14 resultados para Eanes, António Ramalho, (1935- )
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Antnio Tavernard um poeta que at ento no inspirou muitos estudos acadmicos a respeito de sua obra literria. O pouco que se sabe dele o pouco que se repassou at hoje: um poeta triste, uma poesia pessimista e romntica. No entanto, h muito mais do que parece haver nos versos deixados por Tavernard. A vivncia guardada em um chal no fundo do quintal, o afastamento social por conta de uma doena incurvel, possibilitou ao poeta a revelao de outros olhares seus sobre a realidade externa. Este trabalho prope um percurso diferente pela obra potica de Tavernard, reconhecendo os espaos poticos existentes na mesma. A partir da definio de flneur dita por Walter Benjamin, aplica-se ao poeta paraense tal adjetivo de forma metafrica, j que ele, mesmo esttico fisicamente, passeia pela Belm do incio do sculo XX atravs de suas sensaes e leituras e retrata, em seus poemas, a cidade de uma forma muito singular, como um dia, Baudelaire fez com Paris. Atravs da leitura de vrias edies da extinta revista A Semana, a pesquisa trata tambm da relao que a obra do poeta tinha com um pblico contemporneo formado por escritores famosos da cena literria local como, por exemplo, Bruno de Menezes.
Resumo:
Esta pesquisa trata de um estudo de caso realizado na Cooperativa Agrcola Santo Antnio (COOPSANT) no Municpio de Marituba-PA. A cooperativa uma referncia no Estado do Par e a nvel nacional como empreendimento coletivo no ramo da produo da alface hidropnica, plantas ornamentais e hortalias orgnicas. O objetivo da pesquisa estudar o processo de autogesto da cooperativa. Para isso, utilizaram-se as abordagens qualitativas e quantitativas baseadas em entrevistas informais e semi-estruturadas (aplicao de questionrio) com os cooperados, bem como observao in loco. O trabalho enfoca, principalmente, a abordagem terica da Escola Francesa de Sociologia das Organizaes de Crozier e Friedberg que trata de temas como poder, organizao e autogesto. Conclui-se que mesmo enfrentando problemas, como conflitos, dificuldades de mobilizar a cooperao, dentre outros, os scios contribuem para a gesto da organizao. A COOPSANT tem uma autogesto equilibrada com a participao ativa de seus scios, mas destaca-se o papel predominante do presidente na conduo dos processos decisrios na assembleia geral, coordenao das aes e criao e modificao das regras de funcionamento da cooperativa. O poder pode ser considerado uma fora estruturante na organizao. A pesquisa identifica, alm do presidente, outras pessoas estratgicas na cooperativa. A famlia participa de forma ativa no trabalho individual e coletivo, assim, fortalecendo o carter familiar do empreendimento associativo. Por isto os cooperados, mesmo os que no tm familiares envolvidos, dizem que a cooperativa um empreendimento familiar. Os cooperados se identificam, tanto como agricultor, quanto como cooperado. A identidade dos membros cria um vnculo entre eles e a organizao a qual pertencem.
