34 resultados para Moda Séc. XX
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
A dissertao discute o vesturio feminino em Belm do Par nas duas primeiras dcadas do século XX, buscando compreender os mltiplos sentidos dados roupa feminina pelas prprias mulheres e pelos cronistas de revistas e jornais que circulavam na capital paraense como A Semana, Belm Nova, A Tarde, A Palavra, a Folha do Norte dentre outros. Nesse sentido, as reflexes se voltam para as relaes entre o consumo de elementos de moda e o avano da modernidade em Belm, tendo como pano de fundo as profundas transformaes urbanas por que passou a cidade nas primeiras dcadas do século XX, marcadas posteriormente pela crise nos negcios da borracha. Revelam-se assim, a busca por mudanas de algumas dessas mulheres construdas a partir do corte dos cabelos, do comprimento das saias, a construo de uma nova aparncia, e as preocupaes em disputar espaos alm da ambincia do privado. Assim, a sociabilidade construda por muitas mulheres da elite, sugere o questionamento do seu papel social, em que a moda, por vezes, funcionava como discurso no-verbal.
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Esta dissertao discute as imagens e representaes encontradas na Literatura e as lutas pelo controle da cultura no exemplo da Festividade, da Irmandade e da Marujada de So Benedito, na cidade de Bragana, Estado do Par, na Amaznia brasileira, a partir da dcada de 1930, no século XX. Analisando uma farta bibliografia nos temas Folclore, Memria, Tradio Popular e Antropologia, o estudo tenta explicar como se construram as relaes sociais entre os sujeitos histricos da Igreja Catlica pela Prelazia do Guam e da Irmandade do Glorioso So Benedito de Bragana, relacionando-os com o recurso literrio e com os principais tericos da historiografia, para entender o catolicismo popular e oficial em suas representaes assim como os smbolos construdos no tempo, como elementos da Histria de tenso entre as ideias e regras de controle eclesistico catlico e a reao popular dos irmos de So Benedito.
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O final do século XIX mostrou duas caractersticas importantes na rea da sade. A primeira indicava a continuidade da ocorrncia de doenas ocasionadas por agentes infecciosos que incluam a febre amarela, malria, clera e varola. Por outro lado, a situao econmica do Estado do Par com o incio da perda da exclusividade na produo extrativista do maior gerador de riquezas para o Estado, a borracha, levou a uma situao em que se tornava cada vez mais difcil e cara a formao de novos mdicos paraenses no exterior ou em outros Estados brasileiros. O incio do século XX trouxe a abertura de faculdades na cidade de Belm, incluindo duas na rea da sade (Farmcia e Odontologia), alm de uma regulamentao nacional para a criao e abertura de cursos de medicina. O Estado do Par, sob a influncia do esforo de Oswaldo Cruz com o seu trabalho de eliminao da febre amarela na cidade de Belm, em uma aplicao prtica dos novos conhecimentos gerados pela descrio de agentes infecciosos nas formas de transmisso por meio de vetores e a aplicao de novas maneiras de preveno e controle de doenas (saneamento e vacinas), aps se organizar, a princpio por meio de uma sociedade cientfica de forma inovadora, cria a oitava escola de medicina do pas, em 9 de janeiro de 1919 com o nome de Faculdade de Medicina e Cirurgia do Par.
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Este trabalho procura demonstrar, atravs do percurso percorrido pela personagem Alfredo, ao longo do itinerrio que vai de Cachoeira at cidade de Belm, em uma criao dalcidiana, o processo de gradual desalienao de um menino que aos poucos vai se tornando um rapaz. A formao da personalidade passa por um sofrido processo, que na vida do heri conduz ao choque necessrio provocado por algumas desiluses. Confrontando-se com sentimentos ambivalentes, com estados de indefinio e indeciso, Alfredo vai abrindo caminho atravs do labirinto de seu ser palmilhado pelo que representa a cidade enquanto tambm um labirinto no menos desafiador. Nesse processo de integrao, o objetivo final o resgate da dignidade humana que no se limita ao ser do heri, Alfredo, mas abarca um amplo projeto poltico que buscado como alternativa popular.
