32 resultados para Doenças parasitárias Epidemiologia - Teses
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Verificou-se nos garimpos do So Chico e do Creporizinho a prevalncia de sintomas clnicos e de achados neurolgicos, alm da ocorrncia de Doena Infecciosas e Parasitárias (DIP'S), associada concentrao do mercrio total na urina dos garimpeiros na Amaznia. No garimpo de So Chico foram investigados 104 garimpeiros, enquanto no garimpo do Creporizinho 169, atravs do estudo de coorte transversal foi utilizada a condio scio-econmica, epidemiolgica e laboratorial como metodologia diagnstica e utilizado os testes estatsticos adequados para verificao da significncia. Os resultados demonstraram que a mdia do metal na urina dos garimpeiros do So Chico superior a do Creporizinho 9.29 g Hg/g creatinina e 5.64 g Hg/g creatinina, respectivamente, cuja distribuio do Hg na urina da populao do So Chico e do Creporizinho, abaixo do ndice Biolgico Mximo Permitido (IBMP) 93% - 96% e acima 7%-4%, respectivamente. H o predomnio do sexo masculino em ambos os garimpos e a ocorrncia de DIP'S nos dois garimpos, cuja seqncia foi idntica, onde as parasitoses intestinais e a malria so mais prevalentes, porm ficando abaixo do IBMP. A avaliao clnica do So Chico apresenta prevalncia de sintomas osteomuscular, dermatolgico e digestivo 32%, 30% e 23% respectivamente, enquanto no Creporizinho ocorreu mudana na seqncia osteomuscular, digestivo e dermatolgico 51 %, 44% e 39%, respectivamente. Dentre os sintomas neurolgicos mais prevalentes os tremores, parestesias e cefalia apresentaram no grupo do So Chico e Creporizinho a seguinte seqncia, respectivamente, 38% - 58%, 32% - 53% e 28% - 48%. As condies de sade so mais precrias no garimpo do So Chico, porm os garimpeiros encontram-se bastantes expostos ocupacionalmente nas duas populaes estudadas, contudo no h parmetros seguros para afirmar a presena do Mercurialismo Crnico na populao estudada.
Resumo:
O final do sculo XIX mostrou duas caractersticas importantes na rea da sade. A primeira indicava a continuidade da ocorrncia de doenças ocasionadas por agentes infecciosos que incluam a febre amarela, malria, clera e varola. Por outro lado, a situao econmica do Estado do Par com o incio da perda da exclusividade na produo extrativista do maior gerador de riquezas para o Estado, a borracha, levou a uma situao em que se tornava cada vez mais difcil e cara a formao de novos mdicos paraenses no exterior ou em outros Estados brasileiros. O incio do sculo XX trouxe a abertura de faculdades na cidade de Belm, incluindo duas na rea da sade (Farmcia e Odontologia), alm de uma regulamentao nacional para a criao e abertura de cursos de medicina. O Estado do Par, sob a influncia do esforo de Oswaldo Cruz com o seu trabalho de eliminao da febre amarela na cidade de Belm, em uma aplicao prtica dos novos conhecimentos gerados pela descrio de agentes infecciosos nas formas de transmisso por meio de vetores e a aplicao de novas maneiras de preveno e controle de doenças (saneamento e vacinas), aps se organizar, a princpio por meio de uma sociedade cientfica de forma inovadora, cria a oitava escola de medicina do pas, em 9 de janeiro de 1919 com o nome de Faculdade de Medicina e Cirurgia do Par.
