9 resultados para Oral narratives

em Universidade Federal do Pará


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Esta dissertação corporifica o trabalho de pesquisa pautado na identificação e análise dos processos identitários presentes nas práticas discursivas de professores de licenciatura da Universidade Federal do Pará. O trabalho investigativo foi balizado por uma questão/problema orientada a levantar que posições identitárias são vivenciadas por docentes em sua trajetória de vida e percurso profissional. O principal objetivo deste estudo, portanto, foi verificar de que forma se processa a movimentação identitária de docentes durante a sua trajetória de formação e atuação. O aporte teórico e metodológico foi orientado por contribuições foucaultianas e larroseanas que permitiram o exercício de problematização, questionamento, desconstrução e atribuição de sentido às narrativas coletadas. Permitiram, ainda, entender a docência como um campo perspectivado e as identidades como dispositivos marcados pela diferença. Foram coletadas informações a partir da discursividade produzida em narrativas de dois professores de licenciaturas do Campus Universitário de Castanhal. Dentre os resultados mais significativos se encontra o de que a atuação de docentes na UFPA os coloca em lugares bastante diversificados, sendo eles, em todo momento, interpelados por um processo discursivo que tenta impor-lhes identificações e posturas a serem seguidas, bem como, condicionamentos sobre quem deve ser e que identidades assumir. Entende-se ser necessário refazer, reinventar, desconstruir e construir outras identidades e outros papéis à docência nos jogos de poder/saber.

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Investiga o uso de descrições nominais anafóricas em narrativas orais, mais precisamente, a relação existente entre o uso dessas formas e as partes que constituem a estrutura da narrativa. Observamos as funções que as descrições nominais anafóricas exercem em decorrência dessa relação, bem como a orientação argumentativa que tais expressões imprimem no discurso do narrador. Para esse empreendimento, seguimos um percurso teórico no qual discutimos conceitos de narrativa oral, definimos estrutura da narrativa e problematizamos referenciação, anáfora e as estratégias de referenciação com núcleos nominais, entre as quais destacamos as descrições nominais. Para os estudos da narrativa oral e sua estrutura, recorremos, de modo particular, aos estudos de Labov (1972). Quanto à referenciação, anáfora e estratégias de referenciação, seguimos os postulados de Marcuschi (2005; 2007), Koch (1996; 2001; 2004; 2005; 2006; 2008), Mondada e Dubois (2003) e Lima (2004). O corpus deste estudo é constituído por dez narrativas orais gravadas em vídeo e, posteriormente, transcritas. Os informantes são vigilantes noturnos que atuam no centro de Castanhal (PA). Fazemos, a partir de nossa análise, uma classificação das funções que as descrições nominais anafóricas exercem nas diferentes partes da narrativa. Propomos, outrossim, uma classificação dessas formas, levando em consideração seus diferentes graus de argumentatividade.

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O presente estudo analisa narrativas orais e histórias de vida de migrantes nordestinos que estabeleceram residência na chamada Amazônia Paraense, mais precisamente, na região denominada Bragantina, no município de Igarapé Açu. Para tanto, usamos categorias como Memória e Migração, bem como sua relação com Cultura e Cultura Popular e como estas se inserem na Literatura Popular ou Literatura Oral dessa região. Acreditamos que a oralidade muito tem contribuído para a solidificação da Cultura Popular e sua diversidade, porém isto não é considerado. Vale ressaltar que este trabalho apresenta-se como uma contribuição para o entendimento dessa enorme diversidade cultural existente na região a partir dos fluxos migratórios ocorridos. Coletamos narrativas de migrantes que moram no município de Igarapé Açu, na tentativa de compreender toda essa gama cultural e efervescente, que é própria de regiões onde a migração é forte. A memória também tem contribuído de forma significativa para os estudos relativos à oralidade, e seus traços culturais resultantes dela.

