184 resultados para escuta da criança


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OBJETIVO: Estudar as relações entre a excreção urinária de cálcio, sódio e potássio e a associação sódio/potássio urinários em crianças com hipercalciúria idiopática em dieta habitual, antes e depois da administração de citrato de potássio na dose de 1mEq/kg/dia. MÉTODOS: Foram estudadas prospectivamente 26 crianças: 19 (73%) meninos e sete (27%) meninas com idade entre dois e 13 anos, portadores de hipercalciúria idiopática recém-diagnosticada por dosagem de cálcio em urina de 24 horas >4mg/kg/dia. O citrato de potássio foi administrado na dose de 1mEq/kg/dia. Foram realizadas dosagens séricas e em urina de 24 horas de cálcio (Ca), potássio(K), sódio (Na) e creatinina (Cr), antes e 15 dias depois da administração diária do citrato de potássio. Para comparar os resultados de cálcio/creatinina (Ca/Cr), potássio/creatinina (K/Cr) e sódio/potássio (Na/K) urinários nos dois momentos, aplicou-se o teste não-paramétrico de Wilcoxon. Para a análise das associações entre Ca/Cr e K/Cr e entre Ca/Cr e Na/Cr foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson. Considerou-se significante p<0,05. RESULTADOS: Após o uso de citrato de potássio, ocorreu significativa redução da calciúria e da relação Na/K urinários, bem como elevação na caliúria. Não houve modificação da excreção urinária de sódio. CONCLUSÕES: em dieta habitual, o citrato de potássio eleva a caliúria e diminui a calciúria em criança hipercalciúricas, sendo um eficaz recurso terapêutico.

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A violência contra crianças é apontada como uma das principais causas de morbi-mortalidade na infância e deve ser identificada por todos os profissionais que lidam com esse público, inclusive os professores. Objetivou-se avaliar o preparo dos professores de educação infantil, no que se refere à percepção e notificação dos casos de violência contra criança. Foram visitadas todas as instituições de ensino infantil de Araçatuba-SP, e os profissionais que consentiram (n=236), os quais responderam a um questionário sobre o tema. Os dados foram analisados quanti-qualitativamente. 91,1% se consideram responsáveis pela notificação e 86,9% se dizem capazes de identificar agressões. 80,9% declararam ter recebido informações a respeito da violência contra criança, entretanto, 67,7% sentem-se inseguros quanto à identificação dos casos. Conclui-se que, mesmo possuindo formação para proceder ante a violência, a maioria dos pesquisados ainda não se sente preparada, o que pode gerar negligência.

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A infecção por influenza A, subtipo H1N1, é considerada uma doença viral aguda e importante causa de doença respiratória. As crianças foram consideradas como um dos grupos de risco, devido à imaturidade do sistema imunológico. A fisioterapia pode atuar na prevenção e no tratamento das doenças respiratórias em crianças, utilizando-se de diversas técnicas e procedimentos terapêuticos. Assim, o presente estudo teve como objetivo descrever o atendimento de fisioterapia em crianças internadas em um hospital-escola com diagnóstico/suspeita de infecção por H1N1. Estudo do tipo descritivo de relato de casos em série realizado por meio de análise de prontuário. Investigados 14 prontuários de crianças com mediana de idade de 1 ano e 5 meses, 10 do sexo masculino e 4 do feminino. A manifestação clínica mais frequente foi esforço respiratório, seguida por tosse, febre, coriza, vômitos e dor no corpo. As técnicas de fisioterapia mais realizadas foram respiratórias, seguidas de cinesioterapia, orientações para os pais, suporte de oxigênio e estímulo ao (DNPM). O tempo médio de internação foi de 4,57 dias. Algumas crianças somavam ao diagnóstico/suspeita de infecção por H1N1 diagnósticos e doenças associadas. A fisioterapia realizada foi principalmente no sentido de melhorar a mecânica respiratória por meio de técnicas desobstrutivas e outras condutas respiratórias, porém preocupação com mobilizações, orientações para os pais e desenvolvimento motor também foi destacada.

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Este artigo analisa uma política pública que foi implementada em São Paulo, Brasil, entre os anos de 1986 e 1993. Este programa público, chamado Profic - Programa de Formação Integral da Criança -, procurou estender o tempo de permanência das crianças pobres na escola e expandir as condições para seu melhor desempenho na aprendizagem. Os autores escolheram uma abordagem incrementalista e usaram conceitos clássicos da análise de políticas, tais como atores, policy community, policy network, partizan mutual adjustment, entre outros. Ao mesmo tempo tentaram considerar as condições políticas que envolveram, então, esse processo de policy making.