Resumo:
A falta de deciso na declarao da causa bsica de morte uma fonte de erro particularmente importante nas anlises de moralidade segundo causas. O objetivo do estudo foi avaliar a concordncia entre a causa de morte atestada por mdicos e a classificada mediante o uso das regras internacionais de classificao de causa bsica de morte e sua influncia no perfil da mortalidade por doenças tropicais, infeccionas e parasitárias, no Estado do Par, no perodo de 1996 a 2001. O estudo foi do tipo descritivo, exploratrio, tendo como base de dados os atestados de bitos do sistema de informaes de mortalidade estadual. Utilizou-se, para seleo dos dados, recursos do programa Excel 7.0 e do EPI-INFO 6.04 e, para anlise o Coeficiente de Mortalidade (CM) por causa, a concordncia observada (CO) e o Kappa. Os resultados encontrados evidenciam um perfil de mortalidade semelhante para as causas atestadas e classificadas (septicemias, diarrias e gastroenterite de origem infecciosa presumvel, SIDA/AIDS, tuberculose e malria), com diferenas significativas nos valores dos CM por causa nos anos estudados (1996,p=0,0426; 1997,p=0,0223; 1998, p=0,001; 1999, p=0,0023; 2000, p=0,009 e 2001, p=0,0023). Os valores, encontrados, da CO e de Kappa, refletem as limitaes impostas pelo preenchimento incorreto dos atestados do bito e para a necessidade da implantao, nos municpios, das tabulaes de causa mltipla de morte
Resumo:
A vigilncia dos sorovares de Salmonella em ambientes aquticos constitui um dos principais elementos do monitoramento das infeces humanas e animais. Foram analisadas 694 amostas de guas de diferentes origens (rio, igarap, baa, praias, lago, poo, nascente, abastecimento, crrego, drenagem e esgoto) procedentes de 11 municpios do Estado do Par, e de 212 (30,5%) amostras foram isoladas 2.115 cepas de 91 sorovares de Salmonella. Foram identificados 77 sorovares de Salmonella do total de 1.300 isolamentos de gua doce e esgoto no municpio de Belm, destacando os sorovares S. Saintpaul, S. Panama, S. Muenster, S. Hadar e S. Agona. Na Floresta Nacional de Caxiuan, 69,4% das amostras de guas foram positivas para Salmonella e 17 sorovares foram identificados, sendo S. Panama, S. Miami e S. Gaminara os mais freqentes. Dentre os isolados de Salmonella dos ambientes aquticos, 64,8% foram resistentes s drogas, com especial destaque para a estreptomicina (97,1%) e a tetraciclina (10,8%). Ocorreu distribuio uniforme quanto a presena de Salmonella e coliformes termotolerantes em guas superficiais e subterrneas, porm em 10 situaes positivas para Salmonella no foi possvel isolar E.coli. O meio de enriquecimento Rappaport-Vassiliadis foi mais eficiente do que o Selenito Cistina para o isolamento de Salmonella quando mantido a 42,5C. Os sorovares isolados em esgoto foram os mesmos obtidos a partir de coproculturas humanas no mesmo perodo. Os resultados mostram a grande disseminao/disperso da Salmonella em ecossistemas aquticos no Estado do Par e o risco potencial sade da populao humana.
Resumo:
A transmisso vertical a principal fonte de infeco pelo HIV em crianas, e pode ocorrer antes, durante e depois do nascimento, dessa forma sendo um grande problema de sade pblica mundial. O presente trabalho teve como objetivo descrever a epidemiologia molecular e o perfil de susceptibilidade/resistncia das cepas de HIV-1 identificadas em mulheres nos estados do Acre e do Tocantins. Coletou-se amostra de sangue de 36 mulheres, sendo 9 grvidas e 16 mes de Palmas (Tocantins) e 1 grvida e 10 mes do Rio Branco (Acre) entre abril de 2007 a outubro de 2008. Realizou-se a tcnica molecular Reao em Cadeia mediada pela Polimerase (PCR) Nested, para a amplificao de duas regies genmicas (pro e tr) do DNA proviral, seguido de sequenciamento nucleotdico e anlise filogentica. No Acre, tanto em relao ao segmento da protease quanto da transcriptase reversa, todas as amostras foram do subtipo B. Em Tocantins, quanto ao segmento da protease, todas as amostras pertenceram ao subtipo B, j em relao ao segmento da transcriptase reversa 87,5% foram do subtipo B e 12,5% pertencente ao subtipo F. No estado do Acre, todas as cepas analisadas foram suscetveis aos inibidores de protease (IP) e apenas uma grvida de Tocantins (4,7%) apresentou cepa com resistncia aos IP utilizados atualmente. Alm disso, verificou-se uma baixa prevalncia de cepas com mutaes de resistncia aos inibidores de transcriptase reversa nucleosdicos (ITRN) e no nucleosdicos (ITRNN), sendo que a resistncia as trs classes desses ARV foi observada em apenas uma amostra proveniente do estado do Tocantins. Dessa forma, a maioria das cepas de HIV isoladas mostrou susceptibilidade aos ARV utilizados, indicando que h baixa circulao de cepas do HIV resistentes a estes medicamentos nesses estados.
