62 resultados para Índios da América do Sul Bolívia Aspectos políticos
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Apresenta aspectos semnticos, morfossintticos e morfolgicos das palavras descritivas da lngua Apurin (Aruk), isto , palavras que comumente so traduzidas como adjetivos nas lnguas europias. Algumas dessas palavras recebem a marca de sujeito pronominal (ex. unatxitapeka 'ela est com fome'); outras recebem a marca de objeto (ex. ere-ru 'ela bonita'); e outras podem receber tanto uma como a outra (ex. ny-pkareta eu estou com medo vs. papkare-nu eu sou medroso). A primeira questo aqui tratada foi quanto ao lugar das palavras descritivas nas partes do discurso Apurin (so nomes, so verbos ou formam uma classe independente?). Utilizando evidncias internas da lngua, inicialmente estabelecemos uma classificao gramatical para essas palavras a partir de suas propriedades morfolgicas em comparao aos nomes e verbos na lngua, de modo a nos permitir responder a essa questo. A segunda questo foi sobre os correlatos semnticos das palavras descritivas. Considerando a diviso interna das palavras descritivas em Apurin (subjetivas vs. objetivas), apresentamos as propriedades semnticas associadas a cada grupo e, a partir disso, apresentamos uma tentativa de motivar o subagrupamento de conceitos descritivos na lngua com base nas noes aspectuais de transitoriedade e permanncia. Finalmente, o fenmeno gramatical descrito contextualizado dentro da tipologia de sistemas de intransitividade cindida descrito para outras lnguas (PAYNE: 1997), e a descrio de suas propriedades semnticas situada em relao tipologia de aspectos lexicais ou aktionsarten (COMRIE: 1976, FRAWLEY: 1992).
Resumo:
Este trabalho objetiva documentar, descrever e analisar alguns aspectos fonolgicos da lngua Waiwi, uma das lnguas da famlia Caribe, para fins cientficos e aplicados. Essa lngua falada pelos habitantes da Terra Indgena Nhamund/Mapuera, localizada na fronteira do Estado do Par com o Estado do Amazonas. O estudo justifica-se pela tentativa de atualizao dos dados sobre a fonologia e outros aspectos gramaticais da lngua Waiwi. Os nicos trabalhos dos quais se tem conhecimento sobre a fonologia desse povo indgena so os de Neil W. Hawkins (1952) e Robert E. Hawkins (1998). Por esse motivo procurar-se- estabelecer, mais especificamente, o sistema fontico-fonolgico da lngua. A metodologia utilizada parte de uma abordagem descritiva, interpretando, sincronicamente, a estrutura fonolgica da lngua em estudo, na sua modalidade oral. O trabalho de investigao do corpus baseia-se na anlise sistemtica dos dados, identificando e analisando os segmentos voclicos e consonantais, objetos de estudo da fontica e da fonologia, dando conta de como esta lngua organiza seus sons; alm de tecer algumas consideraes sobre o acento de palavras e o padro silbico da lngua. Para o desenvolvimento dessa pesquisa levamos em considerao obras de autores estruturalistas e funcionalistas.
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Na anlise das causas que levam ao aparecimento de padres das estruturas em comunidades de mamferos terrestres da América do Sul, sempre foi um desafio conseguir um perfil exato dos processos evolutivos observveis em larga escala. Neste trabalho procura-se analisar os padres de distribuio da mastofauna terrestre na América do Sul, procurando correlacionar as diferentes faunas com diferentes grficos utilizando um refinamento do mtodo de cenogramas. Levaram-se em conta variveis ecolgicas que teriam influenciado a distribuio das espcies e o tamanho que apresentam (alimentao, locomoo e porte). Verificou-se tambm a possibilidade de aplicao do mtodo para a anlise da fauna de mamferos terrestres extintos na América do Sul. Os resultados apontam para a consistncia do uso de tal metodologia nos conjuntos atuais e uma boa possibilidade de sua aplicao em comunidades extintas. Para tanto, consideraes devem ser feitas acerca de lacunas de conhecimento sobre os padres de distribuio das mastofaunas atuais, como as relaes ecolgicas e evolutivas entre os mamferos e o continente sul-americano.
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Este artigo apresenta uma discusso sobre a organizao da fora de trabalho indgena livre na Amaznia colnia do sculo XVII a meados do sculo XVIII. O texto argumenta que, para alm do rgido controle exercido pelas ordens religiosas sobre a populao indgena livre estabelecida nas aldeias, no s a coroa vislumbrou alternativas quanto ao uso de trabalhadores indgenas, mas tambm os moradores se aproveitaram dessas alternativas para ter acesso aos trabalhadores indgenas, principalmente em momentos crticos de carncia de mo-de-obra. Por outro lado, trata-se de compreender como a ao dos prprios grupos indgenas influenciou a poltica e legislao indigenistas implementadas pela Coroa para a regio.
