2 resultados para Johnson, Lyndon B. (Lyndon Baines), 1908-1973

em Universidade Federal do Pará


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Na primeira parte deste trabalho foram desenvolvidos estudos de magnetismo de rochas e paleomagnetismo em amostras de rochas vulcnicas do Nordeste brasileiro. As idades das amostras compreende os perodos Jurssico e Cretceo. Com este objetivo foram amostradas quatro reas tendo sido estudado um total de 496 amostras em 55 stios. Para a coleta foi utilizada uma perfuradora porttil que extrai amostras de 2.5 cm de dimetro. A orientao das amostras foi feita por meio de uma bssola magntica e de um clinmetro. Os espcimes foram submetidos a desmagnetizaes por campo magntico alternado e em alguns poucos casos foi empregada a desmagnetizao trmica. Atribuindo-se peso unitrio a cada stio foi determinada a direo mdia da magnetizao remanescente caracterstica de cada uma das reas estudadas. As rochas vulcnicas do perodo Jurssico, localizadas na borda oeste da Bacia do Maranho (Porto Franco-Estreito), apresentaram uma direo media em que D= 3.9, I= -17.9 com <sub>95</sub>= 9.3, k= 17.9, N= 15 e todos os stios apresentaram polaridade normal. Para esta rea foi determinado o polo paleomagntico de coordenadas 85.3N, 82.5E (A<sub>95</sub>= 6.9) que se localiza prximo a outros polos paleomagnticos conhecidos para esse perodo. As rochas da borda leste da Bacia do Maranho (Teresina-Picos-Floriano) de idade cretcica inferior apresentaram uma direo mdia de magnetizao remanescente caracterstica tal que D= 174.7, I= +6.0 com <sub>95</sub>= 2.8, k= 122, N= 21 e todos os stios apresentaram polaridade reversa. O polo paleomagntico associado a elas apresentou por coordenadas 83.6N, 261.0E (A<sub>95</sub>=1.9) e mostrou concordncia com outros polos sul americanos de mesma idade. No Rio Grande do Norte foi estudado um enxame de diques toleticos tambm de idade cretcica inferior, cuja direo mdia da magnetizao remanescente caracterstica encontrada foi D= 186.6, I= +20.6 com <sub>95</sub>= 14.0 e k= 12.9, N= 10. Os stios desta rea apresentaram magnetizaes com polaridades normal a reversa. O polo paleomagntico obtido se localiza em 80.6N e 94.8E com A<sub>95</sub>= 9.5. O estudo das rochas vulcnicas da provncia magntica do Cabo de Santo Agostinho indicou para a regio um valor de D= 0.4, I= -20.6 com <sub>95</sub>= 4.8 e k= 114, N= 9 para a magnetizao remanescente caracterstica. Todos os stios apresentaram polaridade normal e o polo paleomagntico determinado apresentou as seguintes coordenadas: 87.6N, 135E com A<sub>95</sub>= 4.5. Foi discutida a eliminao da variao secular das direes obtidas, de forma que cada polo apresentado nesta dissertao verdadeiramente um polo paleomagntico. A anlise dos minerais magnticos portadores da remanncia, efetuada por curvas termomagnticas ou por difrao de Raio-X, indicou na maior parte das ocorrncias, a presena de titanomagnetita pobre em titnio. A presena de maguemita e algumas vezes hematita, na maior parte das vezes resultado de intemperismo, no anulou a magnetizao termoremanente associada poca de formao da rocha, que foi determinada aps a aplicao de tcnicas de desmagnetizao aos espcimes. Pelas curvas termomagnticas obteve-se, para a maioria das amostras, uma temperatura de Curie entre 500 e 600C. Os casos mais freqentes indicaram a ocorrncia de titanomagnetita exsolvida, em que foram observadas a presena de uma fase prxima magnetita e outra fase rica em titnio, prxima ilmenita, resultado de oxidao de alta temperatura. A segunda parte do trabalho diz respeito determinao da poca de abertura do oceano Atlntico Sul por meio de dados paleomagnticos. Entretanto ao invs de se utilizar o procedimento comumente encontrado na literatura, e que se baseia nas curvas de deriva polar aparente de cada continente, foi aplicado um teste estatstico que avalia a probabilidade de determinada posio relativa entre os continentes ser vlida ou no, para determinado perodo em estudo. Assim foi aplicado um teste F a polos paleomagnticos da frica e da Amrica do Sul, dos perodos Trissico, Jurssico, Cretceo Inferior e Cretceo Mdio-Superior, tendo sido estudadas situaes que reconstituem a posio pr-deriva dos continentes e configuraes que simulem um afastamento entre eles. Os resultados dos testes estatsticos indicaram, dentro de uma probabilidade de erro de menos de 5%, que a configurao pr-deriva de Martin et al (1981) compatvel com os dados paleomagnticos do Trissico, mas apresenta uma diferena significativa para os paleopolos de Jurssico, Cretceo Inferior, Cretceo Mdio-Superior. Outras reconstrues pr-deriva testadas apresentaram o mesmo resultado. A comparao entre os polos paleomagnticos da Amrica do Sul e da frica, segundo uma reconstruo que admite uma pequena abertura entre os continentes, como a proposta por Sclater et al (1977) para 110 m.a. atrs, indicou que os dados do Trissico no so compatveis com este afastamento. Por outro lado os paleopolos do Jurssico e do Cretceo Inferior, embora mais antigos que a data sugerida pela reconstruo, so consistentes com esta separao dentro de uma probabilidade de erro de menos de 5%. Os dados do Cretceo Mdio-Superior se mostraram consistentes com a reconstruo sugerida para 80 m.a. atrs por Francheteau (1973) e que prope uma separao maior entre os continentes. Com base na premissa de deslocamentos de blocos continentais rgidos a anlise dos resultados obtidos indicou que Amrica do Sul e frica estavam unidas por suas margens continentais opostas no perodo Trissico e que uma pequena separao entre estes continentes, provavelmente devida a uma rutura inicial, ocorreu no Jurssico e se manteve, ento, aproximadamente estacionria at o incio do Cretceo Inferior. Esta concluso difere da maior parte dos trabalhos que discutem a abertura do oceano Atlntico Sul. Os dados do Cretceo Mdio-Superior so compatveis com um afastamento rpido e significativo entre os continentes naquele perodo.

