23 resultados para Assistentes sociais Ética profissional
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
A dissertao ora apresentada, se prope ao estudo crtico da interveno profissional, no campo particular da poltica de Assistncia Social, no interior da concepo da dimenso tcnico-operativa, ao qual participaram 05 assistentes sociais que trabalham nos Centros de Referncia da Assistncia Social CRAS, localizados geograficamente na Regio Metropolitana de Belm-Pa, dimenso tcnico-operativa essa, situada dentro da Poltica Nacional de Assistncia Social PNAS/2004, haja vista que, esse estudo foi viabilizado a partir da compreenso desses assistentes sociais sobre o uso dos instrumentos tcnicos que mais apareceram na fala desses sujeitos, ou seja, durante suas intervenes profissionais no ano de 2013, com vista a identificar, possveis dificuldades de compreenso terica e a sua relao com a prtica profissional, na perspectiva de compreender como se d o uso dessa instrumentao tcnica dentro da articulao orgnica entre a relao terico-metodolgica, tico-poltica e tcnico-operativa. Tem como base de anlise a teoria Dialtica e o mtodo adotado, foi a tcnica de Analise de Discurso, com vista a qualificar mais a pesquisa, bem como, a consulta em bibliografias, artigos e revistas da rea do Servio Social; a pesquisa se deu por meio de entrevistas semi-estruturadas, orientadas pelo instrumento denominado de roteiro de entrevista. Buscou-se evidencias a partir da compreenso desses sujeitos expressos atravs das falas analisadas, de como essa dimenso tcnico-operativa, assim como os instrumentos utilizados, comparecem nas aes prticas dos assistentes sociais no momento das intervenes profissionais, bem como, saber o porqu da dificuldade de compreenso da relao teoria e prtica nesses espaos scio-ocupacionais. Como resultados preliminares, verificou-se que nas intervenes profissionais, os assistentes sociais vm apresentando dificuldades de compreenso a cerca da teoria social crtica, impactando dessa forma, no uso da instrumentao tcnica, ora tendendo para a concepo tecnicista, ora tendendo para a concepo teoricista, reproduzindo-se assim, a polmica histrica no interior do Servio Social.
Resumo:
Os objetivos da pesquisa foram: analisar a prtica profissional do/da assistente social, da rea da educao, do Distrito Administrativo do Guam (DAGUA), em Belm-Par; o grau de influncia dos modos de vida que conformam experincias vividas presentes no processo de desenvolvimento social do indivduo e, particularmente no processo de trabalho desses assistentes sociais. Partiu das premissas de que: o modo de vida influencia a prtica profissional do/da assistente social; a prtica do Servio Social est sendo repensada na cotidianidade; o assistente social possui uma compreenso definida da teoria que utiliza na prtica cotidiana; as obras publicadas atualmente no Brasil no atendem as dimenses terico-metodolgica e tcnico operativa do Servio Social. Emprega tcnicas variadas para a execuo da pesquisa e, o dilogo com correntes de pensamento que influenciam o Servio Social desde os seus primrdios. Apropria-se da fenomenologia para a interpretao dialtica dos resultados e, tambm, da teoria marxista como suporte leitura da realidade vivida. O mtodo fenomenolgico-existencial possibilitou apreender o concreto/real presente nos relatos das entrevistas, nos quais se evidenciou problemticas do dia a dia do Servio Social Escolar, como a escassez de profissionais, pssimas condies estruturais para a realizao da interveno profissional, a questo das vrias formas de violncia, a precariedade da formao profissional, a necessidade de maior abertura para a pluralidade de ideias na conduo terico-metodolgica da prtica profissional.