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O objetivo deste estudo foi verificar os efeitos de uma intervenção conduzida com a mãe de uma criança com implante coclear através da avaliação de mudanças comportamentais identificadas após o programa. Participou deste estudo uma díade mãe ouvinte-criança com deficiência auditiva e implante coclear, filmada em quatro sessões de observação: uma situação de brinquedo e outra do cotidiano, antes e após a intervenção. Esta constou de dois encontros nos quais a mãe assistiu às filmagens e foi orientada quanto à sua conduta com relação à criança. Os resultados mostraram aumento no número de verbalizações maternas nas categorias informar e solicitar, bem como de falas da criança nas categorias falar espontaneamente e fazer solicitação, quando comparadas as medidas pré e pós-testes nas duas situações observadas. O estudo mostra a importância de intervenções que favoreçam a relação mãe-filho para o desenvolvimento de habilidades comunicativas da criança com deficiência auditiva e implante coclear.

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O objetivo do estudo foi caracterizar o desempenho escolar da criança vítima de violência doméstica atendida no Fórum Judicial. Participaram do estudo 20 crianças vitimizadas comparadas com seus pares da mesma sala de aula, mesmo sexo e mesma faixa etária, mas sem histórico de violência doméstica, suas respectivas mães e professoras. As crianças responderam ao Teste de Desempenho Escolar, Inventário de Estilos Parentais e ao Teste de Raven (Escala Especial) e apresentaram o caderno escolar. As mães responderam a uma entrevista e a Escala de Táticas de Conflitos Revisada (CTS-2). As professoras apresentaram sua opinião sobre o desempenho acadêmico dos participantes. Os dados obtidos mostraram que a criança vitimizada tem desempenho escolar inferior ao grupo controle. Os resultados da CTS-2 indicaram que a maioria das crianças vitimizadas estava exposta à violência conjugal. O estudo mostrou que, além da violência doméstica direta e indireta, tais crianças estavam expostas a outros fatores de risco, tais como, pobreza, baixa escolaridade materna e uso de álcool e/ou droga por familiares.

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Este estudo visou investigar as vivências emocionais e mecanismos de defesa de pais de crianças com deficiência auditiva. Foram entrevistados 12 genitores masculinos, de 25 a 38 anos, com escolaridade de primeiro grau incompleto a superior incompleto. Dos entrevistados, sete eram pais de filhos únicos, três, pais pela segunda vez e um pai pela terceira vez da criança com necessidade específica. As respostas foram categorizadas e analisadas com base no referencial psicodinâmico e apresentam vivências de choque, ansiedade e angústia e o uso de mecanismos de defesa frente ao diagnóstico e implicações da deficiência. As defesas constatadas foram analisadas como reações situacionalmente esperadas, podendo favorecer formas mais realistas de enfrentamento posterior. Sugere-se que, assim como mães, pais vivenciam impacto e dificuldades emocionais frente ao diagnóstico de seus filhos. Diferenças de papéis familiares facilitam ao pai um menor envolvimento na educação da criança, devendo-se valorizar a sua importância no processo de reabilitação.

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Os nódulos vocais são causas freqüentes de disfonias infantis, porém, através das vídeoendoscopias, outras lesões têm sido diagnosticadas na laringe infantil, como os cistos, sulcos, pontes e micromembranas, denominadas de lesões estruturais mínimas. OBJETIVO: Avaliar, em 71 crianças com disfonia agendadas nos ambulatórios de Foniatria da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp) nos últimos cinco anos: sexo, idade, diagnósticos, tratamentos e evolução clínica. FORMA DE ESTUDO: Clínico retrospectivo. CASUÍSTICA E MÉTODO: Realizou-se estudo retrospectivo das avaliações otorrinolaringológicas e endoscópicas de 71 crianças com queixas de disfonia e idade entre 3 a 13 anos (45 meninos e 26 meninas). As crianças haviam sido submetidas a exame endoscópico com telescópio rígido ou nasofibroscópio flexível. Foram excluídas as crianças com disfonias funcionais ou com queixas de obstrução respiratória. RESULTADOS: Os principais diagnósticos foram: nódulo vocal (47 casos; 66,2%), cisto epidérmico (7 casos; 9,9%), cisto aberto fistulizado (6 casos; 8,4%), sulco vocal (5 casos; 7,1%), ponte + cisto (2 casos; 2,8%), micromembrana anterior (2 casos; 2,8%) e pólipo vocal (2 casos; 2,8%). As disfonias foram mais freqüentes entre os meninos (63,3%). A fonoterapia isolada foi o tratamento de escolha nos casos de nódulo vocal (evolução favorável), sulco vocal (evolução desfavorável) e micro-membrana (evolução desfavorável). Nas demais lesões (cistos, pontes e pólipos) o tratamento de escolha foi a cirurgia associada à fonoterapia, com resultados satisfatórios, exceto nos casos que recusaram a cirurgia. CONCLUSÃO: Os nódulos vocais são as principais causas de disfonias em crianças, porém as lesões estruturais mínimas mostraram-se também freqüentes, exigindo exame minucioso para o diagnóstico.