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A educao escolar para povos indgenas serve historicamente aos propsitos colonizadores de integrao e assimilao sociedade hegemnica. A partir do protagonismo de lideranas indgenas e das conquistas legais inscritas na Constituio Federal de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB- Lei 9.394/96) e na Conveno 169 da Organizao Internacional do Trabalho (OIT), a escola indgena passa a se constituir espao privilegiado e estratgico de dilogos interculturais, onde se trabalham tanto os conhecimentos tradicionais, como os demais conhecimentos requeridos pelos interessados qualificao de quadros tcnicos e políticos na/para o movimento indgena. Na dissertao, apresenta-se a trajetria histrica do povo Kyikatj, desde o atual estado da Maranho at a Reserva Indgena Me Maria, na regio Sudeste do estado do Par. Trabalha-se a apropriao de direitos educao escolar pelos Kyikatj que no exerccio da autonomia e da autodeterminao constroem no espao da escola Tatakti Kyikatj os rumos da educao escolar que se constitui, hoje, em instrumento de luta face negao e no-efetividade de direitos. Contextualizam-se as estratgias de lideranas e parceiros dos povos indgenas no enfrentamento cotidiano pela efetivao do direito educao escolar nos diversos nveis de ensino, conforme a demanda pela preparao de quadros para atuar na defesa e promoo de direitos relativos aos territrios, educao de qualidade nas aldeias, sade e sustentabilidade econmica frente s histricas ameaas. Tais estratgias correspondem ao esforo de se instituir e manter-se Kyikatj.
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Apesar de cientistas e tomadores de deciso abraarem o conceito geral de "desenvolvimento sustentvel", h pouco acordo sobre como se atingir esta meta em situaes especficas. Assim, projetos de desenvolvimento sustentvel so amplamente criticados por etno-cientistas quanto forma como so inter-culturalmente formulados. Aqui reportamos um caso controverso de plantio de coco-da-Bahia em aldeias Kayap do sul do Par, e fazemos a nossa autocrtica. Ns partimos da premissa de que o reflorestamento e o estado geral de sade/nutrio caminham lado a lado. Portanto, o desenvolvimento da cultura de cocos por si s deve contribuir para a conservao da floresta no longo prazo e, simultaneamente, contribuir para o bom estado nutricional do povo Kayap que protege a floresta da ameaa de prticas no-sustentveis. Ns buscamos descobrir como que o comportamento dos Kayap afeta o desenvolvimento da cultura de cocos quando amparada com suporte externo. Ns apresentamos resultados de duas viagens de campo para a terra Kayap, onde detectamos fatores scio-ecolgicos relevantes para o sucesso de nosso projeto de apoio cultura de coqueiros nas aldeias indgenas. Primeiro, em novembro de 2007, ns visitamos as aldeias Kikretum, Moikarak e Aukre (dentre 10 aldeias que receberam mudas de coqueiros de nosso programa de apoio) para entregar um segundo carregamento de mudas de coqueiro (o primeiro carregamento aconteceu em abril de 2006). E descrevemos quantitativamente um aspecto do comportamento dos dispersores de sementes de coco (os Kayap). Especificamente, como as palmeiras pr-existentes nas aldeias so distribudas dentre as famlias dos ndios e como este carregamento sobreviveu a fatores etno-ecolgicos. Segundo, em julho de 2008 ns visitamos as aldeias Kokraimoro e Pykararankre e estimamos a posio dos coqueiros pr-existentes e dos novos em relao a outras rvores cultivadas, fazendo uso de censos partindo do centro das aldeias para seus limites exteriores. Nas trs aldeias indgenas visitadas em 2007, virtualmente todos os coqueiros pr-existentes pertenciam a poucas famlias e a distribuio de frutos era, na maior parte dos casos, altamente concentrada dentre os membros destas famlias. Entretanto, assumindo que todos os coqueiros jovens que sobreviveram ao primeiro ano chegaro maturidade (do primeiro carregamento em abril de 2006), eles representam um aumento considervel no numero projetado de coqueiros adultos nas trs aldeias visitadas (48, 195 e 101% em Kikretum, Moikarak e Aukre, respectivamente). E uma reduo substancial na desigualdade de acesso aos cocos. Na expedio de 2008, encontramos que os ndios geralmente plantam coqueiros bem prximos das suas casas onde a competio com outras rvores cultivadas podem limitar o desenvolvimento das palmeiras.
