45 resultados para Negros Identidade racial

em Universidade Federal do Pará


Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

Esta pesquisa teve como objetivo identificar os aportes tericos que fundamentam a obra de Kabengele Munanga, caracterizar a concepo de identidade negra na obra do autor e suas contribuies para a educao brasileira. Para atingir esses objetivos traamos como caminho metodolgico uma pesquisa bibliogrfica para a anlise de duas obras selecionadas que tratam especificamente sobre a construo da identidade negra. Pesquisamos tambm, a produo bibliogrfica realizada por pesquisadores brasileiros e estrangeiros que tratam das relaes raciais, da construo da identidade negra e suas implicaes no contexto educacional brasileiro, na medida em que as mesmas possuem relao com a obra de Kabengele Munanga. Optamos em trabalhar analiticamente os conceitos nas obras pesquisadas, a partir do aporte de Pierre Bourdieu, no cerne de suas discusses sobre o conceito de Poder e Violncia Simblica. Observamos tambm, os aspectos terico-metodolgicos da Anlise do Contedo presente na obra de Laurence Bardin e seus direcionamentos quanto identificao das categorias de anlise a serem pesquisadas. A escola compreendida como uma instituio social geradora de valores e reprodutora cultural, portanto, torna-se de fundamental importncia a ao da escola no repdio a qualquer discriminao, seja ela por raa, etnia, classe social, gnero, religio, ou idade. A pesquisa possibilitou-nos perceber que a trajetria de discriminao, segregao e negao identitria do negro em todas as instituies de socializao, inclusive na escola, o que suscita o debate acerca de iniciativas para a afirmao de seus direitos, no acesso educao em todos os nveis; visto a centralidade da importncia da educao na mudana de um contexto socialmente desfavorvel para os negros, como o brasileiro. A negao da identidade negra se caracteriza como fato histrico desde o Brasil colnia e tem sido recorrente em omisses curriculares que se materializam em silenciamentos a respeito deste objeto de estudo e da cultura africana, todavia, os educadores no tm recebido uma formao especfica para lidar com a diversidade tnico-cultural, nem com questes raciais envoltas em seus cotidianos escolares.

Relevância:

80.00% 80.00%

Publicador:

Resumo:

Estudos sobre processos identitrios tm tido grande visibilidade em trabalhos desenvolvidos em vrias reas do conhecimento (Psicologia, Antropologia, Cincias Sociais, Psicanlise etc.). Esses estudos referem-se ao vnculo entre as pessoas e aglutinam temas importantes, tais como: os mecanismos das identificaes e a gesto dos laos sociais. Escolhemos pesquisar um acontecimento extremamente atual, porque nos permite dar visibilidade a situaes at l..'ltagnicas relativas s experincias identitrias. Com a promulgao da Constituio Federal de 1988, algumas comunidades negras rurais, foram remetidas, efetivamente, a uma situao singular: para obter os benefcios da Lei, que prev a titulao das terras ocupadas por remanescentes dos antigos quilombos, seria necessria uma "identidade quilombola". Esta situao produz algumas questes: como aceder a uma "identidade"? Que reverberaes isso provoca? Optamos por pesquisar a comunidade negra rural de Abacatal (PA), j reconhecida como quilombola desde 1999, com o intuito de pr vista algumas vicissitudes dos processos identitrios a implicados. Entrevistamos 12 moradores da comunidade, 5 homens e 7 mulheres, entre 27 e 68 anos, l residentes h pelo menos 13 anos, ou seja, todos participantes do processo de titulao das terras. Ao final, foi possvel destacar: a) as identificaes que foram evocadas e remetidas aos antepassados escravos ou ao mito de origem da comunidade (que conta a histria da unio entre um conde e sua escrava); b) os benefcios que tiveram os moradores com a auto-identificao como quilombolas; c) os vrios sentidos de ser "negro qui lombo Ia", dentre os quais, no se reconhecer quilombola quando isto significa ser "negro fugido". Conclumos que esses processos identitrios, vividos nesta comunidade e por cada um de ns, pemitindo-nos a denominao de humanos, , como afirma Costa (2000), o que nos mantm vivos e nos d gosto de viver.

