34 resultados para Ficção fantástica moçambicana História e crítica

em Universidade Federal do Pará


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Nesta tese, pretendemos analisar comparativamente a reconstruo histrica da Cabanagem e da Guerra Civil Moçambicana nos romances Lealdade (1997), de Mrcio Souza e As duas sombras do rio (2003), de Joo Paulo Borges Coelho. Para tanto, apresentaremos um breve percurso histrico da colonizao brasileira e moçambicana, bem como o perodo da independncia e ps-independncia, alm do percurso terico sobre o romance histrico, resistncia, memria, bem como a teoria sobre o espao, nesse caso o rio, que utilizamos como ferramenta de anlise. Utilizando o rio como fio condutor de nossa anlise. Na obra de Borges Coelho, a anlise foi feita a partir das travessias das personagens pelos rios que foram desencadeadas pela chegada da guerra civil. Fixamos nossa leitura em Lenidas Ntsato personagem que metaforiza Moambique dividido em dois pela guerra civil e destacamos o papel do narrador neste romance. Na narrativa de Mrcio Souza acompanhamos as viagens de Fernando, narrador do romance, que tem sua biografia entrelaada aos acontecimentos que desencadearo a Cabanagem anos mais tarde. Cada um com seu estilo, os dois romancistas revisitam as agruras das duas guerras que tem como palco o Norte do Brasil e de Moambique que so espaos perifricos desde os tempos coloniais.

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Homens e caranguejos (1967), nica narrativa ficcional de Josu Apolnio de Castro (1908-1973), a priori publicada em francs (1966), durante o foroso exlio do autor em Paris, sumariamente expressiva desde o prlogo que antecede a trama. Nomeando as pginas introdutrias deste romance como Prefcio um tanto gordo para um romance um tanto magro, Josu de Castro distende, ao retomar num tempo que j considerava anacrnico, o hbito pela escrita prefacial, a concepo de paratexto ampliada por Gerard Genette (1930), em Palimpsestes (1982). Apresentando a fome pelas recordaes infantis que dela possui, o autor agua no pblico-leitor a vontade de tatear, rente a seu olhar aparentemente ingnuo de criana e, de ficcionista de primeira viagem, o macrocosmo de memrias da fome que lhe serve como porto de partida para a criao de um microcosmo ldico e faminto, pelo qual a imaginao e impossibilidade de re-apresentao total do vivido na linguagem, rearranjam a realidade da condio humana, reinventando-a pela articulao dramtica dos elementos formais, sobretudo, tempo-espao, narrador e personagem. A ficção se pe no ritmo fragmentado de aventuras e desventuras assumidas a partir dos intervalos da memria. Sero sumrios nos estudos mnemnicos, as apreciaes de Henri Bergson em Matria e memria (1896), Jacques Le Goff em História e memria (1924) e Maurice Halbwachs, na publicao pstuma de A memria coletiva (1950), em face de serem fontes subsidirias da aproximao entre os estudos da memria e a literatura. Lana-se mo da lembrana a fim de legendar os dilogos futuros entre o protagonista infantil, Joo Paulo, vido pela liberdade sonhadora prpria da criana, e as memrias de outros experientes personagens, nem to esperanosos assim. D-se na narrativa o tom que oscila entre a transformao e a acomodao do eu e do outro, de espaos simbioticamente incertos e unidos por suas fomes. Fome que , desde ento, a personagem modeladora, que provoca o dilogo da presente pesquisa com o modo de apreenso que dado por Angela Faria, na dissertao Homens e caranguejos: uma trama interdisciplinar. A literatura topoflica e telrica (2008). Vislumbra-se no elemento famlico uma funo que vai alm da tematizao social do subdesenvolvimento, como agente que apalpa com mos-de-ferro o estrato formal e interno da obra.