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Homens e caranguejos (1967), nica narrativa ficcional de Josu Apolnio de Castro (1908-1973), a priori publicada em francs (1966), durante o foroso exlio do autor em Paris, sumariamente expressiva desde o prlogo que antecede a trama. Nomeando as pginas introdutrias deste romance como Prefcio um tanto gordo para um romance um tanto magro, Josu de Castro distende, ao retomar num tempo que j considerava anacrnico, o hbito pela escrita prefacial, a concepo de paratexto ampliada por Gerard Genette (1930), em Palimpsestes (1982). Apresentando a fome pelas recordaes infantis que dela possui, o autor agua no pblico-leitor a vontade de tatear, rente a seu olhar aparentemente ingnuo de criana e, de ficcionista de primeira viagem, o macrocosmo de memrias da fome que lhe serve como porto de partida para a criao de um microcosmo ldico e faminto, pelo qual a imaginao e impossibilidade de re-apresentao total do vivido na linguagem, rearranjam a realidade da condio humana, reinventando-a pela articulao dramtica dos elementos formais, sobretudo, tempo-espao, narrador e personagem. A fico se pe no ritmo fragmentado de aventuras e desventuras assumidas a partir dos intervalos da memria. Sero sumrios nos estudos mnemnicos, as apreciaes de Henri Bergson em Matria e memria (1896), Jacques Le Goff em Histria e memria (1924) e Maurice Halbwachs, na publicao pstuma de A memria coletiva (1950), em face de serem fontes subsidirias da aproximao entre os estudos da memria e a literatura. Lana-se mo da lembrana a fim de legendar os dilogos futuros entre o protagonista infantil, Joo Paulo, vido pela liberdade sonhadora prpria da criana, e as memrias de outros experientes personagens, nem to esperanosos assim. D-se na narrativa o tom que oscila entre a transformao e a acomodao do eu e do outro, de espaos simbioticamente incertos e unidos por suas fomes. Fome que , desde ento, a personagem modeladora, que provoca o dilogo da presente pesquisa com o modo de apreenso que dado por Angela Faria, na dissertao Homens e caranguejos: uma trama interdisciplinar. A literatura topoflica e telrica (2008). Vislumbra-se no elemento famlico uma funo que vai alm da tematizao social do subdesenvolvimento, como agente que apalpa com mos-de-ferro o estrato formal e interno da obra.