Resumo:
A subordem Heteroptera, o maior txon dentre os hemimetbolos, composta por sete infraordens, 23 superfamlias e 80 famlias. Dentre estas, Pentatomidae a quarta famlia mais numerosa e diversa entre os heterpteros, possuindo 4.100 espcies distribudas em 760 gneros e em sete subfamlias. Edessinae possui atualmente cerca de 290 espcies distribudas em seis gneros: Edessa, Brachystethus, Peromatus, Olbia, Pantochlora e Doesburgedessa. De todos estes gneros, Edessa o que possui o maior nmero de espcies e o que concentra quase a totalidade dos problemas taxonmicos e nomenclaturas da subfamlia. Devido ao seu tamanho, a reviso est sendo feita em partes, a partir do estudo de grupos de espcies unidos por possveis sinapomorfias. Assim o objetivo geral do trabalho propor e descrever um novo grupo de espcies com base em uma anlise cladstica. Para o estudo foram examinados 114 exemplares pertencentes a instituies nacionais e internacionais e a colees particulares. As descries seguem um modelo tradicional tambm usado para Edessinae. So apresentadas medidas e fotografias das espcies, desenhos do processo metasternal e genitlia de ambos os sexos, chave dicotmica e mapa de distribuio. Para a analise cladstica, foram levantados 22 caracteres morfolgicos polarizados atravs do mtodo do grupo externo, composto pelas espcies: Tibilis sp., Neotibilis fulvicornis, Brachystethus cribrus, Pantochlora vivida, Olbia elegans, Peromatus sp., Doesburgedessa elongatispina, Edessa cervus e Edessa affinis. Atravs do programa NONA foi obtida uma nica rvore mais parcimoniosa, com 30 passos, ndice de Consistncia de 0,93 e ndice de Reteno de 0,97. Com base nessa anlise, o monofiletismo do grupo de espcie confirmado. Assim, o grupo stolida aqui proposto formado por quatro espcies j descritas Edessa stolida (Linnaeus, 1758), Edessa heymonsi Breddin, 1904, Edessa verhoeffi Breddin, 1904 e Edessa paravinula Barber, 1935 e por cinco espcies novas. O grupo stolida de Edessa reconhecido pela presena de uma expanso que se projeta da margem lateral da face posterior do segmento X; regio mediana do parmero com uma projeo de formato triangular; ausncia de uma faixa ou de tufo de pelos na face posterior do segmento X e gonapfise 8 esclerotizada. As espcies do grupo stolida so muito parecidas externamente e sua identificao s pode ser feita atravs da anlise da genitlia externa de ambos os sexos. A anlise cladstica apia a idia tradicional e o grupo stolida deve ser considerado parte do subgnero Hypoxys de Edessa. A topologia do cladograma resultante (Tibilis sp. + Neotibilis fulvicornis (Brachystethus cribus (Pantochlora vivida ((Doesbuergedessa elongatispina + Edessa cervus (Peromatus sp. + Olbia elegans)) (Edessa affinis ((Edessa sp. nov 3 + Edessa sp. nov 3a) ((Edessa sp. nov 2 (Edessa verhoeffi + Edessa heymonsi)) (Edessa stolida (Edessa sp. nov 4 (Edessa paravinula + Edessa sp. nov 5))))))))). A fmea de Edessa stolida e o macho de Edessa verhoeffi so descritos pela primeira vez neste trabalho. Os registros de distribuio das espcies so ampliados.
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Este trabalho teve como objetivo caracterizar o sistema de polinizao de Spondias mombin L., obtendo dados sobre a, sistema reprodutivo e os visitantes florais. Spondias mombin floresceu durante a estao seca e produziu frutos maduros na estao chuvosa. uma espcie andromonica, produzindo flores hermafroditas e masculinas, com nmeros e viabilidades polnicas semelhantes. A anlise da razo plen/vulo revelou que uma espcie que se enquadra no tipo de sistema reprodutivo xenogmico, necessitando da polinizao cruzada realizada, neste caso, pelos insetos. Spondias mombin foi visitada por uma variedade de insetos de pequeno porte e generalistas como abelhas, moscas, vespas e besouros. As abelhas Apis mellifera Linneu, 1758, Tetragona goettei (Friese, 1900) e Trigona hyalinata (Lepeletier, 1836) apresentaram maior freqncia e, seu comportamento, tocando as partes reprodutivas das flores, sugere que so os principais polinizadores desta espcie vegetal. Alm disso, a anlise do plen coletado pelos principais polinizadores demonstrou a fidelidade destes ao tapereb e o grande poder de recrutamento desta espcie.