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Este estudo, inserido no Projeto IFNOPAP (UFPA), apresenta os resultados de uma pesquisa em análise de narrativas orais do caboclo de Santa Cruz do Arari, que servem, simultaneamente, como fonte e transmissão do conhecimento empírico produzido pelo homem rústico e sua relação com o meio ambiente. Sob o título “Narrativas orais: cultura e identidade em Santa Cruz do Arari” buscam-se desvelar a teia simbólica que entrelaça aspectos ligados à sexualidade, à moralidade e à religiosidade ― preceitos ideológicos que consubstanciam a cultura e a memória constituintes da base identitária da sociedade, por conseguinte, presentes nas narrativas orais “Cobra Custódio”, “Boto-mirim” e “Bode Cheiroso”. O locus da pesquisa é o município de Santa Cruz do Arari, situado na ilha do Marajó. Essas narrativas foram analisadas sob as perspectivas dos seguintes teóricos: Gilbert Durand (1997), Mircea Eliade (1991), Walter Benjamin (1994), Paul Zumthor (1993), Ecléa Bosi (1994), Michael Pollak (1992), Paes Loureiro (1995) e Clifford Geertz(2011). Teóricos que nortearam o viés reflexivo desse estudo.

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Este trabalho trata da dinâmica do processo de formação e desenvolvimento de povoados ao longo do curso do rio Caraparu no contexto da primeira metade do século XX, mais precisamente no período de 1912 a 1950, localizados ao sul do atual Município de Santa Izabel do Pará. O objetivo é relacionar a produção agro-extrativa e o comércio de batelões, com a utilização do rio Caraparu, enquanto estrada fluvial. Até 1950 essas populações viviam às margens do referido, e por isso construíram um imaginário de crenças em seres do fundo e do âmago da mata, o que associa com as práticas da pajelança cabocla, ao mesmo tempo em que praticavam o catolicismo de devoção aos santos. Para alcançar o objetivo, optamos em utilizar as técnicas e os procedimentos da história oral, trabalhando na coleta de narrativas nas comunidades de Boa Vista do Itá e vila de Caraparu, ao mesmo tempo em que procedemos à garimpagem de documentos escritos. A proposta é trabalhar as narrativas vindas da oralidade, com fonte indiciária, ou seja, fornecendo as evidências dos fatos, para então fazermos a coleta das outras formas de fontes. A partir do entrecruzamento das fontes, busca-se compreender as complexas relações que tais populações construíram como a relação entre a economia de pequena escala e uma religião popular, típica de áreas rurais, compostas por populações ditas tradicionais.

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O presente trabalho descreve características da linguagem, em especial de alguns dos aspectos discursivos, de idosos com envelhecimento saudável, com declínio cognitivo senil, ou com doença de Alzheimer leve e moderada. Foram avaliados um total de 44 idosos sendo 22 saudáveis, 4 com declínio cognitivo senil, 9 com doença de Alzheimer leve e 9 com doença de Alzheimer moderada, classificados pelos critérios do CDR. Foram aplicados os testes neuropsicológicos do mini exame do estado mental, nomeação de Boston resumido, fluência verbal e narrativa por confronto visual (figura do roubo dos bolinhos). Foram estimados os desempenhos nos testes selecionados e aplicada a avaliação dos relatos pelos critérios propostos por Groves-Wright (2004) assim como foi feita a tipificação da narrativa. Tratamento estatístico paramétrico determinou os valores de média, erro-padrão e o nível de significância das diferenças entre as médias foi fixado para valores de p<0.05. Em seguida foi realizado inventário e análise do léxico e das categorias gramaticas das narrativas, e realizada análise paramétrica a partir dos escores Z, através do programa STABLEX. Encontrou-se que a fluência verbal semântica é melhor nos idosos saudáveis quando comparados aos com declínio cognitivo leve. As narrativas mostraram diferenças estatisticamente significantes entre os idosos saudáveis e os com declínio cognitivo leve nas análises de frequência de uso do vocabulário e das categorias gramaticais como um todo, e também entre saudáveis e todos os demais grupos nas análises de cada uma das categorias gramaticais. A análise do vocabulário e das categorias gramaticais permitiu identificar comprometimentos da função narrativa medida pelo tipo de vocabulário e pelas categorias gramaticais preferidas ou rejeitadas. Os resultados contribuem para distinguir as características da narrativa de idosos saudáveis, daquelas de idosos com declínio cognitivo leve ou com Alzheimer leve ou moderado, apontando alterações que possivelmente são indicadores precoces que podem ser usados para avaliar o curso temporal da doença.

