2 resultados para life-long learning
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Analisa o modo de viver dos moradores da ilha do Combu – Belém- Pará, visando compreender os elementos de resistência contidos no saber popular. Esta ilha dita 1,5 km da cidade de Belém e tem como território 15 km², sendo que, aproximadamente, 95% dessa superfície é coberta por floresta secundária (mata de várzea). Anteriormente, pertenceu à jurisdição do município de Acará, mas a partir de 1996 passou a cidade de Belém. Apresenta característica peculiar de um espaço rural, com conservação local de muitos recursos naturais e da singularidade do modo de viver ribeirinho, como população que vive próximo aos cursos d’água e da vegetação florestal, o que lhes possibilita um cotidiano tranquilo, aparentemente cheio de paz, sem barulho nem poluição; diferente da vida na cidade maior. Sendo essa tranquilidade medida por uma relação baseada no respeito e na proteção da vizinhança, observados nos seus hábitos e costumes; além da liberdade de conversar, passear, comer peixe fresco, camarão, “tomar açaí” feito na hora e sentir-se despreocupado com a violência, muito presente na cidade grande. Os resultados deste trabalho traduzem todo um aprendizado, obtido por meio desses moradores que resistem à imposição do modelo formal da educação estatal. Assim, 70% dos pesquisados apresentou preferência ao aprendizado com seus parentes, que vai além dos remédios caseiros, dos saberes representados pelo fazer “peconha”, pelo “tupé”, pelo fazer comida, plantar, pescar, nadar no rio, apanhar açaí e jogar tarrafa, até o respeito às pessoas, na busca de conhecimento para viver uma vida honesta e para dar continuidade à educação da geração de cultura ribeirinha.
Resumo:
Este estudo teve como objetivo investigar o impacto das atividades antropogênicas da cidade de Belém pela comparação da qualidade da água e das comunidades de larvas de peixes em dois igarapés que desembocam no rio Guamá. Um dos igarapés atravessa um subúrbio pobre e populoso de Belém, enquanto o outro é localizado em uma ilha de Belém, declarada Área de Proteção Ambiental desde 1997. Dois pontos de coletas foram definidos em cada igarapé e monitorados durante oito horas, a cada três meses e durante um ano. O igarapé em região urbana apresentou fortes alterações na qualidade da água, durante o ano todo e em todas as marés, e isto deve se essencialmente a presença de um elevado número de coliformes termotolerantes. Poucas larvas foram encontradas. A água foi considerada imprópria para uso e atividades humanas, assim como para a vida aquática. O igarapé da ilha apresentou primeiros sinais de contaminação por nutrientes e bactéria durante o período chuvoso, parcialmente decorrente de fontes de poluição difusa. Em ambos os córregos, as comunidades larvais foram quase exclusivamente compostas de clupeiformes. Todos os estágios de desenvolvimento larval foram encontrados. Densidades e proporções mais elevadas de larvas recém eclodidas foram registradas durante a estação seca e associadas à presença de nitrato. Resultados apontam a necessidade de desenvolver um sistema de drenagem urbano para esgoto e água pluvial na maior brevidade, e recomenda um estudo de monitoramento integrado do igarapé na Área de Proteção Ambiental.