123 resultados para Epicurean epistemology.
em Repositório Institucional UNESP - Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho"
Resumo:
O presente trabalho procura identificar as idéias principais na construção histórica do pensamento neo-empirista a partir da visão mecânica do mundo e do método hipotético-dedutivo de Descartes. O método indutivo moderno é apresentado por Bacon e os empiristas ingleses colaboram na questão do pensamento “a posteriori”. No século XIX surge o positivismo que exclui a metafísica e considera a explicação dos fatos apenas como relações de sucessão e similidade. É nesse âmbito que se constroem as bases do método experimental moderno. No início do século XX, se desenvolve a ciência neoempirista cujas principais proposições são (1) a idéia da verificabilidade como forma de conferir a veracidade das teorias a partir da indução e das probabilidades e (2) o crescimento contínuo e acumulativo do conhecimento científico. Popper apresenta a impossibilidade de se obter grandes teorias oriundas da indução e sugere a substituição da indução pela dedução e da verificabilidade pela falseabilidade. Kuhn afirma que o conhecimento científico depende de paradigmas convencionais e Lakatos explica que a ciência não é uma sucessão temporal de períodos normais e revoluções, e sim sua justaposição.
Resumo:
Este trabalho tem por objetivo identificar uma possível inclinação das ciências naturais em direção ao materialismo dialético. Para tanto, procura-se apresentar a história da dialética a partir da discussão racionalismo/empirismo moderno e seus desdobramentos até as tendências dialéticos contemporâneas. Os autores discutidos são Kant, Hegel, Marx, Engels, Lenin, Horkheimer, Marcuse, Habermas, Bachelard e suas escolas epistemológicas, completadas por Althusser, Lefebvre e Kedrov. Ao lado desses autores discutem-se outros, das duas últimas décadas, procurando extrair-lhes o olhar dialético, oculto em seus discursos acerca da ciência do fim do século. Também se procura encontrar na mecânica quântica, nos fractais, na lógica para-consistente, nos modelos matemáticos e na biologia antideterminista, argumentos para existência de uma forma de abordagem dialética da natureza. Por último, procura-se refletir acerca dos motivos da resistência ao método dialético apresentado pela maioria dos cientistas ocidentais e, sua possível superação.
Resumo:
A concepção filosófica do mundo se inicia com os gregos sintetizados por Platão e Aristóteles. Para o primeiro o mundo físico é aparente e para se chegar à verdade é preciso se lembrar das idéias originais que determinam seu significado. Para o segundo as coisas físicas são dirigidas pelas idéias e para entendê-las é preciso a lógica. Durante o helenismo a escola de Alexandria elabora o neoplatonismo, a base da Patrística. Após a queda de Roma, os filósofos bizantinos guardam a herança clássica. A Igreja constrói uma visão neoplatônica da cristandade, a Escolástica. No oriente os persas também sofreram a influência grega. Entre os árabes do Oriente o pensamento neoplatônico orienta filósofos e religiosos de forma que para eles a razão e a fé não se separam. Aí a ciências se desenvolvem na física, na alquimia, na botânica, na medicina, na matemática e na lógica, até serem subjugadas pela doutrina conservadora dos otomanos. Na Espanha mulçumana sem as restrições da teologia, a filosofia de Aristóteles é mais bem compreendida do que no resto do Islã. Também aí todas as ciências se desenvolvem rápido. Mas a Espanha sucumbe aos cristãos. Os árabes e judeus apresentam Aristóteles à Europa Ocidental que elabora um Aristóteles cristão. A matemática, a física experimental, a alquimia e a medicina dos árabes influenciam intensamente o Ocidente. Os artesãos constroem instrumentos cada vez mais precisos, os navegadores constroem navios e mapas mais eficientes e minuciosos, os armeiros calculam melhor a forma de lançamento e pontaria de suas armas e os agrimensores melhor elaboram a medida de sua área de mapeamento. Os artistas principalmente italianos, a partir dos clássicos gregos e árabes, criam a perspectiva no desenho, possibilitando a matematização do espaço. Os portugueses, junto com cientistas árabes, judeus e italianos, concluem um projeto de expansão naval e ampliam os horizontes do mundo. Os pensadores italianos, como uma reação à Escolástica, constroem um pensamento humanista influenciado pelo pensamento grego clássico original e pelos últimos filósofos bizantinos. Por todas essas mudanças se inicia a construção de um novo universo e de um novo método, que viria décadas mais tarde.
