4 resultados para HETAERINA-AMERICANA

em Universidade Federal do Pará


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A leishmaniose visceral americana (LVA) é doença infecciosa, não contagiosa de evolução crônica, com altos índices de morbi-mortalidade, sendo o Brasil detentor de 90% dos casos notificados no continente Americano. No entanto, ainda não estão esclarecidos de forma objetiva os sinais e sintomas da forma subclínica da doença, ocasionando retardo ou confusão no diagnóstico da infecção. Neste sentido, o presente trabalho propôs-se a acompanhar clínica e sorologicamente a população previamente definida, a fim de caracterizar a forma oligossistomática da LVA e estudar a prevalência e incidência da infecção. Foram acompanhados 307 indivíduos infectados ou não pela Leishmania chagasi, crianças e adultos, pertencentes a 61 famílias, moradores da localidade Cabresto, Barcarena-Pará, triados através de exame clínico e laboratorial, com base na sorologia para LVA por técnica de imunofluorescência indireta, no período de janeiro/2000 a janeiro/2001. Para o cálculo da incidência da infecção e determinantes clínicos foram excluídos da amostra 06 pacientes que já haviam desenvolvido a forma clássica da doença em período anterior. A análise estatística foi realizada com auxílio do programa EPIINFO 6.04 e BioEstat 2.0 e os testes aplicados foram o Qui-quadrado, Teste Exato de Fisher e Teste G. No momento do primeiro exame (triagem sorológica), 34 (11%) pacientes tiveram sorologia positiva para a infecção, entretanto 06 desses pacientes já haviam desenvolvido as manifestações clássicas da LVA, transcorridos os 12 meses da pesquisa surgiram mais 09 indivíduos com sorologia positiva de títulos maiores ou iguais a 1/320, perfazendo um total de 43 (14%) pacientes infectados pelo parasito. Entre os pacientes infectados: as faixas etárias de maior predominância foi o sexo masculino com 28 (65,1 %); os sinais e sintomas manifestos ou percebidos pelos indivíduos oligossintomáticos (5,5%), foram: palidez cutâneo-mucosa, adenite, sopro cardíaco, perda de peso, hepatomegalia, distensão abdominal e tosse. A taxa de incidência da infecção foi de 2,9%. Nenhum dos pacientes infectados apresentou exacerbação dos sintomas ou manifestou semelhança com a forma aguda da doença, durante os doze meses de estudo, mesmo quando apresentavam títulos mais elevados da sorologia, compatíveis com àqueles de pacientes da forma clássica da LVA.

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Existe uma diversidade de espécies de Leishmania prevalentes na região Amazônica associadas à LTA configurando a etiologia múltipla da doença e, apesar do conhecimento da elevada ocorrência desta protozoose na Mesorregião do Baixo Amazonas, à oeste do Estado do Pará, quase nada era sabido sobre os agentes etiológicos da doença na referida área. Nesse sentido, o presente trabalho propôs-se a caracterizar por eletroforese de isoenzimas as amostras de Leishmania isoladas de pacientes procedentes da Mesorregião do baixo Amazonas, verificando a existência da correlação geográfica das espécies encontradas com a sua distribuição regional previamente conhecida, e ainda, verificando a presença de variação intraespecífica. A caracterização das 43 amostras de Leishmania foi feita por eletroforese em gel de amido utilizando sete sistemas enzimáticos (6PGDH, PGM, G6PD, MPI, GPI, ASAT E ALAT), comparando seus perfis eletroforéticos com os perfis das sete cepas-referência das espécies conhecidas da região. As amostras foram testadas previamente por imunofluorescência indireta com o uso de um painel com 23 anticorpos monoclonais (sistema biotina-avidina) apenas como uma triagem. A caracterização isoenzimática das amostras permitiu o seguinte resultado: 11 (25,28%) amostras de L. (V) braziliensis, 20 (46,50%) de L.(V) guyanensis, 2 (4,60%) de L.(L.) amazonensis, 4 (9,30%) de L.(V) shawi e 6 (13,95%) de L.(V) lainsoni. A eletroforese isoenzimática apresentou elevado poder discriminatório para a identificação das amostras estudadas, permitindo concluir que esta técnica representa uma importante ferramenta para a caracterização dos parasitos do gênero Leishmania. Nas cepas de L. (V) braziliensis observou-se pela primeira vez na Mesorregião do Baixo Amazonas a ocorrência de variação intraespecífica revelada pela presença de três serodemas. Nas cepas de L. (V) guyanensis observou-se a presença de duas variantes, uma que apresentou reatividade com o monoclonal B 19 (espécie-específico), porém com variação nas enzimas 6PGDH e PGM, e a Segunda, sem reatividade para este monoclonal e com perfis eletroforéticos semelhantes ao da cepa-referência L. (V) guyanensis especialmente nas enzimas 6PGDH, porém com tribandas, e na PGM, consideradas os melhores marcadores enzimáticos pelo seu elevado poder discriminatório. Dessa forma, descreveu-se pela primeira vez a ocorrência de diferentes espécies de Leishmania dermotrópicas na Mesorregião do Baixo Amazonas, as quais já tem registro na região norte do Brasil, sugerindo a transmissão simpátrica das espécies encontradas na referida área estudada.

