11 resultados para Manifestações orais

em Universidade Federal do Pará


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Investiga o uso de descrições nominais anafóricas em narrativas orais, mais precisamente, a relação existente entre o uso dessas formas e as partes que constituem a estrutura da narrativa. Observamos as funções que as descrições nominais anafóricas exercem em decorrência dessa relação, bem como a orientação argumentativa que tais expressões imprimem no discurso do narrador. Para esse empreendimento, seguimos um percurso teórico no qual discutimos conceitos de narrativa oral, definimos estrutura da narrativa e problematizamos referenciação, anáfora e as estratégias de referenciação com núcleos nominais, entre as quais destacamos as descrições nominais. Para os estudos da narrativa oral e sua estrutura, recorremos, de modo particular, aos estudos de Labov (1972). Quanto à referenciação, anáfora e estratégias de referenciação, seguimos os postulados de Marcuschi (2005; 2007), Koch (1996; 2001; 2004; 2005; 2006; 2008), Mondada e Dubois (2003) e Lima (2004). O corpus deste estudo é constituído por dez narrativas orais gravadas em vídeo e, posteriormente, transcritas. Os informantes são vigilantes noturnos que atuam no centro de Castanhal (PA). Fazemos, a partir de nossa análise, uma classificação das funções que as descrições nominais anafóricas exercem nas diferentes partes da narrativa. Propomos, outrossim, uma classificação dessas formas, levando em consideração seus diferentes graus de argumentatividade.

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Esta dissertação versa sobre o papel da Ouvidoria no Hospital Ophir Loyola a partir das informações contidas nas manifestações dos usuários do serviço. Trata-se de uma pesquisa retrospectiva, realizada entre os anos de 2008 a 2010, de cunho exploratório-descritivo, baseada na análise de documentos oriundos do serviço. Tem por objetivo geral analisar em que medida a Ouvidoria cumpriu as suas atribuições quanto às manifestações dos usuários do HOL. Visa também identificar quais as principais manifestações de insatisfação apontadas pelos usuários da ouvidoria que prejudicam a dinâmica do atendimento, e, ainda, verificar como a gestão do HOL responde as manifestações dos usuários da ouvidoria, no sentido de atender individual ou coletivamente as suas necessidades. O instrumento utilizado foi um roteiro de coleta de dados, inspirado em um modelo desenvolvido por Falcão (2010) em pesquisa semelhante, dentro da seguinte composição: manifestações relacionadas à esfera da gestão hospitalar e manifestações relacionadas à esfera da gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). Dentro da esfera da gestão hospitalar, as manifestações foram assim distribuídas: denúncia, reclamação, solicitação, informação, elogio e sugestão, para cada um dos eixos de composição. Para a esfera da gestão do SUS, foram adotadas apenas: a reclamação, a solicitação e a informação, devido não terem tido ocorrências nas demais categorias. A amostra selecionada foi de 398 registros do serviço de ouvidoria. Contudo, no decorrer da pesquisa identificou-se que um registro gerava manifestação nas duas esferas de gestão, hospitalar e do SUS, o que gerou um acréscimo de 46 ocorrências, passando para 444, destas 81% contempla a esfera da gestão hospitalar e apenas 19%, a gestão do SUS. Quanto aos resultados, o estudo constatou que 50% das manifestações não foram atendidas no seu pleito, dessas, 8% estão relacionadas às não respondidas e 42% refere-se às respostas não satisfatórias, no entanto, esse dado chama atenção para o fato de a ouvidoria dar respostas, mesmo que não alcance o pleito desejado, principalmente quando este se relaciona à gestão do SUS, pela ingerência da gestão nesse processo. Com relação aos 50% restantes, 188 equivalem às respostas satisfatórias do pleito, destes 94% contemplam a soluções individuais e somente 6% (11 manifestações), alcançaram a coletividade, e apenas duas destas provocaram mudança de ordem gerencial. Desta forma, conclui-se que a ouvidoria do HOL não conseguiu cumprir as sua atribuições institucionais devido ao comportamento da gestão frente às informações geradas no serviço de ouvidoria mostrar-se pontual, com resoluções individuais e não voltado para a coletividade, no sentido de realinhar os entraves que prejudicam o desenvolvimento da assistência, sinalizados pelo usuário e promover a aprendizagem. Nesse sentido, o objetivo geral de analisar em que medida a Ouvidoria cumpriu as suas atribuições quanto às manifestações dos usuários do HOL foi alcançado.

