38 resultados para Ensino Meios auxiliares - Crianças com deficiências do desenvolvimento
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Este artigo discute aspectos do processo de sade e doena entre crianças assistidas em um abrigo infantil de Belm, entre 2004 a 2005. Os dados foram coletados em fontes documentais e por meio de entrevista com tcnicos da instituio. De um total de 287 crianças, constatou-se que 49,47% apresentavam doenas, deficiências e leses corporais quando do seu encaminhamento ao abrigo, que podem ser associadas situao de pobreza e negligncia familiar experimentadas desde o nascimento. Em relao ao perodo de permanncia na instituio, verificou-se que as crianças contraram doenas infecto-contagiosas (42,5%) e manifestaram problemas de ordem emocional (18,83%), que podem estar relacionados s caractersticas ambientais da instituio proporo adulto/criana inadequada (1:8), superlotao do espao (75/ms). Os resultados permitem concluir que a condio de sade das crianças traduz as situaes de privao material e emocional a que foram submetidas no convvio com a famlia e ao longo de sua permanncia no abrigo. Nesses termos, os processos de sade e doena so discutidos a partir de uma perspectiva ecolgica, que reconhece fatores biolgicos, sociais e culturais que constituem a famlia e o abrigo como contextos de desenvolvimento da criana institucionalizada.
Resumo:
OBJETIVO: revisar a literatura e os princpios bsicos sobre o atendimento ambulatorial da criana e do adolescente com alteraes no desenvolvimento, salientando os aspectos da preveno, deteco e interveno precoce, incluso e reabilitao. FONTE DE DADOS: pesquisa nas bases de dados Medline, Lilacs, nas publicaes de comits cientficos, de instituies para portadores de necessidades especiais e protocolos sobre assistncia ambulatorial em centros de referncia para crianças e adolescentes portadores de deficiências. SNTESE DOS DADOS: esta populao-alvo apresenta, alm dos problemas de sade tpicos de sua faixa etria, os relacionados sua patologia de base, ou s conseqncias dessas. Este artigo traz ao pediatra as principais causas de distrbios de desenvolvimento e as caractersticas de cada forma de deficincia, ressaltando os cuidados necessrios na sua abordagem nos ambulatrios de pediatria. CONCLUSES: o censo brasileiro de 2000 aponta que 14,5% da populao brasileira apresenta algum tipo de deficincia, posicionando os problemas de desenvolvimento como um dos mais prevalentes agravos da infncia e da adolescncia. Assim sendo, todo pediatra h que estar atento ao desenvolvimento das crianças e adolescentes e aos fatores que possam influir sobre ele. Do pediatra depende a preveno, o diagnstico precoce e o tratamento em tempo hbil, sendo insubstituvel na coordenao da assistncia multidisciplinar, bem como na incluso desta clientela na assistncia bsica sade, fundamentais na definio do prognstico e da qualidade de vida dos portadores de deficiências.