Relevância:

30.00% 30.00%

Publicador:

Resumo:

Este trabalho faz uma abordagem do tema educao e relaes raciais, tendo como objeto de investigao as relaes sociais que os alunos negros estabelecem dentro do espao escolar, a partir de suas representaes. Para tal intento, adotamos, alm das formulaes de Pierre Bourdieu (1980, 1982, 1983,1998, 1999,2002) sobre as relaes sociais, um dilogo com a teorizao de Roger Chartier (1991, 1994) na discusso das representaes como classificaes responsveis pela organizao e apreenso do mundo social (CHARTIER, 1991). Tais aportes sero lidos em correlao com os estudos contemporneos sobre as relaes raciais e a educao (CAVALLEIRO, 2000, 2001, 2005; COELHO, 2003, 2006, 2007, 2009; GOMES, 2001, 2003, 2005, 2006). A partir das relaes que permeiam o universo das representaes e da proposio de Telles (2003) - ao considerar as escolas como os locais mais importantes para examinar a discriminao racial - pretendemos desenvolver uma anlise objetivando investigar que representaes os alunos negros possuem acerca das relaes sociais que estabelecem em sua escola. A efetivao desse estudo ocorreu junto a alunos de 7a e 8a sries, em duas escolas de Ensino Fundamental, situadas no municpio de Ananindeua, integrante da regio metropolitana de Belm. Para o tratamento dos dados obtidos por meio da observao, aplicao de questionrios e reunies de Grupos de Discusso no lcus de investigao, adotamos algumas tcnicas da Anlise de Contedo (BARDIN, 1977) dada a possibilidade da obteno de uma leitura que realce outros sentidos que esto subjacentes s mensagens, atendendo assim ao objetivo deste trabalho.

Relevância:

30.00% 30.00%

Publicador:

Resumo:

Este estudo, a partir da descrio da trajetria acadmica da professora Florentina da Silva Souza, apresenta como se deu a entrada dos pesquisadores negros na universidade nos cursos de Ps-Graduao. Buscou-se a partir da trajetria da pesquisadora compreender como os estudos desenvolvidos por intelectuais negros repercutem na luta contra a discriminao racial no Brasil, identificando algumas dificuldades encontradas pelos negros no espao acadmico ao trazer a questo racial como objeto central de suas anlises. O recorte temporal da pesquisa centra-se no final da dcada de 1970 e as dcadas de 1980 e 1990, perodo em que o Brasil entra em um processo de redemocratizao, posterior a ditadura militar, momento em que o movimento negro se reorganizou e desenvolveu-se pressionando o governo para que a questo racial passasse a fazer parte da agenda poltica. Para descrever a trajetria acadmica da professora Florentina da Silva Souza foi utilizado como aporte terico s noes conceituais de Bourdieu (2008, 2009) mais especificamente habitus, campo e capital cultural, a fim de compreender as escolhas que direcionaram a vida da pesquisadora em termos profissionais. Como aporte metodolgico, utilizou-se a Biografia e Contexto, desenvolvida por Giovanni Levi (2006), que ocorre quando se relaciona as particularidades da biografia e destaca-se a poca, o meio ambiente, fatores capazes de justificar as atitudes de Florentina durante a trajetria como pesquisadora. Em sntese, constatou-se com este estudo que a experincia profissional de Florentina soma-se a de muitos negros de sua poca e da atualidade que, apesar de ter ascendido socialmente e ingressado na universidade como professora pesquisadora, no a livrou de sofrer preconceitos, pois o lugar de subalternidade a que os negros foram submetidos, como demonstrado nas argumentaes desta pesquisa, foi construdo historicamente por meio de teorias que os colocavam como seres inferiores. Apesar de terem sido desqualificadas, essas teorias ainda persistem no imaginrio social, trazendo como consequncia o preconceito e a discriminao que se manifestaram nas diversas instncias sociais do pas.