Resumo:
As infeces parasitárias apresentam-se de forma endmica em diversas reas do Brasil. A investigao estimou a prevalncia de enteroparasitas em 200 crianas de 2 a 13 anos pertencentes a duas classes scio-econmicas distintas, mdia e baixa, no perodo de abril a junho de 2001, na cidade de Porto Velho, RO. E tambm analisou os fatores contextuais de risco de maior importncia epidemiolgica. As amostras de fezes foram examinadas pelos mtodos Direto e Sedimentao Espontnea. A populao de nvel scio-econmico mdio (A) composta por 100 indivduos, apresentou um ndice de positividade de 18%, sendo o parasita mais prevalente, Giardia lamblia (52,4%), seguido por Ascaris lumbricoides (19,0%), Trichuris trichiura (14,3%), Enterobius vermicularis (4,8%), Hymenolepis nana (4,8%) e Endolimax nana (4,8%). No grupo de nvel scio-econmico baixo (B), a positividade atingiu 56% dos indivduos, sendo tambm Giardia lamblia (28,9%) o mais prevalente, seguido por Entamoeba cal (22,7%), A. lumbricoides (14,4%), T. Trichiura (8,3%), E. vermicularis (7,2%), H. nana (4,1%), E. nana (4,1%), E. histolytica (4,1%), Ancylostomidae (3,1%) e leveduras (3,1%). A ocorrncia de mais de um parasito por indivduo foi maior no grupo B (46,4%), sendo que o parasitismo foi mais prevalente entre as crianas com sintomas gastrintestinais em ambos os grupos A e B. As parasitoses intestinais afetaram igualmente meninos e meninas; negroides e caucasides e ocorreram igualmente nas duas faixas etrias de crianas menores e maiores de cinco anos, contudo as crianas com menos de cinco anos de grupo A apresentaram predomnio de infeco por protozorios da espcie G. lamblia. A baixa renda salarial e residncias com numero elevado de pessoas coabitando e sem rede de abastecimento de gua se constituram em fatores de risco socioeconmicos que favorecem a elevada prevalncia das parasitoses intestinais. As condies de anemia e estado nutricional tambm foram avaliadas e no mostraram associao significantes com enteroparasitoses, nos diferentes grupos scio-econmicos. Logo, a elevada prevalncia de crianas, em especial de baixo nvel scio-econmico, com parasitismo intestinal, anemia e com desnutrio aguda moderada, refletem as precrias condies de sade pblica na cidade de Porto Velho-RO.
Resumo:
A incidncia de anemia, parasitismo intestinal e prevalncia da exposio mercurial foi avaliada em duas comunidades amaznicas ribeirinhas, So Luiz do Tapajs (Rio Tapajs) e Igarap-Mirim (Rio Tocantins) cujos padres scio-econmicos so semelhantes. Foram analisadas amostras de cabelo, sangue e fezes dos residentes nestas comunidades, empregando metodologia analtica oficialmente reconhecida. Oitenta amostras de cabelo, sangue e fezes foram analisadas. Os resultados demonstraram incidncia mdia de 42,5 % de parasitose intestinal em So Luiz do Tapajs e 75,15 % em Igarap-Mirim. Os ndices hematimtricos indicaram incidncia de anemia de 40 % em So Luiz do Tapajs e 25 % em Igarap-Mirim. Os teores mdios de mercrio total nas amostras de cabelo dos residentes em So Luiz do Tapajs foram de 14,9 6,6 g/g nos indivduos do sexo masculino e 13,4 3,4 g/g no sexo feminino, enquanto que em Igarap-Mirim foi de 2,5 1,4 g/g na populao masculina e 3,5 1,6 g/g na feminina. Observou-se que em So Luiz do Tapajs, 82 % das concentraes de mercrio total encontram-se acima de 10g/g, valor considerado de referncia para populao no exposta, enquanto que em Igarap-Mirim, no foram encontrados valores acima destes. Pode-se concluir que a qualidade de vida dos ribeirinhos analisados comprometida pelos fatores avaliados, tornando-se necessria adoo de medidas preventivas e aes educadoras nestas comunidades pelas autoridades governamentais responsveis.