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Este estudo é concernente a uma pesquisa qualitativa na modalidade narrativa, que tem como objetivo investigar em que termos repercutem proposições teórico metodológicas e epistemológicas do presente como expressão de utopias de Educação e da Educação em Ciências. Foram ouvidas vozes dos sujeitos, coletadas sob a forma de relatos orais, por meio de entrevistas semi-estruturadas gravadas em áudio, realizadas individualmente com cada um dos sete alunos-professores participantes de um curso de educação continuada, em nível de especialização em Ensino de Ciências, no qual o pesquisador se inclui. Os sujeitos da pesquisa foram selecionados segundo a natureza ideacional de suas manifestações nas interações em aulas. Como critério de seleção dos sujeitos foi levado em conta o teor das idéias por eles geralmente manifestas em aulas, de forma tal que foram escolhidos (a) três sujeitos com idéias de inclinação utópica, (b) outros três com idéias que se aproximam do ceticismo e (c) um sujeito com traços ideacionais aproximados ao niilismo. Os dados obtidos foram tratados sob a forma de episódios narrativos, que foram organizados em função de três princípios utópicos – princípios de conhecimento, de ensino e de vida - que constituíram, cada um, uma seção de análise sob o título de: I) Aprender a conhecer para poder projetar o futuro; II) Aprender a saber-fazer: redesenhando horizontes no ensino de ciências; III) Aprender a ser: a invenção de si num mundo dinâmico. O tratamento dos episódios narrativos em termos de princípios utópicos representa um modo de organizar as questões de maior destaque para os sujeitos num contexto de inter-relações. Sendo assim, esses princípios mantêm as interconexões que constituem um processo multidimensional de resignificação permanente daquilo que, para os sujeitos, torna-se relevante manter ou projetar COMO UTOPIAS no âmbito do Ensino de Ciências. A análise dos dados revela que a perspectiva de construção de um conhecimento compreensivo no Ensino de Ciências, voltado para o desenvolvimento de uma cidadania crítica e reflexiva constitui-se uma das principais aspirações docentes, em termos de utopias pedagógicas e, para isso, torna-se necessária a superação da visão cartesiana e positivista de ensino e formação. Além disso, pressupõe, entre outros, uma articulação entre diferentes modos de ser e de fazer o ensino de ciências com base em parâmetros emergentes de compreensão da realidade, tendo em vista a construção das utopias de redes de conhecimento. Tais redes explicitam a natureza compreensiva do conhecimento, a resignificação da relação professor-aluno, a construção de um modo de conhecer que se traduza na maneira de se autoconhecer, o reconhecimento do aluno como centro da aprendizagem, as quais envolvem todos os sujeitos na dinâmica do processo educativo em termos de um processo ao longo da vida. Utopias como essas reencantam o presente na busca da construção de um futuro promissor.

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Neste artigo, destinado a não especialistas, tecem-se considerações sobre a pobreza, analisando-se suas manifestações nas cidades brasileiras, em particular nas cidades amazônicas, no contexto do liberalismo econômico. Na primeira parte, discutem-se diferentes definições de pobreza, na perspectiva dos países em desenvolvimento. Em seguida, examinam-se as causas estruturais da pobreza e a evolução da compreensão do problema por parte das autoridades no país. Na seqüência, são abordadas as políticas liberais de combate à pobreza recomendadas pelo Banco Mundial e seu impacto sobre as políticas públicas herdadas do Estado de Bem-Estar Social. Seguem-se informações a respeito da abordagem recente do problema pelo governo brasileiro. Por último, são apresentadas as estratégias liberais aplicadas às cidades nas últimas décadas e seus ecos nas cidades amazônicas.