Identidades s avessas os desafios do exerccio profissional das assistentes sociais da Vale em Carajs
Resumo:
A dissertao analisa as identidades das assistentes sociais da Vale, como manifestaes ideolgicas do contexto de reestruturao produtiva capitalista. As categorias centrais de anlise foram o trabalho, na concepo de Marx e a ideologia, na concepo de Gramsci. A lgica capitalista, que conduz alienao e manipulao da subjetividade do trabalhador, influencia os profissionais a absorverem acriticamente do senso-comum as representaes da hegemonia dominante, que se manifestam implicitamente nos comportamentos e na linguagem dos profissionais. Os sujeitos da pesquisa foram as assistentes sociais da Vale, que atuam nas unidades localizadas na regio de Carajs, sudeste paraense, visto que a empresa uma transnacional com forte influncia na regio amaznica. Nos dias atuais, os municpios da regio de Carajs tm sua dinmica de desenvolvimento social, econmico e cultural, associada s atividades da empresa. A hiptese da pesquisa foi que as identidades dos assistentes sociais da Vale, no contexto de reestruturao produtiva do capital, so identidades s avessas, que contribuem para a reproduo de prticas mistificadas e reducionistas, que reproduzem os interesses capitalistas. A partir da pesquisa emprica, que teve como recorte temporal o ano de 2007 at os dias atuais, constatou-se que no exerccio profissional, as assistentes sociais da empresa vivenciam as contradies inerentes tanto implantao da Vale na regio quanto as relacionadas ao desenvolvimento do Servio Social, o que contribui mais para o fortalecimento da hegemonia capitalista do que para a efetivao do projeto tico-poltico-profissional do Servio Social. A anlise das correlaes de foras presentes nesse espao de atuao se constituem em objeto de debate e reflexo em torno dos desafios mas tambm das possibilidades objetivas identificadas na particularidade pesquisada e que foram capturadas nas entrelinhas do discurso das prprias profissionais entrevistadas.
Resumo:
O presente trabalho identificou a resilincia, enquanto processo de enfrentamento, superao e fortalecimento, presente na atuao profissional dos assistentes sociais, mostrando que esta pode ser utilizada como instrumental terico-metodolgico que tem a Garantia de Direitos como importante mecanismo de proteo para bloquear fatores de risco. Desta forma, a resilincia enquanto instrumental terico-metodolgico poder dar suporte s teorias do Servio Social, no que se refere interveno e avaliao, por meio da mediao entre mecanismos de risco e proteo, facilitando a ao-reflexo-ao.
Resumo:
A entrevista compreendida como instrumento mediador no processo do conhecimento, possibilita que o assistente social se aproxime da realidade de sua demanda, superando a aparncia dos fenmenos e adquirindo maiores possibilidades interventivas diante das expresses da questo social. Partindo dessa compreenso, esta dissertao apresenta como objetivo analisar, criticamente, como tem se dado a prtica profissional contempornea do Servio Social, no que diz respeito ao uso do instrumento entrevista. Neste intuito foram identificadas as diferentes concepes terico-metodolgicas sobre entrevista nas cincias sociais e o debate em torno da relao teoria-prtica em Servio Social, assim como, foi analisada a compreenso e a forma de utilizao da entrevista por assistentes sociais na prtica profissional. Orientada pelo mtodo crtico dialtico, a argumentao partiu de anlises de materiais de aporte terico e de uma pesquisa de campo realizada mediante entrevistas com duas assistentes sociais atuantes na rea da assistncia social e de duas da Sade. Como resultado identificou que a carncia de maiores problematizaes acerca do instrumento tem rebatimentos no contexto institucional, de modo que, a maioria das entrevistadas apresentou dificuldade de associar o instrumento a referenciais tericos e, no o percebeu como instrumento de mediao, sugerindo que a dicotomia teoria-prtica uma realidade bastante presente na prtica profissional do Assistente Social.
