22 resultados para Booklet Viver é Lutar
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Analisa o modo de viver dos moradores da ilha do Combu Belm- Par, visando compreender os elementos de resistncia contidos no saber popular. Esta ilha dita 1,5 km da cidade de Belm e tem como territrio 15 km, sendo que, aproximadamente, 95% dessa superfcie coberta por floresta secundria (mata de vrzea). Anteriormente, pertenceu jurisdio do municpio de Acar, mas a partir de 1996 passou a cidade de Belm. Apresenta caracterstica peculiar de um espao rural, com conservao local de muitos recursos naturais e da singularidade do modo de viver ribeirinho, como populao que vive prximo aos cursos dgua e da vegetao florestal, o que lhes possibilita um cotidiano tranquilo, aparentemente cheio de paz, sem barulho nem poluio; diferente da vida na cidade maior. Sendo essa tranquilidade medida por uma relao baseada no respeito e na proteo da vizinhana, observados nos seus hbitos e costumes; alm da liberdade de conversar, passear, comer peixe fresco, camaro, tomar aa feito na hora e sentir-se despreocupado com a violncia, muito presente na cidade grande. Os resultados deste trabalho traduzem todo um aprendizado, obtido por meio desses moradores que resistem imposio do modelo formal da educao estatal. Assim, 70% dos pesquisados apresentou preferncia ao aprendizado com seus parentes, que vai alm dos remdios caseiros, dos saberes representados pelo fazer peconha, pelo tup, pelo fazer comida, plantar, pescar, nadar no rio, apanhar aa e jogar tarrafa, at o respeito s pessoas, na busca de conhecimento para viver uma vida honesta e para dar continuidade educao da gerao de cultura ribeirinha.
Resumo:
Nesta dissertao vamos interpretar a relao urbano x insular que ocorre entre Belm e a ilha do Combu, localizada na fronteira sul do municpio, tendo como pano de fundo as idias de sustentabilidade ambiental em construo neste incio de sculo. Para isso realizamos uma pesquisa de campo com levantamento de informaes sobre o perfil da ocupao fsico-territorial da ilha e entrevistas com moradores ribeirinhos para ouvir os relatos sobre o modo de viver insular e sua relao com Belm; foram obtidas informaes junto aos rgos gestores das polticas pblicas municipais e estaduais que se aplicam na ilha; procuramos identificar as cadeias de produtos que concorrem para a sustentabilidade insular; e buscamos uma indicao dos impactos resultantes da relao que ocorre entre Belm e a regio de suas ilhas ao sul. A pesquisa permitiu constatar as dificuldades de manuteno da ocupao insular, concluiu pela no existncia de cadeias produtivas desenvolvidas na ilha e permitiu ainda observar que as presses que o Combu sofre originam-se muito mais no continente que no prprio espao local. Concluiu tambm que a promoo da sustentabilidade do Combu depende ainda de um esforo de Belm no sentido de construir novos rumos para a sua prpria sustentabildade que respeitem as regies ribeirinhas como um todo, incluindo a ilha objeto da pesquisa.
Resumo:
Esta dissertao resulta de uma pesquisa realizada em Breves, localizado ao sul da ilha de Maraj, no Estado do Par - Brasil. Ela investiga o planejamento curricular da escola rural ribeirinha da vila de madeireira "Ivo Mainardi" da rede municipal de Breves/PA, na perspectiva das identidades e dos saberes da populao ribeirinha marajoara de Breves. No percurso metodolgico investigativo foi utilizado a anlise documental, a entrevista semiestruturada e a fotografia, com a perspectiva de possibilitar ao leitor uma melhor compreenso sobre a Amaznia rural ribeirinha. A histria de Breves tem incio no Perodo Colonial, com a chegada dos portugueses ao local, sua populao constituda de ribeirinhos, muitos desses residem em pequenas comunidades, povoados e vilas de madeireiras. Muitos ribeirinhos so atrados s vilas de madeireiras pela oferta do emprego na empresa madeireira e pela escola. Apesar do ribeirinho viver em um contexto em que a produo material est relacionada explorao da madeira os currculos escolares no tratam desta questo, distanciando-se do que preconizam as Diretrizes Operacionais para a Educao Bsica nas Escolas do Campo, que estabelece como princpio de qualidade do currculo a ecologia e a sustentabilidade. O planejamento curricular das escolas do meio rural elaborado com a participa dos educadores rurais ribeirinhos, mas ainda no expressa os saberes, a cultura, e a identidade dos ribeirinhos marajoaras da Vila Mainardi. Assim, o desafio colocado aos gestores, os sujeitos sociais e os educadores de vislumbrar o compromisso com uma educao que construa e cultive identidades, valores, memria coletiva e sinalize para a valorizao e respeito dos povos que vivem na Amaznia marajoara, rural e ribeirinha de Breves.
