4 resultados para Serrasalmidae

em Universidade Federal do Pará


Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a biologia reprodutiva, fator de condição e ecologia alimentar da piranha Serrasalmus gouldingi em relação a variações fluviométricas de rios afogados da região do baixo Rio Anapu, Amazônia Oriental, Pará, Brasil. Foram analisados 275 exemplares coletados bimestralmente de julho 2010 a maio 2011. Após coletados, os indivíduos foram mensurados quanto ao comprimento total, massa total e eviscerados para obtenção da massa da gônada e do estômago. As gônadas foram verificadas histologicamente quanto ao sexo e estágio de maturação, e os estômagos avaliados através da identificação do conteúdo estomacal. Quanto aos aspectos reprodutivos, a proporção sexual observada não diferiu de 1:1 para o período estudado como um todo, enquanto que para os diferentes períodos amostrados, verificou-se o predomínio de fêmeas durante os períodos transicionais de enchente e vazante. A espécie apresentou uma desova do tipo parcelada com dois picos de atividade reprodutiva nos períodos que antecederam os principais aumentos na fluviometria local. O L50 foi estimado em 12,24cm para machos e 16,13cm para fêmeas. O crescimento da espécie mostrou-se do tipo alométrico positivo, com um maior incremento de peso em relação ao comprimento e um fator de condição que, quando analisado ao longo do período amostrado, apresentou um decréscimo principalmente durante o período de desova. A dieta de S. gouldingi foi composta de 32 itens, agrupados em 10 categorias alimentares. Baseado em sua composição os resultados indicaram uma dieta onívora com forte tendência à piscivoria com um predomínio no consumo da categoria fragmentos de peixe, seguida por frutos e sementes e artrópodes alóctones. Diferenças na composição da dieta foram verificadas entre diferentes períodos hidrológicos, contudo, não houve diferença entre o sexo e estágio de maturação. Para o índice de repleção, machos e fêmeas apresentaram um mesmo padrão de variação, mostrando uma alimentação mais intensa durante os períodos de aumento do nível dos rios, e uma atividade menos intensa durante os períodos transicionais de vazante e enchente. A espécie também demonstrou variação em sua especificidade alimentar com uma dieta mais especialista durante o período de cheia, atribuída ao consumo quase que exclusivo de frutos e sementes.

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

O Estado possui condições favoráveis para o desenvolvimento da piscicultura, que se constituirá numa alternativa para a produção de proteínas de origem animal, capaz de auxiliar na redução dos acentuados déficits encontrados na dieta alimentar da população paraense de baixa renda, assim como, minimizar os problemas pontuais causados pela sobrepesca e poluição química. E as várzeas da Amazônia brasileira, constituem-se então, num grande potencial para o desenvolvimento da piscicultura racional, mantendo a sustentabilidade do ecossistema através de tecnologias de manejo, em substituição aos métodos extrativistas tradicionais e predatórios. Um dos principais entraves da piscicultura é o elevado custo a ração que chega a compor até 80% do custo total da atividade, visto que não existe uma dieta com produtos regionais que baixasse esse custo, O custo das rações extrusadas ofertadas na região extrapola o limite da economia, devido principalmente à agregação do frete, vista a escassez das indústrias locais, assim como os altos preços dos principais insumos, notadamente em se tratando da fração protéica que é mais onerosa da dieta. Com base nessa realidade, a região Amazônica lança mão de subprodutos da agroindústria de fácil aquisição e baixo custo, para minimizar os gastos com a piscicultura e garantir a presença do peixe na mesa da população, que é o alimento mais consumido. No experimento a espécie utilizada foi o tambaqui, Colossoma macropomum é uma espécie ideal para piscicultura em área de várzea em virtude da sua rusticidade. Com isso o estudo de dietas alternativas possibilita um cultivo que viabilize economicamente a prática. O experimento foi realizado na área de várzea da UFRA, onde foram submetidos a 3 tratamentos, onde: V1) foi ministrado ração extrusada 28% P.B.; V2) ração comercial extrusada 28% parcelada com massa de mandioca branca e V3) foi ministrado massa de mandioca branca. Ao final do experimento observou-se que o viveiro onde foi ministrado ração comercial apresentou melhor desempenho zootécnico, porém o viveiro 2 onde foi ministrado ração comercial extrusada 28% parcelada com massa de mandioca branca apresentou um desempenho similar ao anterior, obtendo consumo 50% menor de ração extrusada.

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

O gênero Tometes Valenciennes, 1850 foi descrito originalmente para abrigar a espécie-tipo T. trilobatus, por apresentar dentes incisiformes bi- a tricuspidados. No entanto, o gênero foi colocado como sinonímia de Myleus Müller e Troschell, 1844 onde ficou por aproximadamente um século e meio até a sua revalidação. A revalidação do gênero e da espécie-tipo propiciou a descrição de outras duas espécies, T. lebaili e T. makue. O presente estudo apresenta uma revisão taxonômica de Tometes para o escudo das Guianas onde as três espécies nominais são reconhecidas válidas e aqui re-descritas, e uma nova espécie para a bacia do rio Trombetas foi caracterizada, ampliando a diversidade e a área de distribuição do gênero. Dentre as características principais de diagnose das espécies foi observado: T. trilobatus é diagnosticado dos demais congêneres por apresentar dentes no dentário e pré-maxilar com cúspide central com cume baixo e arredondado (vs. dentes com cúspide central ou cúspide principal com cume alto e agudo). T. lebaili é diferenciado por apresentar boca oblíqua orientada dorsalmente (vs. boca terminal). T. makue possui o menor número de espinhos na serra pré-pélvica, sempre entre 0 e 9 espinhos pré-pélvicos (vs. mais de 9 espinhos pré-pélvicos). Já a espécie nova apresenta o perfil dorsal do neurocrânio com uma suave concavidade ao nível da barra epifiseal e tamanho de escamas irregulares sobre o flanco (vs. perfil dorsal do neurocrânio retilíneo e escamas de tamanho regular sobre todo o flanco). Todas as espécies de Tometes são estritamente reofílicas e ocorrem exclusivamente nas zonas encachoeiradas dos rios de escudo, biótopos complexos, frágeis e ameaçados por ações antropogênicas. As conclusões deste estudo destacam o desafio urgente quanto à compreensão das relações espécies/habitat.

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

Uma espécie nova de Serrasalmidae, Tometes camunani, é descrita para as drenagens superiores da bacia do rio Trombetas, estado do Pará, Brasil. A espécie nova distingue-se dos congêneres pela presença de uma ligeira concavidade no neurocrânio na altura do frontal (vs. concavidade ausente, perfil dorsal do neurocrânio reto). Também pode ser adicionalmente distinguido dos seus congêneres por possuir dentes com a cúspide central mais alta e cume agudo (vs. cúspide central mais baixa e com cume arredondado em T. trilobatus), a boca terminal (vs. boca orientada para cima em T. lebaili), e 12-26 espinhos pré-pélvicos (vs. 0-9 em T. makue). A espécie nova é estritamente reofílica, como as demais espécies de Tometes, e ocorre exclusivamente nas zonas encachoeiradas dos rios de escudo, biótopos complexos, frágeis e ameaçados por ações antropogênicas. Uma chave de identificação para as espécies do grupo Myleus é apresentada.