Resumo:
A formao de classes de equivalncia entre figuras, palavras ditadas e palavras impressas promove a leitura com compreenso, mas no estabelece o controle discriminativo por todos as unidades da palavra (letras e slabas). A aplicao de procedimentos especiais combinados (cpia, ditado e oralizao fluente e escandida) durante o ensino das relaes condicionais entre palavras ditadas e palavras impressas (AC) favorece o estabelecimento de controle discriminativo por unidades menores que a palavra, e a leitura textual e com compreenso das palavras formadas por recombinaes daquelas unidades. O treino explcito de discriminaes silbicas tem sido adotado como um dos procedimentos nos estudos sobre conscincia fonolgica, com resultados satisfatrios em testes de leitura. O presente estudo teve como objetivo investigar o efeito dos dois procedimentos sobre a aquisio da leitura recombinativa em pr-escolares. Trs crianças foram expostas ao procedimento de equivalncia e procedimento especiais combinados durante o ensino das relaes AC (com as palavras MALA, PATO e BOCA), e quatro ao treino explcito de discriminaes silbicas em tarefas de rima, aliterao, adio e subtrao de slabas e correspondncia grafosilbica. Aps um Pr-teste, os participantes do primeiro grupo foram submetidos ao teste / ensino das relaes AB (palavras ditadas-figuras), e em seguida ao ensino das relaes AC com procedimentos combinados e aos testes BC (figuras-palavras impressas) e CB. Posteriormente emergncia das relaes de equivalncia (BC/CB), as crianças participavam de testes de leitura textual das slabas, das palavras de ensino e de generalizao (formadas pela recombinao das slabas das palavras de ensino). Quando os participantes atingiam o mnimo de 90% de acertos no teste de leitura generalizada eram conduzidos ao Ps-teste. Caso contrrio, participavam antes da mesma seqncia anterior, porm, com trs palavras de generalizao (BOLA, LAMA e CAPA). J as quatro crianças do segundo grupo inicialmente foram submetidas a tarefas de reconhecimento silbico e posteriormente a tarefas de correspondncia grafosilbica, rima, aliterao, subtrao e adio silbica com as slabas MA, LA, PA, TO, BO e CA. O participante s era exposto ao treino de uma outra slaba se obtivesse 100% de acertos na tarefa de correspondncia grafosilbica e acertasse todos os itens experimentais das demais atividades. Ao final do programa os participantes eram expostos ao Ps-teste: os trs participantes do grupo de equivalncia de estmulos e um do grupo de conscincia fonolgica apresentaram a leitura recombinativa de algumas palavras, mas nenhum deles apresentou leitura recombinativa generalizada. Sugere-se que outras variveis podem interferir no desempenho dos participantes, como: a histria pr e extraexperimental, a aquisio do conceito de impressos (e.g. leitura da esquerda para a direita) e a quantidade de tentativas de ensino. Supe-se ainda que no caso do ensino de leitura do portugus o uso conjunto de procedimentos de equivalncia de estmulos e de discriminao/correspondncia silbica seja um mtodo eficiente no ensino da leitura recombinativa. Prope-se que novos estudos avaliem os efeitos da combinao destes procedimentos no ensino de tal repertrio.
Resumo:
Tomando como objeto de estudo o processo de ensino-aprendizagem da produo escrita em turmas numerosas, este trabalho tem por objetivo investigar se os procedimentos de avaliao formativa associados a uma abordagem interacional de ensino-aprendizagem de lngua so propcios ao desenvolvimento de competncias redacionais nesse contexto pedaggico geralmente tido como absolutamente desfavorvel. Para alcanar esse propsito, foi realizada uma pesquisa-ao em uma turma de setenta alunos de segunda srie do ensino mdio de uma escola particular de Belm, no decorrer da qual foi construda uma seqncia didtica voltada para a produo de contos. Essa seqncia agrupou, em diversos mdulos, atividades realizadas ora individual, ora coletivamente, ora em duplas, ora em grupos maiores, fundamentadas em procedimentos formativos e em uma perspectiva funcional de scrita. A pesquisa-ao envolveu todos os participantes na leitura e observao de numerosos contos e os levou a depreender os recursos utilizados por seus autores, a elaborar critrios de avaliao e identificar os descritores a eles associados, a anlisar e reescrever as produes da turma, finalizando com a realizao de um concurso de contos. No presente trabalho, aps a discusso, por um lado, das concepes que permitem embasar um ensino/aprendizagem renovado da produo textual e, por outro, dos conceitos de turma numerosa e de avaliao formativa, os procedimentos metodolgicos utilizados so apresentados e as atividades da seqncia didtica so descritas e analisadas. Para responder de forma mais especfica ainda s perguntas de pesquisa, tambm so apresentadas e cotejadas, em estudo de casos, a produo inicial e final de trs participantes entre os que demonstravam, no comeo, ter mais dificuldades para escrever um conto. Os resultados obtidos revelam que a adoo de procedimentos da avaliao formativa em turmas numerosas, tais como auto-regulao e auto-avaliao, aliados perspectiva terica de produo textual aqui proposta, podem, de fato, contribuir para o desenvolvimento/ aperfeioamento das competncias textuais escritas de alunos de turmas numerosas.
