7 resultados para Moçambique História - Independência e guerra civil, 1975-1994
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Nesta tese, pretendemos analisar comparativamente a reconstruo histrica da Cabanagem e da Guerra Civil Moambicana nos romances Lealdade (1997), de Mrcio Souza e As duas sombras do rio (2003), de Joo Paulo Borges Coelho. Para tanto, apresentaremos um breve percurso histrico da colonizao brasileira e moambicana, bem como o perodo da independência e ps-independência, alm do percurso terico sobre o romance histrico, resistncia, memria, bem como a teoria sobre o espao, nesse caso o rio, que utilizamos como ferramenta de anlise. Utilizando o rio como fio condutor de nossa anlise. Na obra de Borges Coelho, a anlise foi feita a partir das travessias das personagens pelos rios que foram desencadeadas pela chegada da guerra civil. Fixamos nossa leitura em Lenidas Ntsato personagem que metaforiza Moçambique dividido em dois pela guerra civil e destacamos o papel do narrador neste romance. Na narrativa de Mrcio Souza acompanhamos as viagens de Fernando, narrador do romance, que tem sua biografia entrelaada aos acontecimentos que desencadearo a Cabanagem anos mais tarde. Cada um com seu estilo, os dois romancistas revisitam as agruras das duas guerras que tem como palco o Norte do Brasil e de Moçambique que so espaos perifricos desde os tempos coloniais.
Resumo:
O presente trabalho trata de uma pesquisa qualitativa na abordagem narrativa, desenvolvida com professores de Cincias do Ensino Mdio da Provncia de Cabinda, em Angola. A escola em que os doze sujeitos da pesquisa trabalham destina-se preparao de professores para atuarem no ensino de base at a 8 srie. A pesquisa est estruturada em sete sees, cuja abordagem est centrada no Ensino de Cincias em Angola: condies da prtica docente, idias de professores e desafios. Para tanto, busco resgatar o contexto do pas desde os cinco sculos de colonizao at a independência, em 1975. Posteriormente, as trs dcadas de guerra civil at os momentos de paz que o pas vive hoje. Em seguida, fao um breve histrico da educao sobre as transformaes ocorridas durante esses quatro perodos: Colonial, Ps-Colonial, Guerra Civil e os momentos de paz. O universo de pesquisa foram doze professores que lecionam cincias em uma mesma escola, tendo sido aplicado um questionrio de dezesseis questes abertas. Suas respostas foram organizadas em quatro categorias, a saber: motivao ao magistrio e identidade com a funo docente; o que os professores manifestam entender sobre cincia e ensino de cincias; condies de trabalho docente e de formao continuada; viso sobre si na funo docente e da docncia em cincias. Essas categorias permitiram a anlise dos dados em relao ao ensino de cincias em Cabinda, cujos resultados apontaram para: a maioria dos professores que atuam no ensino mdio no tem formao para tal; foram motivados por vrias razes para a docncia; a sua constituio, como professores de Cincias, ocorre por esforo prprio, ao longo da docncia; as condies de trabalho so muito deficitrias, havendo falta de material bibliogrfico e dificuldades de acesso informao; h inexistncia de cursos de licenciatura em Biologia, Fsica e Qumica para formar professores em nvel superior para o ensino mdio; no h programas regulares de formao continuada para professores de Cincias. Mesmo assim, os professores acreditam ser um desafio ensinar a juventude, sentem-se honrados por serem docentes em Cabinda e manifestam-se otimistas e esperanosos em continuar seus estudos em nvel superior.
Resumo:
Neste estudo coloca-se como questo as relaes contraditrias de integrao entre duas localidades de Cabinda, provncia de Angola, com as atividades de explorao de recursos naturais, como petrleo e madeira: a aldeia de Ftila, nas proximidades do Campo do Malongo, onde se concentram as atividades petrolferas sob a direo da Chevron-Texaco e a vila de Buco Zau, imersa em territrio contguo Reserva Florestal do Mayombe. Como eixo conceitual priorizou-se a modernidade, o desenvolvimento e o risco; como contexto mais geral, a Reconstruo de Angola aps estabelecidos os Acordos de Paz em 2002, quando se percebe, em termos de concepo do desenvolvimento e da modernizao, o estmulo a uma economia dirigida pelos interesses da exportao de bens primrios como petrleo e madeira, apesar do forte apelo ao chamado desenvolvimento sustentvel. Situando a constituio de Angola enquanto pas integrado ao processo de modernidade, desde colnia portuguesa at a superao dos trinta anos de Guerra Civil, iniciados aps a conquista da independência em 1975, procurou-se refletir sobre o significado, para populaes mais diretamente atingidas por empreendimentos exportadores, da adoo do modelo de desenvolvimento sinnimo de crescimento econmico nas aes governamentais pela reconstruo do pas. Atingidas muito mais na excluso, procurou-se aqui evidenciar de que maneira se promove a vida, se resiste em meio opulncia, efetivamente se esforam essas populaes para superar os constrangimentos a elas impostos, de ordem cultural, social e poltico, assim como ambiental, relacionados s atividades de explorao dos recursos naturais. De outro lado, objetivou-se tambm perceber o significado das exigncias ambientais em estratgias de legitimao empreendidas nas atividades de explorao dos recursos naturais, com vistas a mitigar os efeitos desfavorveis no meio social e ambiental que as envolve. Em concluso, apresenta-se incontestavelmente a face desintegradora de modos de vida locais, baseados na pesca, pequena agricultura e coleta, sob o risco imposto pelas atividades exportadoras, sem, no entanto, oportunizar ainda a integrao do ponto de vista do desenvolvimento como liberdade substantiva, isto , no sentido de propiciar a estas populaes condies de vida digna, de operar estratgias inclusive polticas de reconhecimento coletivo e de valorizao de outras racionalidades mais adequadas a uma reapropriao social da natureza.
