77 resultados para Veríssimo, José, 1857-1916 - Crítica e interpretação


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O presente trabalho aborda o romance Galvez Imperador do Acre, publicado em 1976, pelo escritor amazonense Márcio Souza, estabelecendo as relações entre o texto literário e as propostas estéticas das vanguardas modernistas, tanto européias quanto brasileiras, propondo, assim, a investigação das relações entre modernismo e pós-modenismo, bem como as relações entre literatura, sociedade, história e cultura. Abordaremos questões como a ressignificação de textos literários ou não em Galvez imperador do Acre por meio do processo de colagem e intertextualidade, as relações entre o romance e o momento histórico que retoma e com aquele em que foi produzido, a operação de retomada do passado de forma crítica e transformadora e as possibilidades de leitura do texto literário com vista a algumas teorias pós-modernistas e pós-colonialistas. Observaremos, assim, a maneira como o mesmo retoma a Belle Époque e a extração do látex na Amazônia e sua estética fragmentária, constituída de diversas citações de autores canônicos, investigando o funcionamento da colagem e da antropofagia como principais ferramentas de denúncia e subversão ao processo cultural de importação de valores europeus vivido pelas capitais amazônicas no momento representado pelo romance e cuja crítica pode ser extrapolada para todo um processo de formação cultural no Brasil e na Amazônia. Para isso, poremos em causa as teorias de Jaques Derrida, Walter Benjamim, Claude Levi-Strauss, Fredric Jameson, Luiz Costa Lima, Antonio Candido, Aijaz Ahmad, Homi Bhabha, Stuart Hall, Canclini, Silviano Santiago, Angel Rama, Linda Hutcheon, Antoine Compagnon, entre outros, afim de, a partir do romance em análise, aprofundarmos a discussão teórica acerca das relações comparativas entre textos literários e entre os Estudos Literários e outros campos de estudo.

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O presente trabalho tem como objeto de investigação a escrita de Haroldo Maranhão, buscando compreender os aspectos que influenciaram na formação deste autor, bem como a particularidade de sua escrita, repleta de traços eruditos e, paralelamente, apresentando expressões obscenas e de valor popular. Para tanto, pautou-se a presente análise na obra O Tetraneto Del-Rei, que apresenta com riqueza de detalhes, aspectos relacionados ao período de nossa colonização, porém sob um prisma diferenciado e reinterpretativo, a partir dos diversos signos e elementos manifestados na obra de Haroldo. Converge, portanto, ao caráter reinterpretativo, a figura do Torto, colonizador português que protagoniza momentos de fraqueza, angústia, desejos e medos, sentimentos esses que não constam em obras que disseminaram em prosa e verso o imaginário de um herói. Como subsídio conceitual e literário, apresentamos autores precursores a Haroldo Maranhão, buscando identificar as relações deste com o estilo daqueles. Por fim, a investigação buscou demonstrar a presença de três elementos intertextuais na obra O Tetraneto Del-Rei, a saber: releituras da colonização, o significado do chapéu e as interpretações do obsceno.

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A presente pesquisa apresenta uma leitura e um estudo de O avarento do dramaturgo francês Molière, na montagem teatral O mão de vaca, concebida pelo grupo Palhaços Trovadores, com doze anos de atuação na cidade de Belém do Pará. Para isso, parte-se primeiro de um panorama da época de Molière e da sociedade para a qual escreveu suas comédias, focalizando, em seguida na dissertação, os caminhos pelos quais passou o grupo de palhaços na adaptação e montagem da peça de Molière, cuja proposta de realização fundamentou-se nos princípios do Processo Colaborativo, um novo modo de criação que se instaurou no Brasil, por volta dos anos 1990. Esse tipo de processo “surge da necessidade de um novo contrato entre os criadores na busca da horizontalidade nas relações criativas” (PAVIS, 2007, p.253). Assim, a montagem do grupo seguiu, em ensaios fechados, abertos e veiculados no ciberespaço, permitindo o diálogo mais estreito entre atores, diretor e público/internautas, tornando a montagem uma criação pública e coletiva. É importante ressaltar que os Palhaços Trovadores procuraram fazer um trabalho de adaptação do texto a partir das suas próprias necessidades, na busca de inovação e manutenção de suas pesquisas com a linguagem do palhaço e dos folguedos populares.