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A metamorfose, de acordo com Jean Chevalier e Alan Gheerbrant, é definida neste estudo como a transformação física e/ou comportamental de um ser em outro, sem a perda da identidade e ciência do primeiro ser. Esta transformação é um fenômeno recursivo em diversas mitologias e culturas. O presente trabalho tem por objetivo estabelecer, numa abordagem comparativa, as correlações e diferenças entre o tema da metamorfose recorrente nos mitos gregos relatados por Homero, em sua Odisseia, nos mitos gregos descrevidos pelo poeta latino Publius Ovidius Naso, conhecido como Ovídio, em sua obra Metamorfoses, nos cinco primeiros livros, e entre as narrativas orais que referem casos de metamorfoses ocorridos no município de Belém do Pará, inventariadas no período de 1994 a 2004. Foram consideradas as obras Odisseia e Metamorfoses por serem ambas, respectivamente, expoentes da literatura ocidental de uma Grécia dos séculos VIII a VII a.C e de uma Grécia do século I d.C retratada pelo poeta latino Ovídio, e que carregam o tema da metamorfose. Isto porque o estudo prévio ratifica a formação de índices míticos não somente nas narrativas da mitologia grega, mas também nos casos de metamorfoses oriundos de Belém. Em todo o caso, nota-se a configuração espaço-temporal como entidades que sedimentam e organizam o mundo mítico, articulando tais dimensões a representações no mundo físico-espiritual. O tema da metamorfose, contudo, é conformado de forma diferenciada, conforme o contexto histórico-cultural de cada narrativa, o que é refletido na multiplicidade de símbolos e sentidos perseguidos por cada narrativa. A fim de enriquecer o estudo dos símbolos e do contexto histórico-geográfico dos mitos gregos abordados, utilizam-se como fonte complementar os manuais de Junito Brandão, a saber, a obra Mitologia de Junito Brandão, nos volumes I, II e III, bem como os dois volumes do Dicionário Mítico-Etimológico da Mitologia Grega. Para uma análise comparativa mais eficaz, precisou-se ir além do estudo contextual de produção e representação dos códigos subjacentes a cada narrativa, pois o mito, nas palavras de Ernest Cassirer, é experimentado na consciência, porém é anterior a ela; o homem vive o mito, logo, o mito é anterior ao homem, posto que à medida que toma consciência de sua existência e das relações que tece com o mundo, o homem se vale do mito para estabelecer relações de valor e sentido, bem como representações para singularizar suas experiências. Trata-se, portanto, de uma questão filosófica de vital importância, por isso, buscou-se, para este estudo lítero-narratológico, os fundamentos da Filosofia da mitologia, junto a considerações de uma Antropologia cultural, associado ao levantamento contextual-histórico do cosmo que constitui cada narrativa, a fim de lançar bases elucidativas sobre as relações do homem com seu mundo a partir de determinadas transformações. Sob este foco, diante da pesquisa prévia das narrativas que serão analisadas, percebeu-se que as metamorfoses apresentavam maiores ocorrências quando: 1) simbolizavam o mal na figura dos metamorfoseados; 2) apresentavam motivações de cunho sexual e 3) consistiam em explicações para acontecimentos do mundo físico-espiritual. Trata-se de uma divisão metodológica que objetiva viabilizar a organização e visualização do estudo comparado. Conclui-se, então, que além de possibilitar a leitura e o conhecimento dos mitos gregos e de relatos da Amazônia pelos símbolos constituídos na consciência mítica, este estudo pode servir como uma base para verificação do exercício literário da linguagem criadora por meio do narrar, bem como ampliar a compreensão do que seja e faz a consciência humana enquanto arrimo para a difusão de comportamentos e crenças compartilhados pelo indivíduo em sociedade.