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O trabalho visa estudar a ocorrncia e os aspectos epidemiolgicos do parasitismo intestinal na aldeia Paranatinga da tribo indgena Parakan, Amaznia Oriental Brasileira. Foram realizados dois inquritos coproparasitolgicos, em abril de 1992 e em fevereiro de 1995. Os mtodos utilizados na identificao dos agentes parasitrios foram os de Hoffman e exame direto, dois mtodos simples, facilmente exeqveis em aldeias indgenas. Da amostra de 126 ndios em abril de 1992 (populao de 215 ndios), 101 (80,2%) encontravam-se parasitados por pelo menos um enteroparasita. Ancilostomdeos foram encontrados em 33,3%, A. lumbricoides, em 42,8%, T. trichiura, em 0,8%, e S. stercoralis, em 5,6%. Em relao aos protozorios, E. histolytica foi encontrada em 65,0% e G. lamblia, em 46,8%. No inqurito de fevereiro de 1995, apesar do aumento da prevalncia total em comparao com o de abril de 1992 (p = 0,04), houve diminuio das prevalncias de ancilostomdeos, E. histolytica, G. lamblia, e ausncia de S. stercoralis (p<0,05). A despeito das aes de sade e saneamento empreendidas nas aldeias Parakan, a prevalncia de enteroparasitas ainda se encontra elevada na aldeia Paranatinga, sugerindo que as medidas de ateno primria e secundria devem ser imediatamente incrementadas.
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O pluralismo uma marca da democracia contempornea e a Constituio de 1988 representou um importante avano na proteo das diversidades no Brasil, consagrando a multiplicidade de idias, culturas e etnias, e pressupondo o dilogo entre opinies e pensamentos divergentes. Neste contexto, os povos indgenas adquiriram o direito alteridade, ou seja, foram respeitadas as suas especificidades tnico-culturais, garantindo-lhes o direito de serem e permanecerem ndios. A delimitao, a desintruso e a proteo de um espao territorial adequado para os diferentes povos indgenas so consideradas como uma condio essencial para a sobrevivncia fsica e cultural desses grupos. O presente trabalho pretende, ento, analisar a interpretao adotada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Smula 650, acerca do termo terras tradicionalmente ocupadas por ndios (CF/88 art. 231, 1 e 2), de forma a compreender o seu alcance e os seus limites de aplicao. Para tanto, inicialmente, foi reconstrudo o itinerrio do conceito nos julgados do STF, analisando-se as decises que trataram do tema. O marco inicial a Smula 480 e seus precedentes e o final, a Smula 650, com a anlise dos casos que a conformaram. Como resultado, verificou-se que, nas decises anteriores Smula 650, o Tribunal se afastou do conceito civil de posse para contemplar um conceito de posse indgena, no qual a atualidade pode ser secundria, diante de provas que comprovem a ocupao tradicional. Da anlise dos precedentes da Smula 650, constatou-se que o julgamento envolveu um contexto histrico especfico, onde os povos indgenas estavam extintos. Por outro lado, foram utilizados argumentos generalizantes que se indiscriminadamente aplicados podero causar srios prejuzos aos direitos territoriais indgenas, sobretudo quanto restituio de terras tradicionais. A partir dos resultados, concluiu-se que o Enunciado da Smula 650 no pode ser aplicado de forma generalizada, apresentando-se como fundamentos para uma aplicao limitada a faticidade e historicidade do caso concreto; a Conveno 169 da OIT e orientaes da Agenda 21; e as demais interpretaes do STF acerca do termo terras tradicionalmente ocupadas.
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Imantodes compreende um grupo de serpentes primariamente arborcolas, com ampla distribuio Neotropical, agrupando sete espcies atualmente reconhecidas com grande variao cromtica, sendo I. cenchoa a que apresenta a maior distribuio (sul do Mxico ao norte da Argentina). A necessidade de estudos abordando a variao morfolgica de I. cenchoa na América do Sul foi apontada por alguns autores, que sugeriram a provvel existncia de mais de um txon distinguvel. Estudos com base em dados moleculares apresentaram resultados divergentes quanto diversidade gentica de I. cenchoa. Assumindo que a diferenciao gentica pode refletir a variao morfolgica, a proposio de barreiras impedindo o fluxo gnico de I. cenchoa pode ser testada mediante um estudo criterioso de variao morfolgica das populaes sul-americanas, abordando e verificando os padres populacionais e a estruturao destes padres. Para isto, este trabalho foi organizado em trs sees: Introduo Geral, captulos 1 e 2. Na Introduo Geral apresentamos informao sobre polimorfismo cromtico em Imantodini e um breve histrico taxonmico de Imantodes cenchoa. No captulo 1 abordamos a variao morfolgica externa e interna das populaes de I. cenchoa (folidose, morfometria linear e geomtrica, colorao e padro de manchas e hemipnis), dentro e entre as diferentes fitofisionomias do Brasil, comparando-a s demais populaes da América do Sul, e descrevemos uma nova espcie para a Mata Atlntica. No captulo 2, a partir da anlise comparativa do material de Imantodes da América do Sul cis e trans-Andina, descrevemos uma nova espcie de Imantodes para a Cordilheira Oriental da Colmbia.