Resumo:
Este artigo, inserido nos debates historiogrficos sobre a ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985), pretende contribuir para o conhecimento da história poltica do estado do Par antes, durante e aps o golpe de estado de 1964. Examinamos preferencialmente a participao dos militares e o apoio de setores da sociedade civil ao golpe militar, e a represso que sofreram os estudantes e organizaes de esquerda e polticos "populistas". Na perspectiva metodolgica dos estudos de história local e regional, as principais fontes utilizadas foram os jornais de Belm, livros de memrias, trabalhos acadmicos e fontes orais.
Resumo:
O presente trabalho pretende analisar as representaes e significados criados sobre os chamados quinta-colunistas, no Par. Este termo nasce durante a Guerra Civil espanhola, quando, naquele momento, o exrcito de quatro colunas lideradas pelo general Francisco Franco aproximava-se de Madri marchando contra o governo legalista de Azaa. A Quinta-Coluna se referiria a um grupo de espies que passariam informaes acerca de estratgias, organizao e aes do grupo governista para o inimigo. Tal termo se disseminou pelo mundo sendo apropriado no perodo da Segunda Guerra Mundial designando aqueles que serviriam como espies de Alemanha, Itlia e Japo que ficaram conhecidos, naquele momento, como Sditos do Eixo. Estes foram constantemente alvos de hostilidades seja atravs das letras impressas dos jornais, como tambm, dos programas de rdio, dos filmes nos cinemas, da literatura ou ainda, do teatro. As fontes utilizadas para o trabalho foram principalmente os jornais Folha do Norte, Folha Vespertina, O Estado do Par e A Vanguarda. Tambm foi utilizada a Legislao Federal e o Folheto de Cordel O Brasil rompeu com eles, de Z Vicente.
Resumo:
As capitanias do Maranho e do Piau foram palco de muitas guerras entre lusobrasileiros e ndios na primeira metade do sculo XVIII. Esta dissertao trata desses conflitos que aconteceram durante a expanso portuguesa nessa regio. A pesquisa procura analisar como o espao das capitanias do Maranho e Piau descrito nos relatos que tratam sobre as guerras, bem como a maneira pela qual as tropas contriburam para alterao na paisagem da regio. A dissertao reflete tambm sobre a composio dos espaos indgenas na paisagem colonial e as relaes que os grupos indgenas mantinham entre eles e com os luso-brasileiros. Outra discusso feita pela dissertao trata da maneira pela qual as guerras faziam parte das relaes de poder existentes no Estado do Maranho e Gro-Par e como a realizao delas dependia de interesses particulares.
Resumo:
A presente dissertao enfoca as relaes entre a literatura e a história, tendo por objetivo identificar e analisar os aspectos recorrentes em contos que ficcionalizam o relato da tortura ligada ao Regime Militar brasileiro de 1964. Para tanto, elegemos como corpus desta pesquisa os textos Acudiram trs cavaleiros, de Marques Rabelo (1967); O mar mais longe que vejo, de Caio Fernando Abreu (1970); Pedro Ramiro, de Rodolfo Konder (1977); O jardim das oliveiras, de Nlida Pion (1980); Saindo de dentro do corpo, de Flvio Moreira da Costa (1982); O leite em p da bondade humana, de Haroldo Maranho (1983); No passars o Jordo, de Luiz Fernando Emediato (1984); e A mancha, de Luis Fernando Verssimo (2003). Tais narrativas apresentam como ncleo narrativo cenas de tortura relacionadas ditadura civil-militar instalada no Brasil em 1964. Partimos da hiptese de que esses contos se apropriam de aspectos composicionais do testemunho verdico e os reelaboram esteticamente nos textos, muitas vezes, rompendo o que se teoriza sobre o testemunho verdico, na tentativa de se traduzir em palavras as aporias da rememorao do trauma provocado pela tortura. Para dar conta de tais proposies, elegeu-se como percurso a contextualizao histrica realizada no primeiro captulo, com o intuito de pontuar as relaes existentes entre as produes e o contexto histrico. Em seguida, no captulo dois, realizou-se a reviso do referencial terico que baseia a pesquisa, centrando nas formulaes propostas acerca da teoria do testemunho. Por fim, no terceiro captulo, realizou-se a anlise do corpus, com base em trs aspectos recorrentes nas narrativas: a composio dos personagens, a organizao da narrativa e a seleo vocabular. Para tal anlise iremos nos pautar, principalmente, nas formulaes de Seligmann-Silva (2003; 2008), Valeria de Marco (2004) e Elcio Loureiro Cornelsen (2011), acerca do testemunho de catstrofes histricas e da dimenso ficcional dessas produes; nas proposies de Maria Rita Kehl (2004) sobre o corpo torturado; e nas consideraes de Sigmund Freud (1920), sobre trauma.