2 resultados para Lynch, David, 1946- - Estética
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Na literatura, a chamada fase do ps-modernismo mostra os processos de desumanizao e de coisificao dos indivduos. Estes se tornaram o foco de debates graas ao desenvolvimento intensivo da sociedade de massa, diretamente vinculada s influncias dos meios de comunicao e ao desenvolvimento da indstria cultural. Rubem Fonseca um dos grandes nomes da literatura desta poca e comps muitos textos que manifestam as angstias do homem imerso no contexto do consumismo exacerbado, mola propulsora do capitalismo tardio. O cobrador, coletnea de contos publicada em 1979, possui narrativas que permitem o dilogo entre as teorias sociolgicas que exaltam os conceitos dos meios de comunicao de massa, sociedade do consumo e indstria cultural, objetivo primordial desta pesquisa. A pretenso do presente estudo compreender as expresses desse perodo nos contos "O Cobrador", "Pirr da Caverna" e "Onze de Maio" desta obra, focalizando as interferncias que a sociedade de massa e a indstria cultural operaram para que as criaes literrias passassem a apresentar novas caractersticas. O mtodo empregado consiste na anlise dos contos, dando especial foco aos conceitos de indstria cultural, sociedade de massa e sociedade de consumo. Para anlise dos contos, foi de fundamental importncia o aparato terico de Antnio Cndido, Lucien Goldmann, e Luiz Costa Lima, como tericos que defendem a relao entre reas como sociologia e literatura, alm dos postulados de estudiosos como Theodor Adorno, David Lyon, Steven Connor, Jean-Franois Lyotard, Frederic Jameson, Jean Baudrillard, Marshall Berman, entre outro socilogos que provem debates sobre as mudanas culturais que o contexto ps-moderno suscita.Concomitantemente, a pesquisa est direcionada para o campo das teorias da Comunicao de carterneo-marxista e suas relaes com a literatura, evidenciando o tema da ascenso da sociedade de massa e a interferncia dos meios de comunicao de massa para configurao das artes e de outras manifestaes humanas. possvel estabelecer um dilogo entre os contos e as teorias que explicam os processos de massificao da sociedade, reconhecendo a preponderncia das leis do consumo nos procedimentos dos indivduos submetidos a essa condio, seja na violncia de alguns, seja superficialidade de outros, fundamentados na chamada estética da crueldade para as obras fictcias.
Resumo:
A cincia da natureza humana o projeto de Hume que concerne toda sua filosofia estética, tica, poltica, teoria do conhecimento, histria, economia, filosofia da religio, etc. coisa de que jamais poderamos dar conta, dado a natureza do trabalho de mestrado. Por isso, contentamo-nos em falar apenas da fundamentao da cincia da natureza humana, referente investigao acerca da origem das ideias e operaes do entendimento, ou da investigao sobre as causas e os poderes ocultos do entendimento humano, com base no mtodo experimental. A questo a que o nosso trabalho visa a lanar luz precisamente esta: o que uma cincia da natureza humana baseada no mtodo experimental? Essa ser, pois, a nossa tarefa adiante. Julgamos que, a partir de uma abordagem holstica e cientfica da mente humana, Hume tenta explicar a natureza dos poderes ou faculdades intelectuais, sobretudo suas limitaes e sua fragilidade. Sendo, pois, a base da cincia do homem o mtodo experimental, o qual, por sua vez, tem o seu fundamento slido na experincia e na observao, ento preciso perguntar: como e em que medida o uso de tal mtodo tornou-se imprescindvel filosofia moral isto , s questes filosficas de modo geral e que tangem cincia da natureza humana? Compreender isso compreender a etapa inicial do projeto filosfico humiano, ou seja, o estudo do entendimento humano que, por sua vez, subdivide-se em dois momentos, a saber: (1) A cincia da mente, pela qual Hume mostra as limitaes de nossas faculdades e poderes intelectuais e (2) o ceticismo que , pois, as consequncias desse estudo, a constatao da fragilidade e das limitaes do entendimento humano. Nesse sentido, sentimo-nos livres para falar de algumas reflexes tanto do Tratado quanto da primeira Investigao, muitas vezes de maneira indistinta, tentando ressaltar que tais obras, quando comparadas, podem revelar o amadurecimento de um mesmo projeto filosfico que a cincia da natureza humana. E este exatamente o fio condutor de nossa pesquisa: como uma cincia da natureza humana projetada por Hume e em que medida possvel falar do amadurecimento de seus propsitos? Com este exame inicial, poderemos responder alguns problemas acerca da viso pela qual Hume foi falsamente apontado como um ctico radical. Apresentaremos por que a crtica sobre a sua teoria das ideias elaborada pelos filsofos do senso comum no considera importantes pontos de sua cincia da mente, gerando muitos mal-entendidos na posteridade. Em suma, no Captulo 1 deste trabalho, examinaremos o que seria o projeto filosfico de Hume e, por meio desse exame, tentaremos apresentar, no Captulo 2, as bases em que essa cincia da mente construda por Hume est sustentada. No captulo 3, mostraremos que a interpretao ctico-destrutiva da posteridade est equivocada, na medida em que desconsidera os meios que Hume encontrou sua fundamentao da cincia da natureza humana.