Resumo:
Este estudo tem por objetivo analisar a compreenso da dimenso ambiental no espao urbano da Amaznia pelos assistentes sociais, inseridos nas principais intervenes urbansticas do municpio de Belm, nas quais dentre elas h o Projeto Portal da Amaznia, Macrodrenagem da Estrada Nova e o Projeto de Urbanizao da Vila da Barca. Para tanto, focamos nossas anlises sobre o trabalho social dos projetos habitacionais e de urbanizao, citados, que tem a educao ambiental como uma de suas aes de carter socioeducativo, indicando qual seria a centralidade da discusso ambiental em tais iniciativas fomentadas pelo poder pblico, assim como a importncia e compreenso do assistente social sobre esta demanda na regio amaznica. Ao nos debruarmos sobre este debate, realizamos uma pesquisa de carter exploratrio a partir de pesquisa bibliogrfica e documental, observao de campo e entrevista semiestruturada com os assistentes sociais de instituies responsveis pela promoo da poltica urbana no municpio de Belm-PA, no momento: Secretaria Municipal de Habitao (SEHAB), instituio responsvel pela poltica urbana do municpio; Construtora UNI Engenharia, atualmente empresa responsvel pela execuo do trabalho tcnico fsico dos projetos de urbanizao do municpio e a Construtora EFECCE, atual responsvel pelos projetos tcnicos sociais. Durante a pesquisa, constatamos que a educao ambiental relegada ao segundo plano dentro de outras aes do trabalho social, em que a sua dimenso educativa se subsume e se espraia nos eixos de gerao de renda e de educao patrimonial e sanitria, sendo a sua realizao pontual, devido no s lgica institucional de trabalho, mas tambm insegurana de alguns profissionais do Servio Social em lidar com a demanda ambiental, principalmente sobre Amaznia, em que os contedos da educao ambiental esto restritos s problemticas do lixo, gua e desmatamento, no ampliando a discusso aos direitos urbano-ambientais, estando a discusso ambiental esvaziada de seus contedos sociais, polticos e econmicos, sendo mais um espao de controle, domesticao e inculcao dos valores hegemnicos.
Resumo:
Este trabalho tem por objetivo refletir e analisar sobre o contrato de trabalho temporrio do assistente social e suas repercusses na operacionalizao da Poltica de Assistncia Social nos Centros de Referncias de Assistncia Social (CRAS) no municpio de Belm do Par. Para tal foi realizada uma pesquisa de campo nos referidos CRA's, a qual teve como sujeito os assistentes sociais que possui contrato temporrio nesses espaos scio-ocupacionais nos ltimos dois anos. Na pesquisa procurou-se conhecer os determinantes polticos organizacionais dessa forma de trabalho, as condies objetivas e subjetivas do trabalho das mencionadas profissionais e sua relao com as transformaes no mundo do trabalho que vm ocorrendo nos ltimos anos. Teve como aporte terico-metodolgico a teoria marxista por entender que a mesma propicia uma leitura crtica da realidade social como todo, no fragmentado-a de maneira desconexa de um contexto poltico, econmico e social de determinada sociedade. Optou-se como instrumento de coleta de dados o formulrio que fora constitudo de questes abertas e fechadas. Assim, este estudo est estruturado em trs partes, alm da introduo e da concluso. A primeira parte tenta efetuar uma abordagem sobre as transformaes que vem ocorrendo no mundo do trabalho nas ltimas dcadas objetivando desvendar as determinantes dos contratos temporrios do assistente social no CRA's do municpio; a segunda parte trata do neoliberalismo e da reforma do Estado no Brasil; na terceira foi efetuada uma anlise sobre as condies do trabalho do assistente social nos CRA's, para ento poder entender as repercusses dos contratos de trabalho temporrio desses profissionais na operacionalizao da Poltica de Assistncia Social. Finalmente, foram efetuadas as consideraes gerais sobre o resultado da referida pesquisa de campo.