Resumo:
Considerando a grande importncia dos simuldeos (piuns e borrachudos) do ponto de vista bio-ecolgico, mdico e veterinrio, desenvolveu-se este estudo sobre as espcies do gnero Simulium que se criam em igaraps do municpio de Santo Antnio do Tau, Estado do Par, Brasil. Os estudos foram desenvolvidos pelas seguintes metodologias: observaes diretas dos criadouros nos igaraps; instalao de criadouros artificiais para a colonizao por simuldeos; anlise das freqncias de picadas em pessoas durante o dia; coletas e amostragens da entomofauna associada aos habitats aquticos; amostragens qualitativas e quantitativas da vegetao nos criadouros; anlises fsico-qumicas da gua dos igaraps e criadouros; anlises de fatores climticos locais; e morfometria das larvas para a determinao do nmero de estdios larvais de Simulium quadrifidum. Estudou-se a entomofauna aqutica e a respectiva abundncia relativa de Simuliidae em dois igaraps. As espcies Simulium perflavum,Simulium quadrifidum, Simulium incrustaium e Simulium goeldii foram coletadas. As formas imaturas de Simulium perflavum foram as predominantes em ambientes perturbados com guas claras. Simulium quadrifidum foi predominante em ambientes com pouca alterao, de guas pretas, com baixos teores de nutrientes. Simulium incrustatum foi mais abundante em ambientes arbustivos e somente em guas claras. Simulium goeldii foi registrada apenas em reas de matas primrias (com pouca alterao) e mais abundante em guas pretas. Os fatores que mais interferiram na colonizao natural dos substratos artificiais por Simuliidae foram as constantes oscilaes no nvel d'gua durante o perodo quando em que substratos ficaram expostos nos igaraps. A entomofauna aqutica apresentou-se abundante no perodo seco. Constatou-se pela primeira vez a antropofilia da espcie Simulium incrustatum no Par. Esta espcie mostrou dois picos dirios de freqncia de picadas em voluntrios, um pela manh e outro tarde. Houve diferenas significativas na freqncia de picadas entre reas com tipos diferentes de vegetao nos mesmos perodos, e alta correlao negativa com a temperatura do ar, apenas na rea de capoeira e no perodo seco. Determinou-se, pela primeira vez, o nmero de estdios larvais de Simulium quadrifidum e registrou-se a ovipostura de suas fmeas somente pela parte da tarde, s 16:30h. Novos registros de predadores de adultos de simuldeos foram acrescentados.
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Foi analisado um total de 249 espcimes das subespcies de Liophis reginae que ocorrem no Brasil (Liophis reginae macrosomus e Liophis reginae semilineatus), com o objetivo de caracterizar morfologicamente os dois txons e verificar a validade de Liophis oligolepis, txon considerado sinnimo de Liophis reginae semilineatus. Foram considerados 22 dados mersticos e 18 morfomtricos. Os complexos osteolgicos e ceflicos, assim como os hemipnis foram analisados comparativamente entre os txons. Foram identificadas, utilizando MANOVA, diferenas sexuais significativas em variveis mensuradas da cabea e do corpo. Uma anlise da funo discriminante (AFD) foi utilizada em sexos separados para maximizar a separao, num espao rnultivariado, dos trs txons definidos a priori: Liophis regime semilineatus, Liophis reginae macrosomus e Liophis oligolepis. Os escores dos espcimes machos separaram claramente Liophis reginae semilineatus de Liophis oligolepis no eixo da primeira funo discriminante e Liophis reginae semilineatus de Liophis reginae macrosomus na segunda funo. Em fmeas, a primeira funo discriminante separou Liophis oligolepis de Liophis reginae semilineatus e Liophis reginae macrosomus. Na AFD de Liophis oligolepis e Liophis reginae semilineatus, considerando os dois sexos juntos, houve uma diferenciao entre os dois txons na primeira funo discriminante. A mesma anlise foi feita para Liophis reginae semilineatus e Liophis reginae rnacrosomus, sendo observado uma separao destes txons na primeira funo discriminante. Verificou-se alguns exemplares de Liophis reginae semilineatus e Liophis reginae macrosomus alm das reas de distribuio registradas para essas subespcies. Para verificar se estes e os outros exemplares, ocorrentes nas reas de distribuio citadas em bibliografia, formavam o mesmo grupo, foi feita uma anlise da funo discriminante. Os resultados indicam que as novas ocorrncias pertencem ao mesmo grupo de espcimes previamente estabelecidos. A morfologia hemipeniana no diferiu entre Liophis reginae semilineatus, Liophis oligolepis e Liophis reginae macrosomus. Os trs txons apresentam crnios semelhantes no aspecto geral, porm existem diferenas, no osso parietal de Liophis reginae semilineatus e Liophis oligolepis. O status taxonmico de Liophis oligolepis foi definido na categoria especfica com base nos caracteres meristicos, morfomtricos e morfolgicos. As subespcies Liophis reginae semilineatus e Liophis reginae macrosomus devero ser reavaliadas no futuro, para a verificao de seus status. Com a anlise de mais exemplares e a incluso de Liophis reginae regime e Liophis reginae zweiftli nas anlises.