Resumo:
As parasitoses intestinais esto entre as doenças mais freqentes que acometem o homem, principalmente nos pases mais pobres, onde as condies higinico-sanitrias so muito precrias. Este estudo tem como objetivo determinar a prevalncia e identificar os fatores de risco para enteroparasitoses, na comunidade ribeirinha da Ilha de Jutuba, localizada no municpio de Belm-Pa. Foram examinadas 109 amostras de fezes pelos mtodos direto e de sedimentao espontnea em gua potvel. A prevalncia de enteroparasitose encontrada foi de 77,98% (85/109). O protozorio mais prevalente foi a Entamoeba histolytica (49,41%) e entre os helmintos destacaram-se os ancilostomideos (40,0%), Ascaris lumbricoides (29,41%) e Trichuris trichiura (24,71%). No foram encontradas diferenas, estatisticamente, significativas entre parasitismo e sexo. A correlao entre o parasitismo por Girdia lamblia e idade apresentou significncia estatstica (p<0,05) na faixa etria infantil. Entre os fatores de risco para doena parasitria na Ilha consideramos o baixo nvel scio-econmico, a falta de saneamento bsico, o consumo de gua direto do rio e o consumo de aa in natura. A correlao entre o consumo de gua no tratada e parasitose intestinal no mostrou significncia estatstica. A razo de chances (Oddes Ratio) calculada mostrou que os indivduos que consomem aa tm quatro vezes mais chances de adquirir parasitose intestinal do que os que no consomem. Conclui-se que para reduo significativa na morbidade das doenças parasitárias na Ilha de Jutuba fundamental a ao do poder pblico e levar comunidade noes bsicas de higiene e de educao sanitria, pois os fatores pertinentes no sentido de reduzir a prevalncia de parasitoses intestinais envolvem, alm de medidas de saneamento bsico, o conhecimento da comunidade sobre o assunto.
Resumo:
Os parasitas do gnero Leishmania apresentam uma variabilidade de espcies na regio Amaznica e para sua correta identificao necessrio o isolamento dos mesmos. Atualmente para o isolamento do parasita e posterior diagnstico da doena tm se utilizado a tcnica de microcultivo in vitro. O objetivo de nosso trabalho foi otimizar a tcnica de microcultivo in vitro para o isolamento de Leishmania sp. Para o isolamento, alm do microcultivo, foi analisado a tcnica de vcuo-aspirao adaptada e a viabilidade do parasita a temperaturas abaixo de 25C. No total foram utilizados 18 hamsters, infectados com amostras de casos clnicos de Leishmaniose tegumentar americana, sendo 3 de Leishmania.(Leishmania) amazonensis e 2 de Leishmania.(Viannia) braziliensis o qual foram realizados 56 cultivos por vcuo-aspirao em meio NNN, 12 em microtubos e 23 por microcapilares com RPMI suplementado, mantidos entre 25 e 31C. Para a segunda etapa, participaram 7 pacientes, totalizando 6 culturas por vcuo-aspirao e 42 por microcapilares. Conservou-se a baixa temperatura 7 tubos com NNN que foram mantidas a 5C. Foi observado que os isolamentos por vcuo-aspirao de amostras de L. (L.) amazonensis e L. (V.) braziliensis em hamsters foram sensveis a adaptao da tcnica, diferente das amostras de pacientes. A positividade variou entre 2 a 8 dias e 4 e 5 dias respectivamente. Os microtubos apresentaram positividade para as mesmas amostras de hamsters no perodo de 5 a 8 dias. Para as amostras dos pacientes, 2/12 tubos por vcuo-aspirao foram positivos e para isolamento em microcapilares 6/42, valores inferiores aos encontrados na literatura. A amostras conservadas a 5C apresentaram viabilidade at o 30 dia. Com estes resultados foi observado que o microcultivo vivel para uso dentro de nossa regio, entretanto se mostrou limitado para o isolamento de amostras provenientes de pacientes. Devem-se utilizar outros meios de cultivo, de modo a observar o comportamento do parasito e tambm aperfeioar a coleta do material da leso a fim de melhorar os resultados de isolamento.