Resumo:
A presente dissertao averigua as prticas de comunicao adotadas pelas empresas Albras-Alunorte no contexto do Complexo Industrial de Barcarena. Nesse sentido, investiga como as estratgias de prticas de comunicao organizacional podem melhorar e gerar valores nas relaes entre as organizaes do Complexo Industrial de Barcarena e seus pblicos estratgicos, colaborando para manter a identidade e a imagem corporativa na Amaznia e no mercado internacional. O estudo pretende responder a uma das muitas contradies nas prticas de comunicao organizacional no Complexo Industrial de Barcarena aps a implementao dos chamados grandes projetos. As mudanas ocorridas no espao onde esto localizadas as grandes empresas de minerao so sentidos em diversas reas, dando origem a novas formas de relacionamento entre os atores sociais envolvidos, e abalando o sentimento de grande expectativa por parte daqueles que j estavam no local: predominava o anseio por emprego e renda. Assim, a chegada desses grandes projetos modifica a maneira de viver dos primeiros moradores da regio, altera o relacionamento com a terra e o meio ambiente e transforma as relaes interpessoais de comunicao social. Dessa forma, procura-se descrever o caminho percorrido pelas empresas, atravs das prticas de comunicao organizacional, que transformou as aes sociais na atual relao social, alm de como essas empresas construram e mantiveram sua identidade e imagem corporativa.
Resumo:
Lutar pela observncia da Constituio Federal de 1988 se constitui em esforo de grande envergadura, especialmente para as associaes indgenas, instrumentos de luta na defesa e promoo dos direitos tnicos. As associaes, formadas semelhana das organizaes no-indgenas, procuram desenvolver projetos que compreendam a afirmao de identidades tnicas das comunidades representam os indgenas em negociaes internas e externas, contribuindo para a construo da autonomia e autodeterminao dos povos indgenas. Exemplo disso a Associao Indgena Temb de Santa Maria do Par (AITESAMPA), que representa os Temb, conhecidos como de Santa Maria por terem sua Terra nos limites do municpio do estado do Par. A Associao luta pelo reconhecimento identitrio e pela demarcao de terras para seu sustento, visto que desde o sculo XIX, foram escorraados de suas terras e obrigados a deslocamentos no desejados, at se estabelecerem no, hoje, municpio de Santa Maria. O estudo se debrua sobre a atuao da referida Associao, a partir da relevncia dos projetos sociais e tnicos que permitem o fortalecimento da identidade dos Temb. Analisam-se as estratgias elaboradas atravs de iniciativas denominadas projetos, desenvolvidos pela Associao para a defesa dos direitos indgenas e promoo de dilogo com o Estado brasileiro e a sociedade no-indgena que teimam em no aceit-los, especialmente porque so desconhecidos na literatura etnolgica que trabalha mais a partir dos Temb localizados no Alto Rio Guam. O trabalho desenvolvido a partir das narrativas indgenas e do acompanhamento da movimentao social. Nessa conduo, os autores envolvidos possuem uma viso implicada, pois dois so membros de povos indgenas e a no-indgena foi chamada a assessor-los.