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O objetivo desta dissertao analisar o conjunto da obra do portugus Antnio Ladislau Monteiro Baena, bem como sua atuao militar na provncia do Par nas primeiras dcadas do sculo XIX. Atravs da descrio fsica e poltica da provncia paraense, Antnio Baena forneceu dados estatsticos de uso poltico para o Imprio brasileiro. O escritor e militar Baena, a servio do Imprio, viveu e escreveu em um momento mpar para o Brasil e para o antigo Gro-Par. Sua obra rene e traduz uma srie de dados que ajudaro a compor a tensa ligao entre as provncias do norte com as do sul do Brasil. a partir de sua obra intitulada Ensaio Corogrfico sobre a Provncia do Par, publicada em 1839, que o presente estudo envereda pela escrita comprometida do autor e dos seus principais apontamentos sobre a riqueza em potencial da provncia, embasada na variedade e na virtude de seus produtos naturais. Ademais, a anlise atenta para outras produes de Antnio Baena, cujo tema principal era a provncia do Par, constantes na Revista do Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro e publicadas no cenrio imperial. Estas produes acabam por inserir-se nos debates do referido Instituto e no contexto de formao poltica do Imprio brasileiro.
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Esta pesquisa tem como objetivo analisar as pinturas de autoria do artista Antnio Diogo Parreiras, no incio do sculo XX, pertencentes ao Museu de Arte de Belm. So imagens de uma cidade proprietria de uma paisagem equatorial natural que possui tambm um conjunto urbanstico dos mais representativos de cidades brasileiras, herana de uma poca que ficou conhecida como a "poca da Borracha. Fato que trouxe para o Norte no incio do sculo XX vrios artistas, dentre os quais o pintor Antnio Diogo Parreiras que aqui realizou uma exposio de pinturas. As obras de Parreiras que registraram a cidade de Belm so fontes das mais importantes para histria. Foi concebida dentro de um contexto no qual faziam parte uma leva de intelectuais e outros artistas brasileiros. Constituem-se como iconografias que possuem em si narrativas irrefutveis, oferecendo aos espectadores um registro da sociedade e do seu meio ambiente natural, configurando a obra de arte como uma leitura onde possvel revelaes, que nos auxiliam na difcil tarefa de compreender a nossa histria Social da Amaznia.
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O presente estudo visa a estabelecer uma anlise comparativa entre dois romances da literatura brasileira do sculo XX, no que tange abordagem realizada pelas obras do fenmeno histrico-social do cangao. As obras escolhidas, Fogo Morto, de Jos Lins do Rego, e Os Desvalidos, de Francisco Dantas, representam dois momentos distintos da produo ficcional nordestina. A primeira est inserida na corrente ficcional das dcadas de 30 e 40. Dcimo romance do escritor paraibano, Fogo Morto representa o cangao na perspectiva do personagem Jos Amaro, seleiro que se transforma em ajudante do cangaceiro Antnio Silvino. A segunda obra, publicada em 1993, representa uma retomada da fico regionalista. O romance focaliza o cangao sob o ponto de vista de Coriolano, personagem que, ao contrrio de Jos Amaro, demonstra dio implacvel pelo cangao, no romance representado por Lampio. A anlise comparativa das obras foi precedida pelo estudo das razes histricas do cangao, bem como a caracterizao do cangaceiro como ser carregado de dubiedade no imaginrio popular nordestino. Com efeito, o cangaceiro ora representado como heri, ora encarado como bandido pelo sertanejo, sendo que essa viso contraditria transportada para a fico, aparecendo nos dois romances que so analisados neste trabalho. A abordagem histrica do cangao realizada a partir de estudos de autores como Rui Fac (1983), Maria Isaura Pereira de Queiroz (1977) e Luiz Bernardo Perics (2010). Tambm foi imprescindvel um breve estudo de Cmara Cascudo (2005), que auxilia a compreender a figura do cangaceiro enquanto heri popular regional. Finalmente, como suporte para o estudo comparativo entre Fogo Morto e Os Desvalidos foram utilizados trabalhos de autores como Jos Paulo Paes (1995) e Snia Lcia Ramalho de Farias (2006), que fornecem elementos importantes para o estabelecimento de relaes entre obras de cunho regionalista, produzidas por escritores nordestinos.