Resumo:
Os rotavrus (RVs) so a principal causa de gastrenterites virticas agudas tanto em seres humanos, como em animais jovens de vrias espcies, incluindo bezerros, equinos, sunos, caninos, felinos e aves. A diversidade gentica dos RVs est associada a diferentes mecanismos de evoluo. Nesse contexto registrem-se: mutao pontual, rearranjo genmico e reestruturao (reassortment). O objetivo do presente estudo foi realizar a caracterizao molecular dos genes que codificam para as protenas estruturais e no-estruturais em amostras no usuais de RVs. Os espcimes clnicos selecionados para este estudo foram oriundos de projetos de pesquisa em gastrenterites virais conduzidos no Instituto Evandro Chagas e provenientes de crianas e neonato com gastrenterite por RVs. Os espcimes fecais foram submetidos reao em cadeia mediada pela polimerase, para os genes estruturais (VP1-VP4, VP6 e VP7) e no estruturais (NSP1-NSP6), os quais foram sequenciados posteriormente. Oito amostras no usuais de RV oriundas de crianas e neonato com gastrenterite foram analisadas evidenciando a ocorrncia de eventos de rearranjos entre genes provenientes de origem animal em 5/8 (62,5%) das amostras analisadas. Desta forma, o presente estudo demonstra que apesar de ser rara a transmisso de RVs entre espcies (animais humanos), ela est ocorrendo na natureza, como o que possivelmente ocorreu nas amostras do presente estudo NB150, HSP034, HSP180, HST327 e RV10109. O estudo pioneiro na regio amaznica e refora dados descritos anteriormente que demonstram o estreito relacionamento existente entre genes provenientes de origem humana e animal que possam representar um desafio s vacinas ora em uso introduzidas em escala progressiva nos programas nacionais de imunizao.
Resumo:
A esquistossomose mansnica uma das doenças parasitárias mais difundidas no mundo e tem prevalncia maior nos pases em desenvolvimento, constituindo atualmente um srio problema de sade pblica no Brasil. Em Belm-PA, no Distrito Administrativo de Mosqueiro (DAMOS), h possibilidades de ocorrncia de casos autoctones de esquistosomose mansnica, devido a proximidade geogrfica com outras reas onde h registros deste agravo, bem como, pela presena de outros fatores ambientais de risco, como a presena do Biomphalaria straminea. Com a proposta de determinar a prevalncia de esquistosomose mansnica no bairro do Maracaj-DAMOS, foi realizado um estudo transversal prospectivo no perodo entre maro de 2011 a janeiro de 2012, atravs de inqurito coproscpico pelo mtodo quantitativo de Kato-Katz, associado a inqurito scio-demogrfico e ambiental da localidade. Participaram do universo amostral 407 indivduos includos na ateno da Estratgia Sade da Famlia, que aceitaram espontaneamente participar da pesquisa, segundo os preceitos ticos vigentes. O perfil scio-demogrfico populacional mostrou predomnio da faixa etria entre 11 e 40 anos, sem diferenas quanto ao gnero, cuja ocupao de dona de casa e estudante, com ensino fundamental incompleto foram as mais citadas. A maioria dos moradores nasceu e procede do DAMOS, residentes no bairro do Maracaj h mais de 20 anos, sem relatos importantes de deslocamentos para outras localidades. A maioria das residncias apresentaram servio de gua encanada, com banheiro interno, presena de sanitrio com destino das fezes em fossa sptica. As colees hdricas peridomiciliares se caracterizaram por valas de baixo fluxo e com pequena vazo de gua, alta concentrao de produtos orgnicos, presena de vegetao macrfitica e do vetor Biomphalaria straminea. Esta populao referiu no ter contato com as colees hdricas e desconhecer o planorbideo vetor, assim como a prpria esquistossomose. O inqurito coproscpico resultou em 100% de lminas negativas quanto a identificao de ovos do S. mansoni, levando a concluso que embora o bairro do Maracaj ainda seja indene, possui vrios fatores para a instalao de um foco de transmisso ativa de esquistossomose, mas ainda existe um frgil equilbrio ecolgico, sustentado pela reduzida exposio dos indivduos s colees hdricas, pouco deslocamento da populao para reas com focos estabelecidos da endemia e razovel cobertura de esgotamento sanitrio. Este conjunto de variveis tem funcionado como fatores limitantes ao processo de endemizao da esquistossomose no bairro do Maracaj, entretanto deve ser mantido sob vigilncia pelas peculiaridades propicias ao fechamento do ciclo do S. mansoni.