Resumo:
A pesquisa em tela analisa a concepo de Trabalho Social proposta pelo Ministrio das Cidades e implementada pela Companhia de Habitao do Estado do Par. O trabalho social apresenta historicamente elementos que se reeditam e assumem novos contornos. A partir da criao do Ministrio das Cidades, em 2003, inicia-se no Brasil um perodo novo, no que diz respeito s polticas de Desenvolvimento Urbano. No entanto, apenas em 2007 com o lanamento do Programa de Acelerao do Crescimento, que se ampliam os investimentos na poltica urbana. O trabalho social parte constituinte obrigatrio nas intervenes de proviso habitacional e nas intervenes de assentamentos precrios. No estado do Par, o rgo responsvel pela implementao da poltica urbana a Companhia de Habitao do Estado do Par. A construo desta pesquisa orientada pela teoria social crtica, que permite compreender as mltiplas determinaes dos fenmenos que norteiam a temtica em questo. A pesquisa foi realizada com base no levantamento bibliogrfico, documental e de campo, incluindo entrevistas com Assistentes Sociais que atuam nos projetos de Trabalho Social da Companhia de Habitao do Estado do Par. Constata-se que o discurso estatal da concepo do trabalho social entrelaado por determinadas categoriais previamente definidas. Assim, compreende-se que a COHAB/PA alinha-se ao discurso empreendido pelo Ministrio das Cidades e pelos rgos que do a direo para a implementao do Trabalho Social nos projetos de interveno urbanstica do governo federal. Identificam-se no discurso governamental atravs dos documentos, cursos distncia para os profissionais envolvidos com o trabalho social, e nos depoimentos das entrevistas, o alinhamento na direo dada ao Trabalho Social, que objetiva a autonomia, o protagonismo e a participao da populao beneficiria dos projetos de governo para o alcance da cidadania e da sustentabilidade do empreendimento. Algumas Tcnicas Sociais afirmam que buscam estratgias para a garantia dos direitos sociais, mas sentem-se amarradas pelas orientaes da CAIXA e do Ministrio das Cidades. Deste modo, as categorias que do significado concepo de Trabalho Social so esvaziadas de sentido e instrumentalizadas atravs de aes pontuais e assistencialistas que so insuficientes para o acesso cidadania em seu aspecto pleno, para o acesso moradia digna. neste contexto de contradies e conflitos que se inserem o Trabalho Social proposto pelo Ministrio das Cidades e implementado pela Companhia de Habitao do Estado do Par.
Resumo:
Desde os anos 1950, tem se constatado que, em alguma medida, os valores do terapeuta se fazem presentes na psicoterapia, podendo, inclusive, influenciar os valores dos clientes. Embora apresente uma concepo de valores diferente das tradicionais, a terapia analtico-comportamental no uma exceo. Este trabalho busca esclarecer como os valores do terapeuta podem se manifestar na clnica analtico-comportamental, sejam esses valores pessoais ou compartilhados com alguma cultura (e.g., sociedade em geral, Psicologia, Anlise do Comportamento). Para tanto, mostra-se como o conceito de valor tem sido abordado na Anlise do Comportamento e o que possibilita a manifestao dos valores do terapeuta na clnica analtico-comportamental. Por fim, discutem-se brevemente algumas implicaes do tema para a prtica clnica.
Resumo:
O presente trabalho tem como objetivo o estudo das representaes sociais dos estudantes de licenciatura da Universidade Federal do Par sobre o ensino de Psicologia da Educao. Este estudo apoiou-se no referencial terico-metodolgico das Representaes Sociais (sob a tica moscoviciana da Psicologia Social) para analisar a produo de significados que so compartilhadas pelos estudantes sobre o ensino desta disciplina no Campus de Belm. Com base nesta teoria, partimos do pressuposto que os conhecimentos so produzidos e elaborados no senso comum, na partilha dos grupos sociais e orientam pensamentos, sentimentos e aes dos mesmos. Neste estudo, participaram 70 estudantes egressos da disciplina, de seis cursos de licenciatura desta instituio. Utilizamos, na coleta de dados, dois instrumentos distintos, o questionrio com perguntas mistas e a tcnica do grupo focal. Os dados passaram por um tratamento quantitativo e qualitativo, com base na anlise estatstica e na anlise de contedo de Bardin (1977), o que possibilitou-nos constatar que as representaes sociais dos licenciandos sobre o ensino de Psicologia da Educao se inscrevem em significados consensuais da seguinte forma: os estudantes revelam que a disciplina tem contribudo com conhecimentos psicolgicos (teorias psicolgicas, processos de aprendizagem e desenvolvimento) que podem ser aplicados prtica educativa; avaliam positivamente o ensino de Psicologia, contudo, ressentem a falta de articulao dos contedos com a realidade educacional, com os contedos especficos dos cursos, e a inter-relao teoria e prtica pedaggica. Estas imagens sobre o ensino de psicologia revelam que esta disciplina pode contribuir muito mais com a formao de professores, revendo e articulando de modo integrado as dimenses do processo de ensino-aprendizagem que se inscrevem no contedo da Psicologia da Educao, na forma do trabalho pedaggico e na finalidade da formao docente. Estas representaes sociais dos licenciandos so importantes, pois oferecem subsdios significativos para reflexes, debates e proposies sobre o ensino de Psicologia da Educao nos currculos de licenciaturas da UFPA.