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A tela A Conquista do Amazonas de Antnio Parreiras procura representar o domnio lusitano sobre os povos amaznicos, demonstrando a soberania do branco, fato este essencial para o incio da repblica brasileira. Neste caso, o quadro uma tentativa de reviver as grandes conquistas lusitanas, utilizando-se de uma analogia, como se a implantao Republicana ganhasse uma dimenso grandiosa, caracterstica das conquistas europeias do perodo colonial. Portanto, ter um fato passado, capaz de gerar uma unidade, era considerado essencial formao de uma nao. Sendo caracterizada como um princpio espiritual; considerada sagrada e baseada em um passado heroico. Neste caso, a nao era uma solidariedade em larga escala, constituda da percepo dos sacrifcios feitos no passado. O artista desempenhou um papel fundamental, buscando as origens da existncia da nao, imaginando-a, de modo a apresent-la aos cidados, confrontando-os, mesmo nos locais mais distantes da nao.
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Este trabalho tem por objetivo identificar e discutir as unidades de relevo dos municpios de Colares e Santo Antnio do Tau, Estado do Par, Brasil. Apresenta como objeto de estudo a compartimentao do relevo. A rea de estudada se localiza na parte oriental do Golfo Marajoara, poro nordeste da baa de Maraj, em um trecho tipicamente estuarino da zona costeira. A pesquisa foi realizada com base em reviso de literatura, levantamento cartogrfico, tratamento, interpretao e vetorizao de imagens orbitais e trabalhos de campo. Duas escalas de anlise foram trabalhadas. A primeira escala referiu-se Zona Costeira Amaznica (ZCA), caracterizada por ser uma costa baixa, predominantemente sedimentar, sujeita a regime de macromars em sua maior parte e fortemente influenciada pelas descargas fluviais condicionadas pelo clima mido. A formao regional desta costa deve-se s flutuaes do nvel relativo do mar, oscilaes climticas e neotectnica, atuantes ao longo do Cenozico Superior. A poro oriental do Golfo Marajoara constituda pelo esturio do rio Par, que se comporta como um tidal river ou esturio dominado por correntes fluviais, apesar da influncia das mars. As descargas fluviais so o fator principal da hidrodinmica estuarina, constituio sedimentar e organizao da biota. Trata-se de um ambiente costeiro mais protegido da ao de ondas e da deriva litornea, em comparao com o litoral atlntico do Nordeste do Par. Na segunda escala de trabalho foram identificadas 8 unidades de relevo: leito estuarino arenoso; banco lamoso de intermar; plancie de mar lamosa; praia estuarina; cordo arenoso; plancie aluvial sob influncia de mar; plancie aluvial; tabuleiro. Apenas a unidade do tabuleiro considerada como relevo erosivo. A seguir, discutiu-se a distribuio espacial das unidades de relevo, que mostrou a presena de dois setores especficos. O setor 1, situado a oeste, amplamente influenciado por mars, e nele predominam formas de relevo de acumulao, com destaque para as plancies aluviais sob influncia de mar, que ocupam maior rea, fato que revela um esquema de transio entre o domnio marinho e o flviocontinental. As vrzeas sucedem os mangues para o interior, medida que diminui a influncia da gua salgada. O esquema bsico de distribuio sedimentar representado por areias de fundo de canal e lamas depositadas nas margens durante a mar baixa. As praias so reduzidas, o que se explica pela menor atuao de ondas, e pelo papel decisivo das correntes de mar e das vazantes na dinmica costeira. Cordes arenosos localizados no interior da plancie costeira so o testemunho da progradao da linha de costa. Neste setor, os tabuleiros encontramse muito fragmentados, em consequncia da eroso e sedimentao por mars, canais e guas das chuvas. O setor 2, a leste, no sofre influncia de mars, e apresenta um relevo menos compartimentado, com tabuleiros seccionados pela rede de drenagem. A dissecao fluvial forma vales com estreitas plancies aluviais, fato que revela uma superfcie erosiva mais ampla.