Resumo:
O aprendizado de conceitos econmicos e os comportamentos econmicos de crianças so objetos de estudo da Socializao Econmica, uma rea que tem atrado a ateno de pesquisadores, tanto da Psicologia do Desenvolvimento quanto da Psicologia Econmica. Os estudos tm aumentado significativamente nos ltimos anos em outros pases, mas no Brasil poucas pesquisas tm sido desenvolvidas. Este artigo objetiva apresentar a socializao econmica como uma rea de pesquisa promissora e em franco desenvolvimento, mediante a discusso de trs questes fundamentais inerentes rea: 1) As fases de desenvolvimento do pensamento econmico, 2) Variveis que interferem na socializao econmica e 3) Comportamentos econmicos de crianças. No decorrer do artigo so evidenciados os principais resultados que pretendem responder s questes citadas e so mencionadas as lacunas a preencher, como possibilidades de pesquisas a realizar. Finaliza-se com sugestes para uma agenda brasileira de pesquisas.
Resumo:
No presente estudo foram analisados possveis fatores bio-scio-ambientais interferentes na exposio ao mercrio em crianças ribeirinhas. Participaram 103 crianças das regies do rio Tapajs, rio Acar e ilha do Maraj. O tipo de estudo foi seccional analtico. Foram colhidas amostras de cabelo para anlise dos teores de Hgtotal, de sangue (anlise de hemoglobina e hematcrito) e fezes. Foram utilizados ndices antropomtricos na anlise do crescimento das crianças. Na avaliao do desenvolvimento neuropsicomotor foi aplicado o teste de triagem Denver II modificado. A maior mdia dos teores de Hgtotal em amostras de cabelo das crianças foi na regio do Tapajs (5,58 g/g) e 0,65 g/g nas demais localidades. A prevalncia de Hgtotal >10 g/g foi 25% e 7,5% em So Luiz do Tapajs e Barreira. O consumo dirio de peixes pelas famlias das crianças quando relacionado com teores de Hgtotal p(valor) foi < 0,05. A prevalncia do tempo de amamentao das crianças nos grupos com menos de 12 meses e maior de 6 meses para as localidades do rio Tapajs, quando relacionadas com teores de Hgtotal no cabelo das crianças apresentou p(valor) <0,05. A prevalncia de anemia nas crianças da regio Tapajs era de 46,7% e quando relacionada com teores de Hgtotal p(valor) <0,0001.Os exames coproscpicos indicaram que 68,3% eram poliparasitadas, quando relacionadas com Hgtotal p(valor) <0,05. O perfil do crescimento observado atravs dos indicadores do estado nutricional era 82,6% com peso adequado para idade e 14,5% com peso muito baixo e baixo. O desempenho neuropsicomotor examinado pelo teste de triagem Denver II modificado apresentou cinco crianças como suspeitas de atraso no desenvolvimento. Concluiu-se que localidades no entorno de atividades garimpeira as crianças ribeirinhas so expostas ao risco de contaminao mercurial. Fatores bio-scio-ambientais interferentes na exposio ao mercrio tais como consumo dirio de peixes, tempo de amamentao, anemia, enteroparasitoses apresentaram relaes estatsticas significativas com o Hgtotal no cabelo das crianças.
Resumo:
O presente estudo avaliou a formao de classes de estmulos atravs de um treino de duas discriminaes condicionais (AB e AC) com pareamento consistente modelo-comparao correta, sem conseqncias diferenciais imediatas e fading, aplicando-se testes de simetria e de equivalncia aps cada bloco de treino. Participaram quatro crianças do pr-escolar que foram expostas ao procedimento de ensino, em duas etapas: na Etapa 1, com estmulos usuais e na Etapa 2 com estmulos no usuais Para cada modelo, trs estmulos de comparao foram apresentados simultaneamente. Cada modelo foi emparelhado consistentemente, com os estmulos de comparao, sendo que o estmulo de comparao correto e o modelo apareceram em fading ao longo do treino. Relaes simtricas foram demonstradas com dois participantes na Etapa 1, mas no ocorreram relaes emergentes na Etapa 2. Dois participantes transferiram o desempenho obtido de uma etapa para outra com o treino discriminativo, como uma espcie de learning set arbitrrio. Os resultados indicam que a sequncia de treino com estmulos usuais e no usuais e a natureza dos estmulos na Etapa 1 foram variveis relevantes.
