pescaria e falta de preocupação dos catadores quanto à qualidade do produto, sendo de fundamental importância a criação de uma legislação específica para a carne de caranguejo e a adoção de boas práticas de fabricação levando em consideração a realidade local visando agregação de valor ao produto e maior segurança alimentar aos consumidores.

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No gênero Staphylococcus, o S. aureus com resistência à oxacilina é sem duvida alguma o patógeno de maior importância, quando associado às infecções hospitalares, sendo responsável por elevadas taxas morbidade e mortalidade. Este estudo descreve a epidemiologia e perfil de sensibilidade de linhagens de S. aureus procedentes de hospitais públicos de Macapá-Amapá. Todos os isolados usados neste trabalho foram novamente reisolados através de métodos convencionais da microbiologia e sistemas automatizados. As amostras com resistência à oxacilina foram todas submetidas ao teste screening com a cefoxitina 30 mcg. O tratamento estatístico dos dados revelou que houve predominância de S. aureus no sexo masculino (62,8%), sendo a média de idade dos pacientes de 20 anos, entretanto, a maior ocorrência foi na faixa etária de 0 a 10 anos, o hospital de maior prevalência foi o Hospital da Criança e do Adolescente (54,7%). A prevalência das amostras isoladas nos hospitais foi de 3,8%. Do total de amostras isolada (n=105), 25 (23,8%) foram resistentes à oxacilina. Essas amostras apresentaram resistência cruzada à Gentamicina (80%); Sulfazotrim (72%), Tetraciclina (64%), Eritromicina (60%), Clindamicina (44%), Norfloxacino (44%) e Quinupristina/Dalfopristina (32%). A vancomicina apresentou 100% de sensibilidade. Apesar dos diversos estudos realizados no Brasil e no mundo mostrarem altos índices de resistência do S. aureus à oxacilina, nesta pesquisa os níveis de resistência da bactéria nos hospitais públicos de Macapá ainda podem ser considerados baixos. Contudo, os resultados revelam a necessidade de vigilância sistemática, visando o controle e prevenção da disseminação de linhagens resistentes deste patógeno associado com infecção hospitalar.

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A Leishmaniose Tegumentar Americana no estado do Amapá ainda está restrita às áreas rurais. Para estratificar o Amapá em áreas de risco para LTA, e conhecer seu perfil epidemiológico, foram coletados casos registrados no Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação e classificados os municípios quanto ao risco, de acordo com as médias dos coeficientes de prevalência de 2002 a 2006 de cada município. Foram registrados 2.664 casos autóctones de LTA: 2002 (353 casos); 2003 (481); 2004 (968), 2005 (422) e 2006 (440). Desses, 653 (24,5%) com origem da infecção no município de Porto Grande. A média do coeficiente de prevalência do estado nos 5 anos estudados foi de 95,51/100.000hab. Os municípios foram agrupados em áreas quanto ao grau de risco: de baixo risco para LTA (Macapá, Cutias, Santana e Amapá); médio risco (Itaubal, Pracuúba, V. do Jari e Ferreira Gomes); alto risco (L. do Jari, Mazagão, Tartarugalzinho e Oiapoque) e muito alto risco (Calçoene, P. Grande, P. B. do Amapari e S. do Navio). O Amapá apresentou 72% dos casos no 1ºsemestre, com 16,6% dos casos no mês de abril; 38,8% em pacientes com idade entre 20 a 34 anos; 79,7% de ocorrência no sexo masculino, variando na área de médio risco 83% e baixo risco 72%; 29% em pacientes com escolaridade de 4 a 7 anos de estudo. Com 96,2% com confirmação laboratorial na área de muito alto risco; 98,9% casos de leishmaniose cutânea e apenas 42,9% com cura confirmada, na área de alto risco ocorreram 65,3% de cura. A LTA apresenta 100% de autoctonia no estado do Amapá, com um importante surto em 2004 e o município de P. Grande é o que mais contribui para a manutenção desta endemia.