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O ENH é séria intercorrência aguda ou subaguda que acomete pacientes das formas dimorfa-virchowiana e virchowiana da classificação de Ridley e Jopling. Neste estudo, foi utilizada uma droga imunorreguladora, a ciclosporina A, com o propósito de avaliar a eficácia nesta reação, cujo tratamento depende de medicamentos como a talidomida, que tem contra-indicações formais e corticóides, que provocam dependência, entre outros danos. Foram selecionados dez doentes de ENH com sintomas sistêmicos; todos haviam passado por vários episódios desta reação e faziam uso contínuo e prolongado de prednisona em doses elevadas e ocasionalmente, de talidomida. Os pacientes tomaram ciclosporina A em doses de 3-5 mg/kg/dia durante um período de 90 dias. Realizaram exames laboratoriais nos dias zero, 150 e 600 de uso da ciclosporina A e também o histopatológico das lesões de ENH (antes do tratamento e com 60 dias). Os exames laboratoriais solicitados foram: hemograma e leucograma; TGO; TGP: uréia e creatinina. Detectou-se leucocitose em graus entre moderado e elevado em 70% dos casos, mas evoluiu para leucocitose leve até o término do acompanhamento na mesma percentagem dos doentes. O exame bioquímico não mostrou alterações significantes, com exceção da elevação da TGO em um caso, da TGP em outro, além de dois pacientes que mostraram aumento da uréia e creatinina, mas que posteriormente, normalizaram sem precisar de medidas adicionais. Os achados histológicos encontrados no primeiro exame foram representados em 40% dos doentes, por dermatite granulomatosa e em 30%, por dermatite nodular. Na segunda análise, houve mudança para dermatite perivascular superficial e profunda em 50% dos casos e para paniculite septal em 20%; isto denota melhora histológica compatível com a melhora dos sintomas verificada nos primeiros quinze dias de terapêutica. A ação da ciclosporina A se revelou benéfica, principalmente na sintomatologia sistêmica, com exceção dos casos que se acompanhavam de neurite; desta forma, a ciclosporina A pode ser uma opção para a melhoria clínica das reações hansênicas tipo 11.

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“Mistura irregular de dois sistemas distintos” (Labov, 1971, p. 457). A afirmação de Labov reflete o que durante décadas se pensou sobre um comportamento linguístico comum a falantes bilíngues: a alternância de código (ou code-switching). Esse fenômeno, que se caracteriza pela mudança de uma língua para outra sem haver mudança de tópico ou falante, é, no entanto, sistematicamente organizado e está sujeito a restrições gramaticais, ocorrendo em pontos específicos e recorrentes nas sentenças, não de maneira aleatória. Um dos modelos teóricos frequentemente usados para dar conta da gramaticalidade do code-switching é o proposto por Poplack (1978/1881), que sugere duas restrições ao fenômeno: a “restrição morfema livre”, segundo a qual a alternância pode ocorrer após qualquer constituinte desde que não seja um morfema fixo; e a “restrição de equivalência”, que prevê a ocorrência em pontos onde elementos de ambas as línguas são equivalentes, para não haver violação de regras sintáticas das línguas envolvidas. Este trabalho apresenta a aplicação desse modelo à análise descritiva de alternância de código entre português e parkatêjê, língua Timbira falada no sudeste do Pará. Os dados que embasam este estudo são histórias tradicionais do povo, coletadas entre os anos de 2008 e 2011, nas quais é possível encontrar diversas ocorrências do fenômeno.

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O presente estudo analisa narrativas orais e histórias de vida de migrantes nordestinos que estabeleceram residência na chamada Amazônia Paraense, mais precisamente, na região denominada Bragantina, no município de Igarapé Açu. Para tanto, usamos categorias como Memória e Migração, bem como sua relação com Cultura e Cultura Popular e como estas se inserem na Literatura Popular ou Literatura Oral dessa região. Acreditamos que a oralidade muito tem contribuído para a solidificação da Cultura Popular e sua diversidade, porém isto não é considerado. Vale ressaltar que este trabalho apresenta-se como uma contribuição para o entendimento dessa enorme diversidade cultural existente na região a partir dos fluxos migratórios ocorridos. Coletamos narrativas de migrantes que moram no município de Igarapé Açu, na tentativa de compreender toda essa gama cultural e efervescente, que é própria de regiões onde a migração é forte. A memória também tem contribuído de forma significativa para os estudos relativos à oralidade, e seus traços culturais resultantes dela.