Resumo:
Esta pesquisa aborda como temtica a Educao Popular em Simn Rodrguez (1771-1854) e Antnio Carneiro Leo (1887-1966), intelectuais da Amrica Latina. A questo norteadora deste processo investigativo : no contexto de estruturao dos Estados-nao latinoamericanos, como os intelectuais Simn Rodrguez e Antnio Carneiro Leo pensavam a Educao popular? Como hipteses, entendemos que: 1) Estes intelectuais tecem fios tnues que auxiliaram na significao do conceito de Educao Popular na atualidade, seja por meio da negao seja pela defesa de princpios que atualmente permeiam a conceituao da Educao Popular, ainda que o sentido atribudo Educao Popular por eles poca no correspondam exatamente significao presente; 2) Simn Rodrguez e Antnio Carneiro Leo, mesmo de lugares diferentes, um na Venezuela, outro no Brasil, expressaram em suas obras pensamentos com certas semelhanas no que tange ideia de Educao Popular na Amrica Latina. Com base na questo e hipteses apresentadas adotou-se como objetivo geral: analisar, por meio do estudo comparado do pensamento social e da teoria descolonial, as formulaes de Educao Popular em Simn Rodrguez e Antnio Carneiro Leo, com vistas a sua relao com o contexto latino-americano. Como objetivos especficos, definiu-se: a) contextualizar o conjunto de obras de Simn Rodrguez e Antnio Carneiro Leo, enfatizando os escritos sobre educao, particularmente os enunciados que tratam da idia de Educao Popular; b) situar o pensamento dos autores no contexto histrico mais geral de seus pases; c) analisar as concepes tericas de Simn Rodrguez (exemplo de pensamento venezuelano) e compar-las com as concepes tericas de Antnio Carneiro Leo (um exemplo de pensamento brasileiro), de modo a verificar quais os pontos convergentes e divergentes sobre a ideia de Educao Popular; d) Compreender as implicaes da proposta de Educao Popular de Simn Rodrguez e Antnio Carneiro Leo para o movimento educacional latino-americano. No plano terico-metodolgico, a pesquisa se fundamenta na Histria Cultural (representaes sociais e lutas de representaes), na Histria Intelectual (memria coletiva e utilizagens mentais) e na Teoria Descolonial (exterioridade). Os resultados revelam que Simn Rodrguez e Carneiro Leo ao apontarem no sculo XIX e incio do sculo XX a necessidade de valorizao cultural das classes populares se aproximam significativamente das concepes de educao popular na atualidade. Tambm indicam uma similitude entre a realidade colonial hispanoamericana e a realidade luso-brasileira que aproximam essas concepes. Resguardadas as nuances histricas dos pases em que nasceram e viveram os autores estudados, constatou-se que estes compreendem a educao como um instrumental imprescindvel para a superao da colonizao e, portanto, de consolidao da independncia poltica, econmica e cultura do continente. Ao incursionar pela obra dos autores, sob um olhar regido pela Teoria Descolonial, identificamos que o Liberalismo, o Positivismo e as Teorias Raciais produzidos no Ocidente europeu fundamentaram o pensamento intelectual de Simn Rodrguez e Carneiro Leo, mas assumiram outras dimenses ao serem pensadas em meio s experincias vividas pelos autores no continente americano. Sensveis ao sofrimento de uma populao mestia que no mais poderia viver fora dos parmetros da modernidade, esses autores, que destacam a educao como um instrumental necessrio libertao poltica, econmica e cultural da Amrica Latina, defendem, na teoria e na prtica, um projeto educacional que fosse capaz de salvaguardar venezuelanos e brasileiros das marcas deixadas pela colonizao.