Resumo:
As populaes tradicionais da Amaznia, a partir da dcada de oitenta do sculo passado, redescobriram a possibilidade de afirmao da sua identidade e de seus direitos e passaram a lutar nessas direes. Um momento fundamental neste processo foi o de reconhecer sua heterogeneidade socioeconmica e cultural: povos indgenas, remanescentes das comunidades de quilombos, ribeirinhos, extrativistas, camponeses, pescadores. Na busca do reconhecimento de seus direitos s terras que ocupam e aos recursos naturais nela existentes, constaram que a legislao no apresentava normas que espelhassem a contento suas experincias de vida. Instrumentos jurdicos inovadores surgem nesse contexto, a exemplo das unidades de conservao de uso de direito e de outras modalidades de regularizao fundiria de natureza agro-ecolgica. Nessa perspectiva, a experincia dos agroextrativistas do municpio de Gurup, estado do Par, foi investigada e discutida com base em evidncias qualitativas e quantitativas produzidas sob uma orientao interdisciplinar quanto metodologia. Ainda, considerou-se o local/regional a partir da histria e das tendncias ambientais e socioeconmicas recentes. Essa abordagem implicou em uso de um conjunto de imagens de importncia iconogrfica e na discusso de conceitos como o de populaes tradicionais, desenvolvimento sustentvel e poltica pblica. Por sua vez e ao longo da tese, a literatura acadmica, a documentao especializada e os dados produzidos in lcus revelam a problemtica jurdica-fundiria entre ao agroextrativistas gurupaenses com elemento central e ao mesmo tempo aglutinante nas transformaes que est a os atingir. Nestes termos, tem-se um processo de ocupao das terras permeado por conflitos de interesses, abusos e mesmo violncia, uma lesgilao em vigor ao longo do tempo e plena de contradies, e a existncia de registros cartoriais de imveis dominados por inconsistncias jurdicas. Diante disso, esses trabalhadores e especialistas sensveis a sua causa surgem como vitorioso em muitas questes ao demandarem ao poder pblico possibilidades que pudessem garantir-lhes segurana jurdica com vistas permanncia na terra.
Resumo:
Este artigo tem como objetivo analisar as impresses e as interpretaes de antigos taxistas a respeito das mudanas ocorridas na cidade de Belm no decorrer do sculo XX. Nesse contexto, os motoristas autnomos de Belm figuram como portadores de um conhecimento sobre a cidade baseado na prtica do deslocamento, revelando uma memria coletiva ligada aos processos de urbanizao e transformao do viver na capital paraense. Emerge, ento, um imaginrio construdo a respeito da cidade de Belm no interior de uma categoria profissional especfica, bem como representaes, aspiraes, devaneios e queixas comuns sobre o viver na cidade. Assim, os pontos de vista desses profissionais sobre Belm aparecem expressos em narrativas fantsticas em que os taxistas encontram visagens e assombraes durante sua jornada de trabalho.
Resumo:
Procurei analisar as percepes dos sujeitos sobre o modo de ser e de pensar o metrossexual a partir das telenovelas. O uso de personagens desse programa para a investigao foi importante, pois as telenovelas so produes que contribuem para a visualizao de comportamentos e divulgao do novo, alm de possuir grande entrada nos lares brasileiros. Por conta disso, realizei dezesseis entrevistas com cinco mulheres e onze homens, todos residentes em Belm do Par, universitrios ou formados em diferentes cursos, com a finalidade de mostrar como essas pessoas veem os personagens masculinos que so veiculados nos folhetins eletrnicos e se elas percebem personagens metrossexuais ou com caractersticas metrossexuais nas telenovelas. Investiguei, ainda, o que pensam alguns operadores da comunicao escritores, autores, atores e acadmicos que estudam o tema telenovelas sobre a relao do pblico masculino com esse tipo de programao, por meio de entrevistas que eles concederam a algum meio de comunicao e/ou trabalhos acadmicos dos mesmos. Alm disso, discuti a construo do corpo do metrossexual e a corrente associao que se faz desse tipo masculino com a homossexualidade. Destarte, abordei as compreenses dos/as meus/minhas interlocutores/as sobre trs personagens que utilizei em minhas entrevistas: Narciso (Vladimir Brichta), de Belssima (2005), Toms (Leonardo Miggiorin), de Cobras e Lagartos (2006) e Carlos (Carlos Casagrande), de Viver a Vida (2009), verificando as caractersticas que fazem os homens representados nesses papis serem ou no reconhecidos como vaidosos. Ver-se- que a ideia de um masculino despreocupado com o que veste, que passa sabonete nos cabelos para no gastar muito tempo na hora do banho com xampus e condicionadores, por exemplo, tem perdido espao na cena contempornea, pois os homens, a cada dia, externalizam, mais e mais, sua vaidade, contribuindo para a fabricao de corpos belos e desejados.