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O Tetraneto Del-Rei uma obra que mescla linguagens, gneros, discursos e tece, nesse emaranhado de fios, um texto original que recria parte de nosso perodo colonial questionando destrutivamente o discurso cristalizado pela história e mesmo por textos que compe nosso cnone literrio. Os textos utilizados na obra do paraense Haroldo Maranho so reconstrudos num tom, sobretudo crtico, revelando uma outra viso do processo de colonizao. Assim, partindo da produo literria dos pases com colonizao semelhante ao nosso, inicio a leitura considerando alguns trabalhos como os de Silviano Santiago, Antonio Candido e Roberto Schwarz. Alm disso, h que se considerar aspectos histricos e sociais da empreitada portuguesa e dos discursos construdos acerca das terras recm descobertas e dos seus habitantes, discursos esses que sero reafirmados e reconstrudos pelo texto literrio. Nesse sentido, sero utilizados alguns textos quinhentistas que auxiliaro a demonstrar os aspectos do discurso colonial e sistematiz-los com base em Eni Orlandi, Homi Bhabha e Michel de Certau. Ademais, sero observadas as estratgias textuais escolhidas por Haroldo Maranho para recriar ficcionalmente nosso perodo de colonizao.

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O presente estudo visa a estabelecer uma anlise comparativa entre dois romances da literatura brasileira do sculo XX, no que tange abordagem realizada pelas obras do fenmeno histrico-social do cangao. As obras escolhidas, Fogo Morto, de Jos Lins do Rego, e Os Desvalidos, de Francisco Dantas, representam dois momentos distintos da produo ficcional nordestina. A primeira est inserida na corrente ficcional das dcadas de 30 e 40. Dcimo romance do escritor paraibano, Fogo Morto representa o cangao na perspectiva do personagem Jos Amaro, seleiro que se transforma em ajudante do cangaceiro Antnio Silvino. A segunda obra, publicada em 1993, representa uma retomada da ficção regionalista. O romance focaliza o cangao sob o ponto de vista de Coriolano, personagem que, ao contrrio de Jos Amaro, demonstra dio implacvel pelo cangao, no romance representado por Lampio. A anlise comparativa das obras foi precedida pelo estudo das razes histricas do cangao, bem como a caracterizao do cangaceiro como ser carregado de dubiedade no imaginrio popular nordestino. Com efeito, o cangaceiro ora representado como heri, ora encarado como bandido pelo sertanejo, sendo que essa viso contraditria transportada para a ficção, aparecendo nos dois romances que so analisados neste trabalho. A abordagem histrica do cangao realizada a partir de estudos de autores como Rui Fac (1983), Maria Isaura Pereira de Queiroz (1977) e Luiz Bernardo Perics (2010). Tambm foi imprescindvel um breve estudo de Cmara Cascudo (2005), que auxilia a compreender a figura do cangaceiro enquanto heri popular regional. Finalmente, como suporte para o estudo comparativo entre Fogo Morto e Os Desvalidos foram utilizados trabalhos de autores como Jos Paulo Paes (1995) e Snia Lcia Ramalho de Farias (2006), que fornecem elementos importantes para o estabelecimento de relaes entre obras de cunho regionalista, produzidas por escritores nordestinos.