Resumo:
Quatro tipos morfolgico-texturais de quartzo, informalmente denominados Qz1, Qz2, Qz3 e Qz4, foram identificados nas diferentes fcies do Granito Antnio Vicente, Provncia Carajs, por meio de imagens de microscopia eletrnica de varredura-catodoluminescncia (MEV-CL). Nas rochas menos evoludas, contendo anfiblio e biotita, dominam cristais andricos a subdricos bem desenvolvidos, luminescentes e intensamente fraturados (Qz1). Fluidos hidrotermais que percolaram o granito transformaram o quartzo magmtico (Qz1) em Qz2 e Qz3 por meio de processos de alterao, dissoluo e recristalizao, sendo essas transformaes muito mais evidentes nas rochas sienogranticas intensamente alteradas. O Qz4 forma cristais mdios a grossos, geralmente luminescentes e comparativamente pouco fraturados. Sua ocorrncia restrita s rochas sienogranticas fortemente hidrotermalizadas e aos corpos de greisens, sugerindo o incio do processo de greisenizao. Nos greisens, dominam cristais de quartzo eudricos mdios a grossos, zonados concentricamente e com feies tpicas de origem hidrotermal (Qz5). Finos cristais de cassiterita zonada ( 100 m) so comuns e preenchem cavidades nos tipos Qz4 e Qz5. Zirces dominantemente andricos, corrodos, com os mais elevados contedos de Hf e as mais baixas razes Zr/Hf, pertencem s rochas mais evoludas e alteradas hidrotermalmente e aos corpos de greisens associados, ambos portadores de mineralizaes de Sn. Tal fato sugere que a assinatura geoqumica do zirco, em especial a razo Zr/Hf, pode ser utilizada na avaliao preliminar do potencial metalogentico de granitos estanferos.
Resumo:
A arquitetura da cidade de Belm, no Par, da segunda metade do sculo XVIII marcada pela obra do arquiteto italiano Antnio Jos Landi responsvel pelo projeto e construo, ou reforma, de edificaes que marcam a paisagem da cidade at os dias atuais. Ao analisar a bibliografia publicada a respeito do artista, possvel notar uma flutuao entre os autores no que diz respeito classificao de seu estilo artstico. possvel atribuir esse fato s influncias recebidas pelo arquiteto ao longo de sua vida na Europa, o que imprimiu em sua linguagem elementos de vrias correntes artsticas. objetivo desse trabalho, a partir de um estudo sistematizado dos ornatos utilizados pelo arquiteto, perceber seu vocabulrio ornamental e fornecer ento fundamentos para estudos a respeito das influncias que a obra landiana pode ter provocado na arte paraense. Para tanto, reuniram-se os ornatos em quatro grupos a fim de facilitar a visualizao de seu vocabulrio e, consequentemente, de sua linguagem ornamental. Vasta foi sua produo entre Itlia, Portugal e Brasil, entretanto, foram priorizados os ornamentos utilizados na obra realizada em terras brasileiras, suas caractersticas, sua utilizao e suas variaes. A metodologia empregada consistiu de pesquisa bibliogrfica, levantamento e anlise dos desenhos realizados no Brasil e registro fotogrfico e anlise das obras executadas em Belm. Ao final da pesquisa, conclui-se que o italiano desenvolveu sua arte, com o uso de um vocabulrio ornamental cuja origem teve suas razes nas influncias artsticas europeias que se amoldaram ao ambiente amaznico, suas limitaes de materiais e mo-de-obra.