Resumo:
Desde o final do sculo XIX e, at, o incio do sculo XX, Belm na fala do intendente Antonio Lemos era conhecida como a necrpole paraense. Doenas e epidemias estavam no centro do debate das prticas mdico-sanitrias. O higienismo de mdicos tornou se discurso recorrente de interveno no espao cotidiano dos moradores, onde as campanhas de profilaxias foram aladas enquanto responsveis pela cura da cidade. As aes propostas por esculpios cientistas geraram tenses entre moradores e autoridades pblicas diante a aliana do saber mdico e o poder pblico, sobre a qual me propus analisar para explicar o dia-a-dia das medidas coercitivas, no intuito de entender essa aliana. Analisando artigos na imprensa, literatos, jornalistas, polticos, relatos mdicos, mensagens de governo, relatrios, fotografias e charges foi possvel acompanhar os significados atribudos pelos contemporneos em relao as epidemias da varola, tuberculose e febre amarela, por exemplo, por parte dos saberes mdico-sanitrios. A belle poque em Belm deixou de ser nessa dissertao um cristal historiogrfico, diante as adversidade do viver de sujeitos annimos. Belm tornou-se um laboratrio de experincias, os mdicos propunham cur-la para alcanar o to propalado desenvolvimento econmico ou progresso. A consolidao dessa aliana coube responsabilidade do renomado sanitarista Oswaldo Cruz, que desembarcou, em 1910, na capital paraense para combater a febre amarela, com carta branca do governador Joo Coelho. Por outro lado, a cura da cidade ou necrpole paraense teve significados mais amplos, destacando-se o sepultamento do mal amarlico, como tambm, concomitantemente, o sepultamento da oligarquia do coronel Antonio Lemos.
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O presente trabalho versa sobre a dinmica das famlias que vivenciaram o processo de reassentamento em um projeto habitacional de interesse social em uma rea palaftada localizada na cidade de Belm/PA, denominada Vila da Barca. Esta rea foi objeto de interveno urbanstica executada pelo poder pblico municipal, financiada pelo governo federal com recursos da CAIXA. Buscamos ao contextualizar a dinmica do processo de ocupao de cidades capitalistas, revelar particularidades da constituio do urbano no Brasil, na Amaznia e, especificamente, em Belm. O interesse pelo objeto ora pesquisado se deveu s nossas observaes cotidianas na prtica profissional como Assistente Social efetivada no referido projeto. Nossa investigao esteve pautada numa perspectiva crtico-dialtica e foi operacionalizada por um levantamento bibliogrfico e documental, seguido do trabalho de campo, pautado por entrevistas e observaes diretas. Os resultados da pesquisa destacam as alteraes ocorridas na dinmica das famlias que sofreram a interveno urbanstica e social bem como as mudanas apresentadas em seu modo de viver provocadas pelo processo de reassentamento para o Conjunto Habitacional Nova Vila da Barca.
Resumo:
Esta tese o de informar a seu leitor a situao atual da minerao e s interaes de comunicao pelos diferentes atores sociais relacionada com minerao da Amaznia tanto equatoriana como brasileira. D uma compreenso de sua funcionalidade dentro do "sistema" assim como de sua normalizao e regulamentao do "mundo da vida", onde a racionalidade seria insuficiente para chegar a compreender os diferentes contextos das situaes dadas e, mas bem necessrio usar os imperativos do "mundo da vida", a fim de ter uma melhor compreenso da dinmica da minerao. A principal tcnica metodolgica abordada caracterizada pela anlise de discurso com base em entrevistas semi-estruturadas aplicadas diversidade de atores sociais em trs nveis institucionais, semi-institucionais e extra-institucional correspondente a cada uma de suas estruturas funcionais sejam as mesmas no poltico, social, econmico, ecolgico e cultural, e sua relao coma "Teoria da Ao Comunicativa" de Jrgen Habermas; Na qual trabalhou-se as estruturas funcionais do Estado (Governo) e Polticas Pblicas (constituio, Lei de minerao) capaz de fazer frente s redues cognitivo-instrumental da racionalidade; em segundo lugar, de um conceito de sociedade (ao coletiva e "mundo da vida") articulado em dois nveis, que associa os paradigmas "mundo da vida" e "sistema", e que a seu vez explica o tipo de patologias sociais que se esta tornando cada vez mais visveis na sociedade de hoje. Entre os principais resultados se tem a mudana de mentalidade do povo equatoriano sobre o apoderamento dos recursos naturais, com base nas novas redefinies sociopolticas do governo atual; como o direito da natureza, o direito do bom viver, direitos das comunidades, povos e nacionalidades, direito de participao, etc. Alm disso, em termos de Brasil deixa claro que suas polticas de minerao passam por importantes alteraes que visam, principalmente, as relaes estabelecidas entre o Estado Federal e da esfera econmica considerando-se no possvel alcanar um melhor controle e uso dos recursos naturais; Algumas dessas estratgias esto voltadas para a infraestrutura vial, portoaria, e hidreltrica, permitindo o desenvolvimento industrial, crescimento econmico e social do pas.