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A proposta desta dissertao examinar a recepo crítica em lngua espanhola de Grande serto: veredas (1956), obra de Guimares Rosa (1908-1967). Desde a sua edio no idioma espanhol, a referida narrativa provocou certo impacto na sociedade de lngua cervantina por abordar um tema polmico como a relao ambgua de Riobaldo e Diadorim, oculta at o final da primeira leitura e por escrever numa linguagem potica acerca dos conflitos humanos e existenciais, inseridos na descrio de uma regio que ultrapassa os limites geogrficos, para a construo de um serto universal. A recepo crítica em lngua espanhola, de fato, iniciou-se em 1967 com a publicao de Grn sertn: veredas, pela editora Seix Barral, traduzida por ngel Crespo. Este trabalho prope uma leitura sobre as interpretaes da narrativa que causou grande repercusso entre os intelectuais hispano-falantes que, ao se debruarem sobre o serto, procuraram desvendar os sentidos forjados na obra. nessa perspectiva que sero abordados os textos do arquivo da Revista de Cultura Brasilea da dcada de 1960, elemento primordial para o desenvolvimento deste estudo e da recepo crítica mais contempornea de Soledad Bianchi (2004), Antonio Maura (2007), Maria Rosa lvarez Sellers (2007) e Pilar Gmez Bedate (2007), alm de outros crticos literrios brasileiros. Como base metodolgica desta pesquisa, recorrer-se- entre outras referncias, ao estudo sobre a teoria da recepo de Hans Robert Jauss no que concerne ao leitor como construtor de um novo objeto artstico. O trabalho est dividido, em trs captulos: no primeiro, far-se- uma abordagem dos pressupostos da Esttica da Recepo, de Hans Robert Jauss (1921-1997) e, sucintamente, far-se- uma discusso sobre o texto A tarefa do tradutor de Walter Benjamin e os princpios tericos de Antoine Berman no que tange ao ato tradutrio. Nos captulos posteriores, ser desenvolvido o trabalho especfico sobre a crítica no idioma espanhol, e por meio desta anlise, destacar-se-o as divergncias entre as obras de lngua portuguesa e espanhola, focando nos elementos pertinentes linguagem potica na construo do texto para os hispano-falantes e a insero da obra no contexto scio-histrico da ficção rosiana nos pases de lngua hispnica.

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Este estudo pretende examinar a recepo crítica voltada para a anlise dos aspectos estilsticos e lingusticos da obra de Joo Guimares Rosa (1908-1967). Na dcada de 1950, durante seu auge, a teoria estilstica, principalmente a de origem espanhola, exerceu grande influncia sobre crítica literria brasileira. Este evento coincidiu com o impacto do lanamento de duas das mais importantes obras do ficcionista mineiro, Grande serto: veredas (1956) e Corpo de baile (1956), em grande parte devido linguagem, que um amlgama de popular e erudito e detentora de grande poder de sugesto. Como fruto deste acaso, no mesmo horizonte da obra, surgiram os estudos que formaram a primeira recepo e, entre estes, os que se dedicaram a analisar os diferentes recursos utilizados por Guimares Rosa para compor o seu serto-linguagem, o que justifica a adoo da Estilstica como mtodo. Inseridos nesta corrente crítica esto os trabalhos que nos serviro de objeto de anlise, a exemplo da crítica pioneira de Cavalcanti Proena (1905-1966), Trilhas no Grande Serto (1958), e de trabalhos de outros estudiosos, como Oswaldino Marques (1916-2003), sobre Sagarana e outras publicaes dispersas, e da professora norte-americana Mary L. Daniel (1936). Estes estudos, embora sejam discutveis do ponto de vista metodolgico, conforme ser observado, tornaram-se peas incontornveis dentro da fortuna crítica rosiana por sua contribuio elucidao da obra. Um indicativo disso a existncia de trabalhos mais recentes que ainda ventilam categorias consideradas pela Estilstica como o lxico, que surge em estudos de Nei Leandro de Castro e Nilce Sant'Anna Martins. Como mtodo utilizado nesta dissertao de Mestrado, lana-se mo da hermenutica literria formulada por Hans Robert Jauss (1921-1997) com o objetivo de analisar a recepo crítica de uma abordagem especfica, a Estilstica, e destacar sua relevncia para a compreenso da obra de Guimares Rosa no perodo imediato publicao, assim como propor uma confrontao desta recepo com estudos posteriores que se balizam no mesmo campo de anlise. Igualmente, objetiva-se evidenciar a importncia do leitor para a (res) significao do material ficcional, aqui representado pelo crtico literrio, um leitor diferenciado capaz de oferecer propostas interpretativas e guiar a leitura dos leitores comuns.

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O presente trabalho visou estudar aspectos fundamentais da recepo crítica da obra dramtica de Gonalves Dias. Para isso buscou-se, em primeiro lugar, compreender o lugar da obra dramtica do autor em sua produo literria considerando-se algumas críticas ao poeta publicadas em peridicos, revistas e em obras pertencentes historiografia literria do sculo XIX e XX. Em segundo lugar, buscou-se compreender o lugar da produo dramtica do autor por meio da anlise de sua correspondncia ativa.