Relevância:

30.00% 30.00%

Publicador:

Resumo:

Ananse, a metamorfose em aranha da deusa Aran, procedente da cultura fanthi-ashanti, da regio do Benin na frica ocidental, configura-se, neste trabalho na metfora smbolo das aes de resistncia empreendidas pelos africanos seus descendentes no continente americano, particularmente no, Brasil. Dessa maneira, apresenta um relato etnogrfico da saga dos herdeiros da deusa Aran em luta contra o racismo. A estrutura desta narrativa a de um Auto Teatral em que o personagem antagonista o Racismo e o protagonista so os herdeiros de Ananse. A composio dessa narrativa parte da premissa de que as diversas culturas trazidas pelo protagonista exerceram importncia fundamental, para alimentar a luta dos africanos e seus herdeiros, frente astcia de um antagonista capaz de se travestir, no tempo e no espao, de vrias personas (mscaras) para desorientar e enfraquecer os discursos do protagonista. Entretanto, o protagonista tambm astucioso na elaborao de suas teias. No tecido desta narrativa recupero as teias elaboradas por este personagem para inserir na agenda do estado brasileiro o reconhecimento da existncia do racismo e da discriminao racial, na sociedade. e as polticas pblicas de ao afirmativa, em especial, o emprego do sistema de cotas para negros na universidade. O embate uma narrativa com caractersticas picas que privilegia o papel do fio/ao movimento negro.

Relevância:

30.00% 30.00%

Publicador:

Resumo:

Este trabalho analisa as relaes sociais, polticas e culturais de um grupo rural auto-definido e identificado como quilombola. O objetivo entender como esses agentes sociais elaboram suas prticas cotidianas e desenvolvem formas associativas no povoado de Santo Antonio, no municpio de Concrdia no estado do Par. Com esta anlise da atuao de homens e mulheres nesse processo o interesse tambm de compreender as interaes entre parentesco, gnero e identidade como constitutivas desse sistema social.

Relevância:

30.00% 30.00%

Publicador:

Resumo:

O presente artigo pretende analisar o mundo do trabalho no Gro-Par colonial durante o perodo pombalino, onde a tenaz resistncia dos ndios disciplina de tempo e de trabalho imposta pela colonizao, associada s altas taxas de mortalidade entre eles causadas pelas epidemias, intensificaram o trfico negreiro para a capitania no sculo XVIII, durante a vigncia da Companhia Geral de Comrcio do Gro-Par e Maranho. A experincia colonial vivenciada por ndios e negros, marcada pela excessiva explorao e opresso, levou-os a construir uma identidade de interesses e a desenvolver formas de resistncia coletivas, o que justificou a radicalizao das medidas repressivas por parte das autoridades coloniais.

Relevância:

30.00% 30.00%

Publicador:

Resumo:

Esta pesquisa enfoca a implementao de cotas raciais na UFPA, a partir da anlise de inquritos policiais sobre injria racial; da viso de reprteres e leitores do jornal O Liberal; alm do caso do julgamento do mandado de injuno impetrado pelo grupo Mocambo. Tais dilogos se estabelecem para compreender as representaes sociais referentes s relaes raciais no Brasil, j que a concepo dos atores sociais fica mais clarividente com a contextualizao histrica das falas recorrentes, seja as dos inquritos policiais, seja a de alunos no cotistas, seja a de autoridades constitudas. Para isso, a pesquisa bibliogrfica embasou-se em Thompson (2001), Chalhoub (1990; 2001), Dworkin (2005), dentre outros, e no uso de fontes documentais (legislao vigente, boletins de ocorrncia, jornais Beira do Rio e O Liberal). Aps a anlise do contedo, constatou-se que a cor utilizada para demarcar o mapa da desigualdade entre negros e brancos, em situaes potencialmente conflituosas. Alm disso, o debate sobre as cotas no deve ser polarizado, porque isso provoca o acirramento das posies e a minimizao de fatores igualmente importantes no contexto educacional. Apesar de as cotas sozinhas no resolverem o problema racial, tampouco o da permanncia do negro na universidade, elas contribuem para a democratizao do ensino superior.

