3 resultados para Woman social and economic conditions
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Este estudo busca problematizar a concepo de sade da criana veiculada pelo UNICEF, analisando especificamente os regimes de verdade e prticas de poder que so operados por esta agncia acerca das condies de sade em que vivem as crianas na Amaznia. Para tanto realizada uma pesquisa documental que tem como fonte de anlise o relatrio Ser Criana na Amaznia: uma anlise das condies de desenvolvimento infantil na regio norte do Brasil, publicado pelo UNICEF em 2004. Como ferramentas de anlise so utilizadas a histria-genealgica de Foucault e sua analtica do poder, especialmente em relao ao biopoder. No contexto das polticas da ONU a performance do UNICEF no cuidado da infncia compreendida como parte de uma governamentalidade liberal que atua na promoo do progresso social e desenvolvimento econmico dos pases, em prol da segurana. Neste sentido, esta pesquisa procura dar visibilidade ao modo como as prticas do UNICEF so articuladas s prticas vizinhas e engendram um dispositivo de governo que opera atravs de estratgias disciplinares e biopolticas no controle da populao da Amaznia, em funo da gesto de riscos. De acordo com as anlises do UNICEF, a sade da criana compreendida como efeito de determinadas condies sociais e econmicas consideradas fundamentais para sua sobrevivncia e bem-estar. A falta de infraestrutura social e as precrias condies de existncia so apontadas como fatores que podem gerar doenas e prejuzos ao desenvolvimento das crianas. Alm disso, o relatrio enfatiza o papel da mulher enquanto me, colocando-a como principal responsvel pela sobrevivncia e educao dos filhos, e a importncia do desempenho da famlia para a garantia do pleno desenvolvimento infantil. Observa-se como as noes de sade e infncia, compreendidas respectivamente como um campo multideterminado e uma etapa da vida que precisa ser protegida e controlada, so utilizadas pelo UNICEF no governo das populaes pobres da regio, capturadas em discursos higinicos que desqualificam as famlias em funo de suas condies de sobrevivncia e de suas prticas de cuidado em relao s crianas. Estes discursos produzem a demanda por uma rede infinda de protees para as famlias que promovem a sade e asseguram a vida, mas implicam em controles que pem em xeque sua autonomia.
Resumo:
Pseudomonas aeruginosa um bacilo gram-negativo, importante patgeno para pacientes neutropnicos, queimados e em condies de ventilao artificial em Unidades de Tratamento Intensivo, onde causam infeco nosocomial. Nestas condies, a infeco pode ser sria e muitas vezes letal. Em pacientes com fibrose cstica, o curso da patologia por P. aeruginosa evolui como uma infeco pulmonar crnica severa, pois a bactria produz diversas toxinas e outros fatores de virulncia responsveis pelo estabelecimento da colonizao persistente do trato respiratrio destes pacientes. A apresentao caracterstica da persistente infeco por P. aeruginosa a produo de alginato mucide e a formao de microcolnias, que considerada a estratgia de sobrevivncia da bactria no meio ambiente, P. aeruginosa crescendo em biofilm altamente resistente a antibiticos, estando usualmente associada com progressiva perda da funo pulmonar. Esta pesquisa realizou uma avaliao epidemiolgica e clnica de portadores de fibrose cstica, colonizados por P. aeruginosa, atendidos no Hospital Universitrio Joo de Barros Barreto, na cidade de Belm, Par no ano de 2003. Foi feito coleta de escarro dos pacientes expectoradores e swab de orofaringe nos demais para estudo microbiolgico realizado no laboratrio microbiologia deste hospital. Foram avaliados 32 pacientes fibrocsticos, distribudos em trs grupos, conforme: ausncia de infeco por P. aeruginosa (G1), infeco pela bactria sem colonizao (G2) e colonizao crnica (G3). Pacientes pertencentes a G3 apresentaram complicaes respiratrias mais frequntes e mais graves que os demais. A ocorrncia de cepas mucidaes de P. aeruginosa foi significativamente mais prevalente neste grupo, onde a doena respiratria se apresentou de forma mais severa. Cepas no-mucides foram identificadas de forma similar nos grupos G2 e G3. Os sintomas respiratrios foram os mais frequntes ao diagnstico. A idade mdia dos pacientes ao diagnstico foi de 7 anos. Condies scio-econmicas adversas, diagnstico tardio, desnutrio e mutao gentica parecem ter favorecido a colonizao e contribudo para ocorrncia de bito no grupo G3.
Resumo:
O artigo objetiva propor um arcabouo terico para analisar programas de desenvolvimento e suas aes em nvel local. Em particular, o artigo destaca dois conceitos-chave que devem ser levados em considerao no processo de implementao de programas de desenvolvimento em nvel local: conhecimento e cultura. O artigo mostra que o entendimento do conhecimento enquanto construo social contrasta com a perspectiva racional e positivista de que este derivado exclusivamente da cincia. O artigo mostra que se desenvolvimento relacionado para a melhoria das condies de vida das pessoas por via de mudanas econmicas e sociais, ento, desenvolvimento mediado e impacta sobre conhecimento e cultura.