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O presente trabalho busca compreender a recepo crítica da potica de Max Martins no decorrer de 50 anos de atividade artstica. A partir de uma abordagem esttico recepcional, averiguaremos como as sucessivas leituras por parte de jornalistas e crticos determinaram a aceitao de sua produo e sua respectiva insero dentro do cenrio literrio local e nacional. Baseando-se na perspectiva terica da Esttica da Recepo pretenderemos assim compreender diacronicamente o efeito causado pela obra de Max Martins junto aos seus leitores imediatos, e consequentemente perfazer uma história de sua recepo. A abordagem realizada por meio dos pressupostos apresentados por H. R. Jauss (em A História da Literatura como Provocao Teoria Literria) - como o termo "horizonte de expectativa" - nos orientar quanto historicidade da produo potica de Max Martins, esclarecendo o motivo que levou algumas leituras equivocadas de sua obra a se perpetuarem at o presente. Desse modo, por meio da reconstruo do horizonte de expectativa poderemos compreender a que demanda ou pergunta obra de Max Martins atendeu no momento de sua publicao, alm de averiguarmos como o trabalho de editorao da sua obra (G.Genette, 2009) influenciou sua leitura no decorrer do tempo, atualizando assim sua compreenso crítica e revelando algumas incongruncias persistentes em estudos acadmicos contemporneos.

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Os estudos sobre a cultura vm, desde a dcada de 60 do ltimo sculo, tornando-se cada vez mais explorados como ferramenta de observao em diversas reas. A cultura, neste sentido, , ento, muito mais complexificada por ela ser resultante de um contato entre diversos grupos sociais e, portanto, necessitar de um estudo aprofundado no que diz respeito sua formao. A literatura, inserida neste contexto, reflete essa complexificao cultural. Nesse aspecto, utilizada como forma da história e da cultura, a literatura uma rica fonte de informaes que pode desvendar muitos mistrios acerca da formao cultural em diferentes nveis, do local ao global. A conjuntura de um maior contato intercultural atinge a regio amaznica, sendo refletida, principalmente, por meio do aspecto migratrio aps os pices da comercializao da borracha, o chamado boom da borracha, na regio durante a segunda metade do sculo XIX e primeira metade do sculo XX. A literatura de Bruno de Menezes, em Candunga, faz referncias a esta realidade ligada aos deslocamentos humanos, mais precisamente dando enfoque Estrada de Ferro Belm-Bragana. Nesse sentido, nosso foco de estudo ser a relao cultural estabelecida entre os migrantes nordestinos recm-chegados e o caboclo amaznico, este ltimo representado no romance pela voz do narrador de Candunga, detentor de um discurso cultural em prol do homem amaznico da zona bragantina. Perceberemos que h um conflito identitrio e cultural em partes vrias de Candunga por conta da emergncia das diferenas entre caboclos e nordestinos. Notaremos um discurso de afirmao, por meio do narrador, da cultura amaznica em detrimento da nordestina, agregando, inclusive, juzo de valor, em que a cultura do caboclo seria superior cultura do migrante. No entanto, no se deixar de ressaltar a relao de hibridao, observando como se d o processo de hibridao cultural existente no romance.

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O Guarani, de Jos de Alencar, publicado em 1857 nas folhas do Dirio do Rio de Janeiro, foi um grande sucesso sob a forma do folhetim. Nesse perodo, de grandes modificaes e contrastes no Brasil do Segundo Reinado, o pblico leitor do brasileiro estava em formao, embora j apreciasse o gnero do romance e tambm do romance-folhetim. Nesse contexto, O Guarani foi amplamente aclamado pelo pblico, o qual pareceu encontrar na obra uma correspondncia para suas expectativas de conhecer uma literatura nacional. Nessa pesquisa, se pretende mostrar O Guarani como um grande sucesso no sculo XIX e ainda demonstrar que a obra permanece atemporal, atraindo o interesse do pblico.