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

O estudo focaliza a anlise da Identidade Cultural das Populaes do Campo e sua relao com o Currculo do Curso de Pedagogia do Campus Universitrio do Baixo Tocantins da Universidade Federal do Par, partindo da anlise do seu Projeto Poltico-Pedaggico, dos planos de curso das disciplinas que fazem parte do Ncleo Bsico do desenho curricular do Curso: Histria Geral da Educao, Histria da Educao do Brasil e da Amaznia, Teoria do Currculo e Prtica Pedaggica e das Diretrizes Operacionais para a Educao Bsica nas Escolas do Campo. O objetivo principal desse estudo foi investigar como o Currculo do Curso de Pedagogia do CUBT/UFPA estabelece relaes com a Identidade Cultural das Populaes do Campo. A metodologia utilizada privilegiou a pesquisa de enfoque qualitativo, com nfase a anlise documental e entrevistas semi estruturada. O estudo demonstrou que o Curso de Pedagogia em sua trajetria no Brasil desde 1939, tem sido marcado por discusses em torno de sua especificidade, e que seu currculo vem ligado a uma poltica que hoje toma como base a docncia. O Curso de Pedagogia do CUBT/UFPA, traz em seu Projeto Poltico-Pedaggico a dinmica organizada de acordo com a estrutura do Curso de Pedagogia do Campus do Guam/UFPA, priorizando em seu contexto a realidade urbana, pois como delineia o desenho curricular do curso, quando em sua organizao, garante a discusso da educao rural apenas em seu Ncleo Eletivo. O Campus Universitrio do Baixo Tocantins, localizado no municpio de Abaetetuba-Pa vivencia em sua realidade o cotidiano das populaes do campo, no podendo se ver separado de tal especificidade. Para tanto, o Curso de Pedagogia necessita de um Projeto Poltico-Pedaggico voltado tambm para a identidade cultural dos povos do campo, no anulando o urbano, mas construindo espaos de valorizao identitria. H necessidade de considerar um currculo numa perspectiva dialtica, configurador de prticas sociais e culturais sustentadas pela reflexo enquanto prxis, devendo no ser visto como um plano a cumprir, mas como um processo que se constri entre o atuar e o refletir.

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

Esta dissertao resulta de uma pesquisa realizada em Breves, localizado ao sul da ilha de Maraj, no Estado do Par - Brasil. Ela investiga o planejamento curricular da escola rural ribeirinha da vila de madeireira "Ivo Mainardi" da rede municipal de Breves/PA, na perspectiva das identidades e dos saberes da populao ribeirinha marajoara de Breves. No percurso metodolgico investigativo foi utilizado a anlise documental, a entrevista semiestruturada e a fotografia, com a perspectiva de possibilitar ao leitor uma melhor compreenso sobre a Amaznia rural ribeirinha. A histria de Breves tem incio no Perodo Colonial, com a chegada dos portugueses ao local, sua populao constituda de ribeirinhos, muitos desses residem em pequenas comunidades, povoados e vilas de madeireiras. Muitos ribeirinhos so atrados s vilas de madeireiras pela oferta do emprego na empresa madeireira e pela escola. Apesar do ribeirinho viver em um contexto em que a produo material est relacionada explorao da madeira os currculos escolares no tratam desta questo, distanciando-se do que preconizam as Diretrizes Operacionais para a Educao Bsica nas Escolas do Campo, que estabelece como princpio de qualidade do currculo a ecologia e a sustentabilidade. O planejamento curricular das escolas do meio rural elaborado com a participa dos educadores rurais ribeirinhos, mas ainda no expressa os saberes, a cultura, e a identidade dos ribeirinhos marajoaras da Vila Mainardi. Assim, o desafio colocado aos gestores, os sujeitos sociais e os educadores de vislumbrar o compromisso com uma educao que construa e cultive identidades, valores, memria coletiva e sinalize para a valorizao e respeito dos povos que vivem na Amaznia marajoara, rural e ribeirinha de Breves.

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

A motivao inicial desta pesquisa a frtil discusso acerca da Identidade e das diferenas culturais entabulada especialmente pelos Estudos Culturais e Literrios, especificamente a partir da categoria conceitual da nacionalidade. Norteada pelo conceito de Alegoria proposto por Fredric Jameson, para quem tal conceito se aplica principalmente anlise dos textos literrios do capitalismo tardio, tentou-se desnudar as estratgias usadas na composio de Belm do Gro-Par1 para narrar a complexidade da identidade nacional inscrita no Inconsciente Poltico. Admitindo que a Alegoria, para Jameson, o prprio objeto cultural e esttico cuja constituio e disposio dos elementos estruturais narra, s vezes em foro ntimo ou privado das personagens, a Histria das sociedades, segundo a experincia poltico-ideolgica de suas classes. Tomados estes pressupostos, fez-se a anlise do romance dalcidiano considerando-se a migrao do protagonista como alegoria do cruzamento entre diferentes culturas, fato social gerador de uma hipottica diluio da identidade. Contudo, apoiado num paralelo traado entre o contato do ribeirinho com o modus vivendi da cidade e a reao antropofgica do modernismo brasileiro frente ao modus vivendi civilizado da Europa, este trabalho nega a idia de que o cruzamento de fronteiras culturais implique no fim da nacionalidade. Em linhas gerais tratamos de um conceito de Identidade fundado na experincia coletiva de indivduos que, apesar de grandes diferenas de classe social, gnero ou etnia, construram-se sob ideologias comuns. Nesta anlise de Belm do Gro-Par, cenas urbanas como ir ao cinema ou ver passar o trem so resignificadas pelo protagonista com base nas referncias que trouxe de Cachoeira do Arari, seu lugar de origem, enquanto este tambm passa por uma reviso segundo o novo paradigma urbano que o protagonista vive em Belm.

