6 resultados para habilidades sociais

em Universidade Federal do Pará


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O termo Habilidades Sociais (HS) é usado para designar um conjunto de repertórios comportamentais que envolvem interações sociais satisfatórias. A maioria dos estudos publicados sobre essa temática inclui a participação de crianças e adolescentes, abordando situações em ambiente escolar. Poucos são os estudos voltados para a área de saúde, e, até o momento, não foram localizadas pesquisas sobre HS realizadas com indivíduos portadores de Anomalia da Diferenciação Sexual (ADS). Esta anomalia se caracteriza pela malformação na genitália e/ou pela disfunção das gônadas, ocasionando características sexuais secundárias não correspondentes ao sexo de criação. Estudos clínicos realizados com indivíduos portadores de ADS têm destacado a ocorrência de déficits em habilidades sociais nesses indivíduos, caracterizados pela fuga-esquiva de situações sociais aversivas. Neste trabalho, pretendeu-se caracterizar o repertório comportamental correspondente a HS em indivíduos com ADS atendidos no ambulatório de um programa especializado de um hospital da rede pública de Belém, por meio de dois estudos complementares. No primeiro, foi realizado um estudo com delineamento transversal, com o objetivo de caracterizar comportamentos correspondentes a HS em indivíduos com ADS. Participaram 9 adultos com mais de seis meses em tratamento. Foram utilizados: Roteiro de Entrevista, Protocolo para análise de prontuário e Inventário de Habilidades Sociais - IHS. Os resultados sugerem que os participantes apresentam déficit de habilidades sociais em todos os fatores do IHS em menor ou maior grau, de maneira que poderiam se beneficiar com um treinamento de habilidades sociais como parte do tratamento, por se tratar de uma técnica que visa à superação e/ou redução dos déficits por eles apresentados. No segundo, foi realizado um estudo com delineamento de sujeito único, com o objetivo de verificar os efeitos do uso de treino em automonitoramento na instalação de comportamentos correspondentes a HS. Participou uma adulta com diagnóstico de ADS selecionada dentre os que participaram do Estudo 1. O procedimento de intervenção ocorreu por meio de entrevistas semanais, de acordo com as seguintes etapas: (1) Contrato: assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e agendamento de entrevista; (2) Avaliação: levantamento da linha de base dos comportamentos correspondentes à HS, elaboração da hierarquia dos comportamentos que indicaram déficit segundo as normas de análise do IHS e treino em registro de automonitoração; (3) Intervenção: leitura de um texto sobre habilidades sociais, apresentação da lista de direitos humanos básicos, aplicação do Questionário Construcional de Goldiamond adaptado e treino em registro de automonitoramento; (4) Re-avaliação das HS: reaplicação do IHS; (5) Follow-up: avaliação da manutenção dos ganhos obtidos com o estudo; e (6) Encerramento: entrevista devolutiva para explanação dos resultados do estudo ao participante. Os resultados sugerem que a intervenção promoveu o desenvolvimento de HS na participante, haja vista a interpretação da evolução da participante apresentada de acordo com a variação do Escore Z e da representação gráfica de significância clínica e mudança confiável.

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Este estudo relacionou a frequência da emissão de reação socialmente habilidosa, não-habilidosa passiva e não-habilidosa ativa às variáveis da criança (sexo, idade, condições clínicas). Participaram 57 meninos e 52 meninas, entre seis e 12 anos. O Questionário de Caracterização da Criança (QCC) levantou informações sobre sexo, idade e condições clínicas e o Inventário Multimídia de Habilidades Sociais de Crianças (IMHSC-Del Prette) avaliou as habilidades sociais, respondidos pelos cuidadores e escolares, respectivamente. Utilizou-se os testes U de Mann-Whitney, o coeficiente de correlação de Pearson e o teste t para análises dos dados. Os resultados indicaram: (a) diferenças significativas na adequação das reações habilidosas e não-habilidosas (p < 0,001); (b) aumento do repertório de habilidades sociais conforme o avançar dos anos (p < 0,001); e (c) meninas apresentaram mais frequência de habilidades sociais que meninos (p = 0,040). Não houve associações significativas entre habilidades sociais e condições clínicas (p = 0,539). Verificou-se que sexo e idade podem interferir na presença e desempenho de repertório socialmente habilidoso. Sugerem-se outras técnicas de avaliação que complementem os dados investigados e possibilitem intervenções futuras para amostras semelhantes.

