O Agon na poética aristofânica: diversidade da forma e do conteúdo

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

Artimanhas de erros: aspectos do erotismo e do esteticismo na poética de António Botto

Pós-graduação em Estudos Literários - FCLAR

O universo metalinguístico na obra de Mário Quintana: uma poética da linguagem

Pós-graduação em Estudos Literários - FCLAR

A tradução poética: Contes cruels de Villiers de L'Isle-Adam

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

A epopéia maranhense de Josué Montello: desvendando a poética montelliana em quatro romances

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

Riso e teatralidade: uma poética do teatro de Martins Pena

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

Manual intermitente: notas sobre a poética ficcional de José Saramago

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

The god of small things: uma voz poética entre o Oriente e o Ocidente

Pós-graduação em Estudos Literários - FCLAR

A poética interartes na tessitura de “O Ouvido” de José Saramago

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

A construção poética de si mesmo: Manoel de Barros e a autobiografia

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

O tempo na poética de Marilza Ribeiro

Pós-graduação em Letras - IBILCE

Terceiro setor: a gestão do pensar, sentir, agir

Pós-graduação em Serviço Social - FCHS

O pilão de pilar lembranças: a retórica confessional na poética memorialista de Carlos Drummond de Andrade

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

O enteado, de Juan Saer: narrativa poética e romance histórico?

Em O enteado (2002), de Juan José Saer, tem-se um velho narrador que conta de forma poética a sua história, uma singular experiência de vida. Quando jovem, ele viajava como grumete num navio que costeava a Bacia do Rio da Prata, quando presenciou o ataque súbito e posterior massacre da tripulação do barco pelos índios da região. Como único sobrevivente da carnificina, é praticamente adotado pelos selvagens, passando a conviver com eles, sem saber ao certo a razão de ter sido poupado. Mas a maneira de viver daqueles índios revelou-se bem estranha, pois eram antropófagos, faziam sexo em grupo (orgias), morriam muito cedo, e a peculiar linguagem que praticavam dificultava o aprendizado da língua, e, conseqüentemente, da própria cultura. Assim, esse livro tacitamente promove um debate sobre a Conquista Hispânica da América, do ponto de vista particular de um narrador que constrói poeticamente a sua visão daquele passado, que não diz respeito a nenhum fato histórico preciso. Mas, enquanto a historicidade desse texto transparece nas suas entrelinhas, a sua imanente poesia define o seu aspecto de prosa poética, senão de narrativa poética, traços que apontam para um possível hibridismo literário nesse romance.

Os corpos cercados e o campo de concentração poética

As potencialidades da escrita no conto “Os corpos cercados”, inserido em Os pregos na erva (1962), de Maria Gabriela Llansol, vêm à tona por meio de “cenas fulgor” (expressão da própria autora) e pela permeabilidade das fronteiras entre os gêneros literários, o que dá origem a um texto em que a forma narrativa conto dialoga com a poesia. Esse aspecto híbrido desloca a narratividade para a textualidade, pois se divisa um enredo que se constrói pela quase total ausência de acontecimentos, enquanto o processo de experimentação com a linguagem domina. O espaço textual sugere um campo de concentração que sobrepõe corpos, sons, ritmo e imagens. Nesse sentido, pretendemos mostrar, no texto da escritora portuguesa, de que forma a estrutura do conto é atingida pela saliência dos momentos líricos, uma vez que aspectos peculiares à prosa cedem espaço, no conto de Llansol, ao afloramento da sonoridade e da expressividade.