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Este trabalho objetiva analisar o lugar de Tutamia: terceiras estrias na obra de Joo Guimares Rosa. Para tanto, far-se- uma abordagem dos conceitos da Esttica da recepo apresentados por Hans Robert Jauss em suas teses de 1967, que sero o embasamento terico para a exposio de algumas recepes críticas da obra ao longo de sua trajetria histrica. Os autores utilizados para efetuarem esse dilogo com o texto rosiano foram: Benedito Nunes, Vera Novis, Paulo Rnai. O estudo mais centrado dessa narrativa levar em considerao a anlise das principais inovaes introduzidas por Guimares Rosa em Tutamia, a saber, a extenso e a origem dos contos, o ttulo e o subttulo da obra, a ordem alfabtica do ndice e o ndice de releitura, a presena das epgrafes e a presena de quatro prefcios. Busca-se tambm fazer uma indita comparao hermenutica e estilstica entre a publicao no peridico Pulso e a edio em livro de 1967. Assim, fez-se um recorte dentre os variados temas da obra, elegendo-se para a anlise, alguns dos contos que abordam a temtica amorosa, sendo eles: A vela ao Diabo; Joo Porm, o criador de perus e Palhao da boca verde.

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A temtica do negro na literatura tem ocupado cada vez mais espao nas discusses e debates em torno da questo da valorao da cultura negra no Brasil, especialmente no que tange a aspectos tais como o desmascaramento de determinados esteretipos h muito alicerados, mas, acima de tudo, tem assumido particular relevncia o papel da resistncia negra, que ora analisamos a partir da perspectiva de um vis social, perpassando os enfoques histrico, religioso e cultural. Cada um desses enfoques adiciona uma importncia diferente para a presena negra na poesia de Bruno de Menezes, nosso objeto de investigao, da ser possvel deduzir, o que acreditamos ser de fundamental importncia, no nos subtrairmos a nenhuma das abordagens ressaltadas. A obra que doravante analisaremos intitula-se Batuque, do poeta supracitado, obra esta responsvel por inscrever no contexto da literatura amaznica, e mais que isso, no seio da cultura de cunho nacional, um novo captulo, isto , uma nova perspectiva acerca da condio do negro na sociedade brasileira. Aliando-se a essas perspectivas, acrescentaremos o ponto de vista do filsofo alemo Friedrich Nietzsche, como arcabouo terico para as problematizaes que pretendemos levantar no decorrer do texto. A presente pesquisa teve por objetivo investigar a influncia do processo civilizador europeu versus negro e os cerceamentos (culturais/religiosos) decorrentes dessa influncia, assim como as consequncias negativas que incidiro sobre a perspectiva que o negro tem acerca de seu prprio corpo e lugar na cultura, muitas delas tambm provenientes da viso de mundo crist que lhes foi imposta.

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Este trabalho visa a discutir alguns aspectos da crítica literria produzida em larga escala nos jornais de meados do sculo XX, conhecida como crítica jornalstica ou de rodap, mais precisamente a contribuio crítica de Franklin de Oliveira (1916-2001) para as trs primeiras publicaes literrias do autor Guimares Rosa (1908-1967), Sagarana (1946), Corpo de baile (1956) e Grande serto: veredas (1956), verificando quais teorias e mtodos eram usados por esse crtico para analisar um conjunto de obras que se mostrava, primeira vista, como desafio aos atentos crticos da poca. Franklin de Oliveira, mencionado por Benedito Nunes, em Rumos da crítica (2000), como injustamente esquecido nas referncias das publicaes acadmicas, deixou um vastssimo conjunto de ensaios humansticos sobre msica, literatura, poltica, entre outros, do Ocidente, esclarecendo a importncia da arte e da literatura para a formao de um homem total, no alienado e consciente de sua humanidade. Os seus ensaios, de alta erudio, refletem a complexidade da obra rosiana sob o prisma filosfico, poltico e, principalmente, esttico, pois tem o entendimento de que as situaes externas obra literria devem emergir no gnero literrio considerando artisticamente o fato exposto. Por isso, para Franklin de Oliveira, Guimares Rosa foi um escritor revolucionrio, por ter realizado uma mmesis que no ficou presa ao seu tempo presente, e, por meio do elemento lingustico, literrio e metafsico, conseguiu promover a transcendentalizao da prosa literria brasileira. Assim, esta dissertao est estruturada em um panorama geral dos assuntos aqui apresentados e em trs captulos, quais sejam: Por uma definio de crítica literria, Do intelectual ao crtico jornalista: Franklin de Oliveira, um humanista por excelncia e Legado de Franklin de Oliveira crítica rosiana: sob o foco da revoluo rosiana, a fim de alcanar o entendimento sobre a importncia de se estudar as anlises escritas em outra poca a respeito das obras de um autor de literatura, como Guimares Rosa, que ainda hoje so muito lidas e discutidas. Para tanto, um dos pressupostos tericos para este estudo tem em vista o experienciar dinmico da obra literria por parte do leitor, algo salientado pela Esttica da recepo no livro A história da literatura como provocao a teoria literria (1994), de Hans Robert Jauss, este trabalho possibilita questionar ou legitimar a tradio de uma crítica por meio da trade hermenutica do compreender, interpretar e aplicar.