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Este trabalho, intitulado Revisitando os Verbos em Parkatj: questes relevantes para um estudo morfossinttico, tem como principal objetivo apresentar algumas das principais caractersticas de verbos da lngua parkatj. A comunidade Parkatj vive no Km 30 da BR-222, na reserva Me Maria, em Bom Jesus do Tocantins. O referido estudo constituiu-se a partir dos dados presentes em Ferreira (2003) e consulta ao material contido em seu acervo, o qual tambm contm dados de Arajo (em diferentes momentos de sua pesquisa com a lngua parkatj), sendo esta dissertao constituda a partir de pesquisa bibliogrfica. O tema foi escolhido por haver uma necessidade de se aprofundar os estudos nesta lngua, j que so poucos os trabalhos lingsticos descritivos feitos sobre o parkatj. Inicialmente, tentar-se- definir o termo verbo, a partir da perspectiva de autores como Payne (1997), Lyons (1979), Schachter (1985), Lehmann (1981) e Givn (1984); em seguida, ser mostrada uma viso panormica das principais caractersticas das lnguas pertencentes ao tronco Macro-J, tronco lingstico do qual faz parte a lngua em estudo, com base em Rodrigues (1999) e Ribeiro (2006); as principais caractersticas da lngua parkatj sero apresentadas em seguida, com base em Ferreira (2003); por fim, as principais caractersticas dos verbos nessa lngua sero focalizadas, ainda com base em Ferreira (2003).
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Analisa os principais problemas tericos, prticos e metodolgicos diretamente relacionados concepo e elaborao de materiais de ensino da escrita na lngua apurin, uma lngua sem tradio escrita. A partir da metodologia de anlise de um caso, a pesquisa incluiu a reviso da literatura relevante e anlise de dados coletados in loco nas comunidades de lngua apurin. Os problemas so identificados e as solues propostas foram implementadas na elaborao do material didtico resultante, "Escrevendo em apurin". Esse material foi elaborado por mim em co-autoria com o indivduo apurin Nor, falante nativo da lngua, com o objetivo de apresentar de maneira didtica o alfabeto da lngua apurin. Descreve como esse material foi desenvolvido, quais foram as dificuldades encontradas durante a elaborao do livro, quais foram os critrios considerados na sequenciao e organizao dos contedos, alm de apresentar as dificuldades encontradas pelos professores em entender e utilizar esse material nas suas aulas, quais solues foram encontradas para cada problema. Mostra tambm como esse material de cunho didtico/pedaggico pode contribuir no processo de revitalizao da lngua apurin, uma lngua minoritria, quase sem nenhum prestgio social e falada pela minoria dos apurin.
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O sculo XIX, mais do que qualquer outra poca, experimentou a gestao da maioria de nossos projetos de nao, estruturados a partir da emancipao poltica da nova ptria. Diversos intelectuais militaram nessa rdua tarefa de desenhar uma nova face de um Brasil com identidade prpria, embora calada sob um viso europeu. Entre esses gestores da nova identidade brasileira, um dos mais importantes foi o General Jos Vieira Couto de Magalhes (1837-1898), homem de Estado, poltico do Imprio e folclorista. Nesta dissertao, busco circunscrever a principal obra de Couto de Magalhes, O Selvagem (1876), nos cnones romntico e evolucionista de sua poca, dentro de um projeto de "civilizao" dos ndios da Amaznia e o conseqente momento de integrao cultural desses povos e seus descendentes populao brasileira. Por mais que a principal justificativa da obra fosse um estudo sobre a incorporao do indgena s atividades rentveis da economia nacional, o autor acabou por enfatizar a compreenso da lngua como estratgia fundamental para atrao pacfica das populaes tidas ento com "selvagens". Transitando entre o inventrio racial e a traduo cultural dos grupos indgenas brasileiro, Couto de Magalhes buscava valorizar esse arsenal lingstico como o mais verdadeiro e autntico representante da nacionalidade brasileira. A anlise feita no sentido de entender quais os limites da tentativa de traduo que o autor se props a fazer das lendas indgenas para o mundo dos brancos, no intuito de legitimar sua escolha do ndio como smbolo de nossa identidade.