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Essa dissertação estuda a poesia do livro O Estranho, 1952, do poeta paraense Max Martins, e seu entrelace com a poesia moderna. Para isso, consideramos que a poética de Max dialoga com os textos de poetas brasileiros de renome nacional e universal. De acordo com Haroldo de Campos, a relação de uma poética com a tradição literária e o projeto que o texto artístico necessita é um encontro entre códigos, em uma rara capacidade de transferir mesmo as efemérides mais íntimas para o horizonte do fazer, em criação, na luta corpo-a-corpo com a palavra. Essa luta com o verbo é parte fundamental no jogo poético de Max Martins. Em O Estranho, ao questionar o lugar da poesia no seu próprio tempo, o poeta desmembra o texto e revela o homem e a escrita à margem. A poesia do estranho - o termo sugere o gauche drummondiano - constitui um "dialeto" talvez ininteligível para alguns. Como sugere o poema inicial dessa obra, a linguagem pode até mesmo ser incompreensível, daí o vocábulo "estranho" (do título do livro e do primeiro poema), ou seja, uma linguagem de choque, que se estranha com a realidade, no entanto, é o que quer o poeta, a transmutação da realidade cotidiana no poético. Neste trabalho, traçamos os aspectos relevantes da lírica moderna a partir de um estudo sobre os conceitos de Moderno, Modernidade e Modernismo, passando rapidamente pelo modernismo no Brasil, para chegar ao modernismo paraense e, especificamente, à geração de Max. Finalmente, propomos uma interpretação dos poemas do livro (analisando-os sobretudo à luz da leitura crítico-reflexiva de Benedito Nunes, primeiro crítico dos poemas de Max Martins). Foi feito também um histórico editorial dos poemas antes e depois da publicação de O Estranho. Com isso, pretendemos contribuir para os estudos literários no que tange falar mais demoradamente sobre os aspectos importantes da poesia de Max Martins, especialmente sobre sua iniciação no mundo poético.

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Este trabalho objetiva analisar o lugar de Tutaméia: terceiras estórias na obra de João Guimarães Rosa. Para tanto, far-se-á uma abordagem dos conceitos da Estética da recepção apresentados por Hans Robert Jauss em suas teses de 1967, que serão o embasamento teórico para a exposição de algumas recepções críticas da obra ao longo de sua trajetória histórica. Os autores utilizados para efetuarem esse diálogo com o texto rosiano foram: Benedito Nunes, Vera Novis, Paulo Rónai. O estudo mais centrado dessa narrativa levará em consideração a análise das principais inovações introduzidas por Guimarães Rosa em Tutaméia, a saber, a extensão e a origem dos contos, o título e o subtítulo da obra, a ordem alfabética do índice e o índice de releitura, a presença das epígrafes e a presença de quatro prefácios. Busca-se também fazer uma inédita comparação hermenêutica e estilística entre a publicação no periódico Pulso e a edição em livro de 1967. Assim, fez-se um recorte dentre os variados temas da obra, elegendo-se para a análise, alguns dos contos que abordam a temática amorosa, sendo eles: “A vela ao Diabo”; “João Porém, o criador de perus” e “Palhaço da boca verde”.

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Este trabalho é uma análise antropológica a partir da relação autor/obra da literatura dita ficcional, levando em consideração o percurso do autor e da obra no campo social, o que poderia ser confundido com um estudo de crítica literária, de tez mais sociológica. Esta última, pode levar-nos a, por exemplo, um estudo de gêneros literários, análise do uso da linguagem literária, e suas utilizações dentro de um determinado momento sócio-histórico. No entanto, todos esses matizes não chegam a romper com a visão da literatura que parte da individualidade criadora, levando-nos a uma apreensão ingênua do texto literário. Na tentativa de irmos além destas questões, utilizamos o texto literário como mais um instrumento do qual o homem faz uso para tentar entender a sua época. Situando o texto literário a partir das características que ratificam sua escrita, em seu tempo-espaço. Assim, analisamos o percurso do autor, Benedicto Monteiro, um dos representantes da intelectualidade na Amazônia, a partir de seus textos literários "Verdevagomundo", "O minossauro", "A terceira margem" e "Aquele Um", denominados Tetralogia Amazônica. Fazendo contrapontos com seu texto autobiográfico Transtempo, e suas falas através de entrevistas entre o autor/agente-objeto de pesquisa/autor, a procura de mediações, também construídas em outros espaços sociais, que podem tomar o autor e seus textos literários, uma maneira a mais de lermos a década de 70 do século xx, momento de intensa incursão do governo militar na Amazônia, que, no texto desse escritor, é pontuado na Amazônia Paraense, Baixo-Amazonas.

