41 resultados para |Plantas medicinais
Resumo:
Montrichardia linifera, conhecida popularmente como aninga, pertence famlia Araceae e forma grandes populaes s margens dos rios e igaraps da Amaznia, principalmente de guas brancas (barrentas). Seus frutos fazem parte da dieta alimentar de peixes, tartarugas e de grandes herbvoros, como peixe-boi e bfalo, havendo, portanto, a hiptese de seu aproveitamento na nutrio animal. Entretanto, apesar de sua vasta distribuio na paisagem amaznica, no existem dados na literatura sobre a composio nutricional desses frutos. Com os objetivos de avaliar o seu potencial nutricional e contribuir para o conhecimento dessa espcie, foi realizada, neste trabalho, a caracterizao fsica, qumica e nutricional dos frutos. A infrutescncia pesa em mdia 500 g, com um conjunto de aproximadamente 80 frutos. O seu valor nutritivo se resume, basicamente, ao seu valor energtico ( 350 kcal), devido principalmente ao teor de carboidratos ( 80%), possuindo baixo valor proteico (< 0,5%). As concentraes de mangans ( 1.800 mg kg<sup>-1</sup>) foram consideradas txicas, extrapolando o limite mximo tolervel em nutrio de bubalinos (1.000 mg kg<sup>-1</sup>).
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As atividades antiinflamatria e antinociceptiva do extrato padronizado de Hypericum brasiliense (HBSE) (Guttiferae) foi avaliada em modelos animais. Ratos Wistar machos foram tratados com extrato de H. brasiliense (50, 250 e 500 mg/kg, v.o.) em soluo 3% Tween 80 0,9% NaCl. O tratamento com HBSE (500 mg/kg) mostrou inibio significativa sobre o edema induzido por carragenina comparado ao grupo controle. Nessa dose, o edema foi reduzido em 31,25% na terceira hora (pico do edema) aps o tratamento, mas na dose de 50 mg/kg, o edema apresentou reduo de 53,13% (p < 0,05). Ainda com a dose de 50 mg/kg, a diminuio do edema induzido por dextrana foi similar ao controle positivo, ciproeptadina. Houve diminuio na formao do tecido granulomatoso (6,6%) comparvel ao grupo controle. O HBSE tambm inibiu o nmero de contores abdominais em 46,4%, estatisticamente igual ao controle positivo, tratado com indometacina (42,9%). Na dose de 250 mg/kg, houve inibio do nmero de contores em 70,7% quando comparado ao grupo controle (p < 0,001). No teste da placa-quente, foi verificado aumento no tempo de latncia com a dose de 50 mg/kg. Os resultados demonstram que o HBSE possui atividade antiinflamatria sobre processos agudos, principalmente quando sua gnese est relacionada sntese dos derivados do cido araquidnico, e seu efeito analgsico provavelmente envolve ao sobre o Sistema Nervoso Central.
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Foram avaliados a toxicidade aguda (DL<sub>50</sub>) do Extrato Bruto Aquoso Liofilizado das folhas de Bryophillum calycinum Salisb. (EBALBc) e seu efeito antiinflamatrio sobre o edema de pata de rato induzido por carragenina e dextrana. Com a dose de 500 mg/kg (p.o) inibiu o edema de pata induzido por dextrana de maneira significativa (p < 0.05, ANOVA, Teste de Student Newman-Keuls) nos tempos de 60 e 90 minutos, enquanto que somente a dose oral de 1 g/kg de EBALBc inibiu o edema de pata induzido por carragenina. Os resultados indicaram efeito anti-edematognico do extrato quando testado sobre o edema de pata induzido por dextrana e carragenina, sugerindo, entretanto, maior especificidade de ao sobre o edema induzido por dextrana. Por via oral, com as doses de 0,1 a 8 g/kg o EBALBc, no desencadeou bito, no sendo possvel determinar a DL<sub>50</sub>.
Resumo:
H necessidade da pesquisa para a descoberta de novas drogas antimicrobianas contra estes patgenos multirresistentes que veem crescendo, progressivamente, durante os ltimos anos. As potencialidades de uso das plantas medicinais contra estes microrganismos se encontram em estado de evoluo inicial, seja como recurso teraputico, seja como fundamento para o surgimento de novos frmacos. Tambm vale atentar para o fato de que a biodiversidade amaznica constitui fator relevante no estado para a pesquisa destas novas teraputicas baseadas nos recursos vegetais disponveis. Tratando-se de uma prtica que estimula a participao direta da populao no processo sade-doena, a realizao da avaliao da espcie Ayapana triplinervis V., que uma planta de prevalncia amaznica e de uso tradicional, mostra-se essencial, principalmente para preconizar a realizao de prospeces fitoqumicas. Alm de possibilitar a caracterizao de seus componentes e de fraes do material vegetal, assim como determinar avaliaes farmacolgicas destes produtos, tais como atividade antimicrobiana, a fim de determinar a eficcia e garantir a segurana ao uso de plantas medicinais, e de seus derivados e produtos fitoterpicos.