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O presente estudo visa relatar e analisar o processo de relacionamento terapêutico entre aluna de enfermagem e mãe de criança internada em UTI pediátrica, em fase terminal. As interações desenvolvidas neste processo foram gravadas e analisadas no enfoque do Relacionamento Terapêutico. Utilizando técnicas de comunicação terapêutica e medidas terapêuticas de enfermagem, a aluna envolveu-se empaticamente com a mãe da criança e com os demais familiares, propondo-se a ajudá-los a superar suas dificuldades diante da criança em fase terminal. Neste estudo a aluna analisa a sua própria ansiedade diante da situação e as dificuldades que teve devido aos seus conflitos diante da terminalidade do seu paciente.

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A educação infantil é importante para o desenvolvimento da criança com necessidades especiais. Nesse processo educacional, o professor e sua percepção de educação inclusiva são fatores primordiais. Este trabalho objetivou analisar a percepção de professores de educação infantil, que quanto à prática educativa atual, diferem em relação à presença de alunos com deficiências em seus ambientes de trabalho, sobre a educação da criança com deficiência na faixa etária de 3 a 6 anos. Foram sujeitos da pesquisa 12 professores de educação infantil divididos eqüitativamente em três grupos: de escolas especiais; de escolas comuns que trabalham com crianças com deficiências inseridas em suas classes e de escolas comuns que não possuem em suas classes crianças com deficiências. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas, gravadas em fita cassete. Foi realizada análise de conteúdo e os dados mostraram que os professores vêem como a principal contribuição do processo de inclusão a socialização da criança com deficiências, restringindo-o, porém, a crianças com possibilidades de independência. Quanto à aprendizagem, acreditam que a criança com deficiência mental é a que encontra maiores dificuldades, contrariamente à com deficiência física. Ressaltam problemas com o espaço físico, recursos materiais e humanos e relativos à formação do professor. Pôde se concluir que é preciso possibilitar aos professores uma formação que abranja conhecimentos sobre as diferentes deficiências e as necessidades educacionais relativas a estas, propiciar a adequação do espaço físico e dos recursos materiais, além de assistência técnica específica.

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O presente artigo discute os sentidos da filiação para crianças abrigadas, vítimas de violência doméstica. O desejo dessas crianças de recuperar a filiação familiar é analisado como busca de um lugar psicossocial. As crianças abrigadas, que sofreram uma ruptura na filiação primeva e história de vida, flutuam entre vinculações efêmeras, sem referências de seu passado e sem pontos fixos e sólidos para seu assentamento no presente que lhes possam servir de guia ou de novas filiações. Tal condição de desfiliação é focalizada como tendência da sociedade contemporânea em afrouxar vinculações, movimentar os ancoradouros psicossociais e produzir desterritorializações, favorecendo uma subjetividade móvel, não identitária, desenlaçada de encaixes e conexões duradouros. Como conclusão, é apontada a continuidade histórica da vitimização da infância realizada pela condição de trânsito e passagem na qual vive, impeditiva de constituições de vínculos duradouros e sólidos que permitam uma suficiente estabilidade e segurança para a prospecção do mundo.