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Esta pesquisa insere-se no eixo temático literatura e cultura e investiga a protagonista da trilogia da escritora Lindanor Celina composta pelas obras: Menina Que Vem de Itaiara, Estradas do Tempo-foi e Eram Seis Assinalados. O trabalho rastreia a trajetória da protagonista Irene desde a infância até a maioridade, tentando capturar todos os condicionantes que influenciaram na formação de sua personalidade e de seu comportamento. O trabalho divide-se em quatro capítulos, sendo que o primeiro aborda os pressupostos teóricos que lhe dão suporte. São eles principalmente: autobiografia; dialogismo, polifonia e intertextualidade; teoria de gênero e teorias psicológicas do campo da psicanálise. O segundo capítulo apresenta a vida e a obra da escritora, discute a abordagem biográfica nas obras estudadas, bem como mostra a crítica sobre a trilogia. O terceiro capítulo analisa a intertextualidade entre os romances em estudo e também de dois destes com o romance Chove nos Campos de Cachoeira de Dalcídio Jurandir. O quarto capítulo dedica-se à análise das obras e às conclusões a que o estudo chegou.

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Este trabalho realiza uma leitura da obra Três Casas e um rio de Dalcídio Jurandir, seguindo alguns percursos para a formação da identidade de Alfredo. Preocupa-nos, primeiramente, verificar como a identidade de Alfredo se articula diante das diferenças culturais e dicotomias como popular/erudito; oral/escrito. Popular e oral, ligados a valores da mãe negra, D.Amélia, e erudito e escrito, relacionado ao pai, Major Alberto. Em seguida, apresenta os traços fronteiriços auxiliadores da elaboração da identidade de Alfredo, Finalmente, verifica-se como as narrativas presentes na obra estão incorporadas no texto dalcidiano, e sua importância para a resolução de alguns conflitos vivenciados pelo protagonista.E para que se possa visualizar a abordagens teóricas aqui trabalhadas, contribuem com este estudo autores como Stuart Hall, D. Shüller, Zilá Bernd e, ainda, serão citados Walter Benjamin, Anthony Giddens, entre outros.

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A presente dissertação analisa sob o ponto de vista histórico, as obras Folclore Brasileiro e O País das Amazonas do intelectual amazônico Frederico de Santa-Anna Nery (1848-1901), procurando discutir a atuação política do autor durante o final do século XIX, abordando especificamente, seu papel na divulgação de uma identidade amazônica positiva no exterior, a qual estava atrelada a um processo maior de construção de identidades regionais e a um processo de modernização da Amazônia, elaborados pelas elites das quais o autor fazia parte.

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Esta dissertação pretende analisar a obra de cinco tomos intitulada Motins Políticos ou história dos principais acontecimentos políticos na Província do Pará desde o ano de 1821 até 1835. Elaborado em finais do século XIX pelo historiador e político Domingos Antônio Raiol (Barão de Guajará), esse estudo caracteriza-se pela descrição de uma série de conflitos políticos e sociais ocorridos no Grão-Pará, entre as décadas de 1820 e 1830, transformando-se ao longo do século XX, em fonte central para a história da Cabanagem. Ademais, o livro de Raiol foi muito além de elencar fontes sobre a superficialidade dos eventos políticos e suas lideranças amazônicas. Motins Políticos apresenta através de olhares sensíveis ou racionais, inúmeras referências direcionadas à natureza e sociedade amazônica. Analisando estas concepções românticas e cientificistas, essa dissertação investiga o percurso metodológico de seu autor, seu processo de produção, bem como as inúmeras críticas impetradas a ele e a sua obra ao longo do tempo.