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O romance As Meninas suscita relevante discusso sobre a produo ficcional introspectiva de Lygia Fagundes Telles. Suscita tambm implicaes de cunho sociolgico, poltico e literrio, indicadores da manifestao artstica da autora em sintonia com a perspectiva do homem contemporneo, que vive as agruras do confronto entre si mesmo e as convenes coletivas, concomitante, o desalento desse mesmo homem na busca de sua identidade enquanto ser humano numa sociedade cujos valores sociais, polticos e humanos so decadentes. Nesse sentido, alm de refletirmos sobre a importncia cannica de Lygia Fagundes Telles no espao literrio brasileiro contemporneo, refletimos ainda sobre manifestaes de choque entre indivduo e as convenes coletivas (indivduo x mundo), e os aspectos sociolgicos subjacentes obra. As Meninas. Assim, baseando-nos nos estudos de Lucien Goldmann e Georg Lukcs, mas, principalmente, nos estudos de Antonio Cndido, procuramos analisar as relaes literrio-poltico-sociais, as quais interferem e contribuem para a ruptura entre indivduos e convenes sociais estabelecidas em As Meninas, de Lygia Fagundes Telles.
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Analisa atravs das ferramentas dos estudos culturais, o erotismo na obra Batuque do poeta Bruno de Menezes, como meio de leitura para se estudar a identidade negra. Para tanto se estudou o conceito de erotismo relacionado ao corpo e ao sagrado, enquanto manifestao identitria negra. O estudo do fenmeno da identidade do erotismo serviu de base para a anlise de como o autor, atravs do erotismo na linguagem, construiu o signo potico, fruto do fenmeno do hibridismo.
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Este trabalho tem como escopo o estudo novela "Buriti" / Noites do Serto (1956), de Guimares Rosa, com nfase nos aspectos da obra em que o tema do patriarcado no Brasil discutido, com base em referncias historiogrficas e etnossociolgicas contidas em obras como Casa Grande & Senzala (1933) de Gilberto Freyre, Razes do Brasil (1936) de Srgio Buarque de Holanda e de outros estudos pertinentes ao assunto provenientes do trabalho de intelectuais brasileiros contemporneos de Guimares Rosa e de outros mais recentes. Tendo em vista a anlise das linguagens ficcional, esttica e documental da literatura rosiana, buscou-se tambm fundamentao no estudo da recepo pela crtica no perodo entre 1970 e 2007, nas diversas perspectivas sob as quais no apenas a novela em pauta, mas o conjunto da obra de Guimares Rosa tem sido estudado, no intuito de apreender as diversas dimenses em que as questes ligadas s instituies patriarcais no Brasil so ressignificadas, a fim de compreend-las como contribuies narrativas sobre uma fase sensvel da vida brasileira ? a primeira metade do século XX. E, sobretudo, como uma forma de escritura na qual Guimares Rosa exercita um vis particularmente arguto da sua criao: a rememorao historiogrfica aliada a um tipo de narrativa que, nesta pesquisa, convencionou-se chamar de fuso dos horizontes histrico e esttico, numa perspectiva que propem ao leitor numerosos questionamentos sobre o tempo, a arte e a literatura brasileira desse perodo. Problemas que este estudo pretendeu, de alguma forma, entender e atualizar, sob um enfoque crtico, em face da importncia da literatura para a iluminao de novas dimenses ainda ocultas da vida brasileira, em especial da obra rosiana.
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Analisa os poemas da Trilogia Amaznica (Cantares Amaznicos) com o objetivo de apontar como o poeta aborda as formas do mito e como revive e recria um pouco da histria da Amaznia. Os conceitos terico-metodolgicos que a permeiam so do prprio poeta, tais como converso semitica e epifania negativa, dentre outros. Utilizam-se, tambm, algumas obras que retratam a situao da Amaznia a partir dos anos 50, perodo da implantao do projeto de desenvolvimento para modernizao da regio. A leitura dos poemas se realiza luz desse contexto histrico e cultural em que a chegada de novos capitais regio desestrutura as relaes a existentes. Como se deu esse processo? Quais as suas conseqncias para as populaes autctones e para a natureza, que virou espao paradoxal de civilizao e barbrie, produto de explorao e cobia, perturbando o homem amaznico? Como se processa a passagem de uma mentalidade mtica a uma racionalidade, isto , a deslenda mtica e a viso da cidade como um espao de runa: memria e esquecimento desse trajeto, entre poesia e realidade, que o poeta colhe o material para sua escritura, convertendo a realidade como material esttico, no para estetizar a misria, mas como maneira de dar forma potica ao tempo histrico que cruza e cruzado com o mito, ou as formas poticas do mito.