Resumo:
A Encefalopatia Crnica No Progressiva da Infncia (ECNP) a sequela neurolgica com maior comprometimento motor para a criana, e continua sendo na atualidade a hipxicoisquemia perinatal a maior causa de leso cerebral. conhecida como Paralisia Cerebral, sendo definida por uma sequela de agresso enceflica, caracterizada, principalmente, por um transtorno persistente, mas no invarivel do tnus, da postura e do movimento, que aparece na primeira infncia. A caracterizao da ECNP se faz considerando as condies anatmicas, etiolgicas, semiolgicas e no evolutiva. Neste estudo adotou-se a classificao baseada em aspectos anatmicos e clnicos, que enfatizam o sintoma motor, enquanto elemento principal do quadro clnico. A neuroimagem tem fundamental importncia para o diagnstico e prognstico de leses cerebrais, exercendo a importante funo de descartar ou confirmar a presena de leses em recm-nascidos e nas crianças com alteraes no desenvolvimento. A Tomografia Cerebral (TAC) e a Ressonncia Magntica do Crnio (RM) vm desempenhando enorme papel para o estudo dos vrios tecidos que constituem o sistema nervoso. Assim este estudo teve o objetivo geral de avaliar os padres neuropatolgicos nas substncias branca e cinzenta, obtidos por TAC ou RM de Crnio, de pacientes com histria clnica de ECNP hipxico-isqumica perinatal, correlacionando os dados obtidos por neuroimagem com os padres motores obtidos por exame clnico-neurolgico. Foram obedecidas as normas vigentes para estudo em seres humanos impostas pela Resoluo CNS 196/96, submetida ao Comit de tica e Pesquisa da Plataforma Brasil sob o N 112168. A populao foi constituda por pacientes com idade de zero a sete anos, de ambos os sexos, atendidos no Ambulatrio de Paralisia Cerebral do Projeto Caminhar do Hospital Universitrio Bettina Ferro de Souza (HUBFS), com diagnstico de ECNP. A amostra do estudo foi composta por 15 crianças com diagnstico de ECNP por Hipxia neonatal. Para o diagnstico radiolgico em neuroimagem foram utilizados os dados dos laudos da TAC e da RM de Crnio. A avaliao clnico-neurolgica utilizou para a avaliao do movimento o modelo da escala Gross Motor Function Classification System (GMFCS E&R), elaborada por Palisano, que gradua a criana em cinco nveis no qual o Nvel I corresponde normalidade e o Nvel V a maior gravidade de limitao. Das 15 crianças avaliadas quanto ao movimento e a relao do Nvel de Motricidade pela GMFCS E&R 05 crianças apresentavam nvel V, 04 crianças nvel IV, 05 crianças nvel III e 01 criana nvel II. Quanto ao imageamento cerebral 46% realizaram TAC e 54% RM do Crnio. A RM de Crnio apresentou-se neste estudo como a imagem de eleio, pois das 8 crianças que realizaram o exame, 6 apresentavam alteraes. Ficou evidente que o exame por imagem de eleio para a criana que apresenta Encefalopatia Crnica no Progressiva a RM de Crnio, podendo se adotar como protocolo para a concluso diagnstica, evitando expor a criana a uma carga elevada de RX como ocorre na TAC, e ainda, evitando gastos desnecessrios para a sade pblica.