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O Tetraneto Del-Rei é uma obra que mescla linguagens, gêneros, discursos e tece, nesse emaranhado de fios, um texto original que recria parte de nosso período colonial questionando destrutivamente o discurso cristalizado pela história e mesmo por textos que compõe nosso cânone literário. Os textos utilizados na obra do paraense Haroldo Maranhão são reconstruídos num tom, sobretudo crítico, revelando uma outra visão do processo de colonização. Assim, partindo da produção literária dos países com colonização semelhante ao nosso, inicio a leitura considerando alguns trabalhos como os de Silviano Santiago, Antonio Candido e Roberto Schwarz. Além disso, há que se considerar aspectos históricos e sociais da empreitada portuguesa e dos discursos construídos acerca das terras recém descobertas e dos seus habitantes, discursos esses que serão reafirmados e reconstruídos pelo texto literário. Nesse sentido, serão utilizados alguns textos quinhentistas que auxiliarão a demonstrar os aspectos do discurso colonial e sistematizá-los com base em Eni Orlandi, Homi Bhabha e Michel de Certau. Ademais, serão observadas as estratégias textuais escolhidas por Haroldo Maranhão para recriar ficcionalmente nosso período de colonização.

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A proposta desta dissertação é examinar a recepção crítica em língua espanhola de Grande sertão: veredas (1956), obra de Guimarães Rosa (1908-1967). Desde a sua edição no idioma espanhol, a referida narrativa provocou certo impacto na sociedade de língua cervantina por abordar um tema polêmico como a relação ambígua de Riobaldo e Diadorim, oculta até o final da primeira leitura e por escrever numa linguagem poética acerca dos conflitos humanos e existenciais, inseridos na descrição de uma região que ultrapassa os limites geográficos, para a construção de um sertão universal. A recepção crítica em língua espanhola, de fato, iniciou-se em 1967 com a publicação de Grán sertón: veredas, pela editora Seix Barral, traduzida por Ángel Crespo. Este trabalho propõe uma leitura sobre as interpretações da narrativa que causou grande repercussão entre os intelectuais hispano-falantes que, ao se debruçarem sobre o sertão, procuraram desvendar os sentidos forjados na obra. É nessa perspectiva que serão abordados os textos do arquivo da Revista de Cultura Brasileña da década de 1960, elemento primordial para o desenvolvimento deste estudo e da recepção crítica mais contemporânea de Soledad Bianchi (2004), Antonio Maura (2007), Maria Rosa Álvarez Sellers (2007) e Pilar Gómez Bedate (2007), além de outros críticos literários brasileiros. Como base metodológica desta pesquisa, recorrer-se-á entre outras referências, ao estudo sobre a teoria da recepção de Hans Robert Jauss no que concerne ao leitor como construtor de um novo objeto artístico. O trabalho está dividido, em três capítulos: no primeiro, far-se-á uma abordagem dos pressupostos da Estética da Recepção, de Hans Robert Jauss (1921-1997) e, sucintamente, far-se-á uma discussão sobre o texto A tarefa do tradutor de Walter Benjamin e os princípios teóricos de Antoine Berman no que tange ao ato tradutório. Nos capítulos posteriores, será desenvolvido o trabalho específico sobre a crítica no idioma espanhol, e por meio desta análise, destacar-se-ão as divergências entre as obras de língua portuguesa e espanhola, focando nos elementos pertinentes à linguagem poética na construção do texto para os hispano-falantes e a inserção da obra no contexto sócio-histórico da ficção rosiana nos países de língua hispânica.

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O escritor paraense Dalcídio Jurandir (1909 – 1979) além de publicar os dez romances que compõem o chamado Ciclo do Extremo Norte, contribuiu para diversos periódicos de Belém e do Rio de Janeiro e escreveu o livro Linha do Parque (1959) sob encomenda do Partido Comunista Brasileiro (PCB) do qual era membro. Esse romance, escrito aos moldes do Realismo Socialista – estética oficial da União Soviética (URSS) naquele período, que se estendeu também a vários outros países, por meio de seus partidos comunistas – narra as lutas dos operários na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, no decorrer da primeira metade do século XX. Nessa obra, é perceptível o destaque dado ao trabalho das mulheres nas fábricas e nas reuniões da União Operária, as quais participam ativamente, em igualdade com os homens, do movimento operário retratado no livro. Este trabalho, portanto, objetiva analisar a importância das personagens femininas para o desenvolvimento de tal narrativa, dando destaque àquelas que tiveram grande participação nas lutas dos operários descritas no romance, refletindo também sobre as manifestações ideológicas que estão presentes na obra.

