14 resultados para Filosofia inglesa Séc. XVIII
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Na primeira metade do século XVIII, duas revoltas sacudiram as capitanias do Par e do Maranho. A primeira delas teve como protagonista o procurador das cmaras de So Lus e Belm, Paulo da Silva Nunes que, no espao de quinze anos, acumulando documentos e renovando queixas apresentou um dos mais contundentes esboos de acusaes contra os jesutas, documento esse mais tarde utilizado por Pombal em sua campanha contra os regulares da Companhia. Nessa revolta, discutia-se a legalidade das formas de cativeiros dos ndios e o poder temporal dos aldeamentos indgenas por parte dos padres da Companhia, o que dificultava o acesso dos moradores mo-de-obra escrava. A segunda revolta teve como principal arquiteto um morador da cidade de So Lus chamado Gregrio de Andrade da Fonseca, que se rebelou contra alguns representantes da administrao local, especialmente os da Ouvidoria, que se opuseram aos privilgios que ele havia obtido graas s redes de clientela constitudas na regio. Essas revoltas possuem importncia capital por apresentar uma srie de elementos da cultura poltica que caracterizava as relaes entre os habitantes do Estado do Maranho com os segmentos estabelecidos na Corte.
Cruentas guerras: ndios e portugueses nos sertes do Maranho e Piau (primeira metade do século XVIII)
Resumo:
As capitanias do Maranho e do Piau foram palco de muitas guerras entre lusobrasileiros e ndios na primeira metade do século XVIII. Esta dissertao trata desses conflitos que aconteceram durante a expanso portuguesa nessa regio. A pesquisa procura analisar como o espao das capitanias do Maranho e Piau descrito nos relatos que tratam sobre as guerras, bem como a maneira pela qual as tropas contriburam para alterao na paisagem da regio. A dissertao reflete tambm sobre a composio dos espaos indgenas na paisagem colonial e as relaes que os grupos indgenas mantinham entre eles e com os luso-brasileiros. Outra discusso feita pela dissertao trata da maneira pela qual as guerras faziam parte das relaes de poder existentes no Estado do Maranho e Gro-Par e como a realizao delas dependia de interesses particulares.
Resumo:
O objetivo deste trabalho discutir sobre o processo de militarizao da capitania do Gro-Par na primeira metade do século XVIII. Trata-se das polticas de defesa engendradas pela Coroa portuguesa para essa regio. Para a anlise utilizamos como objeto de estudo a tropa paga por ser esta a fora militar profissional na colnia, e ainda a responsvel por empreender aes de guerra e guarnio. Nesse sentido, este estudo procura desenvolver e discutir questes como: a representao das companhias pagas nas diversas correspondncias entre a colnia e o reino, e a partir disso perceber o estado militar da capitania; a composio da tropa por meio da anlise do recrutamento compulsrio e de seus mltiplos significados para os soldados e para a regio; e a mobilizao dessa fora de defesa atravs do mapeamento do destacamento de soldados e da movimentao de tropas no Gro-Par. Trata-se ainda, da implicao dessa mobilizao na famlia do recrutado.
Resumo:
Na Histria do Brasil Colnia, a famlia apresentou-se como uma instituio fundamental, tendo em vista a relevncia de suas funes, socioeconmicas e polticas, no decorrer desse perodo. Observa-se que os historiadores da famlia no Brasil estiveram voltados para a regio sudeste, em especial a sociedade paulista, e poucos tm direcionado seus estudos para outras regies, nitidamente aquelas onde se desenvolveram sociedades no diretamente vinculadas ao setor exportador da Colnia e as que no receberam grande contingente de migrantes estrangeiros. sabido tambm que os estudos da famlia quando associado demografia histrica na Capitania do Par no conseguiram resultados mais detalhados do que a identificao de estatsticas aproximativas da distribuio de homens e mulheres de diferentes categorias tnico-sociais. nesse sentido que esta dissertao, por meio do Recenseamento de 1778 da Capitania do Par e da anlise da trajetria da famlia de elite Morais Bittencourt (1750-1790), pretende delinear as elites e as hierarquias sociais na sociedade paraense.