Resumo:
Objetivo: Apresentar uma reviso atualizada sobre a influncia ambiental na sade mental da criana, os principais fatores de risco e medidas prticas para interveno pelo pediatra. Fontes dos dados: Foram utilizadas para a reviso as principais bases de dados, MEDLINE, Psyclit e Lilacs, livros tcnicos e publicaes relevantes na rea de desenvolvimento e promoo da sade mental da criana e adolescente. Sntese dos dados: As crianças esto expostas a mltiplos riscos, entre os quais o de apresentarem uma alta prevalncia de doenas, o de nascerem de gestaes desfavorveis e/ou incompletas e o de viverem em condies socioeconmicas adversas. Tal cadeia de eventos negativos faz com que essas crianças tenham maior chance de apresentar problemas emocionais. Os resultados negativos no desenvolvimento e comportamento so produzidos pela combinao de fatores de risco genticos, biolgicos, psicolgicos, e ambientais, envolvendo interaes complexas entre eles. Os fatores mais fortemente associados com a sade mental da criana so o ambiente social e psicolgico, influenciando mais do que as caractersticas intrnsecas do indivduo. O efeito cumulativo de risco mais importante na determinao de problemas emocionais da criana do que a presena de um estressor nico, independente de sua magnitude. Concluso: Os fatores ambientais tem um papel importante na gnese dos problemas emocionais da criana e papel do pediatra atravs de uma prtica clnica adequada a identificao e interveno precoce nos fatores de risco para o desenvolvimento desses distrbios.
Resumo:
A preocupao relacionada socializao econmica da criana e a possvel influncia das prticas parentais neste processo tm fomentado pesquisas que contribuem para o entendimento de contextos culturais e sociais, ampliando a capacidade de compreenso dos comportamentos parentais e do desenvolvimento infantil. Conforme a literatura, os pais so os principais agentes de socializao para a alfabetizao econmica das crianças. Mediante a prtica de dar mesada a compreenso econmica dos filhos aumenta e por meio de recompensas e sanes, os pais instalam nos filhos suas crenas sobre economia. Apesar de este ser um tema vastamente estudado em outros pases, no Brasil as pesquisas so poucas e abrangem apenas a classe mdia, desconsiderando a grande participao da pessoa da classe baixa na economia e na formao de futuros consumidores. Este estudo teve como objetivo investigar as crenas e prticas dos pais sobre a mesada. Fizeram parte da pesquisa 32 pais de renda mdia e baixa, com filhos entre 6 e 16 anos. Foi utilizada a tcnica de grupo focal, mediante um guia de temas constitudo por questes relevantes da literatura, como conceito e propsito da mesada, dentre outros. As discusses foram gravadas, transcritas e submetidas anlise dos dados, mediante um programa de computador para anlise de dados textual denominado Alceste, verso 4.5, criado por Marx Reinert. Os resultados apontaram cinco classes que foram organizadas em trs eixos temticos. Nas classes associadas com o processo de utilizao da mesada, encontrou-se uma busca dos pais de justificar o uso da mesada como estratgia educativa, ora servindo como instrumento de recompensa, ora como instrumento que fomenta maus hbitos. Foi identificado tambm que alm da funo educativa a mesada teve uma funo socializadora, de integrao e status social. Os contedos do tema histria familiar acerca do oramento mostraram relatos dos pais bastante distintos, em que ora remetiam a uma histria familiar, principalmente a dos prprios pais, ora ao processo de negociao, na relao conjugal, do oramento e dos gastos. Os pais discutiram assuntos relacionados a quem deve controlar as finanas da casa (homem ou mulher) e tambm se os filhos precisam saber como acontece o oramento familiar. Verificou-se no terceiro eixo a existncia de alguns fatores relacionados a componentes da definio de Mesada, como freqncia e regularidade, valor e necessidade dos filhos. As respostas tambm envolveram a quantia de dinheiro que se deve dar aos filhos e a justificativa dos pais para pararem de dar mesada aos filhos.
Resumo:
Apresenta os resultados de uma pesquisa de campo desenvolvida em duas escolas pblicas estaduais de ensino fundamental, localizadas no conjunto Paar, rea perifrica do municpio de Ananindeua-Pa, regio metropolitana de Belm, no qual reflito sobre o espao que a escola pblica tem reservado participao da criana a partir da investigao das interaes visveis no ambiente escolar, tendo em vista a idia de que o espao escolar no se reduz a indivduos, mas se constri por relaes sociais. Para tanto, detive-me anlise das representaes dos sujeitos envolvidos com a escola sobre a criana e a infncia. Esta pesquisa sinaliza, antes de tudo, caminhos que possam desenvolver novas lentes ampliadoras do nosso ngulo de viso, na perspectiva de um aprender a pensar relacionalmente sobre as relaes entre adultos e crianças estabelecidas no campo do poder das instituies escolares.