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Nesta obra, o autor obidense, Herculano Marcos Inglês de Sousa, valoriza a mitologia amazônica ao destacar as lendas da cobra- grande, do pássaro acauã, do tajá, do boto e o temor presente no imaginário das pessoas que habitam regiões fronteiras à floresta amazônica, cenário de ocorrências fantásticas. A dissertação visa uma análise mais detalhada da narrativa “Acauã”, por ser aquela que reúne um número significativo de características fantásticas. Para desenvolver este trabalho, utilizou-se, como suporte teórico, principalmente, o búlgaro Tzvetan Todorov, que compreende o fantástico como um gênero proveniente de fatores que contrariam os fenômenos regidos por leis naturais, o que propicia dúvidas acerca desses fatores. Em decorrência disso, busca-se a compreensão em gêneros vizinhos, quais sejam: o estranho e / ou maravilhoso. Será ainda utilizado o estudo proposto pela francesa Irène Bessière, que entende o relato fantástico amparado em padrões socioculturais para fomentar o entendimento da imbricação dos dois campos: o natural e o sobrenatural. O trabalho está dividido em quatro capítulos: o primeiro traz algumas informações sobre a vida de Inglês de Sousa, um curto panorama do Realismo/Naturalismo e a estruturação do cânone; o segundo é constituído de uma visão conceitual tanto do fantástico quanto dos índices de estranhamento insertos no texto literário; o terceiro põe em evidência as obras de Sousa, como exemplo de literatura marcada pelo fantástico e pelo imaginário, e uma teia narrativa, cujo centro é o conto “Acauã”, além de uma comparação entre a narrativa “Acauã” de Sousa e a de Nery; e o quarto capítulo consiste em uma proposta de análise do conto fantástico “Acauã” sob a reflexão de Felipe Furtado.

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O estudo da novela "Uma estória de amor", de Guimarães Rosa (1908-1967), que pretendemos desenvolver na realização desta Dissertação de Mestrado, traz como principal mote a recepção crítica e a interpretação das cantigas, narrativas e estórias cantadas e contadas durante a "Festa de Manuelzão" (espécie de subtítulo de "Uma estória de amor"). Desse modo, nosso trabalho terá sua metodologia desenvolvida com fundamento na Estética da Recepção, formulada por Hans Robert Jauss (1921-1997), porém, não se trata de amparar a feitura dessa Dissertação, única e exclusivamente, nos métodos estético-recepcionais, mas, de amparados pelos estudos hermenêuticos, sobretudo os formulados por Jauss, constituir um cenário possível para a obra de Guimarães Rosa, considerando suas várias interpretações e sua importância para a afirmação do caráter vanguardista atribuído ao seu legado, em especial à "Uma estória de amor". Durante a realização da festa que marcará a inauguração da fazenda, os muito contadores e cantadores chegam à Samarra (propriedade de Federico Freire, patrão de Manuelzão) com a missão de contar narrativas e cantigas que conduzirão o velho vaqueiro a um raro momento de parada dos seus afazeres na fazenda, levando-o a fazer parte da celebração de sua festa. Com vista a realizar o objetivo proposto nesta Dissertação, sua divisão estrutura-se na construção de três capítulos, sendo cada um, subdividido em duas partes. Tal divisão há de servir ao alcance das questões, conclusões e possibilidades interpretativas sobre "Uma estória de amor". Assim é que, já no primeiro capítulo do texto, explorar-se-á a recepção crítica de "Uma estória de amor", bem como seu caráter vanguardista, tomando como exemplo a Literatura oral, que torna a novela de Guimarães Rosa objeto mais do que suficiente aos estudos propostos por Jauss. No segundo capítulo, dissertar-se-á sobre o amor, segundo a discussão empreendida por Derrida acerca do phármakon, teorizado em A farmácia de Platão (1991), como recorrência, ao mesmo tempo, desencadeadora de um veneno e de um poder curativo, que atribuem, ao protagonista da novela em questão, o papel do ouvinte ainda capaz de se emocionar e surpreender-se com a simples audição de relatos, aparentemente tão ingênuos sobre estórias adquiridas e perpassadas ao longo dos anos pela oralidade. No capítulo final, intenta-se realizar uma análise de alguns cantos, e, especificamente, de três narrativas condicionadas em "Uma estória de amor", dialogando com leituras mais recentes da obra (Sandra Vasconcelos, em Puras Misturas [1997], por exemplo), para demonstrar a importância do relato transmitido pelas várias gerações que procedem à narrativa original, as quais, indiferente às mudanças de rumo constantes nesses possíveis textos, muitas vezes, parecem discordar do original.