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A presente pesquisa tem como tema o estudo perceptual da prosódia como elemento de segmentação de narrativas orais espontâneas e visa confirmar, ou não, se a prosódia facilita ao ouvinte leigo e inexperiente perceber a estrutura do texto narrativo. Este estudo investiga se a diferença de tom é um elemento prosódico relevante. A dissertação tem como corpus quatro narrativas espontâneas, as quais fazem parte do corpus analisado por Oliveira Jr.(2000), autor do projeto que inspirou esta pesquisa. Para saber se os participantes são capazes de delimitar a estrutura narrativa, baseando-se apenas no aspecto perceptual, conduziu-se um teste de percepção com 112 voluntários, recrutados na Universidade Federal do Pará e na Universidade Federal de Alagoas. Coube aos participantes a tarefa de indicar os pontos em que o falante teve a intenção de finalizar uma unidade comunicativa nas narrativas. A interpretação sobre unidade comunicativa foi subjetiva. Apresentou-se cada narrativa em quatro condições diferentes, a saber: (i) transcrição sem marca de pontuação e sem paragrafação; (ii) transcrição da narrativa acompanhada de áudio ; (iii) narrativa somente em áudio e (iv) áudio filtrado da narrativa, resultando numa versão deslexicalizada (fala ininteligível), mas com preservação da estrutura prosódica do discurso. Nas duas primeiras condições, a segmentação foi no texto transcrito, com barras transversais (/); nas demais, utilizou-se um programa de computador chamado ELAN. A análise dos dados obtidos baseou-se em tabelas, gráficos, análise estatística (teste do Qui-Quadrado), análise acústica (utilização do Programa PRAAT). Os resultados sinalizam que a prosódia ajuda o ouvinte leigo a perceber a estrutura básica do discurso narrativo. Com relação ao peso do Pitch Reset para auxiliar os ouvintes na demarcação de fronteiras, pode-se dizer que o teste estatístico do Qui-Quadrado encontrou evidências que lhe atribui essa função. Assim, neste contexto, ratifica-se o relevante papel da prosódia para o reconhecimento da estrutura de narrativas orais espontâneas e identifica-se o reflexo do peso da diferença de tom na percepção dos participantes.

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O presente trabalho tem como objetivo averiguar de que forma os acadêmicos do curso de licenciatura em língua inglesa, em caráter intensivo do Campus de Altamira da Universidade Federal do Pará, apreendem práticas autônomas, utilizando as estratégias de aprendizagem para melhoria da prática oral. No retorno à academia, depois dos períodos sem aulas, os alunos relatam sentirem-se incapazes de participar efetivamente das aulas expondo suas ideias oralmente. Deste modo, a proposta desta pesquisa é atuar em prol de mudanças que levem a um aprimoramento das práticas de produção oral por meio da instrução das estratégias de aprendizagem. A metodologia utilizada é a pesquisa ação de abordagem qualitativa. Os dados foram coletados por meio de narrativas, questionários e entrevistas semi-estruturadas. Participaram desta pesquisa oito de 24 alunos. Eles cursavam o segundo ano da graduação. A coleta de dados foi realizada nos períodos de julho e agosto de 2011 e janeiro e fevereiro de 2012. Os resultados mostraram que a instrução das estratégias foi relevante para que os alunos se tornassem mais conscientes e mais proficientes na prática da oralidade durante e após o período sem aulas. Além disso, alguns alunos passaram a utilizar outras estratégias de maneira autônoma. Alguns deles também passaram a ensiná-las a outros aprendentes. Outros alunos continuaram utilizando as mesmas estratégias anteriores à instrução.