Resumo:
O estudo das plantas medicinais desperta grande interesse cientfico, principalmente devido s mesmas serem consideradas fontes potenciais de molculas bioativas com estrutura diferenciada e mecanismo de ao inovador. A importncia de pesquisas voltadas para a descoberta e produo de novos fitoterpicos deve-se a grande contribuio que estes vm apresentando diante de diversas patologias. A espcie Petiveria alliacea uma planta medicinal utilizada amplamente pela populao da regio amaznica e destaca-se por apresentar diversas alegaes de uso e ainda algumas classes de metablitos com comprovadas aes teraputicas. O presente trabalho teve o objetivo de avaliar os parmetros farmacognsticos sazonais da espcie, o potencial antifngico dos extratos produzidos em diferentes perodos de coleta sobre espcies de Aspergillus e a toxicidade dos mesmos in vitro e in vivo. Na avaliao farmacognstica sazonal de P. alliacea, utilizando mtodos descritos na Farmacopia Brasileira, os resultados demonstraram parmetros reprodutveis para o controle de qualidade da droga vegetal, no havendo diferena na presena dos constituintes qumicos do p e do extrato hidroalcolico, sendo observada a presena de saponinas, accares e alcaloides em toda a planta e nos extratos da raiz apenas sesquiterpenolactonas e depsdeos/depsidonas. Os resultados do mtodo da microdiluio realizadas com extratos das razes de dois perodos, evidenciaram fraca atividade antifngica in vitro, porm no foi observado nenhum efeito dos extratos das partes areas. A atividade citotxica, avaliada pelo mtodo colorimtrico MTT, demonstrou que o extrato hidroalcolico da raiz dos dois perodos no reduz a viabilidade celular em nenhuma das concentraes testadas. Tambm no foram detectados sinais de toxicidade aguda do extrato na dose de 5000mg/kg em camundongos. Estes dados so considerados relevantes e o estudo em questo evidenciou que P. alliacea uma espcie medicinal promissora, porm investigaes mais detalhadas so necessrias para que sejam confirmadas suas vrias alegaes de uso e para que a planta seja utilizada no desenvolvimento de um novo agente fitoterpico.
Resumo:
Atualmente, a Candidase tem se destacado dentre as infeces fngicas, pela sua alta incidncia e mortalidade. Paralelamente, h maior registro de resistncia microbiana e de falhas teraputicas apresentadas pelos antifngicos disponveis. Chrysobalanus icaco Lin, espcie nativa da Amaznia, tem sido usado popularmente em micoses, sem comprovao cientfica, por isso a importncia de pesquisas que avaliem suas propriedades antifngicas. A anlise farmacognstica das folhas do C. icaco indicou teores de perda por dessecao, de cinzas totais e de cinzas insolveis de 12,3% 0,0288; 4,31% 0,0001 e 1,67% 0,0012, respectivamente. A abordagem fitoqumica do extrato hidroalcolico das folhas de C. icaco (EHCi) revelou a presena de cidos orgnicos, acares redutores, saponinas, catequinas, depsdeos, fenis, flavonides, taninos, protenas, purinas e aminocidos. Na anlise por CLAE, o mesmo apresentou predomnio de flavonides, com destaque para Miricetina. Sua atividade antifngica foi testada por microdiluio em caldo frente cepa ATCC 40175 de Candida albicans e onze isolados clnicos bucais de Candida albicans, C. dubliniensis, C. parapsilosis e C. tropicalis. A CIM variou de maior de 6,25 mg/mL a 1,5 mg/mL e a CFM, quando determinada, foi igual ou maior que 6,25 mg/mL. O EHCi apresentou moderada atividade frente cepa ATCC 40175 e fraca atividade antifngica frente aos isolados clnicos bucais. Estes resultados abrem perspectivas para novos estudos que investiguem fraes e substncias de Chrysobalanus icaco com maior atividade frente a espcies de Candida.