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A leishmaniose tegumentar americana (LTA) constitui uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Leishmania com elevada incidência na região Amazônica. Uma variedade de espécies de leishmania é responsável por esta patologia. Desta forma, dependendo da espécie e da resposta imunológica do hospedeiro vertebrado, a doença pode apresentar diferentes formas clínicas, como a leishmaniose cutânea localizada (LCL) e a leishmaniose mucocutânea (LMC). A principal espécie responsável pela LTA é a Leishmania (Viannia) braziliensis. Contudo, devido à existência de uma multiplicidade de cepas desta espécie e ao reduzido número de estudos relacionados, torna-se importante o conhecimento dos aspectos metabólicos básicos do protozoário, como o metabolismo lipídico, na tentativa de caracterizar vias ou componentes fundamentais para seu desenvolvimento e infectividade. Desta forma, este trabalho teve como objetivo analisar distribuição de corpos lipídicos (CLs) e o perfil lipídico de duas cepas de L. (V.) braziliensis, isolada de diferentes casos clínicos, em diferentes períodos da fase estacionária do crescimento celular. As formas promastigotas das cepas M17593 (LCL) e M17323 (LMC) de L. (V.) braziliensis foram utilizadas na fase estacionária inicial (EST-I) e estacionária tardia (EST-T) de crescimento. Inicialmente, foi realizada análise ultraestrutural das formas promastigotas por microscopia eletrônica de transmissão (MET) e foram observadas estruturas sugestivas de CLs distribuídos no citoplasma do parasito, confirmados pela técnica citoquímica ósmio-imidazol, organelas necessárias para o metabolismo energético do parasito. Para quantificar a distribuição de CLs entre os dias de cultivo e entre as cepas, foi realizada análise por citometria de fluxo com Bodipy® 493/503. Os resultados indicaram que a cepa responsável pela LMC apresentou maior quantidade de CLs durante a fase estacionária tardia. Na cepa LCL não foi observado diferença significativa entre as fases estudadas. Assim, pode ser sugerido que a exacerbada resposta inflamatória que ocorre em pacientes com LMC, esteja relacionada com o acúmulo de CLs no parasito, fonte de energia e eicosanoides, como prostaglandinas. Outra hipótese é a possível correlação de CLs com a baixa exposição do fosfolipídio fosfatidilserina para a superfície externa da membrana, importante para a infectividade do parasito. Para análise dos lipídios totais, os parasitos foram submetidos à extração lipídica, seguido da técnica de HPTLC, onde foram encontrados predominantemente fosfolipídios, esterol esterificado, esteróis, triglicerídeos e ácidos graxos compondo o parasito, com variações entre as cepas e entre as fases estudadas. A cepa LCL na fase estacionária tardia possui maior quantidade de lipídios totais, que pode ser justificado por já ser conhecida como a cepa mais infectiva e possivelmente apresentar maior quantidade de glicoconjugados associados com subdomínios lipídicos importantes para o reconhecimento de fagócitos. É importante ressaltar que a maior infectividade da cepa LCL quando comparada à cepa LMC, resulta em um menor processo inflamatório. Estes resultados indicam que há uma variação no perfil lipídico e na distribuição de CLs entre as diferentes cepas de L. (V.) braziliensis, que pode estar relacionado com a infectividade do parasito e com a manifestação clinica da doença.

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A Leishmaniose Tegumentar Americana no estado do Amapá ainda está restrita às áreas rurais. Para estratificar o Amapá em áreas de risco para LTA, e conhecer seu perfil epidemiológico, foram coletados casos registrados no Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação e classificados os municípios quanto ao risco, de acordo com as médias dos coeficientes de prevalência de 2002 a 2006 de cada município. Foram registrados 2.664 casos autóctones de LTA: 2002 (353 casos); 2003 (481); 2004 (968), 2005 (422) e 2006 (440). Desses, 653 (24,5%) com origem da infecção no município de Porto Grande. A média do coeficiente de prevalência do estado nos 5 anos estudados foi de 95,51/100.000hab. Os municípios foram agrupados em áreas quanto ao grau de risco: de baixo risco para LTA (Macapá, Cutias, Santana e Amapá); médio risco (Itaubal, Pracuúba, V. do Jari e Ferreira Gomes); alto risco (L. do Jari, Mazagão, Tartarugalzinho e Oiapoque) e muito alto risco (Calçoene, P. Grande, P. B. do Amapari e S. do Navio). O Amapá apresentou 72% dos casos no 1ºsemestre, com 16,6% dos casos no mês de abril; 38,8% em pacientes com idade entre 20 a 34 anos; 79,7% de ocorrência no sexo masculino, variando na área de médio risco 83% e baixo risco 72%; 29% em pacientes com escolaridade de 4 a 7 anos de estudo. Com 96,2% com confirmação laboratorial na área de muito alto risco; 98,9% casos de leishmaniose cutânea e apenas 42,9% com cura confirmada, na área de alto risco ocorreram 65,3% de cura. A LTA apresenta 100% de autoctonia no estado do Amapá, com um importante surto em 2004 e o município de P. Grande é o que mais contribui para a manutenção desta endemia.