Resumo:
Este estudo tem como tema de pesquisa a Educao do campo no Brasil. Ele resulta de nosso envolvimento poltico e profissional com a educao. Objetivamos com ele compreender a participao dos movimentos sociais organizados na Articulao Nacional por Uma Educao do Campo na elaborao das Diretrizes Operacionais para a Educao Bsica nas Escolas do Campo (DOEBEC), por meio da anlise do contedo das referidas Diretrizes e das Resolues da I Conferncia Nacional por Uma Educao Bsica do Campo. Para tanto, levantamos duas questes gerais, que deram origem a outras especficas. As questes gerais so: Qual a contribuio dos movimentos sociais organizados na Articulao Nacional por Uma Educao do Campo na elaborao das Diretrizes Operacionais para a Educao Bsica nas Escolas do Campo (DOEBEC)? Das Resolues aprovadas na I Conferncia Nacional por Uma Educao Bsica do Campo, quais os princpios que se destacam no sentido de contribuir para a superao das desigualdades e melhoria da qualidade de vida e da educao dos sujeitos do campo? Metodologicamente realizamos anlise de contedo do corpus, composto de dois grupos de documentos: as DOEBEC e as Resolues da I Conferncia Nacional por Uma Educao Bsica do Campo. O aporte terico eleito est composto de vrios autores que pesquisam sobre educao do campo no Brasil, dos quais destacamos: Salomo Hage, Mnica Molina, Roseli Caldart e Miguel Arroyo. No campo da compreenso da sociedade e do Estado, tambm trabalhamos com vrios autores, dentre os quais destacamos especialmente Boaventura de Sousa Santos. A anlise ocorreu em trs momentos: identificao dos eixos analticos; escolha de indicadores de qualidade e articulao entre os eixos e indicadores de qualidade que geraram categorias de anlise. Como resultado, identificamos que as categorias esto interligadas e expressam aes e prticas indispensveis para a implementao da poltica de educao do campo na concepo proposta pela Articulao Nacional por uma Educao do Campo, que, de fato, influenciou na elaborao das DOEBEC no que se refere democratizao da gesto, no reconhecimento das especificidades da escola do campo e da necessidade de uma proposta poltico-pedaggica referenciada em um projeto de desenvolvimento sustentvel e nos saberes e realidade dos sujeitos do campo. Entretanto, esta contribuio foi limitada por condicionantes institucionais ligados legislao educacional vigente, marcada pela concepo neoliberal, e, de forma mais ampla, pela ordem estrutural econmica, social e poltica do capitalismo na sociedade brasileira, uma vez que as condies concretas para a efetivao de uma educao do campo, esto para alm das DOEBC.