Resumo:
Este estudo investigou a toxicidade aguda oral, o efeito antinociceptivo em modelos de nocicepo qumica e trmica, bem como a atividade anti-inflamatria em modelos de carragenina e leo de crton do extrato hidroetanlico de partes areas de Portulaca pilosa (EHEPp). Identificou tambm alguns possveis mecanismos envolvidos na antinocicepo do extrato, alm dos seus efeitos sobre o sistema nervoso central de ratos. No teste de toxicidade aguda oral, o tratamento com EHEPp (2000 mg/kg) no causou bitos. No teste de contores abdominais induzidas por cido actico, o EHEPp (100, 200, 400 e 600 mg/kg), por via oral (v.o.), reduziu significantemente o nmero de contores em 18.18, 33.25, 47.27, 65.81 e 73.94%, respectivamente. No teste da placa quente, o tratamento com EHEPp (200, 400 e 600 mg/kg, v.o.) no alterou a latncia ao estmulo trmico de 50 0,5 C. No teste da formalina, o tratamento com EHEPp (200,400 e 600mg/kg, v.o.) reduziu de maneira significativa o tempo de lambida nas fases neurognica (1 fase) em 38.79, 60.61 e 75.18 %, e inflamatria (2 fase) em 49.23, 53.03 e 87.53 %, respectivamente. A administrao prvia de naloxona reverteu, significativamente, o efeito do EHEPp (600 mg/kg, v.o.) em ambas as fases do teste da formalina. O pr-tratamento com o L-NAME e azul de metileno reverteu o efeito do EHEPp (600 mg/kg, v.o.) de maneira significante em ambas as fases do teste da formalina. O pr-tratamento com o frmaco glibenclamida tambm reverteu de maneira significativa o efeito do EHEPp (600 mg/kg, v.o.) em ambas as fases do teste da formalina. O EHEPp, na dose 600 mg/kg, v.o., no afetou a atividade locomotora dos ratos submetidos ao teste do campo aberto. No teste de edema de pata induzido por carragenina e edema de orelha induzido pelo leo crton, o EHEPp (400 e 600 mg/kg, v.o.) no inibiu a formao de edema de maneira significante em ambos os testes. Os resultados deste estudo mostraram que o HEEPp, oralmente, apresentou baixa toxicidade e sua atuao antinociceptiva observada na fase neurognica pode envolver interaes perifricas com receptores opiides e ativao da via NO/GCs/GMPc/ K<sub>ATP</sub>. J a atividade antinociceptiva observada na fase inflamatria parece no depender de inibio da via bioqumica fosfolipase A2/ciclo-oxigenases, mas de interaes perifricas com receptores opiides e com a via NO/GCs/GMPc/K<sub>ATP</sub>.
Resumo:
O presente estudo teve como objetivo avaliar as atividades antimicrobiana e antipromastigota de extratos de V. surinamensis e suas fraes. Na obteno dos extratos foram utilizados solventes de polaridade crescente (hexano, acetato de etila e metanol) e o extrato acetato de etila foi fracionado em coluna cromatogrfica aberta, empregando como fase estacionria gel de slica e como eluentes misturas de hexano e acetato de etila em gradiente de polaridade crescente. Para avaliao da atividade antimicrobiana utilizou-se o teste de difuso em Agar, sendo utilizados os seguintes microorganismos: Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Candida albicans. A frao ativa foi submetida microdiluio, onde se determinou a concentrao inibitria mnima (CIM). Na avaliao da atividade antipromastigota utilizou-se a Leishmania amazonensis e L. chagasi, sendo determinadas as concentraes inibitrias mnimas e Concentrao Inibitria 50% (CI<sub>50</sub>). Os extratos hexnico, acetato de etila e metanlico foram submetidos ao ensaio de difuso em Agar, no sendo observadas inibies do crescimento bacteriano e fngico. Apenas a frao acetato de etila FA3, obtida do extrato acetato de etila, inibiu o crescimento do S. aureus no teste de difuso em Agar. Porm na microdiluio esta frao mostrou-se inativa (CIM>1000g/mL). Apenas o extrato hexnico mostrou-se ativo em formas promastigota de L. amazonensis e L.chagasi. Em sntese, apenas o extrato hexnico mostrou-se ativo em formas promastigota de leishmanias.