Resumo:
Estudos parasitolgicos em populaes naturais de primatas neotropicais so relativamente raros, existindo poucos dados disponveis sobre o guariba-de-mo-ruiva, Alouatta belzebul. No presente estudo, populaes de A. belzebul foram amostradas em cinco locais na rea do reservatrio da Usina Hidreltrica de Tucuru no sudeste da Amaznia Brasileira, correspondendo margem direita do Rio Tocantins. As reas de coleta incluram a floresta contnua e fragmentos de hbitats em ilhas, com tamanhos que variaram de 180 a 484 hectares. O principal objetivo deste estudo foi a avaliao dos efeitos da perturbao do hbitat sobre os padres de infestao por endoparasitas. A densidade populacional foi estimada para cada ponto de coleta usando o mtodo de transeco linear, que variou de 100-108 km percorridos por ponto. Amostras fecais foram coletadas de seis a quatorze grupos em cada local, com um total de 40-46 amostras por ponto (n = 212). As amostras fecais foram fixadas em MIF e observadas atravs de microscpio ptico, com aumentos de at 400x. A densidade populacional variou entre 66,4 e 191,5 indivduos por km2. No total, 76,4% das amostras foram positivas para pelo menos uma espcie de endoparasita. Foram identificadas doze txons de endoparasitas, oito de helmintos e cinco de protozorios. Amostras individuais apresentaram at cinco diferentes espcies de endoparasitas. Em cada local de coleta, o nmero de espcies identificadas variou entre seis e doze e as taxas de infeco ficaram entre 67,5% e 86%. No foram encontrados padres sistemticos na diversidade de parasitas ou nas taxas de infeco em relao a variveis como, tamanho de populao, densidade ou fragmentao de hbitat. A diversidade e as taxas de infeco variaram mais entre os dois pontos de floresta contnua que nos locais fragmentados e, no geral, foram menores nos locais com menor densidade populacional. A nica exceo foi o Trypanoxyuris mirtutus, um oxiurdeo bastante comum transmitido atravs do contato direto, para o qual foi encontrada uma correlao forte entre as taxas de infeco e a densidade populacional. No geral, foram encontradas poucas evidncias capazes de sustentar a hiptese de que a fragmentao do hbitat tem um efeito sistemtico nos padres de infestao em A. belzebul. Contudo, recomenda-se a realizao de mais estudos detalhados antes de se estabelecer concluses definitivas.
Resumo:
A prevalncia da infeco por agentes virais como o HIV-1, HTLV1/2, VHB e CMV, ainda pouco conhecida na populao de adolescentes grvidas na regio norte do Brasil. Este trabalho teve como um dos objetivos descrever esta prevalncia das infeces HIV-1, HTLV1/2, VHB e CMV em adolescentes grvidas atendidas em um centro de referncia do estado do Par. Foram coletadas amostras de sangue de 324 gestantes procedentes de vrios municpios do estado no perodo de novembro de 2009 a fevereiro de 2010. As amostras foram submetidas a um ensaio imunoenzimtico do tipo ELISA, para a deteco de anticorpos anti-HIV, anti HTLV-1/2, anti-VHB e anti-CMV IgM/IgG. A anlise sorolgica revelou uma amostra soropositiva para o HIV-1, duas amostras positivas para HTLV1/2, enquanto a maioria das amostras apresentaram anticorpos anti-CMV IgG, embora a ocorrncia da infeco aguda tenha sido baixa (2,2%). A prevalncia da infeco para VHB em adolescentes gestantes foi de 0,62%, porm numero expressivo (83,3%) de adolescentes esto suscetveis a infeco pelo VHB, o que sugere que no foram imunizadas. A maioria (63,4%) das adolescentes continuaram estudando mesmo sabendo da gravidez e 34,6% buscaram o pr-natal tardiamente possibilitando um numero mnimo de quatro consultas de pre natal O resultado refora a hiptese que estas adolescentes grvidas possuem uma prevalncia de infeces desses tipos virais, semelhante a taxas nacionais das gestantes de modo geral. A prevalncia dos subtipos virais (HTLV-2 e HIV-1 subtipo B) obtidas atravs da caracterizao molecular das amostras soropositivas das gestantes foi concordante com a prevalncia dos subtipos da regio norte.