Resumo:
O presente estudo objetivou a implementao de um modelo que integrasse o treino de conscincia fonolgica ao paradigma de equivalncia de estmulos, utilizando-se de rede de relaes condicionais, para produzir leitura e escrita recombinativas com compreenso em crianças e adolescentes com dislexia fonolgica. Participaram desse estudo RP, 9 anos, 3 srie e JR e LV, 12 e 15 anos, cursando a 6 e 7 sries, respectivamente, alunos de escolas pblicas de Belm, diagnosticados como dislxicos por fonoaudilogas e indicados pelas mesmas para participarem do projeto. O trabalho foi desenvolvido em 8 fases. Foram aplicados pr-testes para averiguar a existncia dos requisitos bsicos para alfabetizao, e o repertrio de entrada em equivalncia, leitura em voz alta, ditado e conscincia fonolgica. Os treinos e testes de formao de classes de equivalncia eram intercalados com os treinos de conscincia fonolgica (conscincia de palavras e conscincia de slabas), gerando a possibilidade de averiguar o efeito de cada treino nos desempenhos dos participantes. Os resultados mostraram uma melhora significativa nas habilidades de leitura com compreenso e escrita de palavras e pseudopalavras, e de nome de figuras (ditado mudo), evidenciando a necessidade do ensino explcito de habilidades metafonolgicas para o domnio de leitura competente e, especialmente da escrita indicando a eficincia deste modelo. Levantou, tambm, o questionamento de que uma explicao de causa apenas neurolgica que se encontra em toda definio de dislexia seja insuficiente e inadequada, pois a exposio destes sujeitos a eventos ambientais, no caso, treinos especficos de discriminaes condicionais, foram eficazes na melhora dos desempenhos.
Resumo:
Este trabalho investiga as Representaes Sociais sobre o Igarap da Rocinha, em Vigia de Nazar, pelos alunos da 4. srie do Ensino Fundamental de uma escola pblica. O municpio de Vigia de Nazar, a mais antiga cidade da Amaznia conta com um considervel patrimnio histrico-cultural e tem a pesca como a principal economia do municpio. Neste trabalho o Igarap da Rocinha estudado como patrimnio ambiental, porm, ele se encontra em nvel avanado de assoreamento devido, principalmente, a ocupao desordenada s suas margens. A pesquisa est fundamentada na teoria das Representaes Sociais, nos conceitos de Educao Ambiental e de Educao Patrimonial. A coleta de dados para anlise consta de: a) realizao de conversas reflexivas (dilogos) com os alunos, provocando discusso acerca de Educao Patrimonial Ambiental com foco no estado atual do Igarap da Rocinha; b) aula-passeio dos alunos s margens do Igarap; c) Seminrio sobre as Memrias do Igarap da Rocinha contada, aos alunos, por trs moradores da cidade com idade de 75 anos, 50 anos e 37 anos; d) representao social do referido Igarap em desenhos e textos escritos. Os resultados obtidos atravs das produes de desenhos e textos escritos dos estudantes evidenciaram a compreenso e o conhecimento sobre a problemtica estudada e a elevao da conscincia de si mesmos como pessoas capazes de transformarem o seu entorno. As representaes em desenhos mostram a percepo do ambiente estudado como um bem a ser preservado, e tambm mostram os sentimentos de identidade cultural e de cidadania. A educao ambiental na perspectiva patrimonial nas sries iniciais importante na formao da conscincia crtica ecolgica, e pode ser amplamente divulgada nos meios educacionais na expectativa de tratar a problemtica scio-ambiental.