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Nesta dissertao descrevemos e analisamos livros didticos do povo indgena Mebengokre, a fim de verificar o que se esta produzindo como manual didtico para as comunidades indgenas falantes dessa lngua. Esta pesquisa, de natureza bibliogrfica, apoiou-se nos referenciais tericos da Sociolingustica, da Lingustica Aplicada, da Lingustica Descritiva, da Lingustica Textual e da Educao para analisar os dados. A dissertao esta dividida em trs captulos. O primeiro captulo trata de questes voltadas para os povos indgenas, tais como a formao sociocultural dos Mebengokre, a sua referida lngua, a educao escolar indgena e a formao do professor indgena. O segundo capitulo aborda as questes do letramento, distinguindo sociedades de culturas orais e de culturas escritas, discutindo a alfabetizao e caracterizando os livros didticos, em especial os manuais didticos indgenas. O terceiro captulo apresenta a descrio e analise dos livros didticos Me Banho Pi'ok e Livro de Lngua Portuguesa. A anlise dos dados revela que, apesar das varias mudanas ocorridas no cenrio educacional indgena com a elaborao de documentos legais que subsidiam a educao escolar indgena e a produo de materiais didticos, o tratamento dado a escrita nos livros didticos indgenas produzidos na atualidade por professores indgenas, durante as oficinas de produo realizadas nos Cursos de Formao de Professores Indgenas, pouco se difere do tratamento dado a escrita nas cartilhas produzidas pelo SIL, na dcada de 1960.
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Este trabalho analisa os projetos de civilizao indgena elaborados no Segundo Imprio por quatro intelectuais que viveram na provncia do Par neste perodo. So eles: Henrique de Beaurepaire Rohan, Couto Vieira de Magalhes, Antonio Macedo Costa e Jos Verssimo. Suas percepes sobre a civilizao indgena so consideradas, de um lado, tendo em vista as especificidades da condio intelectual no Imprio, enfatizando a disposio de tais letrados no interior do campo intelectual e suas conexes com o campo de poder; de outro, so consideradas luz da experincia social destes agentes, no que se refere s suas crenas ideolgicas, seu ofcio, os debates e lutas polticas nas quais estavam envolvidos, estes elementos atuaram em sua ao poltica e na formulao de suas idias. Tais noes se coadunam com a vivncia que eles construram no espao amaznico, o que contribuiu para elaborao de suas vises sobre a civilizao indgena. Deste modo, as percepes sobre o indgena estavam relacionadas s atitudes polticas e intelectuais dos agentes de letras do Imprio, bem como, sua experincia no Vale Amaznico.
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As bactrias do gnero Chlamydia esto associadas diversas doenas, como cegueira, infeces genitais e pneumonia. Existem poucos dados sobre como a Chlamydia e o Treponema pallidum afetam indgenas na Amaznia brasileira. Este estudo objetivou determinar a soroprevalncia das infeces pela Chlamydia trachomatis, Chlamydia pneumoniae e Treponema pallidum nas aldeias indgenas Bakaj, Apyterewa, Xingu e Mrotdidjm, no municpio de Altamira, Par, Brasil. O estudo incluiu 270 amostras de sangue coletadas no ano de 2007. A deteco de anticorpos das classes IgM e IgG anti-Chlamydia foi realizada empregando-se o ensaio imunoenzimtico (ELISA), e selecionada de forma aleatria amostragem de 36, entre os positivos, para determinar a sorotipagem pela microimunofluorescncia. Para deteco de anticorpos anti-T. pallidum foi utilizado um teste treponmico (ELISA) e as amostras positivas foram submetidas a um teste no treponmico (RPR). A prevalncia geral de anticorpos anti-Chlamydia foi de 26,7%, com prevalncia de 100% para C. trachomatis entre as amostras testadas pela MIF. Para a C. pneumoniae a prevalncia foi de 61,1% e a prevalncia de anticorpos contra Treponema pallidum foi baixa. As bactrias do estudo circulam nas comunidades indgenas da Amaznia brasileira estudada, o que requer uma resposta urgente das autoridades de sade pblica, pois estas bactrias podem causar doenas graves, mas so sensveis a tratamento especfico, quando diagnosticadas adequadamente.