Effect of coastline properties and wastewater on plankton composition and distribution in a stressed environment on the north coast of Olinda-PE (Brazil)

Foi realizado um estudo sobre a estrutura das comunidades planct��nicas ao longo das praias de Casa Caiada e Rio Doce (Pernanbuco, Brasil). A ��rea de estudo sofre grande influ��ncia antr��pica onde as condi����es ambientais s��o controladas pela presen��a de estruturas costeiras, reduzindo a intensidade da circula����o neste ambiente; e pelos efluentes clandestinos de esgoto que aportam ��guas polu��das para dentro do sistema protegido. Os resultados obtidos indicam que nas zonas protegidas as ��guas apresentam alta turbidez, temperaturas elevadas, salinidades reduzidas e altas concentra����es de nutrientes e oxig��nio. Estas condi����es s��o respons��veis pela redu����o da diversidade do pl��ncton e pelo aumento da biomassa das esp��cies mais resistentes. As diferen��as registradas com respeito a ��reas similares, por��m n��o impactadas, parecem indicar que a estrutura planct��nica pode ser usada como um indicador da qualidade ambiental, sugerindo uma baixa qualidade das praias em estudo.

P��e tapioca, p��e farinha d�����gua?: gastronomia do a��a�� e identidade socioespacial e cultural na Grande Bel��m

O presente trabalho teve como objetivo principal analisar as mudan��as nas formas de venda e consumo do a��a�� na Regi��o Metropolitana de Bel��m (RMB), e sua rela����o com a identidade de lugar de seus consumidores. O interesse pelo tema teve origem na observa����o da ocorr��ncia da globaliza����o do a��a��, alimento base da dieta das popula����es amaz��nicas de origem ribeirinha que hoje �� largamente consumido fora da Regi��o Amaz��nica, em padr��es muito diferentes daqueles nela estabelecidos. A escolha da RMB como l��cus de pesquisa se justifica pelo fato de que nela se concentra alto consumo de a��a��, nos padr��es tradicionais e nos modernos, suscitando questionamentos sobre os efeitos dessa conviv��ncia na vida cotidiana dos que a habitam. Teoricamente, a pesquisa articula a defini����o de identidade de lugar de Abe-Lima (2012) com as elabora����es de Henri Lef��bvre (1991) sobre a vida cotidiana no mundo moderno e com teoria dos circuitos econ��micos de Milton Santos (2008). Metodologicamente, foi adotada uma estrat��gia multim��todos, envolvendo pesquisa documental, um painel de especialistas com 5 entidades de acompanhamento da produ����o de a��a��, observa����es pautadas na etnografia urbana em 9 locais de venda e entrevistas semiabertas com 40 consumidores de a��a��, maiores de 18 anos e residentes na RMB, recrutados por meio de cadeia tipo bola de neve. Al��m dos roteiros de entrevistas, foram utilizados como estrat��gias de coleta de dados di��rios de campo e fotografias. O conjunto dos dados foi submetido �� t��cnica da an��lise de conte��do tem��tica, com eventual apoio do software QDA Miner Lite. Os resultados situaram a globaliza����o do a��a�� em meados da d��cada de 1990, momento de intensifica����o dos efeitos da metropoliza����o em Bel��m, como o aumento populacional, a segrega����o espacial e a imposi����o de um ritmo de vida mais acelerado. As an��lises apontaram que tal processo significou a entrada do a��a�� no circuito superior da economia, com um processo produtivo mais organizado, utilizando mais tecnologia e envolvendo maiores volumes financeiros, atingindo escala industrial. No entanto, prevalece na RMB o processamento artesanal, em estruturas de pequeno porte, constru��das em alvenaria, de organiza����o simples e controle financeiro ausente. O consumo p��blico aumentou, com grande n��mero de locais especializados na oferta de a��a��, em car��ter de entretenimento, sendo incipiente a ades��o a novos acompanhamentos, como granola e aveia. A prefer��ncia pelos acompanhamentos tradicionais, como farinha d�����gua ou de tapioca, a����car e peixe, permanece, assim como pelo consumo privado, no ��mbito da casa, que tem sido favorecido pela disponibilidade do servi��o de entrega, recurso recente. A frequ��ncia geral de consumo diminuiu, em fun����o do aumento de pre��o e de mudan��as na rotina, como aumento da dist��ncia entre local de trabalho e resid��ncia. A pesquisa permitiu reafirmar a import��ncia do a��a�� na vida cotidiana dos belenenses que o consomem, para os quais ele funciona como elemento de distintividade, continuidade, autoestima e autoefic��cia, em estreita rela����o com aspectos pr��prios da metr��pole. Por esse motivo, torna-se preocupante que o acesso a a��a�� de qualidade, nos padr��es desejados pelos indiv��duos, esteja tornando-SE privil��gio inacess��vel aos consumidores de menor poder aquisitivo. Assim, espera-se que o conjunto de dados contribua para a compreens��o da import��ncia de pol��ticas p��blicas voltadas ao a��a�� que considerem melhor as demandas daqueles que o consomem.

"Nem parece que tem quilombola aqui": (in) visibilidade da identidade quilombola no processo formativo da CFR do Territ��rio Quilombola de Jambua��u Pe. S��rgio Tonetto

Registros hist��ricos indicam que desde 1850 a regi��o do Rio Mujo foi ocupada por antigos mocambos. Dessas ocupa����es originaram-se 20 comunidades quilombolas, das quais 14 comp��em o Territ��rio Quilombola do Rio Jambua��u, no Munic��pio de Moju-PA. Ao longo da forma����o dessas comunidades, os moradores que ali residem t��m vivenciado in��meros conflitos, no tocante �� preserva����o de suas terras, que v��o da tentativa de repress��o e destrui����o dos antigos mocambos, no s��culo XVIII, �� invas��o e grilagem de terras nos dias atuais. A finalidade desta pesquisa �� analisar como a Identidade Quilombola, efetivada por meio dessas lutas, �� incorporada ao processo formativo da Casa Familiar Rural Pe. S��rgio Tonetto, dado ao seu contexto de forma����o: conflito entre quilombolas do Rio Jambua��u e a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), no momento de instala����o de um mineroduto para o transporte de bauxita, ao longo de 15 km do Territ��rio, o que tem provocado destrui����o de ro��as, florestas de castanheiras e assoreamento de rios e igarap��s. Nessa perspectiva, a presente pesquisa abordar�� a luta pelo direito �� terra e �� educa����o como um elemento essencial nesse processo, revelando os contextos de aproxima����es entre Educa����o do Campo, Quilombos e a Identidade Quilombola. Os procedimentos metodol��gicos que norteiam a inser����o em campo est��o baseados em entrevistas e observa����es sistem��ticas, realizados na comunidade com os sujeitos, e an��lise do Projeto Pol��tico-Pedag��gico da CFR, a partir de uma abordagem qualitativa de car��ter descritivo. Para analisar as falas dos sujeitos quilombolas de Jambua��u, procedeu-se a an��lise de conte��do das entrevistas. A referida pesquisa revelou que a Identidade Quilombola �� invisibilizada no processo formativo da CFR Pe. S��rgio Tonetto, assim como aponta para descaracteriza����o da Pedagogia da Altern��ncia no processo formativo em an��lise. As perspectivas do presente estudo apontam para o fortalecimento da Identidade Quilombola no processo formativo dos quilombolas do Jambua��u, na CFR ���Pe. S��rgio Tonetto���.