6 resultados para Mediterrâneo
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Avaliou-se a influência da dieta sobre a qualidade de carcaça de búfalos mestiços das raças Murrah e Mediterrâneo, alimentados com concentrado tradicional - milho/soja - ou resíduos agroindustriais - tortas de coco e dendê. Os animais foram sacrificados em abatedouro comercial, e realizadas análises físicas e físico-químicas na carcaça, após 24 horas, e de cor e textura instrumentais no músculo Longissimus dorsi, após 48 horas de resfriamento. Os animais suplementados com a torta de dendê adquiriram melhor conformação de carcaça e acabamento de gordura, e observaram-se diferenças (P<0,05) no percentual de gordura na carcaça e na espessura de gordura de cobertura.
Resumo:
O objetivo foi verificar pela ultrassonografia associada à biometria testicular como ferramenta na seleção de precocidade sexual em machos bubalinos. Foram usados 19 machos mestiços das raças Murrah e Mediterrâneo, com idades entre 11 a 59 meses, no período de 06 de maio a 18 de novembro de 2010. Os animais foram divididos em 12 faixas etárias: 8 animais de 12 a 19 meses; 3 animais de 20 a 29 meses; e 8 animais de 30 a 59 meses. Os animais foram mantidos em sistema extensivo, em área de várzea com pastagem de canarana (Eriochloa SP) sem mineralização. Os animais foram submetidos a exame clínico andrológico, com colheita de sêmen por massagem transretal das ampolas e análises físicas do ejaculado. Os exames ultrassonograficos foram realizados com o aparelho modelo Mindray DP-2200, com transdutor linear transretal 75L50EAV, multi-frequencial de 5,0/7,5/10,0 MHz. A ecodensidade testicular (ECOt) foi expressa em quantidade de pixels/área, utilizando o Programa Image J. Foram coletadas amostras sanguíneas para aferição dos níveis de testosterona. A análise estatística foi feita utilizando-se o programa estatístico SAS 1999. Os resultados da circunferência escrotal mostram médias e desvios padrão mínimo e máximo de 12.88±0.51cm para animais de 12 e 13 meses e de 28.38±0.38cm nos machos com idade maior ou igual a 60 meses, respectivamente. As medidas de volume testicular apresentaram valores mínimo e máximo de 30.28±17.37cm³ em animais de 12 e 13 meses e de 534.25±25.36 cm³ nos animais maiores ou iguais a 60 meses, respectivamente. As médias e desvio padrão da concentração espermática mínima e máxima encontrada foram de 5.5± 3.5(x 10⁶ /mm³) para os animais de 16 e 17 meses e de 51.41± 26.02 (x 10⁶ /mm³) para os maiores ou iguais a 60 meses, respectivamente. Na motilidade espermática as porcentagens mínima e máxima obtidas foram de 10% para animais com 16 e 17 meses e de 80±5.77% para maiores ou iguais a 60 meses, respectivamente. Os defeitos espermáticos totais mínimos e máximos encontrados foram de 18.5 % nos animais de 16 e 17 meses e 3%. Nos maiores ou iguais a 60 meses, respectivamente. Os níveis de testosterona mínimos e máximos encontrados foram de 0.070±0.026 ng/ml para 12 e 13 meses e de 2.762± 0.457 ng/ml para os animais maiores ou iguais a 60 meses, respectivamente. A ecogenicidade para animais na faixa etária de 12 a 13 meses foi de 78.67±6.36 pixel, na faixa de 14 e 15 meses foi de 94.22±3.40 pixel, para os animais com idades de 16 e 17 meses foi de 88.16±3.95 pixel, nos animais entre 18 a 19 meses foi de 96.09±3.40 pixel, para os animais de 20 e 21 meses foi de 103.12±3.86 pixel, para 22 e 23 meses foi de 98.4±5.87 pixel, para a idade de 24 aos 29 meses foi de 114.05±2.42 pixel, na faixa etária de 30 aos 35 meses foi de 109.24±3.13 pixel, para animais de 36 aos 41meses foi de 98.67±3.05 pixel, entre 42 a 47 meses a média foi 99.33±2.01 pixel, entre 48 a 59 meses foi de 96.17±1.90 pixel e nos animais maiores ou iguais a 60 meses de idade foi de 90.13±1.77 pixel. Concluímos, assim, que a ultrassonografia, pela interpretação da ecogenicidade, associada ao exame clinico andrológico, é uma ferramenta que pode ser usada na seleção de precocidade e avaliação de fertilidade de machos bubalinos.