Resumo:
Em vrias partes do mundo existem relatos etnoveterinrios sobre a utilizao de plantas em protocolos teraputicos, entretanto no existem informaes disponveis sobre a etnoveterinria praticada na Amaznia brasileira. Desta forma, objetivou-se documentar o conhecimento etnoveterinrio de habitantes da Ilha do Maraj, Amaznia Oriental. Foram realizadas 50 entrevistas individuais com aplicao de questionrios semi-estruturados que foram analisados quantitativamente atravs de estatstica descritiva utilizando freqncia de distribuio. O valor de uso foi calculado para determinar as espcies mais importantes. Amostras de plantas com relatos de uso medicinal foram coletadas e identificadas botanicamente. Cinqenta plantas, distribudas em 48 gneros e 34 famlias, foram indicadas para 21 diferentes usos medicinais. A famlia Asteraceae foi a que teve maior nmero de espcies citadas e Carapa guianensis Aubl, Crescentia cujete L., Copaifera martii Hayne, Caesalpinia ferrea Mart., Chenopodium ambrosioides L., Jatropha curcas L. e Momordica charantia L. foram as espcies com maiores valor de uso. As partes das plantas mais utilizadas para preparo dos medicamentos etnoveterinrios foram folhas (56%), cascas (18%), raizes (14%), sementes (14%) e frutos (8%). Quanto forma de uso o ch foi citado por 56% dos entrevistados e a maioria das preparaes (90,9%) utiliza uma s planta. Alm das plantas medicinais, os entrevistados relataram o uso de produtos de origem animal e mineral. Esse trabalho contribui para realizao de um inventrio das plantas utilizadas na etnoveterinria marajoara que pode servir de base de dados para futuros estudos de validao cientfica.
Resumo:
Na Amaznia as plantas medicinais so um dos principais recursos para o tratamento de diversas doenas, dado o contexto cultural, o acesso, confiabilidade e baixo custo em comparao aos medicamentos industriais. Nesse contexto, encontra-se o Distrito de Marud, no Municpio de Marapanim, a 160 Km da capital Belm, onde comum o uso de plantas medicinais para o tratamento de agravos sade. O Brasil registra vrios levantamentos de espcies vegetais utilizadas na fitoterapia popular de um grupo humano, aplicando-se metodologias etnoorientadas como etnobotnica e etnofarmcia, para inventariar a flora. Este trabalho objetiva investigar a prtica da fitoterapia popular pelos moradores do bairro do Sossego, incluindo um grupo de mulheres denominado Erva Vida no Distrito de Marud - PA, ilustrando a importncia das plantas medicinais para este grupo humano em termos culturais, econmicos e ambientais. Para isso realizou-se um levantamento etnofarmacutico visando identificar as plantas medicinais utilizadas pela populao local. Foram entrevistados 18 praticantes da fitoterapia popular (pessoas detentoras de conhecimento sobre as plantas medicinais) que foram indicados pela prpria comunidade do bairro do Sossego, seguindo a tcnica bola-de-neve ou Snow Ball. As mulheres do Grupo Erva Vida, por tambm serem detentoras de conhecimentos sobre as plantas medicinais tambm foram entrevistadas. Foram citadas 96 etnoespcies de uso medicinal, segundo as informantes, elas distribuem-se em 44 famlias, destacando-se a Lamiaceae, com 11 etnoespcies (11,70%) e Asteraceae, com 7 etnoespcies (7,44%). O agravo mais citado a febre, tratada com a planta anador que possui a maior Frequncia relativa de alegao de uso (FRAPS), com 100% das indicaes, seguida da arruda com 88% para tratar a dor de cabea. Estas duas plantas apresentam potencial para mais estudos farmacolgicos para validar suas alegaes de uso popular. O presente trabalho registra o saber popular sobre a fitoterapia popular praticada no bairro do Sossego, Marud Marapanim, PA e traz subsdios para futuros projetos para o desenvolvimento de arranjos produtivos locais com fitoterpicos e para a utilizao de remdios preparados pelo Grupo Erva Vida na ateno bsica a sade no Distrito assim induzindo o Desenvolvimento Local em Marud.
Resumo:
Objetivamos verificar se a frequncia, participao e aprendizagem em um projeto de pesquisa estariam relacionados com transformaes nas metas de realizao e autoconceitos de estudantes de cincias. Realizamos a pesquisa em uma escola pblica, numa turma de trinta estudantes do 9 ano do Ensino Fundamental. Os estudantes investigaram os saberes de moradores do municpio de Benfica-PA, a respeito de plantas medicinais e suas relaes com a degradao ambiental. Inicialmente, cerca de 75% da turma apresentou meta aprender e 45% apresentou autoconceito positivo. Ocorreram poucas mudanas nas metas e autoconceitos. A maioria dos estudantes teve frequncia alta ou regular. Cerca de metade da turma apresentou participao baixa e aprendizagem insuficiente. O autoconceito positivo esteve associado meta aprender e a melhores nveis de participao e aprendizagem. Tais resultados so corroborados pela literatura. Entretanto, a compreenso de outros resultados que obtivemos demanda um enfoque interpretativo diferente.