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Esta pesquisa privilegia, a priori, cinco aspectos importantes concernentes influncia do Surrealismo na produo literria de Murilo Mendes, especialmente em A Poesia em Pnico, tais como: a potica da construo por vias da negao; a conciliao de objetos e idias divergentes que acena para a busca da totalidade; o duplo, indiretamente ligado aos temores da represso; a mulher e o amor, como confluncias necessrias para o estabelecimento do projeto de construo surrealista; e a poesia como espao da palavra salvadora. Tais aspectos esto em consonncia com os estudos propostos por Andr Breton, Ferdinand Alqui, Chnieux-Gendron, Walter Benjamin e outros. Relacionada produo de poetas simbolistas e surrealistas, a obra em foco deixa-se ilustrar por alguns trabalhos artsticos do pintor paraense Ismael Nery com quem Murilo Mendes estabelece grande amizade e fragmentos de textos de poetas tais como Artur Rimbaud, Charles Baudelaire, Lautramont, Stphane Mallarm, Andr Breton. Murilo Mendes, para quem as idias no tem fronteiras, foi um dos autores mais representativos da escrita surrealista no Brasil que, embora notificada aqui em apenas uma de suas obras, constitui trao permanente em toda a sua trajetria potica.
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Esta dissertao discute os significados atribudos Interventoria de Magalhes Barata e Amaznia pelos intelectuais vinculados ao Instituto Histrico e Geogrfico do Par no perodo de 1930 a 1937. As principais fontes analisadas correspondem aos volumes da Revista do Instituto Histrico e Geogrfico do Par e aos artigos do Jornal Folha do Norte. A partir da produo desses intelectuais e em dilogo com a bibliografia selecionada, este estudo procura compreender como se constri a relao entre o Instituto e o Estado e como se define a concepo de Amaznia em uma temporalidade social, na qual se estruturam o imaginrio da Revoluo de 1930.
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O trabalho em questo procura atentar para os simbolismos que os castanhais do Mdio Tocantins adquiriram no decorrer de mais de meio século de ocupao, desde pelo menos 1892, sobretudo nos limites que constituram os municpios de Marab e Itupiranga, no Par. Para uns, as terras de castanhais no passaram de fontes de renda, importantes vias de lucros, motivos que levaram s sucessivas apropriaes dos espaos e dos produtos oriundos da floresta, principalmente por fazendeiros, comerciantes de castanhas e representantes municipais. Para outros, tornaram-se espaos inerentes vida, e cujo prprio meio natural se revelou a essncia da produo cultural, no caso dos agricultores tradicionalmente instalados em pequenos povoados e localidades isoladas que adequaram tradies aos meios ocupados e desenvolveram pequenas agriculturas, valendo-se de produtos da floresta como complemento para suas subsistncias. Com base em fontes escritas e anlise da memria acerca dos castanhais mdio-tocantinos, alm da leitura do seu espao, essa pesquisa procurou interrogar vrios desses sujeitos, destacando o perodo entre 1948 e 1980, com a finalidade de visualizar as causas e consequncias desse antagonismo de ideias e pontos de vista relacionados aos modos de lidar com a terra e com os recursos disponibilizados por ela.
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Mrio de Andrade e Waldemar Henrique so conceituados artistas brasileiros. O primeiro como intelectual de renomada importncia dentro do movimento modernista, da agitada Semana de 1922 s inmeras pesquisas e estudos sobre msica e folclore. Foi um intelectual formador de uma inteligncia do pensamento nacional. Waldemar Henrique foi o autor de uma gigantesca obra musical, suas primeiras composies remontam a Olhos verdes, de 1922, no Rio de Janeiro recebendo a denominao de Valsinha do Maraj, e Minha Terra, de 1923. Na dcada de trinta o seu trabalho ampliou-se tematicamente estendendo-se a motivos de folclore negro, a danas dramticas regionais, a canes e lendas da Amaznia. Seus estudos de msica assim confluram com o folclore e seu nome constantemente lembrado pela associao que perdura entre seu trabalho artstico e a Amaznia. Este estudo fundamenta-se na noo de experincia da Amaznia, nestes dois intelectuais, em um momento de suas obras em que este lugar conflui pelo conjunto de lendas que d suporte e constri a narrativa de Macunama, em Mrio de Andrade, e pela srie musical inspirada no universo lendrio amaznico de Waldemar Henrique. Um, nascido e criado nesses matos e rios, nos d conta de um olhar nativo, o outro, um viajante a conhecer coisas novas e a perceber, como afirma, outros brasis. Semelhanas e diferenas de suas abordagens movem-nos a concluses sobre a prpria Amaznia.