Resumo:
Apesar dos avanços tecnológicos alcançados no manejo de criação de búfalos e de técnicas de melhoramento genético, pouco se utilizam na prática para búfalos criados de forma extensiva. O desenvolvimento de protocolos de sincronização, que diminuam o estresse de contenção e reduzem os custos, contribuirá para o incremento da utilização da IATF nos rebanhos bubalinos. O experimento objetivou avaliar um método de sincronização e IATF econômico e pratico compatível ao tipo de criação extensiva. O experimento foi realizado em três fazendas distintas, duas em uma região de várzea, no Estado do Amapá (Local 1 e 2) conduzido na estação reprodutiva favorável. O terceiro no estado do Pará em pastagem cultivada de terra firme. Foram utilizadas 208 búfalas lactantes mestiças mediterrâneo/murrah com idades variadas de 2,5 a 10 anos com histórico de período pós parto ≥ 60 dias. As matrizes que portavam um corpo lúteo foi aplicado 2.0 ml Intra-Muscular de prostaglandina (PGF2α) (150μg/D-cloprostenol) no Dia 0 = D0. Setenta duas horas depois (Dia 3 = D3), foram realizados exame ginecológico para verificar a presença de muco e contratilidade uterina, e posterior inseminação e aplicação de 1.0 ml (100μg) IM de GnRH, com sêmen, de diferentes reprodutores. O diagnóstico de prenhez foi realizado entre 45 a 90 dias, através da palpação retal. O CL-Synch proporcionou uma taxa de prenhez media de 42,79%. Houve efeito significativo das variáveis: presença de contratilidade uterina (χ²= 10.9891; P= 0.0009), muco (χ²= 10.9891; P= 0.0009) e a condição corporal, (χ²= 20.2247; P= 0.0005). A presença do tônus uterino e do muco uterino mostraram-se como excelentes sinais indicativos de uma resposta de crescimento e diferenciação folicular e ovulação à estimulação hormonal. A relação reprodutor e taxa de prenhez não foi estatisticamente significativo (P=0,1684), sugerindo a uniformidade na qualidade do sêmen congelado proveniente da mesma central. Concluí-se que o CL-synch é promissor e suas vantagens se concentram no manejo de contenção das fêmeas e o baixo custo, pois possibilita a contenção somente duas vezes, quando comparado aos demais protocolos que necessitam de contenção de quatro vezes ou mais, diminuindo consideravelmente o estresse.