Resumo:
A pesquisa proposta empregou um aporte terico-metodolgico interdisciplinar e enfocou as desigualdades sociais e raciais no percurso escolar e profissional de professoras universitrias. A literatura brasileira consultada na rea da Psicologia no fornece exemplares de pesquisas qualitativas sobre desigualdades sociais e raciais, focalizadas no negro e no branco. Nesse contexto, inseriu-se o presente estudo, que objetivou responder s seguintes questes: 1) h indicadores de desigualdades sociais, produzidas estruturalmente, que perpassaram a trajetria escolar e profissional da pessoa socialmente intitulada de preta, de parda e de branca? 2) h indicadores de desigualdades raciais, quando se compara o percurso de vida da pessoa socialmente intitulada de preta e parda com o da pessoa socialmente denominada de branca? Participaram do estudo trs professoras universitrias: uma socialmente definida como branca e duas como negras (preta e parda), ps-graduadas e lotadas em diferentes departamentos de uma universidade pblica brasileira. Na coleta de informaes, empregou-se a entrevista narrativa, um questionrio scio-demogrfico e uma lista de complementao de frases. As informaes coletadas foram submetidas a tratamento, que as transformaram em dados. A organizao dos dados incluiu o processo de categorizao. Os resultados mostraram que a pobreza, indicador de desigualdades sociais, fez parte de momentos da trajetria existencial das participantes/informantes, mas, ao se considerar a cor, verifica-se que h uma relao entre grau de pobreza e a cor das mesmas e entre o grau de pobreza e as escolhas dos cursos que as levaram profissionalizao; que a escolarizao foi via de profissionalizao e de mobilidade social ascendente para as mesmas; que as adversidades, surgidas ao longo do percurso escolar da branca, da preta e da parda foram superadas, com o apoio social de parentes e/ou amigos e com emprego de estratgias pessoais de enfrentamento s dificuldades; que para a preta, o fato de completar o ciclo de estudos, e ser uma profissional qualificada por dois cursos de graduao e um de ps-graduao, no a eximiu de ser objeto do racismo, quer atravs de manifestaes explcitas, quer atravs de formas camufladas; que o racismo contra o negro, expresso na discriminao direta ou indireta, foi dirigido preta e parda, em diferentes momentos dos seus cursos de vida, enquanto a branca foi apenas observadora de interaes sociais racializadas, em situaes do seu cotidiano; que a escola e a famlia consolidaram-se como reprodutoras do racismo contra o negro; que a instituio escolar apresentou-se como um espao social contraditrio, porque, apesar de objetivar a formao de cidados, promoveu a excluso social das participantes/ informantes, quando eram crianas pobres e freqentavam o ensino de primeiro grau, ao coloc-las margem da participao em atividades recreativas, colaborando na reproduo das desigualdades sociais; que, paradoxalmente, enquanto formadora de cidados, a escola apresenta-se como local de materializao do racismo, expresso em interaes sociais entre colegas ou entre professora e aluna, independentemente do grau de ensino; que o racismo contra o negro faz parte do processo de (re)construo da subjetividade das participantes/informantes, porm as significaes que atribuem a esse fenmeno social diferem, em funo dos seus fentipos e experincias nas relaes sociais racializadas; que os seus posicionamentos face ao racismo, e engajamento em movimentos sociais de combate discriminao racial, relacionam-se ao modo como ele afetou as suas vidas, bem como visibilidade desse fenmeno, no mundo social e/ou nas suas experincias pessoais; que ser objeto do racismo contra o negro gera singularidades constitutivas do si mesmo e da formao da identidade tnica. Os resultados do estudo podero contribuir na compreenso de aspectos scio-psicolgicos do racismo, em construes tericas sobre o tema, na identificao de mecanismos psicossociais de incluso social excludente do negro, na identificao de mecanismos psicolgicos de enfrentamento ao racismo, na elaborao de estratgias de pesquisa sobre o racismo; no fornecimento de subsdios para a elaborao e implementao de programas de combate ao racismo na escola, atravs de atividades curriculares e extracurriculares.