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O Tetraneto Del-Rei uma obra que mescla linguagens, gneros, discursos e tece, nesse emaranhado de fios, um texto original que recria parte de nosso perodo colonial questionando destrutivamente o discurso cristalizado pela histria e mesmo por textos que compe nosso cnone literrio. Os textos utilizados na obra do paraense Haroldo Maranho so reconstrudos num tom, sobretudo crtico, revelando uma outra viso do processo de colonizao. Assim, partindo da produo literria dos pases com colonizao semelhante ao nosso, inicio a leitura considerando alguns trabalhos como os de Silviano Santiago, Antonio Candido e Roberto Schwarz. Alm disso, h que se considerar aspectos histricos e sociais da empreitada portuguesa e dos discursos construdos acerca das terras recm descobertas e dos seus habitantes, discursos esses que sero reafirmados e reconstrudos pelo texto literrio. Nesse sentido, sero utilizados alguns textos quinhentistas que auxiliaro a demonstrar os aspectos do discurso colonial e sistematiz-los com base em Eni Orlandi, Homi Bhabha e Michel de Certau. Ademais, sero observadas as estratgias textuais escolhidas por Haroldo Maranho para recriar ficcionalmente nosso perodo de colonizao.
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A temtica do negro na literatura tem ocupado cada vez mais espao nas discusses e debates em torno da questo da valorao da cultura negra no Brasil, especialmente no que tange a aspectos tais como o desmascaramento de determinados esteretipos h muito alicerados, mas, acima de tudo, tem assumido particular relevncia o papel da resistncia negra, que ora analisamos a partir da perspectiva de um vis social, perpassando os enfoques histrico, religioso e cultural. Cada um desses enfoques adiciona uma importncia diferente para a presena negra na poesia de Bruno de Menezes, nosso objeto de investigao, da ser possvel deduzir, o que acreditamos ser de fundamental importncia, no nos subtrairmos a nenhuma das abordagens ressaltadas. A obra que doravante analisaremos intitula-se Batuque, do poeta supracitado, obra esta responsvel por inscrever no contexto da literatura amaznica, e mais que isso, no seio da cultura de cunho nacional, um novo captulo, isto , uma nova perspectiva acerca da condio do negro na sociedade brasileira. Aliando-se a essas perspectivas, acrescentaremos o ponto de vista do filsofo alemo Friedrich Nietzsche, como arcabouo terico para as problematizaes que pretendemos levantar no decorrer do texto. A presente pesquisa teve por objetivo investigar a influncia do processo civilizador europeu versus negro e os cerceamentos (culturais/religiosos) decorrentes dessa influncia, assim como as consequncias negativas que incidiro sobre a perspectiva que o negro tem acerca de seu prprio corpo e lugar na cultura, muitas delas tambm provenientes da viso de mundo crist que lhes foi imposta.
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O presente estudo visa a estabelecer uma anlise comparativa entre dois romances da literatura brasileira do século XX, no que tange abordagem realizada pelas obras do fenmeno histrico-social do cangao. As obras escolhidas, Fogo Morto, de Jos Lins do Rego, e Os Desvalidos, de Francisco Dantas, representam dois momentos distintos da produo ficcional nordestina. A primeira est inserida na corrente ficcional das dcadas de 30 e 40. Dcimo romance do escritor paraibano, Fogo Morto representa o cangao na perspectiva do personagem Jos Amaro, seleiro que se transforma em ajudante do cangaceiro Antnio Silvino. A segunda obra, publicada em 1993, representa uma retomada da fico regionalista. O romance focaliza o cangao sob o ponto de vista de Coriolano, personagem que, ao contrrio de Jos Amaro, demonstra dio implacvel pelo cangao, no romance representado por Lampio. A anlise comparativa das obras foi precedida pelo estudo das razes histricas do cangao, bem como a caracterizao do cangaceiro como ser carregado de dubiedade no imaginrio popular nordestino. Com efeito, o cangaceiro ora representado como heri, ora encarado como bandido pelo sertanejo, sendo que essa viso contraditria transportada para a fico, aparecendo nos dois romances que so analisados neste trabalho. A abordagem histrica do cangao realizada a partir de estudos de autores como Rui Fac (1983), Maria Isaura Pereira de Queiroz (1977) e Luiz Bernardo Perics (2010). Tambm foi imprescindvel um breve estudo de Cmara Cascudo (2005), que auxilia a compreender a figura do cangaceiro enquanto heri popular regional. Finalmente, como suporte para o estudo comparativo entre Fogo Morto e Os Desvalidos foram utilizados trabalhos de autores como Jos Paulo Paes (1995) e Snia Lcia Ramalho de Farias (2006), que fornecem elementos importantes para o estabelecimento de relaes entre obras de cunho regionalista, produzidas por escritores nordestinos.