Resumo:
Esta dissertao consiste em uma etnografia do cotidiano escolar, orientada conceitualmente a partir dos marcadores de diferenciao cor/raa, gnero e classe social. A motivao da pesquisa que iniciou a produo deste trabalho partiu da seguinte indagao: processos ofensivos verbais so processos identitrios que se constroem a partir de referencias pedaggicos e de discursos docentes em cada escola? Com base em uma trajetria de pesquisa iniciada em 2006, realizada inicialmente na Escola Alexandre Zacharias de Assumpo e posteriormente estendida ao Colgio Madre Zarife Sales, no bairro do Guam, periferia de Belm do Par, tento discutir o alcance destas instituies no cotidiano educacional vivido fora delas por seus discentes, ao identificar prticas dinmicas de viver os espaos urbanos da cidade a partir do ir e voltar da escola. As duas escolas so definidas como escolas de referncia no bairro, pois simbolizam, para as clientelas de estudantes por elas atendidas, a possibilidade de sucesso profissional ps-escola entre muitas famlias no bairro. Por outro lado, tento mostrar as contradies internas nas duas escolas para sugerir a ocorrncia de acessos diferenciados aos servios educacionais e ao prprio capital cultural docente conforme o turno em que se estuda. Discuto destacadamente a ocorrncia de trocas de ofensas verbais raciais e no-raciais entre os estudantes conforme os marcadores de diferenciao assinalados, para tentar responder a problematizao da pesquisa. Depois tento identificar as vrias modalidades simblicas do discurso de mestiagem como um discurso abrangente que por mim concebido como a face inversa das ofensas verbais raciais e do no-reconhecimento do racismo nelas existentes pelo corpo institucional, isto , por docentes, funcionrios e gestores.
Resumo:
Este trabalho procura refletir sobre a dinmica no modo de vida das famlias de tradio agrcola da Vila de Caraparu, pertencente ao municpio de Santa Izabel do Par. A finalidade maior , a partir de tais reflexes, compreender como essa dinmica viabilizou um comrcio paralelo a atividade econmica tradicional constituda em base familiar qual seja, a agricultura familiar em que as famlias locais a denomina de trabalho na roa . Nesse sentido, realizar um estudo etnogrfico das duas atividades econmicas coexistentes nessa localidade est sendo fundamental para se apreender os efeitos causais do processo de mudana no viver local. Devo dizer que, no minha inteno compreender os efeitos de tal mudana a partir de eventos isolados como o Crio do Caraparu ou as crenas mticas locais. Meu objetivo aqui observar e analisar o modo de vida das famlias que residem na Vila de Caraparu para, com base nisso, compreender como a dinmica social capaz de lev-las a reorganizar e criar novos arranjos econmicos com a introduo de uma nova atividade qual seja, o comrcio gerado com o turismo nessa regio, denominado pelos moradores de Caraparu de venda na beira . Desse modo, importante compreender esse processo como um fator causal que chega no interior de qualquer grupo social com a dinmica local.