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Este estudo prope a anlise temtica de alguns poemas da poeta paraense Adalcinda Magno Camaro Luxardo (1915-2005), levando em considerao os aspectos do imaginrio e os elementos, imagens, smbolos e espao, inseridos e refletidos em suas produes poticas. A escritora nasceu na cidade de Muan, na Ilha do Maraj-Pa, e se inseriu no cenrio cultural literrio paraense como uma das poucas mulheres que militaram no universo da arte durante este perodo, quando ainda normalista, passou a fazer parte dos grupos de estudantes que lutavam em frentes literrias. Importante dizer que a autora contribuiu com revistas literrias que circulavam na sociedade belemense na primeira metade do sculo XX Guajarina, A Semana e Amaznia , que ajudaram a difundir sua habilidade potica, alm de escrever para os jornais O dirio e a Provncia, o que demonstra sua insero e importncia na cena literria daquele momento, nos auspcios da constituio de um movimento literrio local. Portanto, esta pesquisa encontra-se voltada para a anlise dos poemas de Adalcinda que deixam transparecer as relaes de imaginrio, imagens, smbolos e espao, procurando fazer analogias com autores como: Gilbert Durand (1997), Franois Laplantine e Liana Trindade (1997), em um panorama com base antropolgica; Gaston Bachelard (2008), com suas consideraes sobre o espao potico; e Milton Santos (2006), no que se refere ideia de paisagem, situando ainda as vises fenomenolgicas acerca desses temas atravs de Sartre (1996).

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Este trabalho parte de pesquisas realizadas no peridico Dirio de Notcias, de Belm, Par, no perodo que vai de 1881 a 1893, com o objetivo de recuperar textos ficcionais em prosa, em especial, o romance-folhetim, gnero que surge da relao prxima entre literatura e jornal, muito intensa no decorrer do sculo XIX. Nesse perodo, o jornal aparece como importante meio de divulgao poltica e cultural nas vrias regies do pas, considerando que seu custo era bem mais acessvel que o do livro. O romance-folhetim alcana, nesse veculo, uma grande popularidade entre os leitores. Dentre os romances-folhetins catalogados, optamos por analisar o Negro e cor de rosa: o canto do cysne, do francs Georges Ohnet, publicado no perodo de julho a agosto de 1887, na coluna Folhetim do j citado peridico. A anlise foi baseada nos estudos de Jsus Martn-Barbero sobre os dispositivos de enunciao do gnero folhetim. A partir de nossa pesquisa, procuramos investigar como se caracterizava o circuito editorial da Belm oitocentista, averiguando a relao entre o gosto do pblico e a presena ostensiva de narrativas francesas, bem como, a relao mercadolgica entre editores e livreiros. Assim, ressalta-se a relevncia dos estudos da História do Livro e da Leitura no Brasil por permitir-nos a recuperao de informaes que contribuiro para o registro da História da Literatura Brasileira.