468 resultados para Sociologia do Tempo
Resumo:
Leitura analítica do conto Tempo da camisolinha, extraído do livro Contos novos, de Mário de Andrade, visando a configurar as artimanhas de um narrador-protagonista que, ao rememorar as experiências de sua iniciação para a vida, promove uma profunda análise das sinceridades cabotinas do homem.
Resumo:
O tempo como categoria imprescindível a ser discutida e pensada nas instituições escolares faz parte da temática central do presente artigo. A distinção entre instituições escolares e educacionais faz-se importante para as reflexões propostas: por instituições escolares entende-se as escolas, foco deste artigo, como dito, e por instituições educacionais toda instituição que se preste à educação do indivíduo, como a família. Sob essa perspectiva, discutimos o referido conceito abordando diferentes faces que o compõem: a instituição escolar e a instituição educacional; o tempo cronológico e o tempo vivido; o tempo oculto das escolas; o tempo de aprendizagem do aluno e o tempo de ensino do professor. As reflexões realizadas perpassam os seguintes questionamentos: Como poderíamos reconfigurar o tempo na escola com relação ao tempo determinado pela sociedade? Poderíamos pensar a escola sem o controle rígido do tempo cronológico? Se constata que não é possível deduzir unilateralmente o tempo da escola, nem a escola do tempo, por isso, um primeiro passo para cogitar uma outra possibilidade de organização desse no espaço escolar seria repensá-lo enquanto referência única na/para a sociedade de maneira geral. Assim, viu-se que o controle do ritmo em que as coisas devem acontecer é reflexo da organização que o homem quer ter a todo o momento, sob auspício do tempo cronológico. Em face das reflexões realizadas conclui-se que os alunos e professores “reféns” de um tempo programático e condensado têm dificuldade em superar essa lógica na rotina do espaço escolar.
Resumo:
As diferentes relações entre tempo e aspecto, de um lado, e tempo e modalidade, de outro, são analisadas quanto à dêixis, para posterior análise do valor modal do tempo futuro. Ressalta-se o caráter dêitico-temporal da situação canónica da enunciação, ou ponto-zero do tempo, que o falante pode usar para identificar um dos possíveis estados-de-mundo e ao qual pode relacionar outros estados-de-mundo por meio de tempo e da modalidade.
Resumo:
Neste estudo, comparamos os sistemas de tempos verbais do português e do inglês, a fim de detectar as principais diferenças em seus significados. Com base em tais diferenças, estabelecemos uma hierarquia de dificuldades para estudantes de inglês como segunda língua. Em seguida, confrontamos as previsões com problemas apresentados por alunos universitários e analisamos outros fatores que poderiam afetar seu desempenho. Os resultados confirmaram a maior parte das previsões e demonstraram que as principais fontes de problemas são as Used to forms, o Past Continuous e o Future Perfect.
Resumo:
Com base nas reflexões de Mikhail Bakhtin (1988) sobre cronótopo e nos estudos dos semióticos, principalmente no que tange ao percurso passional do sujeito, analisamos propagandas impressas e comerciais televisivos da Coca-Cola. O objetivo principal é traçar a trajetória discursiva da Coca-Cola desde sua entrada no Brasil, em 1941, até a campanha Gostoso é viver, lançada em 2001. O discurso da Coca-Cola apresenta valores positivos como a alegria, emoção e prazer. Entretanto, são eliminados valores negativos e ocultados interditos, como: Coca-Cola é um produto norte-americano e industrializado, portanto, não é natural, engorda e vicia. Constrói-se, assim, um discurso que privilegia aspectos temáticos voltados para os estados passionais eufóricos (paixão, emoção, alegria). A Coca-Cola também reforça a idéia de que está presente em todo tempo e lugar. Assim, as categorias espaço-temporais são elementos importantes para a construção de sentido de suas propagandas. Reafirmando os mesmos valores e mantendo as categorias cronotópicas para a construção de sentido de suas propagandas, a Coca-Cola consolida a idéia de onipotência, ou seja, ela tem o poder de refrescar, trazer alegria, provovar emoção e satisfazer prazeres. Cria-se, assim, um estilo, isto é, uma identidade calcada em categorias divinas, tais como onipresença e onipotência.
Resumo:
Este trabalho pretende discorrer sobre os vários signifi cados que o termo individualismo pode assumir na sociedade hipermoderna. Isso será feito a partir da elaboração de uma tipologia dos indivíduos: indivíduo pouco indivíduo; indivíduo muito indivíduo e indivíduo narcísico altruísta, mostrando que o último tipo é o que melhor expressa a sociedade de hoje: uma sociedade paradoxal na qual coabitam sentidos contrários. E é exatamente em função das contradições e paradoxos que se pode acenar com otimismo para as possibilidades do indivíduo: ele pode ser, a um só tempo, obcecado por si mesmo e sensível ao outro.
Resumo:
O tratamento dado pelos manuais à questão do método torna ausentes caracterizações de natureza ontológica, gnoseológica, epistemológica e antropológica. Em concreto, isso significa um esvaziamento da Sociologia como empreendimento (científico) total. É algo cujo sinal mais evidente é dado pela redução da ciência ao método. Rigorosamente, tal redução implica uma sobrevaloração do método e acarreta uma verdadeira desvaloração da Sociologia como investimento com intencionalidade científica.
Resumo:
O artigo desenvolve uma reflexão acerca da contribuição de Fernando Azevedo para a institucionalização da sociologia no Brasil, dando ênfase também a seu papel no processo de modernização ocorrido no país entre as décadas de 1930 e 1960. Nesse sentido, o trabalho procura articular “texto” e “contexto”, como uma opção metodológica, e aponta como hipótese principal que a trajetória institucional e as obras de Azevedo representam um caminho profícuo para se revisar criticamente algumas das explicações canônicas sobre a história das Ciências Sociais no Brasil. Em particular, são destacadas aquelas interpretações que abordaram o tema privilegiando o processo de institucionalização como viés explicativo, inclusive, dando ênfase à década de 1960 como o seu marco inicial. Como resultado do ângulo adotado foi possível chegar a uma versão distinta, ainda que preliminar, dessa história, mostrando que Fernando de Azevedo ocupou um lugar destacado tanto para a institucionalização das Ciências Sociais quanto para o processo de modernização do país.