Resumo:
Procurou-se identificar as consequências mais importantes da concepção de ciência de Popper, que deu origem a um rico debate na Filosofia das Ciências, para o Ensino de Ciências. O acompanhamento deste debate permite perceber a riqueza do processo científico, reconhecendo as contribuições daqueles que debateram com Popper; bem como a importância dos aspectos da ciência que Popper valorizou e procurou preservar. As críticas e os debates em torno das abordagens de mudança conceitual contribuíram para a percepção da riqueza e complexidade desse processo. Quando considerados os objetivos institucionais das escolas e as expectativas sociais em torno da compreensão adequada e da procura de superação dos paradigmas vigentes a manutenção de certos aspectos, inerentes ao processo de mudança conceitual, pode se mostrar relevante. Neste sentido, a obra de Popper pode oferecer importante apoio para valorizar aspectos racionais que poderiam presidir o processo de aprender Ciências.
Resumo:
In the scope of this work Agroecology is considered as a science that demands and seeks a different epistemology from that used by conventional science in order to build its methodological approaches. Within this context, this paper presents the results of a theoretical effort to systematize the state of the art of the debate on this subject. It establishes that Agroecology requires a transdisciplinary approach to deal with the socio-environmental crisis currently experienced in the rural environment. At the end, it is indicated that the theory of complex thinking, proposed by Edgar Morin, can constitute an interesting philosophical framework wherein Agroecology can be based with the aim of establishing a new paradigm for addressing rural areas.
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Information has increasingly become a crucial resource for organizations that want to remain competitive in the market. For this reason, analysis and a correct understanding of informational types that are present in these environments become relevant to achieving the highest levels of performance. The aim of this paper is to review the literature of the concepts of organic and archival information within the organizational context/business environments. This is still an emerging theoretical field and therefore is conducive to intense discussions. We point out elements that help to characterize and distinguish these two types of information.
Resumo:
O artigo comenta a crítica comportamental quineana da semântica e da epistemologia. Quine pretende, com esta crítica, ter produzido contribuições significativas para a clarificação de umas tantas noções, entre elas a de observação, ou de sentença observacional, tema este que é apresentado detalhadamente. É examinado, também, o papel exato da chamada tese Duhem-Quine na rejeição, por Quine, da doutrina das proposições.
Resumo:
Tendo em vista os atuais preceitos socioconstrutivistas da Ciência e da Educação em Ciências, neste estudo, o nosso objetivo foi analisar a vertente epistemológica em artigos científicos que tratam de linguagem escrita. Para tanto, analisamos o conteúdo de seis desses artigos, baseando-nos em indicadores educacionais: concepções de ciência, de sujeito, de linguagem e de intervenção fonoaudiológica. A análise destas concepções, em seu conjunto, nos permitiu o enquadramento do conteúdo desses artigos em uma vertente epistemológica mais ou menos técnica ou humanista, lógico-positivista ou pós-positivista, e, ainda, inferir sobre as implicações dessas vertentes na construção de um conhecimento pedagógico e educacional no campo da Fonoaudiologia, para a formação continuada e em serviço de um profissional fonoaudiólogo capaz de atuar também na escola. Os resultados mostraram que as visões dos autores dos artigos analisados se enquadram em uma vertente predominantemente lógico-positivista, o que aponta para a importância de reestruturar os cursos formadores desses profissionais com base em preceitos de Educação em Ciência e à luz de uma nova Filosofia da Ciência.
Resumo:
Discutimos a epistemologia das ciências da vida e das ciências da saúde de Georges Canguilhem, revendo sua crítica à concepção mecanicista da normalidade e da patologia e seu posicionamento frente ao vitalismo. Sugerimos que, enfatizando o conceito de normatividade da vida, Canguilhem teria apontado para uma superação da oposição entre mecanicismo e vitalismo. Para tal, fazemos uma breve comparação da normatividade da vida com o conceito contemporâneo de auto-organização de Michel Debrun, argumentando que a emergência da norma vital se situa num estágio secundário de um processo de (auto-)organização da vida e, portanto, tal normatividade não teria a conotação vitalista, erroneamente atribuída a Canguilhem.
Resumo:
In this paper I argue for the view that structuralism offers the best perspective for an acceptable account of the applicability of mathematics in the empirical sciences. Structuralism, as I understand it, is the view that mathematics is not the science of a particular type of objects, but of structural properties of arbitrary domains of entities, regardless of whether they are actually existing, merely presupposed or only intentionally intended.
Resumo:
The contextualization and discussion about the science role in the social and economical development are unquestionably important for the science teaching process. It doesn't mean, however, that the scientific-theoretic knowledge and the strategies involved in its construction and application might be neglected. In this way, a dangerous situation is created when the contextualization is assumed as a unique and primordial target in science education. This paper presents a research carried out with 15 future chemistry teachers and the results show a worrying "supervalorization", of the contextualization beside other equally important aspects of the chemical knowledge.