Resumo:
A atividade aucareira no Estado do Maranho pouco tratada pela historiografia brasileira e apresenta peculiaridades. Esta dissertao compreende uma anlise da atividade aucareira no Estado do Maranho na primeira metade do século XVIII, com a finalidade de compreender a importncia do acar nas Capitanias do Par e Maranho, onde a atividade foi intensamente praticada ao longo do perodo colonial. Ancorado firmemente na documentao manuscrita e relatos do perodo, buscou-se identificar os significados do acar nesta regio que no eram puramente econmicos a fim de explicar a continuidade da atividade aucareira na regio em meio a problemas caractersticos de sua historia dentre os quais pode-se destacar a falta de escravos, ataques indgenas, inexistncia de moeda metlica, entre outros.
Resumo:
A presente dissertao analisa o trfico negreiro para o Estado do Maranho e Gro-Par durante o reinado de D. Joo V. Baseando-se em documentos arquivistas, compreende-se que o trfico constituiu um negcio de base triangular com forte apoio da Coroa portuguesa ao financiar e proporcionar a estrutura necessria ao comrcio de almas, principalmente no perodo em que a regio foi abalada pelas epidemias de varola que mataram muitos indgenas. Nesse momento, os moradores e as autoridades discursavam sobre a importncia do africano para o crescimento econmico da regio amaznica, fato examinado nos constantes pedidos de escravos como alternativa para suprir a carncia de mo-de-obra que a regio vivenciava. Esta dissertao analisa tambm a participao desses escravos como trabalhadores dos engenhos de acar e aguardente, trabalhadores domsticos, construtores civis e como barbeiros-sangradores. Prope-se que esses indivduos, ao lado de outras categorias sociais, como mulatos, cafuzos e principalmente indgenas, em muitos momentos construram espaos de autonomias.
Resumo:
Elaborada em meio s intervenes da administrao portuguesa no Vale Amaznico, a Descrio de vrias Plantas, Frutas, Animais, Aves, Peixes, Cobras, razes, e outras coisas semelhantes que se acham nesta Capitania do Gro Par, de Antonio Landi, escrita entre os anos de 1772 e 1773, tem sido vista pela historiografia como resultante dos interesses da Coroa portuguesa. Este trabalho tem por objeto de estudo tal descrio, propondo uma compreenso distinta da comumente aceita, de que a Descrio das plantas e dos animais da capitania do Gro Par surgiu como um desdobramento lgico das polticas metropolitanas. Sendo assim, no se trata de uma formulao sugerida ou determinada pela burocracia colonial, mas de um trabalho motivado a partir das demandas coloniais. Por outro lado, esta dissertao buscou compreender as intenes prprias da condio de colono do arquiteto italiano, evitando conceber sua produo como naturalista apenas como um reflexo do pensamento cientfico europeu. Antes, buscando entender essa atividade como relacionada ao contexto da dinmica colonial local. Dessa forma, este estudo procura evidenciar que as prticas e contornos prprios da sociedade do Vale Amaznico foram determinantes para a elaborao do trabalho de Histria Natural de Antonio Landi.
Resumo:
Aps o final do monoplio exercido pela companhia pombalina, pensada estrategicamente para a Amaznia na segunda metade do século XVIII, emergir um comrcio interno de escravos por via martima em direitura a estas paragens. Este trfico de escravos passou a ser visto pelas autoridades rgias como um perigo a sobrevivncia de seus negcios e da agricultura. Por outro lado, no foram poucos os comerciantes e moradores da rea setentrional da colnia e da provncia que receberam de bom grado a mo de obra africana vinda de reas costeiras braslicas. Nesta dissertao, a partir desse trfico interno de escravos percebo a importncia considervel deste comrcio negreiro para Amaznia buscando refletir sobre os seus mecanismos de funcionamento e reproduo.