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No Brasil, o câncer de próstata é uma doença que representa a segunda causa de morte mais freqüente entre os homens. Na região Norte, esta realidade não é diferente e vem apresentando um ritmo de crescimento acentuado, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer - INCA. É um tipo de câncer de evolução lenta e possível de ser detectado e tratado, antes que tome proporções fatais, através de diversos métodos de diagnóstico. Entretanto, um dos maiores desafios no tocante a esta detecção é a mobilização e envolvimento da população masculina em procurar ajuda médica. Isso ocorre, principalmente, porque a prevenção envolve uma possível realização do exame do toque retal. Pensando nisso, este trabalho buscou entender: quais estes impedimentos? Quais os fatores envolvidos para que o homem não cuide de si, especialmente em relação ao câncer de próstata? O objetivo central do trabalho foi investigar: quais as representações imaginárias imputadas ao exame do toque? Em virtude de o foco investigativo ser a apreensão das significações, optou-se pela linha metodológica qualitativa, tendo por referência o Método de Explicitação do Discurso - MEDS. Foram analisadas 10 entrevistas de homens, na faixa etária de 40 a 60 anos. Os seus discursos apontaram que existem barreiras envolvidas neste impedimento, a saber: motivações de ordem estrutural (dificuldade de acesso, carência de informações), mas também barreiras de ordem imaginária, cujos significados tornam o sujeito resistente ao exame e como conseqüência não se previnem, dificultando a detecção de possível doença para posterior tratamento.

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O presente trabalho evidencia as relações de gênero no que se refere ao homoerotismo masculino na comunidade de Bacuriteua, no interior de Bragança, Amazônia. Neste complexo universo, busca-se compreender as condições de produção do discurso de negação das práticas afetivo-sexuais entre pessoas do mesmo sexo, assim como, as práticas que problematizam esse discurso. A partir da observação participante realizada junto aos moradores, método da pesquisa de natureza etnográfica, foi possível apreender aspectos singulares do grupo que norteiam as interpretações, relativos ao imaginário mítico, ao trabalho na coleta de caranguejo e às formas de sociabilidade. Dessa forma, a abordagem da pesquisa desenvolve as noções de imaginário de Gilbert Durand (2010) e de socialidade de Michel Maffesoli (2001), destacando principalmente as construções das identidades de gênero a partir de Judith Butler (1990) e suas mobilidades. Os dados apontam para a existência de tensões sociais quanto às práticas homoeróticas por parte dos membros da comunidade, assim como, a não fixidez de uma “identidade gay” e a importância das narrativas ligadas ao ser mítico Ataíde, que operam de maneira ambígua, pois ao mesmo tempo em que as mascaram trazem à tona tais relações.

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A dissertação analisa as identidades das assistentes sociais da Vale, como manifestações ideológicas do contexto de reestruturação produtiva capitalista. As categorias centrais de análise foram o trabalho, na concepção de Marx e a ideologia, na concepção de Gramsci. A lógica capitalista, que conduz à alienação e à manipulação da subjetividade do trabalhador, influencia os profissionais a absorverem acriticamente do senso-comum as representações da hegemonia dominante, que se manifestam implicitamente nos comportamentos e na linguagem dos profissionais. Os sujeitos da pesquisa foram as assistentes sociais da Vale, que atuam nas unidades localizadas na região de Carajás, sudeste paraense, visto que a empresa é uma transnacional com forte influência na região amazônica. Nos dias atuais, os municípios da região de Carajás têm sua dinâmica de desenvolvimento social, econômico e cultural, associada às atividades da empresa. A hipótese da pesquisa foi que as identidades dos assistentes sociais da Vale, no contexto de reestruturação produtiva do capital, são identidades às avessas, que contribuem para a reprodução de práticas mistificadas e reducionistas, que reproduzem os interesses capitalistas. A partir da pesquisa empírica, que teve como recorte temporal o ano de 2007 até os dias atuais, constatou-se que no exercício profissional, as assistentes sociais da empresa vivenciam as contradições inerentes tanto à implantação da Vale na região quanto as relacionadas ao desenvolvimento do Serviço Social, o que contribui mais para o fortalecimento da hegemonia capitalista do que para a efetivação do projeto ético-político-profissional do Serviço Social. A análise das correlações de forças presentes nesse espaço de atuação se constituem em objeto de debate e reflexão em torno dos desafios mas também das possibilidades objetivas identificadas na particularidade pesquisada e que foram capturadas nas entrelinhas do discurso das próprias profissionais entrevistadas.