Resumo:
O propósito deste trabalho é estabelecer o caminho percorrido pelo idealismo em sua participação na construção das Ciências da Natureza desde a antigüidade até o final do século XX. Para os pensadores antigos, o mundo físico era governado pela idéia, e o modo de apreendê-la era por meio da contemplação da alma ou da observação e da lógica. Na escolástica essa idéia é Deus. Na renascença, Deus se torna matemático. em Galileu a Matemática do mundo é entendida pela experimentação. Para Descartes o mundo é mecânico e entendido por hipóteses dedutivas. Newton enxerga o mundo mecânico construído e corrigido pelo Deus geômetra e entendido pela observação e experimentação. Os empiristas retiram a idéia do universo e a colocam no espírito humano. em Kant as regras que organizam as idéias na mente também organizam o mundo mecânico. em Hegel o real só é real porque é racional, e essa racionalidade vem de Deus, que transforma o mundo natural e atinge o espírito humano. Os pensadores, influenciados por Hegel, percebem a incapacidade das leis da mecânica explicarem as leis da vida. Comte e Bergson procuram, de forma diferente, submeter às leis da Física às leis das ciências da vida. O universo mecanicista é absorvido pelo determinismo relativista e pelo probabilismo quântico. A linguagem da lógica se associa ao empirismo na descrição da ciência procurando retirar dela o idealismo e a metafísica e, após um período de florescimento, acaba não tendo sucesso. A dificuldade da apreensão do real volta a ser o problema da ciência no final do século XX, e a procura de uma possível solução reaproxima a ciência do idealismo.
Resumo:
Propomos que uma evolução de idéias científicas seja usada como instrumento de aprendizagem de conteúdos específicos e, em particular, para ressaltar como os conteúdos se articulam entre as disciplinas. Como exemplo, apresentamos um estudo sobre a proposta do demônio de Maxwell e discussões sobre sua exorcização, isto é, um estudo sobre a compreensão da natureza de um ser inteligente que atua dentro de um sistema físico e de como seria essa atuação. Estão envolvidos nesse problema fenômenos relacionados com várias teorias - Termodinâmica, Física Molecular, Mecânica Estatística, Teoria da Informação - dentro das disciplinas de Física, Química, Biologia, Computação. Entre diversas questões epistemológicas e conceituais aí contidas, será enfatizada a questão do objeto limitado de uma eoria científica, isto é, da limitação de seu significado aos fenômenos por ela compreendidos. A delimitação dos fenômenos estudados e as teorias e técnicas caracterizam a compreensão que vai realizar sua emergência concreta nos laboratórios. Essa compreensão vai dar também a possibilidade de atuação interdisciplinar.
Resumo:
O artigo examina, em dois momentos distintos, as principais abordagens sociológicas sobre a ciência no século vinte: a Sociologia do Conhecimento, a Sociologia da Ciência e a Sociologia do Conhecimento Científico. No primeiro tópico são recapitulados os argumentos sociológicos de Karl Mannheim e de Robert King Merton. Defende-se a interpretação de que a obra de Mannheim seja reconhecida enquanto pressuposto epistemológico para o desenvolvimento da Sociologia da Ciência de Merton. Adaptada por Merton, a metateoria sociológica de Mannheim surge através de uma abordagem estrutural funcionalista associada a uma teoria de médio alcance. No segundo momento, são retomados os argumentos de Thomas Kuhn para, logo após, ser analisada a Sociologia do Conhecimento Científico enquanto apreciação construtiva da tradição de pensamento mertoniana. O estudo dos princípios lógicos da Sociologia do Conhecimento Científico de David Bloor e a investigação acerca da tradição de pensamento iniciada na Universidade de Edimburgo, na Escócia, foram o foco elementar dessa etapa do artigo. Finalmente, as principais características de cada uma das tradições são ressaltadas, buscando-se por mudanças e continuidades que viabilizaram o desenvolvimento da abordagem sociológica sobre a atividade científica desde sua gênese clássica até os estudos contemporâneos.
Resumo:
São apresentadas algumas críticas de Della Volpe à estética lukacsiana. Segundo o filósofo italiano, uma filosofia da arte materialista não poderia estar fundamentada no conceito de intuição. As categorias básicas seriam a de plenitude cognoscitiva e de linguagens específicas. Assim, propõe-se que o sistema dellavolpiano seja levado em consideração, como verdadeiro ponto de partida para as reflexões sobre arte, sobre as relações entre a obra e a sociedade e sobre o grau de saber que o universo artístico produz.