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Questões relacionadas à assertividade têm recebido atenção por parte de terapeutas comportamentais há mais de três décadas. É mais recente, porém, o esforço de terapeutas analítico-comportamentais para examinar problemas dessa ordem com os mesmos recursos conceituais e metodológicos empregados por seus pares da pesquisa básica e conceitual. O presente trabalho tem como objetivo oferecer uma interpretação analítico-comportamental para padrões de comportamento assertivos, agressivos e passivos. Recuperamos algumas definições de assertividade/agressividade/passividade e examinamos os fenômenos correspondentes enquanto relações comportamentais; discutimos alguns aspectos da abordagem analítico-comportamental para o autocontrole; e sugerimos que as relações comportamentais definidas como assertividade/agressividade/passividade podem ser interpretadas enquanto instâncias de autocontrole ou impulsividade. A abordagem pode abrir novas perspectivas de investigação clínica de habilidades sociais sob um enfoque analítico-comportamental.

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Os procedimentos invasivos recorrentes no tratamento do câncer na criança têm-se mostrado o momento de maior sofrimento tanto para o paciente quanto para o cuidador. Durante estes procedimentos, como no caso da punção venosa, grande parte das crianças apresenta reações caracterizadas como distresse comportamental. Intervenções comportamentais têm sido desenvolvidas com o objetivo de diminuir este distresse, podendo utilizar como agentes os próprios cuidadores das crianças. Esta pesquisa teve como objetivo analisar os efeitos de instrução e de treino parental sobre comportamentos observados em cuidadores e em crianças com diagnóstico de câncer durante procedimento de punção venosa em ambulatório. Foram selecionados nove cuidadores de crianças em tratamento quimioterápico em um hospital especializado em Belém-PA. Para a coleta de dados foram utilizados: Roteiro de entrevista, Questionário Sociodemográfico, Instrumento de Avaliação das Relações Familiares (Parental Bonding Instrument [PBI]), Child Behavior Checklist (CBLC), Protocolo de observação direta dos comportamentos da criança e do cuidador, Escala de Avaliação Comportamental, Manual de orientação para cuidadores sobre punção venosa em crianças e Protocolo de treino parental. Os participantes foram submetidos a uma dentre três condições: (1) Rotina, (2) Manual de Orientação ou (3) Treino Parental. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista e de quatro sessões de observação direta do comportamento. Os comportamentos das crianças foram classificados como concorrentes e não concorrentes. Os comportamentos dos cuidadores foram classificados como monitoria positiva, monitoria negativa e negligência. Os resultados sugerem que, na Condição Rotina, os participantes (cuidadores) não variaram seus comportamentos ao longo das sessões, com dois participantes mantendo alta frequência de comportamentos negligentes e um participante mantendo monitoria positiva. Na Condição Manual, observou-se mudança de comportamento em dois cuidadores como efeito imediato à utilização do manual, mas não em longo prazo. Na Condição 3, na qual os cuidadores foram submetidos ao Protocolo de treino parental, observou-se aumento na frequência de monitoria positiva em curto e longo prazo. Com relação às crianças, os resultados indicaram maior frequência de comportamentos não concorrentes, independente da condição a que o cuidador foi submetido. A maioria dos cuidadores foi classificada no PBI com estilo parental permissivo, confirmando a literatura sobre cuidadores de crianças com doenças crônicas. Ocorreram relatos de generalização das habilidades treinadas para contextos fora do hospital. Conclui-se que o uso do manual aumentou a aquisição de conhecimentos sobre punção venosa mas não foi suficiente para a manutenção de mudança de comportamentos. Por outro lado, o uso de treino parental mostrou-se eficaz na mudança de comportamentos (a longo prazo), assim como no desenvolvimento de novas habilidades sociais. Discute-se a importância do estilo parental como fator de proteção à criança com câncer.