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

Os Juruna habitam as terras do vale do rio Xingu, pelo que se pode comprovar, desde o sculo XVII. Aps sucessivos contatos intertnicos, eles passaram por processos de "descaracterizao" do ponto de vista cultural. Hoje, encontram-se vivendo em diferentes situaes socioespaciais, desde aqueles que habitam a Terra Indgena Paquiamba, aos que esto espalhados pelo Beirado na Volta Grande do Xing e aos que moram na periferia da cidade de Altamira. Recentemente, os Juruna deram incio a um processo de externalizao da identidade indgena, e realizam isso por meio de documentos e da oralidade acerca de sua histria, de ritos e manifestaes artsticas diversas, o que objeto deste trabalho. A pesquisa revela a constituio de uma identidade multifacetada, que impulsionada pelas diferentes realidades em que se encontram.

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

Este trabalho analisa a construo discursiva das identidades sociais em trs interaes com menores infratores sob o regime semiliberdade. O objetivo desta investigao correlacionar lngua e identidades. Para isto, o estudo comea por problematizar as idias sobre o sujeito e sua identificao com diferentes centros sociais numa sociedade moderna e plural. Destaca, tambm, a influncia das instituies na formao identitria do indivduo, especialmente das instituies reguladoras para menores infratores e do Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA). Assim, relaciona o estigma, socialmente construdo, s contingncias identitrias com os quais os menores se deparam nas interaes verbais. Deste modo, recorre a abordagens tericas que consideram a lngua em seu contexto social, como a Sociolingstica Interacional e as teorias da Enunciao, como tambm a outras reas do conhecimento, como os Estudos Culturais e a Psicologia Social. uma investigao de cunho interpretativista e etnogrfico que analisa a construo das identidades sociais por meio de diferentes alinhamentos e enquadres no discurso, e estuda a relao do discurso dos adolescentes com os discursos que circulam na unidade onde esto e na sociedade. Para tanto, entrevistas com funcionrios e pessoas que visitam o referido local foram realizadas, assim como notas de campo sobre a situao social dos participantes foram tomadas. O trabalho observa as identidades emergentes mais relevantes no discurso dos menores, tais como a identidade estigmatizada, a identidade religiosa, as familiares e a identidade da transformao, sempre formadas na sua necessria relao com o outro. A anlise revela o conflito entre a identidade do infrator e as identidades, consideradas socialmente como normais, o que demonstra a complexidade das identidades sociais e suscita novas problematizaes a serem consideradas em pesquisas futuras.