Resumo:
Este estudo trata das Representaes Sociais e Educao Infantil. Analisa as Representaes sociais de pais sobre a Educao Infantil e sobre sua participao na educao dos filhos que estudam em escola pblica na rede municipal de Belm. Fundamentou-se no referencial terico-metodolgico das Representaes Sociais com base em Moscovici (1978, 2003), Lefevre (2005), Jodelet (2001) e tericos que estudam a infncia, educao infantil e participao, como Aris (1981), Kramer (1984, 2003), Kuhlmann (2004), Sarmento (2001), Paro (2000), Lima (2008). O estudo uma pesquisa do tipo descritiva. Teve como instrumento de coleta de dados questionrios, imagens e grupo focal, dos quais participaram mes, av e pai (totalizando doze sujeitos) que tiveram seus filhos na educao infantil de uma escola da rede pblica municipal no ano de 2007. Os resultados do estudo revelam que os pais possuem informaes sobre a Educao Infantil com nfase no processo de aprendizagem e socializao, crem que a educao infantil subsidiar o xito por toda a escolarizao dos filhos e conseqentemente um futuro profissional. As representaes sociais dos pais sobre sua participao na educao dos filhos, materializam-se mediante idas s reunies escolares, orientao diante dos encaminhamentos da escola e o dilogo com os profissionais. Em tal processo de representaes de participao ancoram-se condutas de partilhas para uns, e para outros pais, de escuta, silncio, compartilhadas com reservas para questionar o trabalho desenvolvido pela escola, tendo em vista que os pais cultivam crenas e idealizaes diante da educao escolar e da autoridade que reconhecem nos profissionais que educam seus filhos. O dilogo com os pais demonstrou que esta relao no est isenta de conflitos ou insatisfaes. Em nossas aproximaes conclusivas, apontamos elementos que possam contribuir com a promoo da participao dos pais na Educao Infantil.
Resumo:
Aborda as diferenciaes de gnero entre fraes de camadas mdias urbanas em Belm-PA, a partir de aspectos do cotidiano familiar e profissional de pessoas que trabalham com a temtica gnero no campo dos estudos acadmicos (ensino e pesquisa). O trabalho procura demonstrar as atualizaes, modificaes, por vezes, fugas dos modelos sociais de referncia, isto , as conjunes e as disjunes nos discursos do sujeitos quando estes se direcionam para os contextos performativos onde so desenvolvidas prticas sociais informadas pelo gnero. Discute-se, tambm, como as representaes sociais so atualizadas e/ou modificadas a partir da referncia que fazem a elementos dos seus cotidianos pessoal e profissional. Para tanto, as histrias de vida do grupo investigado so tomadas em anlise evidenciando suas experincias nos diferentes e, por vezes, imbricados cenrios em que constroem/atualizam suas vidas.
Resumo:
Este trabalho resulta de uma investigao acerca do papel da Escola de Aplicao da Universidade Federal do Par Escola de Ensino Bsico na Certificao da Qualificao Profissional de trabalhadores jovens e adultos da Amaznia Paraense, realizada em regime de parcerias com os movimentos sociais e sindical, sob a perspectiva de uma Educao Integral. Duas experincias foram enfatizadas na investigao: O Programa Integrao e o Projeto Integrar desenvolvidos pela Central nica dos Trabalhadores (CUT), seguida do Projeto de Formao de Professores, Magistrio - Nvel Mdio do Programa Nacional de Educao na Reforma Agrria (Pronera). Constituda de investigao bibliogrfica e documental, o trabalho segue o percurso da investigao qualitativa na perspectiva do materialismo histrico dialtico com base em estudos de Frigotto (1995, 2005), Machado (1991), Manfredi (1998, 2005), Ramos, (2001, 2009), Araujo (2001), Kuenzer (1998, 2007), Fidalgo, (1999, 2003), entre outros estudiosos na linha Trabalho e Educao. O percurso metodolgico iniciou com a reviso da bibliografia, seguida de anlises de documentos arquivados na Escola de Aplicao e conversas informais com professores da Escola. Conclumos que a Escola de Aplicao contribui na afirmao da qualificao profissional desses trabalhadores com foco na humanizao das pessoas e no no capital, muito embora no tenha conscincia desses resultados, alm de que, pode e deve fomentar experincias na perspectiva de uma qualificao comprometida com a omnilateralidade dos trabalhadores amaznidas.