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Estudos mostram que ao interagir a criança tem a oportunidade de desenvolver suas habilidades sociais. Dentre elas, o comportamento de cuidado se destaca como açoes diversas que se assemelham ao cuidado parental, que têm por objetivo dar suporte físico ou afetivo ao outro a partir de atitudes como ajudar, compartilhar e brincar de cuidar. No caso de crianças que estão vivendo e crescendo em instituições de Abrigo, estudos consideram que devido à sua condição peculiar de vulnerabilidade pessoal e social, elas podem se beneficiar da presença deste comportamento nas interações estabelecidas nesse tipo de ambiente e ou em outros, como o escola. Este estudo teve como objetivo investigar aspectos físicos e sociais do ambiente que concorrem para a manifestação do comportamento de cuidado entre pares observados em suas interações nos pátios da Escola e do Abrigo. Assim como, verificar e analisar características físicas e socioais dos sujeitos que participaram da pesquisa que podem igualmente ter influenciado a manifestação desta modalidade de comportamento pró-social. Participaram do estudo cinco crianças, entre quatro e seis anos, que moravam há mais de um ano no Abrigo e freqüentavam regularmente a Escola. Para a coleta de dados, cada sujeito focal e suas interações com outras crianças foram filmados ao longo de dez sessões de observação, durante cinqüenta minutos, em ambos os ambientes. Ao todo, foram 500 minutos de observação dos participantes da pesquisa. Quanto aos resultados derivados da observação dos sujeitos focais, constatou-se que todos os cinco participantes manifestaram comportamentos de cuidado nos ambientes da pesquisa. Ao todo, foram registrados 43 eventos comportamentais (sendo 26 na Escola e 17 no Abrigo), organizados em torno das seguintes subcategorias: Estabelecer Contato Afetuoso, Ajudar, Brincar de Cuidar e Entreter. A avaliação intragrupal mostrou que não houve diferença estatística na diferença dos percentuais do comportamento de cuidado observados nos pátios da Escola e do Abrigo. Quando se considera para análise o desempenho de uma a uma das categorias do cuidado, percebe-se que o comportamento de Ajudar quando emitido na Escola (n=14; 53.8%) apresentou freqüências maiores que no Abrigo (n=7; 41,2%). Contudo, o Teste Binomial indica que esta diferença não é estatisticamente significativa (p>0,05), sendo semelhantes os percentuais referentes a ações de ajuda em ambos os ambientes. O mesmo constata-se em relação ao comportamento Brincar de Cuidar, que em termos percentuais foi mais presente no Abrigo (n=4; 23.5%) do que na Escola (n= 2;7.7%). Entretanto, a análise estatística aponta que não houve variação estatística significativa entre os ambientes. A descrição da freqüência do comportamento Estabelecer Contato Afetuoso mostra que apresenta uma maior ocorrência na Escola (n=7; 26.9%) do que no Abrigo (n=6 ; 35.3%), porém, o teste mostra que não houve diferença estatística entre as médias quando se compara os ambientes. E por fim, verificou-se que o comportamento Entreter não teve nenhuma ocorrência no Abrigo, tendo sido observado somente no ambiente da Escola (n=3, 11.5%), não sendo possível assim a aplicação do teste estatístico. Os dados mostraram que cada ambiente predominou uma forma de cuidado, devido as características físicas e sociais de cada instituição. Bem como, as características dos participantes (a idade e o tempo de permanência dos sujeitos focais) e o sexo do receptores e o cuidado oferecido.

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Essa dissertação é um estudo da origem social e da trajetória profissional das oficiais femininos e seu pioneirismo. Foram entrevistadas nove mulheres oficiais em busca de informações qualitativas, suas histórias de vida e suas percepções sobre o pioneirismo feminino da instituição, para investigar as condições objetivas e subjetivas de sua trajetória na instituição policial. Optou-se pela abordagem qualitativa de modo a identificar padrões socioculturais e um saber adquirido pela vivência, além das estratégias de sobrevivência, afirmação e autoproteção na carreira policial. As dificuldades foram muitas, pois não conseguimos sensibilizar os sujeitos para a importância de se resgatar a história das mulheres, que não se envolveram com o tema. Outra dificuldade, o brusco falecimento da líder do grupo, o que provocou um arrefecimento do ânimo dos sujeitos, causando sérias dificuldades no convencimento das demais quanto à sua participação. Ao ouvir seus relatos percebe-se a herança identificadora da instituição pelas agentes, que mesmo após um tempo de reserva preservam o habitus adquirido ao vestir a farda, uma herança de um sistema simbólico institucional, fazendo com que falem em nome da instituição. Percebeu-se que as policiais sofreram violência, seja quando são estigmatizadas como minoria, quando seu trabalho é relegado à esfera administrativa, um não reconhecimento de suas habilidades, quer pelo preconceito e discriminação que sofrem tanto em relação às cotas de inserção e quanto à distribuição de cargos, quer pelo emprego nas funções menos relevantes, mas principalmente por não darem-se conta desses fatos. Ser policial feminino é fazer parte de um grupo estigmatizado e visto de forma negativa, cujas diferenças não são aceitas nem reconhecidas, cuja verdade é desqualificada por um grupo dominante. Esta subalternidade dá origem a um fenômeno chamado “teto de vidro”, caracterizado por uma “barreira invisível”, institucionalizada pelo universo masculino, impedindo a ascensão profissional do segmento feminino na hierarquia da organização paraense.