Resumo:
Incrementa o uso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em búfalas criadas em sistema produtivo extensivo de terras alagadas sazonalmente. O experimento realizado na cidade de Itaubal, no estado do Amapá, mais precisamente na Fazenda Motogeral LTDA, no período de novembro de 2004 a fevereiro de 2005, na estação favorável à reprodução. A propriedade possui um rebanho bubalino mestiço, onde predomina as raças Mediterrâneo e Murrah. Os animais possuem idade média de seis anos, em sua maioria plurípara e todas amamentando. Utilizou-se 93 animais, sendo que 70 animais sincronizados e inseminados em tempo fixo e 23 animais como grupo controle. Todos os animais foram previamente selecionados através de exame ginecológico e escore de condição corporal (ECC). Os animais sincronizados dividiram-se em três grupos: No grupo 1 (G1) com 20 animais utilizou-se o protocolo ovsynch; No grupo 2 (G2) com 29 animais utilizou-se o protocolo DIB-synch; e no grupo 3 (G3), 21 animais compuseram o grupo denominado CLsynch. E os não sincronizados compuseram o grupo controle ou Grupo 4 (G4) composto por 23 animais que foram inseminados 12h após a visualização do cio. Das 93 búfalas inseminadas 52 (55,91%) tornaram-se gestantes. Das 70 búfalas sincronizadas e inseminadas em tempo pré-determinado 43 (61,43%) ficaram gestantes. No G1 12 (60%) búfalas ficaram gestantes, no G2 19 (65,5%) búfalas ficaram gestantes e no G3 12 (57,14%) búfalas ficaram gestantes. No grupo controle a taxa de prenhez foi de 39,13%. Não houve diferença significativa entre os grupos sincronizados e o grupo controle (P=0,27; X²=3,86). Nos grupos sincronizados não se observou diferença significativa entre os grupos (P=0,82; X² =0,38). As variáveis presença de muco (P= 4,11; Fisher=0,99) e contratilidade uterina (P=8,65; Fisher=0,99) influenciaram significativamente na taxa de prenhez. Dos 70 animais sincronizados 34 (48,57%) apresentaram muco e 54 (77,14%) apresentaram contratilidade uterina durante a IATF. Quanto ao ECC apesar de estatisticamente não ter influencia nos resultados, notou-se que os animais com ECC• 2.5 apresentaram as maiores taxas de prenhez. Pode-se concluir que os protocolos utilizados mostram que a IATF em bubalinos, criados de forma extensiva em áreas pantanosas, são uma alternativa promissora para melhorar a eficiência reprodutiva desta espécie na região Amazônica. O protocolo CL-synch precisa de mais estudos, com maior número de animais. Os custos dos tratamentos, não inviabilizam a adoção da técnica em propriedades rurais com sistema de produção extensiva.
Resumo:
Foram avaliados os dados de 1983 a 2005 de cinco rebanhos bubalinos das raças Jafarabadi, Murrah, Mediterrâneo, Carabao e Tipo Baio, bem como seus mestiços. Estudaram-se as características reprodutivas: Idade à Primeira Cria (IPC), Intervalo de Partos (IDP), Eficiência Reprodutiva (ER), Fertilidade Real Adaptada (FRA), Produtividade ao Primeiro Parto Adaptada (PPPA) e Produtividade Acumulada Adaptada (PACA). A média geral encontrada, não ajustada, para IPC foi de 1052,52 ± 120,45 dias (34,7 meses), com valor mínimo e máximo de 737 e 1271 dias, respectivamente, com um coeficiente de variação de 10,32%. O grau de sangue da fêmea e o ano do parto apresentaram efeito significativo (P<0,0001) sobre a idade ao primeiro parto. Para o IEP, a média geral encontrada, não ajustada, foi de 399,69 ± 23,78 dias ou 13,17 meses com um coeficiente de variação de 5,88%. Não foi observada influência significativa das fontes de variação (grau de sangue da fêmea, ano do parto e estação do parto) nos interpartos. A média geral encontrada, não ajustada, para ER, foi de 91,09 ± 1,89% com um coeficiente de variação de 2,05%. Não foi observada influência significativa das fontes de variação (grau de sangue da fêmea, ano do parto e estação do parto) na ER do rebanho. A FRA média encontrada, não ajustada, foi 29,30 ± 4,40 quilogramas de bezerro parido por ano, com valor mínimo e máximo de 0,99 e 44,27 quilogramas de bezerro parido por ano, respectivamente, com um coeficiente de variação de 11,89%. Dentre os fatores que afetam a FRA do rebanho estudado, o grau