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Este estudo, inserido no Projeto IFNOPAP (UFPA), apresenta os resultados de uma pesquisa em análise de narrativas orais do caboclo de Santa Cruz do Arari, que servem, simultaneamente, como fonte e transmissão do conhecimento empírico produzido pelo homem rústico e sua relação com o meio ambiente. Sob o título “Narrativas orais: cultura e identidade em Santa Cruz do Arari” buscam-se desvelar a teia simbólica que entrelaça aspectos ligados à sexualidade, à moralidade e à religiosidade ― preceitos ideológicos que consubstanciam a cultura e a memória constituintes da base identitária da sociedade, por conseguinte, presentes nas narrativas orais “Cobra Custódio”, “Boto-mirim” e “Bode Cheiroso”. O locus da pesquisa é o município de Santa Cruz do Arari, situado na ilha do Marajó. Essas narrativas foram analisadas sob as perspectivas dos seguintes teóricos: Gilbert Durand (1997), Mircea Eliade (1991), Walter Benjamin (1994), Paul Zumthor (1993), Ecléa Bosi (1994), Michael Pollak (1992), Paes Loureiro (1995) e Clifford Geertz(2011). Teóricos que nortearam o viés reflexivo desse estudo.

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No presente estudo, foram avaliados comparativamente os níveis atuais de exposição ao mercúrio e as manifestações neurológicas em ribeirinhos residentes em comunidades situadas no Estado do Pará, Brasil. Participaram do estudo 78 ribeirinhos de Barreiras (bacia do rio Tapajós), 30 de São Luiz do Tapajós (bacia do rio Tapajós) e 49 do Furo do Maracujá (bacia do rio Tocantins). As concentrações de mercúrio total foram quantificadas, em cabelo, pela espectrofotometria de absorção atômica, e a avaliação neurológica foi realizada por meio de testes de rotina. As concentrações de mercúrio nas comunidades do Tapajós foram maiores que as do Tocantins (p < 0,01). A avaliação das alterações neurológicas não mostrou diferença significativa entre as comunidades das áreas expostas e controle para os resultados observados pelo exame neurológico convencional, exceto para desvio da marcha (p < 0,05). Concluiu-se que, apesar dos níveis de exposição ao mercúrio, houve uma baixa frequência de alterações somatossensoriais encontradas por meio de exames neurológicos convencionais.