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

A pesquisa proposta empregou um aporte terico-metodolgico interdisciplinar e enfocou as desigualdades sociais e raciais no percurso escolar e profissional de professoras universitrias. A literatura brasileira consultada na rea da Psicologia no fornece exemplares de pesquisas qualitativas sobre desigualdades sociais e raciais, focalizadas no negro e no branco. Nesse contexto, inseriu-se o presente estudo, que objetivou responder s seguintes questes: 1) h indicadores de desigualdades sociais, produzidas estruturalmente, que perpassaram a trajetria escolar e profissional da pessoa socialmente intitulada de preta, de parda e de branca? 2) h indicadores de desigualdades raciais, quando se compara o percurso de vida da pessoa socialmente intitulada de preta e parda com o da pessoa socialmente denominada de branca? Participaram do estudo trs professoras universitrias: uma socialmente definida como branca e duas como negras (preta e parda), ps-graduadas e lotadas em diferentes departamentos de uma universidade pblica brasileira. Na coleta de informaes, empregou-se a entrevista narrativa, um questionrio scio-demogrfico e uma lista de complementao de frases. As informaes coletadas foram submetidas a tratamento, que as transformaram em dados. A organizao dos dados incluiu o processo de categorizao. Os resultados mostraram que a pobreza, indicador de desigualdades sociais, fez parte de momentos da trajetria existencial das participantes/informantes, mas, ao se considerar a cor, verifica-se que h uma relao entre grau de pobreza e a cor das mesmas e entre o grau de pobreza e as escolhas dos cursos que as levaram profissionalizao; que a escolarizao foi via de profissionalizao e de mobilidade social ascendente para as mesmas; que as adversidades, surgidas ao longo do percurso escolar da branca, da preta e da parda foram superadas, com o apoio social de parentes e/ou amigos e com emprego de estratgias pessoais de enfrentamento s dificuldades; que para a preta, o fato de completar o ciclo de estudos, e ser uma profissional qualificada por dois cursos de graduao e um de ps-graduao, no a eximiu de ser objeto do racismo, quer atravs de manifestaes explcitas, quer atravs de formas camufladas; que o racismo contra o negro, expresso na discriminao direta ou indireta, foi dirigido preta e parda, em diferentes momentos dos seus cursos de vida, enquanto a branca foi apenas observadora de interaes sociais racializadas, em situaes do seu cotidiano; que a escola e a famlia consolidaram-se como reprodutoras do racismo contra o negro; que a instituio escolar apresentou-se como um espao social contraditrio, porque, apesar de objetivar a formao de cidados, promoveu a excluso social das participantes/ informantes, quando eram crianas pobres e freqentavam o ensino de primeiro grau, ao coloc-las margem da participao em atividades recreativas, colaborando na reproduo das desigualdades sociais; que, paradoxalmente, enquanto formadora de cidados, a escola apresenta-se como local de materializao do racismo, expresso em interaes sociais entre colegas ou entre professora e aluna, independentemente do grau de ensino; que o racismo contra o negro faz parte do processo de (re)construo da subjetividade das participantes/informantes, porm as significaes que atribuem a esse fenmeno social diferem, em funo dos seus fentipos e experincias nas relaes sociais racializadas; que os seus posicionamentos face ao racismo, e engajamento em movimentos sociais de combate discriminao racial, relacionam-se ao modo como ele afetou as suas vidas, bem como visibilidade desse fenmeno, no mundo social e/ou nas suas experincias pessoais; que ser objeto do racismo contra o negro gera singularidades constitutivas do si mesmo e da formao da identidade tnica. Os resultados do estudo podero contribuir na compreenso de aspectos scio-psicolgicos do racismo, em construes tericas sobre o tema, na identificao de mecanismos psicossociais de incluso social excludente do negro, na identificao de mecanismos psicolgicos de enfrentamento ao racismo, na elaborao de estratgias de pesquisa sobre o racismo; no fornecimento de subsdios para a elaborao e implementao de programas de combate ao racismo na escola, atravs de atividades curriculares e extracurriculares.

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

Na presente dissertao calculou-se a seo de choque de absoro de buracos negros de Schwarzschild para os campos escalar no massivo e eletromagntico. Tambm calculamos a seo de choque de absoro de buracos acsticos cannicos. Utilizamos um mtodo numrico para obter os resultados em freqncias arbitrrias. Obtemos tambm expresses analticas para as sees de choque de absoro nos limites de baixas e altas freqncias. Os resultados numricos esto em excelente concordncia com os valores das sees de choque de absoro em baixas e altas freqncias obtidos analiticamente. No limite em que a freqncia tende a zero, a seo de choque de absoro tende ao valor da rea do horizonte de eventos tanto para o caso do campo escalar no massivo em Schwarzschild quanto para o buraco acstico cannico. Entretanto, a medida que a freqncia aumenta, estes resultados se tornam bastante distintos. Isto mostra que, apesar de a forma do espao-tempo no exercer influncia sobre a seo de choque escalar no limite em que a freqncia tende a zero, ela determinante fora desse limite. Observamos tambm que os valores das sees de choque de absoro escalar e eletromagntica em Schwarzschild coincidem para freqncias e momentos angulares suficientemente grandes. O spin da partcula espalhada, neste caso, apesar de ter grande influncia a baixas energias, menos importante para o valor da seo de choque de absoro quanto maiores forem a freqncia e o momento angular da onda incidente.