de sangue da fêmea e o ano do parto mostraram influência significativa (P<0,0001) constituindo-se, portanto, como fontes de variação para essa característica. Para a PPPA, a média geral encontrada, não ajustada, foi de 33,75 ± 6,89 quilogramas, com valor mínimo e máximo de 10 e 62 quilogramas, respectivamente, com um coeficiente de variação de 10,20%. Dentre os fatores que afetaram a PPPA do rebanho estudado, somente o ano do parto mostrou influência significativa (P<0,0001) constituindo-se, portanto, como fonte de variação para essa característica. No que diz respeito a PACA, a média geral encontrada, não ajustada, foi de 22,86 ± 6,55 quilogramas de bezerro parido por ano, com valor mínimo e máximo de 2,08 e 55,35 quilogramas de bezerro parido por ano, respectivamente, com um coeficiente de variação de 6,55%. Dentre os fatores que afetaram a PACA do rebanho estudado, o grau de sangue da fêmea e o ano do parto mostraram influência significativa (P<0,0001) constituindo-se, portanto, como fontes de variação para essa característica. Os parâmetros reprodutivos avaliados neste estudo mostraram-se dentro de uma variação compatível com a observada na literatura pertinente. De maneira geral, verificou-se influência do ano de parto, grau de sangue e grau de sangue da fêmea sobre as características estudadas, o que indica que tais efeitos devem ser levados em consideração na avaliação e seleção dos animais. Os índices produtivos utilizados mostraram-se de grande valia para a seleção, devendo ser melhor estudadas suas interações para com o desempenho geral do rebanho.
Resumo:
Foram realizadas biópsias retais de 140 búfalos, machos e fêmeas, das raças Murrah e mestiços de Murrah com Mediterrâneo, com idade acima de três anos, em uma propriedade no município de São Mateus, Maranhão, Brasil. Adicionalmente foram realizadas necropsias de 11 búfalos, para realizar um estudo comparativo entre os achados das biópsias retais e de tecidos de íleo e linfonodo mesentérico. A propriedade apresentava histórico de animais com emagrecimento progressivo e diarreia não responsiva a antimicrobianos. Os búfalos apresentavam sinais clínicos caracterizados por diarreia, estado nutricional regular a ruim, desidratação e edema submandibular. Nas biópsias retais seis búfalos apresentaram lesões sugestivas da paratuberculose na Hematoxilina-Eosina (HE), sendo estas caracterizadas por inflamação granulomatosa multifocal moderada na lâmina própria com macrófagos epitelioides. Em quatro animais foram observadas adicionalmente células gigantes do tipo Langhans. Em 15 búfalos foi observado infiltrado linfocitário multifocal leve na lâmina própria. Pela coloração de Ziehl-Neelsen (ZN), 4,3% (6/140) apresentaram bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) e na PCR em tempo real (qPCR), 5,71% (7/140) tiveram amplificação do material genético. Foram necropsiados 11 búfalos, à necropsia foram observados aumento de linfonodos mesentéricos com áreas esbranquiçadas na superfície de corte; intestino delgado e grosso com dobras transversais evidentes, mucosa espessada e irregular, de aspecto reticulado, placas de Peyer evidentes e conteúdo líquido e marrom. Ainda se viam áreas espessadas em torno da válvula ileocecal e vasos linfáticos evidentes. As lesões histológicas localizadas no intestino delgado e linfonodos mesentéricos de quatro búfalos foram compatíveis com lesões já descritas na literatura, e apresentaram BAAR e amplificação de material genético na qPCR. A concordância entre a biópsia retal e a análise dos tecidos de íleo e linfonodo mesentérico, segundo o teste Kappa (K=0,792), foi alta. A biópsia retal realizada demonstrou ser promissora e pode ser empregada, juntamente com outras técnicas, para auxiliar no diagnóstico ante mortem em búfalos de rebanhos com suspeita de paratuberculose; pela mesma foi possível detectar animais positivos através da coloração de ZN e qPCR. Os resultados obtidos podem ser utilizados no controle da enfermidade para selecionar e eliminar animais positivos do rebanho, diminuindo gradualmente, a disseminação do agente no ambiente, e a consequente contaminação de outros animais.