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A metamorfose, de acordo com Jean Chevalier e Alan Gheerbrant, é definida neste estudo como a transformação física e/ou comportamental de um ser em outro, sem a perda da identidade e ciência do primeiro ser. Esta transformação é um fenômeno recursivo em diversas mitologias e culturas. O presente trabalho tem por objetivo estabelecer, numa abordagem comparativa, as correlações e diferenças entre o tema da metamorfose recorrente nos mitos gregos relatados por Homero, em sua Odisseia, nos mitos gregos descrevidos pelo poeta latino Publius Ovidius Naso, conhecido como Ovídio, em sua obra Metamorfoses, nos cinco primeiros livros, e entre as narrativas orais que referem casos de metamorfoses ocorridos no município de Belém do Pará, inventariadas no período de 1994 a 2004. Foram consideradas as obras Odisseia e Metamorfoses por serem ambas, respectivamente, expoentes da literatura ocidental de uma Grécia dos séculos VIII a VII a.C e de uma Grécia do século I d.C retratada pelo poeta latino Ovídio, e que carregam o tema da metamorfose. Isto porque o estudo prévio ratifica a formação de índices míticos não somente nas narrativas da mitologia grega, mas também nos casos de metamorfoses oriundos de Belém. Em todo o caso, nota-se a configuração espaço-temporal como entidades que sedimentam e organizam o mundo mítico, articulando tais dimensões a representações no mundo físico-espiritual. O tema da metamorfose, contudo, é conformado de forma diferenciada, conforme o contexto histórico-cultural de cada narrativa, o que é refletido na multiplicidade de símbolos e sentidos perseguidos por cada narrativa. A fim de enriquecer o estudo dos símbolos e do contexto histórico-geográfico dos mitos gregos abordados, utilizam-se como fonte complementar os manuais de Junito Brandão, a saber, a obra Mitologia de Junito Brandão, nos volumes I, II e III, bem como os dois volumes do Dicionário Mítico-Etimológico da Mitologia Grega. Para uma análise comparativa mais eficaz, precisou-se ir além do estudo contextual de produção e representação dos códigos subjacentes a cada narrativa, pois o mito, nas palavras de Ernest Cassirer, é experimentado na consciência, porém é anterior a ela; o homem vive o mito, logo, o mito é anterior ao homem, posto que à medida que toma consciência de sua existência e das relações que tece com o mundo, o homem se vale do mito para estabelecer relações de valor e sentido, bem como representações para singularizar suas experiências. Trata-se, portanto, de uma questão filosófica de vital importância, por isso, buscou-se, para este estudo lítero-narratológico, os fundamentos da Filosofia da mitologia, junto a considerações de uma Antropologia cultural, associado ao levantamento contextual-histórico do cosmo que constitui cada narrativa, a fim de lançar bases elucidativas sobre as relações do homem com seu mundo a partir de determinadas transformações. Sob este foco, diante da pesquisa prévia das narrativas que serão analisadas, percebeu-se que as metamorfoses apresentavam maiores ocorrências quando: 1) simbolizavam o mal na figura dos metamorfoseados; 2) apresentavam motivações de cunho sexual e 3) consistiam em explicações para acontecimentos do mundo físico-espiritual. Trata-se de uma divisão metodológica que objetiva viabilizar a organização e visualização do estudo comparado. Conclui-se, então, que além de possibilitar a leitura e o conhecimento dos mitos gregos e de relatos da Amazônia pelos símbolos constituídos na consciência mítica, este estudo pode servir como uma base para verificação do exercício literário da linguagem criadora por meio do narrar, bem como ampliar a compreensão do que seja e faz a consciência humana enquanto arrimo para a difusão de comportamentos e crenças compartilhados pelo indivíduo em sociedade.

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A presente pesquisa tem como tema o estudo perceptual da prosódia como elemento de segmentação de narrativas orais espontâneas e visa confirmar, ou não, se a prosódia facilita ao ouvinte leigo e inexperiente perceber a estrutura do texto narrativo. Este estudo investiga se a diferença de tom é um elemento prosódico relevante. A dissertação tem como corpus quatro narrativas espontâneas, as quais fazem parte do corpus analisado por Oliveira Jr.(2000), autor do projeto que inspirou esta pesquisa. Para saber se os participantes são capazes de delimitar a estrutura narrativa, baseando-se apenas no aspecto perceptual, conduziu-se um teste de percepção com 112 voluntários, recrutados na Universidade Federal do Pará e na Universidade Federal de Alagoas. Coube aos participantes a tarefa de indicar os pontos em que o falante teve a intenção de finalizar uma unidade comunicativa nas narrativas. A interpretação sobre unidade comunicativa foi subjetiva. Apresentou-se cada narrativa em quatro condições diferentes, a saber: (i) transcrição sem marca de pontuação e sem paragrafação; (ii) transcrição da narrativa acompanhada de áudio ; (iii) narrativa somente em áudio e (iv) áudio filtrado da narrativa, resultando numa versão deslexicalizada (fala ininteligível), mas com preservação da estrutura prosódica do discurso. Nas duas primeiras condições, a segmentação foi no texto transcrito, com barras transversais (/); nas demais, utilizou-se um programa de computador chamado ELAN. A análise dos dados obtidos baseou-se em tabelas, gráficos, análise estatística (teste do Qui-Quadrado), análise acústica (utilização do Programa PRAAT). Os resultados sinalizam que a prosódia ajuda o ouvinte leigo a perceber a estrutura básica do discurso narrativo. Com relação ao peso do Pitch Reset para auxiliar os ouvintes na demarcação de fronteiras, pode-se dizer que o teste estatístico do Qui-Quadrado encontrou evidências que lhe atribui essa função. Assim, neste contexto, ratifica-se o relevante papel da prosódia para o reconhecimento da estrutura de narrativas orais espontâneas e identifica-se o reflexo do peso da diferença de tom na percepção dos participantes.