Resumo:
Anofelinos membros de complexos de espcies crpticas podem exibir diferenas comportamentais, de susceptibilidade a infeco malrica, e resistncia a inseticidas. Assim, a identificao de espcies vetoras tem relevncia epidemiolgica, o que nem sempre possvel por critrios morfolgicos. Mtodos alternativos tm sido empregados para tal, como os que analisam regies altamente conservadas do DNA ribossmico, varivel entre as espcies, conhecidas como espaadoras internas transcritas (ITS). Considera-se atualmente que o complexo Anopheles c seja composto por seis espcies: An. albitarsis s.s., An. oryzalimnetes, An. albitarsis F, An. marajoara, An. deaneorum, e An. janconnae. Destas, pelo menos as trs ltimas so incriminadas como vetores de malria na Amaznia brasileira. O objetivo deste estudo foi realizar identificao molecular de espcies do complexo An. albitarsis, por anlise da seqncias do ITS2 do rDNA, com vistas a analisar sua importncia na transmisso de malria nos municpios de Macap, Amap e Peixe-Boi, Par, inclusive investigando pela primeira vez a ocorrncia do An. albitarsis F nestas duas reas epidemiologicamente distintas: a primeira com histrico de alto risco de transmisso de malria e a segunda no. O estudo foi realizado entre janeiro de 2009 e abril de 2010, e consistiu de capturas de anofelinos de 12 horas de durao (ecostofase) no peridomiclio. Todas as fmeas coletadas foram morfologicamente identificadas e apenas os An. albitarsis s.l. tiveram cabea e trax separadas para anlise da infeco natural por ELISA; ovrios para anlise de paridade e patas, asas e carcaa para identificao molecular. Em Macap foram realizadas seis coletas, obtendo-se um total de 584 anofelinos, sendo 366 An. albitarsis s.l. (62,7%), 167 An. darlingi (28,6%), 33 An. triannulatus s.l (5,6%), 15 An. braziliensis (2,6%) e 3 An. nuneztovari (0,5%). Pela PCR foi possvel visualizar a banda especfica de An. marajoara em 320 espcimes dos An. albitarsis s.l testados. Do restante, 33 foram negativos e 13 amplificaram um fragmento de ~490 pb nos iniciadores empregados, no permitindo chegar ao diagnstico especfico. O An. marajoara apresentou caractersticas biolgicas e comportamentais que ratificam sua importncia epidemiolgica na transmisso de malria em Macap, tais como: ser a espcie mais prevalente, com maior proporo de fmeas paridas (73,0%), e portanto com maiores chances de se infectarem com o plasmdio, ocorrer tanto na estao menos quanto na mais chuvosa, e apresentar atividade hematofgica durante toda a ecostofase, alem disso, foi encontrado naturalmente infectado por P. vivax e P. falciparum (taxa de infeco natural de 3,1%). Em Peixe-Boi, foram capturados 43 anofelinos: An. triannulatus s.l (20 espcimes, 46,5 %), An. albitarsis s.l. (13: 30,2 %), An. darlingi (8: 18,6%), e An. nuneztovari (2: 4,7%). Todos os An. albitarsis s.l. coletados foram identificados pela ITS2 como An. oryzalimnetes. Nenhum deles foi encontrado infectado pelos plasmdios testados, e a maioria das fmeas era parida (84,6%). So necessrios levantamentos entomolgicos sistemticos que analisem a importncia deste anofelino na transmisso de malria na cidade. O An. albitarsis F no foi encontrado nas duas reas estudadas. Nossos resultados contribuem para o entendimento da epidemiologia da malria na regio Amaznica brasileira.
Resumo:
A Borreliose de Lyme uma doena multissistmica causada pela espiroqueta Borrelia burgdorferi latu sensu e transmitida por carrapatos ixodideos, acometendo seres humanos e animais domsticos, tendo como reservatrios naturais os animais silvestres, sendo ainda considerada uma zoonose de ampla distribuio geogrfica. Foram coletadas 300 amostras sanguneas de eqinos aparentemente sadios, procedentes dos municpios de Ananideua, Belm, Benevides, Castanhal, Marituba e Santa Izabel do Par da mesorregio metropolitana de Belm Par. O sangue foi coletado pela veia jugular e os soros foram analisados atravs do ensaio de imunoadsoro enzimtica (ELISA) indireto no Laboratrio de Doenças Parasitárias na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O objetivo do trabalho foi verificar a soroepidemiologia da Borrelia burgdorferi na mesorregio metropolitana de Belm. A freqncia de soropositividade foi de 26,67% (n=80), sendo 72 (24%) com ttulo de 1:800, seis (2%) a 1:1600 e dois (0,6%) a 1:3200. A soropositividade entre os sexos foram valores aproximados sendo 13,67% nas fmeas e 13% nos machos. A freqncia entre os animais de raas e mestios foram 9% e 18%, respectivamente. No houve diferena significativa de animais soropositivos quanto aos municpios, sexo, raa e faixa etria. A freqncia encontrada corrobora a hiptese da ocorrncia de Borrelia sp. na regio estudada.