4 resultados para Student Learning, Economics Education, Perceptions
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
A dissertação investigou os processos educacionais e as estratégias de municipalização do ensino no MunicÃpio de Breves no Arquipélago do Marajó. Assim, buscou-se identificar as dificuldades para a implementação desse processo, além de compreender as estratégias que as comunidades rurais usam para superarem os problemas polÃtico-pedagógicos das escolas. A pesquisa norteou-se pelo estudo de caso, onde se utilizou de entrevista semi-estruturada com professores, gestores, exgestores, lideranças comunitárias e sindicais; a análise documental de legislação educacional, planos, relatórios e projetos. O estudo aponta que a adesão a municipalização foi cheio de conflito entre o poder público municipal e os educadores por ter sido materializada sem nenhuma forma de diálogo com os educadores e a sociedade civil para esclarecimento sobre as condições polÃticas que se realizaria. Além do mais, constata-se que a municipalização foi o mecanismo utilizado pelo governo central para realizar a descentralização da gestão das polÃticas educacionais, no entanto, verifica-se que a estratégia de superar os problemas educacionais locais ainda não surtiu efeito, ao contrário, o municÃpio assumiu toda a responsabilidade em superar os seus baixos indicadores educacionais. Nesse sentido, é possÃvel inferir que o gestor da época estava mais preocupado com os recursos que o municÃpio passaria a receber, através do FUNDEF hoje FUNDEB, que com a responsabilidade pela qualidade educacional. Isto se verifica ao se analisar os indicadores educacionais do municÃpio, principalmente das escolas do campo em que após a municipalização não se visualiza nenhuma estratégia dos governos locais, tendo em vista universalizar o atendimento educacional, ou polÃticas capazes de oferecer a qualidade educacional à s populações do campo. Os prédios escolares a grande maioria funciona em locais inadequados o que tem prejudicado as condições de trabalho do professor e de estudo dos alunos. Aliado a este problema está a questão do acesso e permanência dos educandos, uma vez que o transporte escolar não atende todas as comunidades. Diante de todos esses desafios, as comunidades rurais, mesmo que de forma individual, tem buscado dialogar com o poder público municipal formas de garantir o atendimento educacional no próprio local. Isso tem levado a constituição de dezenas de escolas no campo mesmo que funcionando em situações precárias em casas de famÃlia, igrejas, barracões comunitários, salões de festas ou até mesmo construindo com seus próprios recursos. No entanto, esta é uma estratégia polÃtica e pedagógica que as comunidades visualizam para garantir a presença do Estado em seus territórios sociais, de forma silenciosa têm buscado legitimar a garantia do direito a educação no campo. Por fim, a pesquisa constitui-se em um momento de reflexão e análise a cerca das condições que a educação vem sendo ofertada aos sujeitos do campo de Breves. Foi um momento de reconhecer e problematizar as experiências educativas para fomentar elementos teóricos e práticos nas discussões de uma educação no e do campo na Amazônia Marajoara.
Resumo:
O presente estudo objetivou analisar as representações sociais das atividades de ensino de ciências de alunos da oitava série, de ambos os sexos, do ensino fundamental do Núcleo Pedagógico Integrado/NPI-Escola de Aplicação de Educação Básica da Universidade Federal do Pará, do ano de 2003/4. Além de investigar os conteúdos partilhados pelos alunos e identificar as contribuições das representações sociais para as atividades de ensino de ciências na prática do ensino de educação em ciências. O princÃpio que orientou essa investigação foi a Teoria das Representações Sociais elaborada por Serge Moscovic em 1961. A Teoria das Representações Sociais é definida por seu criador como o conjunto de conceitos, proposições e explicações originado na vida cotidiana no curso de comunicações interpessoais. Elas são equivalentes, em nossa sociedade, aos mitos e sistemas de crenças das sociedades tradicionais; podem também ser vistas como a versão contemporânea do senso comum. Esse estudo se fundamentou especialmente na Teoria do Núcleo Central proposta por Abric(1994) e colaboradores, que vem sendo desenvolvida ao longo dos anos: Todos os elementos da representação são hierarquizados e situam-se em torno de um núcleo central, constituÃdo de um ou de alguns elementos que dão à representação o seu significado. O desenvolvimento do trabalho incluiu a caracterização dos sujeitos pertencentes a quatro turmas do perÃodo letivo de 2004 num total de 119 sujeitos respondentes. Foi realizada anteriormente, a aplicação de um questionário-piloto que procurou testar e validar as questões nele elaboradas. Tinha como principal objetivo identificar as representações sociais desses alunos a partir da questão: Quais são as representações sociais das atividades de ensino de ciências que os alunos de oitava série possuem? Utilizando a Teoria do Núcleo Central, foi possÃvel perceber as imagens e sentidos na relação das atividades de ensino de ciências e as representações dos alunos, principalmente com a expressão meio ambiente como sua maior manifestação. Além disso, foi percebida a relação dos elementos do universo através de seus componentes, tendo o ser humano como seu elemento integrador. As representações (imagens e sentidos) percebidas sugerem um conjunto de reações positivas e negativas com vistas à transformação do ensino praticado em sala de aula. Os sujeitos propõem um refazer da prática dos membros da comunidade escolar, especialmente à prática dos professores. Esperamos que os resultados deste estudo sejam relevantes para o aprimoramento dos objetivos da educação cientÃfica, pois trazem reflexões importantes para o decisivo processo de melhoria da prática docente.