As letras humanas: os povos indgenas e o ensino da lngua portuguesa na Amaznia Pombalina (1751-1763)
Resumo:
Os povos indgenas que habitavam o Vale do Amazonas durante o perodo da colonizao portuguesa foram submetidos em distintos momentos, por diferentes agentes e por variados instrumentos, a incisivos processos de aculturao visando sua insero no mundo civilizado. Sendo o uso das letras humanas, compreendido pela prtica da leitura e da escrita na lngua portuguesa sua maior evidencia. Durante um século (1650-1750) a Companhia de Jesus destacou-se entre as ordens regulares que se estabeleceram na regio como aquela que mais implantou aldeias missionrias objetivando alm da catequese o ensino das letras humanas aos povos nativos. Na segunda metade do século dezoito no contexto da chamada Era Pombalina o Estado Luso, a partir especialmente das cartas e relatrios de Francisco Xavier de Mendona Furtado Governador do Estado do Gro- Par e Maranho entre 1751 e 1759, oficializou a viso que denunciava o lamentvel estado do ensino no Vale do Amazonas evidenciado no descaso das ordens missionrias em geral e dos jesutas em particular, com o ensino da lngua do Rei aos sditos nativos. Prova maior desta incmoda realidade era o uso massificado da chamada Lngua Geral em detrimento da lngua portuguesa. Em face desta realidade e considerando que o uso da lngua portuguesa se constitua a base fundamental da civilidade conforme expressava o texto do Directrio que se deve observar nas povoaes dos ndios do Par e Maranho, O Estado encampa e assume a tarefa de promover o ensino das letras humanas nas Vilas, Lugares e Povoaes do Vale do Amazonas. Tarefa que o sucessor de Mendona Furtado o Governador Manuel Bernardo de Mello e Castro (1759-1761) envidar grande esforo e particular empenho para cumprir, em face dos enormes obstculos estruturais e conjunturais que se apresentavam. Esta dissertao tem como objetivo essencial melhor compreender estes eventos, perscrutando o seu processo, destacando seus percalos e refletindo sobre suas consequncias para os povos indgenas que o vivenciaram.
Resumo:
Nosso propsito foi estudar o trfico de africanos para o Estado do Gro-Par e Rio Negro no perodo de 1777 a 1815. Para alcanar nosso intento, utilizamos as informaes contidas na Base de Dados do Comrcio Transatlntico de Escravos (BDCTE), a documentao compilada do Arquivo Pblico do Par por Anaza Vergolino e Napoleo Figueiredo no livro A presena Africana na Amaznia Colonial: uma notcia histrica, cruzamos com os documentao do Projeto Resgate AHU, alm disso, consultamos a bibliografia. No primeiro captulo elaboramos uma apreciao da historiografia para identificar a percepo da mesma acerca do trfico de africanos para o Gro-Par, apresentando, questionando e articulando os principais argumentos sobre a questo, alm disso, identificamos a produo e as perspectivas da historiografia que trata sobre o trfico no Estado do Maranho. Em seguida buscamos apontar os elementos que permitiram a continuidade do comrcio de cativos oriundos da frica, estando extinto o monoplio comercial. Abordamos alguns aspectos polticos e econmicos experimentados pelo Estado do Gro-Par. Neste cenrio foi possvel identificar os impactos do fim do exclusivo comercial, por meio das reaes de moradores e administradores do Gro-Par, expresso nos discursos produzidos pelos mesmos. No final nos detemos em identificar dinmica e organizao do trfico, os aspectos quantitativos do mesmo. Alm disso, observamos que pouqussimo foi dito pela historiografia sobre os responsveis em dar continuidade neste comrcio aps a CCGPM, por isso identificamos quem eram os homens de negcio, quem financiava o trfico para o estado em questo, ressaltando a participao dos moradores do Gro- Par, como custeadores deste comrcio.
