3 resultados para ecological niche

em Universidade Federal do Pará


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Em geral, espécies próximas filogeneticamente usam recursos similares e podem ser potenciais competidores. No entanto, elas podem divergir em um dos três eixos que norteiam o seu nicho, temporal, espacial e trófico. Essas diferenças podem ser determinantes para a coexistência de populações. Pressupondo que as populações de Arthrosaura interagem, e pode ocorrer sobreposição de nicho, quais estratégias elas adotaram para minimizar a competição permitindo a convivência de ambas? O presente estudo tem como objetivo investigar o nicho espacial, temporal e trófico de Arthrosaura kockii e A. reticulata na Amazônia oriental (01°42'30"S, 51°31'45" W), localizada nos municípios de Melgaço e Portel, Pará, Brasil, onde foram realizadas três expedições. Os animais foram coletados através do método de Procura Ativa, iniciando as 06h e finalizando às 18h. Foram analisados 107 A. kockii e 115 A. reticulata, desses, 107 e 113 respectivamente, apresentaram itens alimentares. Foram contabilizados 26 itens, destes 25 itens foram consumidos por A. reticulata e 14 foram consumidos por A. kockii. A espécie A. reticulata apresentou uma maior amplitude trófica nos meses chuvosos e na maior parte do período seco, enquanto que A. kockii apresentou uma maior amplitude no início do período seco. Os itens mais importantes (IA%), para A. reticulata foram Araneae=0,64, Blattaria=0,17, Orthoptera-Gryllidae=0,09 e Homoptera=0,05, já para A. kockii foram Araneae=0,66, Blattaria=0,19, Orthoptera-Gryllidae=0,04 e Isoptera=0,04. Arthrosaura reticulata apresentou um maior período de atividade, iniciando as 07h: 50min e terminando às 17h: 00min, concentrando o seu pico de atividade no intervalo das 09h às 14h: 30min, esta espécie foi considerada não heliotémica. A. kockii, teve um menor período de atividade, iniciado as 08h:40min e finalizando as 15:h25min, seu pico de atividade ficou concentrado no intervalo das 10h as 14h:30min, esta espécie foi considerada heliotémica. A altura de serapilheira e a distância do corpo d’água foram significativas na distribuição das espécies, A. reticulata foi encontrado em serapilheira com alturas que variaram de 2,5 cm até 13 cm, já A. kockii ocorreu em intervalos de 1,5 cm até 10 cm,. A. reticulata ocorreu em diversos ambientes da floresta, sendo encontrado dentro de corpos d’água até a terra firme, por isso ocorreu em alturas de serapilheira maiores do que A. kockii que ficou limitado à terra firme. Duas espécies mostraram distinções no nicho espacial, temporal e trófico, que provavelmente está permitindo a coexistência das duas populações.

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Os igarapés amazônicos podem apresentar características ambientais rigorosas para diversas espécies de peixes devido à sua condição oligotrófica. Apesar disso, estes cursos d’água detêm uma ictiofauna rica e diversificada, que ocupa uma grande variedade de microhábitats nos igarapés. Em sistemas de lagos de ria, os rios e igarapés sofrem um represamento natural e passam a ter baixos valores de correnteza, o que pode tornar esses ambientes mais homogêneos, já que a correnteza afeta diversas características dos igarapés. Nesse caso, a distância entre os igarapés poderia ser um dos principais fatores estruturadores das assembleias de peixes. Este trabalho teve como objetivo analisar a influência do espaço e do ambiente sobre a estrutura das assembleias de peixes de igarapés afogados em Caxiuanã, na Amazônia Oriental. As coletas de peixes foram realizadas durante o período da seca de 2010, abrangendo 34 trechos de igarapés. Foram mensurados oito fatores abióticos para testar os efeitos das características ambientais locais. Para analisar os efeitos do espaço, foram calculados filtros espaciais a partir das coordenadas geográficas, bem como a distância fluvial entre os trechos. As análises mostraram que o ambiente foi o único fator a influenciar a diversidade beta, refutando a hipótese do espaço enquanto fator estruturador e reforçando o papel do nicho ecológico na distribuição das espécies. Apesar disso, os fatores abióticos explicaram uma porcentagem baixa da variação na composição das espécies de peixe, o que mostra que outras variáveis podem afetar essas assembleias.

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Espécies filogeneticamente aparentadas, que coexistem no ambiente com semelhanças na utilização dos recursos, são potencialmente competidoras. Assim, espera-se que apresentem diferenciação em algum dos principais eixos do nicho ecológico. Helicops angulatus, H. hagmanni e H. polylepis são cobras d’água abundantes no estado do Pará, Amazônia Oriental, e podem ser sintópicas, o que sugere que estas espécies apresentem alguma variação na dieta ou no local de forrageio. Esse estudo teve o objetivo de verificar variações na composição da dieta, a amplitude e sobreposição de nicho trófico, bem como variações no local de forrageio, baseadas em características ecomorfológicas dos peixes consumidos por três espécies de cobras d’água na Amazônia Oriental, Pará. Verificamos que a dieta das três espécies de Helicops é semelhante, contudo, as proporções em que os itens são consumidos diferem. Helicops angulatus é a espécie mais generalista e H. hagmanni a mais especialista, e a sobreposição alimentar entre as três espécies foi intermediária. De acordo com os dados ecomorfológicos dos peixes consumidos por H. angulatus, H. hagmanni e H. polylepis pôde-se concluir que estas espécies forrageiam os mesmos ambientes em meio aquático, principalmente microhábitats de águas lênticas nos estratos médio e superior da coluna d’água. A coexistência dessas espécies pode estar sendo favorecida pela abundância dos recursos consumidos.