Resumo:
O luto pode ser compreendido como um processo esperado de adaptao quando de uma perda significativa. Configura-se em uma experincia inevitvel e contnua, dada a diversidade de eventos que impe um ciclo de rompimento e reconstruo ao longo da existncia. Contudo, o luto por morte de um ente querido tem sido considerado um potencial agente complicador das condies de sade e da qualidade do viver. O estudo teve o objetivo de compreender as demandas de pessoas que vivenciam esta modalidade de perda, sendo que o recorte consistiu no desvelamento do "pedido de ajuda", no momento em que buscou o atendimento. Para tanto, a pesquisa foi desenvolvida em um hospital pblico da cidade de Belm do Par, onde funcionava um servio de Pronto Atendimento Psicolgico a essa populao. Tratou-se de um estudo qualitativo sob o mtodo de anlise de contedo. Os colaboradores foram cinco mulheres que procuraram atendimento psicolgico, no perodo de maio a agosto de 2008. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas com base em trs questes norteadoras: O que aconteceu para que voc procurasse esse atendimento psicolgico? O que voc veio buscar nesse atendimento psicolgico? Como foi a sua experincia de atendimento psicolgico? Foram destacadas quatro categorias: 1) Quem chegou? Apresentao e perfil socioeconmico das colaboradoras; 2) sobre o ente querido falecido e o processo de luto; 3) Demanda: desvelando o pedido de ajuda; 4) A experincia de atendimento psicolgico. Os achados sugerem que a demanda inicial por atendimento psicolgico pode condensar "pedidos de ajuda" a permear o movimento pessoal das colaboradoras na ateno e cuidado ao seu sofrimento decorrente da vivncia do luto, sendo que corresponderam a pedidos de acolhimento e expresso do pesar; de certificao de morte; de aceitao desse evento e de reduo do sentimento de responsabilidade pela morte do ente querido, entre outros. Ressaltou-se ainda, a relevncia da oferta de atendimento psicolgico s pessoas que atravessam o processo de luto como uma possibilidade de acolhimento para a expresso da dor, do medo da morte, de chorar a saudade, e como um possvel caminho de elaborao frente perda de um ente querido.
Resumo:
O luto pela morte de um ente querido compreende um processo de reorganizao pessoal frente perda e que por isso tende a desdobramento singulares, conforme a natureza e intensidade do vnculo. A pessoa ento pode experimentar uma variedade de reaes que , conforme a ocorrncia e a severidade das manifestaes , iro repercutir na qualidade de viver. Esta pesquisa teve o objetivo de compreender a expresso do pesar nas atividades ocupacionais quando da morte de uma pessoa significativa. A estratgia metodolgica fundamentou-se na abordagem qualitativa do tipo "estudo de caso", de duas pessoas (colaboradores) que chegaram em Servio de Pronto Atendimento a Pessoas que Sofreram Perdas. Para a coleta dos dados foram definidos trs encontros, sendo que nos dois primeiros foram realizadas s entrevistas abordando aspectos da vida pessoal e ocupacional e no terceiro uma oficina de atividades, sendo disponibilizados materiais plsticos; como papel , lpis de cor, canetas esferogrficas, tesoura, revistas, cola branca, cola colorida, purpurina, entre outros, com o objetivo de favorecer a livre expresso nas atividades ocupacionais, estando de acordo com a hiptese de que, em situaes de perdas e luto, as pessoas experincia um perodo de retraimento e afastamento das relaes sociais e das atividades habituais, indicando que a perda interfere significativamente no cotidiano das suas ocupaes, incluindo falta de prazer em desempenhar o trabalho, em ter cuidados pessoais e nas atividades da vida diria (AVD' S), sugerindo a ocorrncia do luto ocupacional pela perda das atividade desempenhadas com e para o ente querido falecido. Neste sentido, pode ser observada alterao nas funes ocupacionais em que padres habituais de atividades so rompidos, remetendo a difcil tarefa de renunciar, excluir e incluir novos papis. Por outro lado, a estratgia proposta a coleta dos dados revelou-se como um recurso favorvel compreenso e expresso do enlutado, estimulando a aceitao da perda, a avaliao do vinculo co falecido (a) e a elaborao do luto. O uso do recurso material foi favorvel a expresso dos pensamentos, sentimentos e necessidades, bem como de competncia, habilidades, funes ocupacionais e outros aspectos da existncia, ressaltando a importncia da compreenso biopsicossocial e ocupacional da pessoa em situao de luto, em que se destaca a assistncia Teraputica Ocupacional agregando esforos na preveno e promoo a sade.