Resumo:
A presente dissertao discute o estabelecimento dos frades franciscanos como um poder local, a partir das redes de influncia que criaram e dos conflitos em que estes frades estavam envolvidos. Procuramos, dessa forma, compreender como se constroem as relaes sociais entre os capuchos e o mundo secular, relaes estas marcadas por lutas nascidas a partir de diferentes pontos de vista, principalmente no que referente ao contato com o ndio, e que permitem analisar os aspectos mais marcantes dos missionrios como um ncleo de poder no Estado do Maranho e Gro-Par.
Resumo:
A arquitetura da cidade de Belm, no Par, da segunda metade do século XVIII marcada pela obra do arquiteto italiano Antnio Jos Landi responsvel pelo projeto e construo, ou reforma, de edificaes que marcam a paisagem da cidade at os dias atuais. Ao analisar a bibliografia publicada a respeito do artista, possvel notar uma flutuao entre os autores no que diz respeito classificao de seu estilo artstico. possvel atribuir esse fato s influncias recebidas pelo arquiteto ao longo de sua vida na Europa, o que imprimiu em sua linguagem elementos de vrias correntes artsticas. objetivo desse trabalho, a partir de um estudo sistematizado dos ornatos utilizados pelo arquiteto, perceber seu vocabulrio ornamental e fornecer ento fundamentos para estudos a respeito das influncias que a obra landiana pode ter provocado na arte paraense. Para tanto, reuniram-se os ornatos em quatro grupos a fim de facilitar a visualizao de seu vocabulrio e, consequentemente, de sua linguagem ornamental. Vasta foi sua produo entre Itlia, Portugal e Brasil, entretanto, foram priorizados os ornamentos utilizados na obra realizada em terras brasileiras, suas caractersticas, sua utilizao e suas variaes. A metodologia empregada consistiu de pesquisa bibliogrfica, levantamento e anlise dos desenhos realizados no Brasil e registro fotogrfico e anlise das obras executadas em Belm. Ao final da pesquisa, conclui-se que o italiano desenvolveu sua arte, com o uso de um vocabulrio ornamental cuja origem teve suas razes nas influncias artsticas europeias que se amoldaram ao ambiente amaznico, suas limitaes de materiais e mo-de-obra.
Resumo:
Esta dissertao tem por objetivo investigar a presena dos escritores ingleses nas obras de escritores brasileiros do século XIX. Os romancistas ingleses que se destacaram na Inglaterra do século XVIII foram Daniel Defoe, Samuel Richardson e Henry Fielding. Eles contriburam para ascenso e consolidao do romance como gnero literrio. No Brasil, o romance desenvolveu-se com maior liberdade e atraiu o pblico leitor. O novo pblico comea a ler romances que recriavam a cidade, as ruas e a vida de uma classe social emergente: a burguesia. O novo gnero que surgiu na Inglaterra promoveu o crescimento do comrcio, a proliferao de revistas e jornais, de cunho popular e literrio. Os escritores brasileiros como Jos de Alencar e Machado de Assis sofreram influncias dos escritores ingleses, no entanto, essa influncia no foi refletida somente nos romances desses escritores, foi sentida tambm nos negcios, na cultura e na vida social do Brasil. Alguns exemplos dessa presena so igualmente revelados nas obras de Machado de Assis por meio das citaes, das referncias e das aluses. Machado de Assis, sempre quando possvel, faz referncias aos escritores ingleses tanto dos séculos XVI e XVIII quanto do século XIX, tais como Shakespeare, Swift, Fielding. Sterne, Lamb e Dickens entre outros romancistas ingleses.
Resumo:
A presente pesquisa tem por objetivo a ponderao do patrimnio material jesutico no Estado do Maranho, durante a segunda metade do século XVII e primeira do XVIII. De modo especfico, analisaremos trs aspectos: os modos de conquista das propriedades inacianas; a maximizao dessas fazendas a partir do gerenciamento direto dos padres (caso do comrcio) e a relao entre a administrao colonial e reinol com a Companhia no tocante ao pagamento dos dzimos dos gneros que a Ordem cultivava em suas terras. Nesse sentido, veremos que os trs pontos, sobretudo os dois ltimos, foram motivos de grandes oposies por parte dos moradores da Amaznia colonial portuguesa.