Resumo:
Este trabalho é uma pesquisa narrativa autobiográfica que busca compreender de que modo as praxeologias matemáticas por mim vivenciadas enquanto professor de matemática e aluno de cursos de formação continuada podem contribuir, impedir, ou mesmo serem neutras, na construção de uma nova praxeologia didática sobre a fórmula de resolução de equações do 2º grau no ensino fundamental. Sob a luz da teoria antropológica do didático, mais precisamente de sua dimensão cognitiva, são exploradas as noções de dinâmica praxeológica e cognitiva de uma pessoa para análise das duas fases da transposição didática interna, realizadas em uma turma da quarta etapa da EJA. Os resultados apontam que o equipamento praxeológico e o universo cognitivo relativos ao objeto matemático em questão contribuem para construção de uma nova praxeologia matemática. Mas o jeito pontual de pensar e fazer em sala de aula pode determinar as ações docentes e não permitir o fazer das conexões entre os objetos matemáticos intencionados na primeira fase da transposição didática interna sobre o objeto de estudo. Há, portanto, que se romper com esse fazer cultural pontual docente e permitir renovar o equipamento praxeológico e cognitivo do professor.
Resumo:
A falta, de concretização de alguns direitos fundamentais, como os sociais de saúde e educação, que demandam certos custos para o Estado, ainda representa um desafio ao constitucionalismo brasileiro. Em decorrência, os tribunais vêm se deparando com demandas relacionadas a materialização dos referidos direitos, tais como pedidos de fornecimento de medicamentos não fornecidos pela rede pública de saúde ou a garantia de matrÃcula de estudante no sistema público de educação. Tratam-se assim de pedidos de ordens judiciais para que a administração pública cumpra seu dever constitucional, através de prestações positivas. Tal fenômeno, incluÃdo por boa parte da doutrina dentro do que se convencionou chamar de "judicialização da polÃtica" não está isento à criticas. Em seu desfavor, argumenta-se que (1) o Judiciário está agredindo o princÃpio da separação de poderes, haja vista que a função administrativa, com sua discricionariedade, deve ser preservada com o Executivo não devendo na mesma se imiscuÃrem os magistrados, sendo-lhes defeso interferir em polÃticas publicas; (II) não há legitimidade democrática dos juÃzes, pois os mesmos não foram eleitos pelo povo; (III) o Judiciário não está preparado e tecnicamente capacitado para tal tipo de demanda; (IV) por envolver prestações positivas e assim necessidade de recursos públicos para a sua concretização, uma, determinação judicial nesse sentido contrariaria o princÃpio da legalidade e anterioridade orçamentária e encontraria sérios óbices em sua concretização pela reserva do possÃvel. O presente estudo se propõe não só a analisar os referidos argumentos, como também examinar as fronteiras do sistema jurÃdico e do polÃtico, para concluir pela legitimidade ou não de tal conduta judicial, bem como a análise da natureza, do alegado caráter programático e da difÃcil delimitação dos direitos sociais e sua proteção judicial, ou seja, se procura, em sÃntese, examinar o papel do judiciário brasileiro no problema da efetivação dos direitos sociais, como garantidor do mÃnimo existencial.