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Este texto descreve a trajetória da Saúde Mental e dos cuidados à infância no Brasil da Colônia à República Velha. No período colonial não havia cuidados especiais à criança. O que temos para compreender a criança colonial são relatos descritos em documentos, tratados e cartas da época, e em descrições de viajantes que aqui aportaram para conhecer o Novo Mundo. Depois do século XVIII a urbanização das cidades requer a intervenção médica nas questões de higiene e saúde, e gradativamente muda a concepção de criança, primeiro na Europa, depois no Brasil, chegando o século XIX com médicos preocupados com a questão da mortalidade infantil e com os cuidados que se deveria ter com a criança, negligenciada até então. É no século XIX que se inicia a institucionalização dos saberes médicos e psicológicos aplicados à infância e é quando podemos obter mais registros sobre que cuidados eram reservados à criança.

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Num primeiro momento a criança se apropria do conhecimento por mediações externas, nas quais um objeto externo a ela, que pode ser um adulto, faz uma mediação entre ela e o conteúdo a ser adquirido. Assim, a hospitalização pode tornar-se um fator de risco no desenvolvimento psicológico da criança, tanto no âmbito cognitivo quanto no afetivo, caso suas potencialidades não sejam mediadas pela equipe de saúde, pois esta tem grande contato com a criança durante a internação. Foi investigado, como objetivo do estudo, o conhecimento do processo de desenvolvimento infantil por parte dos profissionais da saúde envolvidos no cuidado com crianças hospitalizadas, em um hospital-escola público do Estado de São Paulo. Participaram da pesquisa onze profissionais, entre técnicas e auxiliares de enfermagem, e os resultados indicam que estas consideram importantes alguns aspectos no cuidado com a criança, tais como estimulação da linguagem, atenção, brincadeira, vinculação, contato físico, porém não reconhecem estes aspectos como importantes para o desenvolvimento, e elegem profissionais específicos para tratarem de aspectos relacionados ao desenvolvimento infantil na internação, não se percebendo como mediadoras no processo de desenvolvimento psicossocial da criança hospitalizada.

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Este estudo tem como objetivo analisar a atenção à saúde da criança pelo Programa de Saúde da Família (PSF) do município de Teixeiras, MG, Brasil. Foi aplicado um questionário a 161 mães de crianças menores de dois anos. Utilizou-se um sistema de escores específicos para análise das dimensões de estrutura, processo e resultado e seus respectivos atributos, classificando o município nos cenários incipiente, intermediário e avançado. Configurou-se, na síntese, um cenário intermediário (49,6%) para o PSF, caracterizado por uma atenção à saúde da criança fragmentada, mas com avanços na organização da atenção para este grupo. Foram consideradas incipientes as instalações físicas, a qualidade do cuidado no controle da diarréia e das infecções respiratórias, a participação comunitária e a intersetorialidade. Os avanços estiveram relacionados ao acolhimento realizado pelo programa, no entanto, as atividades preventivas e promocionais do PSF demonstram que o programa surge como um suporte do hospital e mais um local de atendimento médico. A atuação do PSF na atenção a saúde das crianças distancia-se da proposta de reorientação do modelo assistencial hegemônico, pela qual foi criado, dificultando estratégias na prevenção de doenças e na promoção da saúde.

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Partindo da experiência na enfermaria de um hospital-escola1, do confronto com o status-quo do trabalho dos psicólogos em hospitais e da avaliação da literatura sobre a clínica psicanalítica em hospital, esta pesquisa se propôs a buscar avanços frente a uma questão específica: a escuta psicanalítica no trabalho em enfermarias de hospital geral e as implicações dessa prática com o desejo do psicanalista. Foram entrevistados quinze psicólogos declaradamente de orientação psicanalítica, vinculados a unidades de internação e com experiência mínima de dois anos de trabalho em hospital geral. As entrevistas foram abertas e semi-estruturadas, com o intuito de contemplar de maneira uniforme a coleta de informações de cunho mais objetivo, assim como de facilitar a pertinência ao tema de estudo. A interpretação dos dados foi realizada à luz do referencial clínico psicanalítico (freud-lacaniano), sendo que tal interpretação nos permitiu identificar uma importante interação entre os impasses, presentes na instituição hospitalar, da prática clínica psicanalítica com questões pessoais e de formação do profissional, interação que se vincula à postura de trabalho adotada no hospital. Reafirmamos, através desta pesquisa, a possibilidade de fazer uso de uma escuta analítica no trabalho com pacientes internados, a qual está sempre voltada para as manifestações do inconsciente ao longo da fala, e na qual a direção do tratamento é a emergência do sujeito do inconsciente.