Resumo:
O presente estudo teve como objetivo compreender a forma como cuidadores, pais e/ou responsveis, compreendem o desenvolvimento emocional no contexto de circulao de crianças. Para tanto, embasou-se na teoria psicodinmica sobre o desenvolvimento emocional, cuidador (es) e circulao de crianças.Utilizou-se o mtodo qualitativo, no intuito de capturar dados e informaes sobre o fenmeno estudado em sua singularidade (MINAYO, 2010). A dimenso interdisciplinar do presente estudo, calcado na unio de conceitos antropolgicos e psicolgicos, levantou a necessidade de utilizar mais de uma estratgia metodolgica, para responder o problema da pesquisa e alcanar o seu objetivo. Desta forma, utilizou-se para coleta dos dados a entrevista semi-estruturada com uma dupla de pais e/ou responsveis por cinco crianças regularmente matriculadas no primeiro ano do ensino fundamental, alm do professor responsvel pela referida classe. Fez-se o grupo focal com pais e/ou responsveis, alm da observao de um dia inteiro de cada criana. A anlise de contedo foi utilizada para avaliar qualitativamente as respostas das entrevistas, ou seja, analisar o material verbal (FRANCO, 2007). Utilizou-se, ainda, do ecomapa e de um vis da perspectiva proposta por Mauss (2001), os quais auxiliaram a montagem da rede social (BOTT, 1976) e a observao participante com registro em dirio de campo e posterior anlise, ao permitir identificar e interpretar os fenmenos em estudo. Conclui-se que o desenvolvimento emocional na atualidade est ancorado em uma circulao de crianças vigiada, com redes de malha estreita, com poucas relaes possveis sem a escolha dos responsveis. O ser em cuidado ento se sente sufocado, por conseguinte os cuidadores passam a exigir cuidados redobrados de si que os tornam carentes e necessitados de escuta, pois a interdio e o medo gera angstia, ansiedade e futura agressividade. Assim, deve-se ampliar e investir em pesquisas que apreendam a circulao de crianças como forma de investigar como ela est se desenvolvendo emocionalmente na atualidade, para diminuir transtornos psiquitricos futuros e auxiliar os cuidadores de crianças.
Resumo:
Somos frequentemente tachados de uma populao sem memria, no por no termos passado, isso seria absurdo sendo que nossa ptria responsvel por vrias construes culturais e conquistas cientfico-tecnolgicas. O problema reside no carter de negligncia que a maioria da populao est habituada quando da conservao dos bons valores e saberes. Sendo assim, muitas atividades e procedimentos so tratados com descaso por esta parte da populao. No estamos tratando aqui apenas da populao com pouco ou nenhum acesso educao, mas das classes intelectualizadas que confiam na cincia como algo acabado e sem fundamentao histrica, uma vez que primam pelos resultados obtidos e no pelos meios de construo destes conhecimentos. neste contexto que julgamos se justificar nossa assero epistemolgica. Possumos o entendimento de que nada relacionado ao processo de ensino deve ser tratado sem uma formao conceitual paltada na sua histria. Isto por acreditarmos que somente aps um ato de reflexo sobre as aes praticadas no cotidiano acadmico, podemos perceber as devidas relaes incorporadas ao campo da conscincia pessoal, social e cultural. Tendo incorporado tal ideal, sentimos a necessidade de respaldo no certame da Educao Matemtica, mais especificamente em se tratando da defesa da Histria da Matemtica como metodologia de ensino. Para tanto investigamos por meio de um questionrio as posies quanto educao, histria e matemtica de diversos professores da rede pblica e particular de ensino. Os pensamentos destes professores foram de grande importncia para moldar as formas com que abordaramos nossa defesa da histria como metodologia de ensino da matemtica. Julgamos importante, ainda, explicitar nossa maneira de conceber a reflexo por meio da construo do conhecimento, sendo este tratado tanto em cunho filosfico como psicolgico. A construo da dissertao no estaria completa se no discutssemos as formas de percepo da histria no decorrer dos tempos e a nossa concepo da histria como metodologia de ensino. Por isso fizemo-lo, com a esperana de estarmos contribuindo para a melhoria da postura dos professores de matemtica em sala de aula e da conscincia de que devemos ter memria da construo de nossos saberes.