525 resultados para Coleção
Resumo:
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e a indisciplina são na atualidade assuntos que aparecem com forte incidência no cotidiano escolar. Algumas condutas apresentadas pelas crianças, neste contexto, são vistas como indicativos de tal transtorno e isso vem contribuindo para que crianças ainda muito pequenas sejam encaminhadas pelos educadores aos profissionais da saúde, por apresentarem na escola comportamentos considerados indisciplinados, agitados e impulsivos. A presente pesquisa tem como principal objetivo, discutir a relação entre indisciplina e o diagnóstico de TDAH, a partir da queixa do professor da educação infantil. Pretende ainda, analisar a postura dos educadores diante do processo de patologização no campo educacional, levando em conta a sociedade eugênica e disciplinar, que foi consolidada com o processo de higienização ocorrido no início do século XX, como também, construir uma reflexão crítica acerca das práticas sociais e educativas que ora se configuram, mediante a análise da educação contemporânea e do resgate histórico da escolarização no Brasil. A pesquisa se caracteriza como um estudo de caso qualitativo e as estratégias metodológicas empregadas para a coleta de dados incluíram a observação participante, entrevistas semiestruturadas, diário de campo e análise de documentos. Os resultados foram organizados em oito eixos temáticos e indicaram principalmente que os educadores apresentam dificuldades para estabelecer diferenças entre indisciplina e o TDAH e o que é normal e patológico, o que tem causado o aumento expressivo no número de encaminhamentos de crianças aos profissionais de saúde e a consequente patologização e medicalização da infância.
Resumo:
Este livro analisa a racionalização das tradições num contexto de modernidade tardia. A análise tem como ponto de partida as tradições gaúchas e sua manifestação nos Centros de Tradição Gaúcha (CTG). O estudo foi desenvolvido com base na bibliografia especializada sobre o tema e em uma pesquisa efetuada durante o ENART 2008 - Encontro de Arte e Tradição Gaúcha, realizado em 2008 na cidade de Santa Cruz do Sul - RS. Os estudos apontam que a modernidade tardia traz à tona a reflexividade e racionalização das relações, experiências e tradições. Tradições são (re)inventadas e, neste caso, (re)inventadas tendo o CTG como cenário e esta (re)invenção permite manter os vínculos e a sociabilidade do grupo sócio-cultural que se reconhece enquanto grupo e se diferencia dos demais por identificar-se em torno de símbolos, práticas, crenças e rituais que os une, pois é comum a todos eles, independente do espaço geográfico que ocupem. Na modernidade tardia o caráter de ludicidade atribuído às tradições (re)inventadas no CTG é o fio condutor para inúmeras relações que se estabelecem nesse cenário e é o combustível de todas as práticas e rituais vivenciados ali. A ludicidade das atividades dá sentido às práticas tradicionalistas e à toda tradição que foi (re)inventada e que passa a ser racionalizada no contexto de modernidade reflexiva. Essa apropriação do caráter lúdico das tradições e as relações estabelecidas no CTG a partir dos símbolos, práticas e rituais sinalizam que estamos vivenciando no Brasil um contexto de modernidade tardia. No contexto da modernidade tardia, a tradição racionalizada é uma maneira de evitar choques entre diferentes valores e modos de vida, uma vez que age como articuladora de atores e grupos sociais, entre as diferentes instâncias do mundo social.
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O objetivo deste trabalho é analisar como o processo de inovações tecnológicas é tratado pela Teoria dos Sistemas Complexos. A abordagem neoclássica tradicional, ao partir de pressupostos bastante restritivos sobre os agentes e os mercados, não é capaz de fornecer explicações plausíveis aos vários problemas econômicos da vida real. Ao desconsiderar a dinâmica dos fenômenos econômicos, essa abordagem foi incapaz de incorporar os aspectos do processo de inovação e mudança tecnológica. A abordagem evolucionária, nesse sentido, ao considerar a racionalidade limitada, incerteza e heterogeneidade presente em ambientes que exibem inovação, foi capaz de fornecer um tratamento mais próximo da realidade. A inovação é, então, entendida como uma mudança descontínua que altera as condições estruturais gerando desenvolvimento, progresso e evolução no sistema. Já abordagem dos sistemas complexos, ao apresentar um arcabouço não reducionista e que se fundamenta sobre uma perspectiva evolucionária e sistêmica, concebe a economia como um sistema composto por agentes heterogêneos que interagem entre si. Apesar do ambiente de incerteza nas decisões tomadas, os agentes procuram se adaptar às informações recebidas do meio e se auto-organizarem gerando com isso novos padrões de auto-ordenamento e estruturas emergentes. A modelagem, nesse sentido, tem por principal objetivo descobrir as propriedades emergentes resultantes da interação entre os agentes no sistema. Por fim chega-se a conclusão de que as inovações tecnológicas apresentaram resultados mais satisfatórios e mais condizentes quando analisadas dentro dessa perspectiva agent-based.
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Este livro reúne a reflexão acerca das identidades na cultura contemporânea,realizada por pesquisadores que participaram do Seminário: Cultura contemporânea, corpo e novas tecnologias: diálogos em torno das identidades. O objetivo geral das reflexões aqui apresentadas é tomar as inovações tecnológicas e seus impactos na vida cotidiana - particularmente na renovação e reinvenção de formas de sociabilidade e de construção de identidades - como uma chave privilegiada para o adentramento em meandros da cultura contemporânea. O corpo, suporte da cultura e território de construção de identidades, ao incorporar os recursos tecnológicos disponibilizados pelo mercado estético, como próteses, implantes, intervenções e tratamentos à base de laser, tem seu estatuto modificado e as fronteiras entre natureza e cultura passam a ser revistas em novos parâmetros, impondo novos desafios à reflexão sócio-antropológica. Este livro busca contribuir para este debate, somar um pequena centelha ao enorme esforço que se faz necessário no sentido de repensarmos as clássicas dicotomias conceituais que vem marcando a reflexão das ciências humanas e se demonstrando cada vez mais abaladas em seu alcance explicativo, frente às aceleradas transformações vivenciadas na vida social nesta modernidade do início do século XXI.
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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
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O principal objetivo do presente trabalho é registrar e compreender a trajetória do Projeto Comédia Popular Brasileira (CPB) e, consequentemente, da Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes por meio das personagens criadas durante 15 anos de pesquisa estética (1993-2008). São objetos de análise os projetos específicos desenvolvidos a cada fase do Projeto CPB, suas respectivas peças e espetáculos, concepções de personagens, o trabalho e formação dos atores e a relação estabelecida com o alvo principal de sua vida teatral: o público. Em sua primeira fase (1993-1997) - VER, a Fraternal cria personagens-tipo brasileiras, influenciada pelos comediógrafos Martins Pena, Artur Azevedo e Ariano Suassuna, retomando o diálogo com os tipos fixos da commedia dell´arte. Na segunda fase (1998-2001) - OUVIR, as personagens-tipo cedem o protagonismo às personagens inspiradas nas festas populares medievais, pautadas no estudo teórico de Mikhail Bakhtin. E, na terceira fase (2002-2008) - IMAGINAR, atores saltimbancos apresentam as personagens por meio da narração e da representação. Neste período, a Cia. aprofunda sua prática no jogo cênico estabelecido entre personagens, atores e narradores para a construção dramatúrgica e interpretativa de seus espetáculos, inspirada em Bertolt Brecht e Luigi Pirandello. A escolha de personagens como interlocutoras dos anseios e da história do povo brasileiro refletiu, desde o início, a específica visão de mundo e de cultura popular adotada pela Fraternal, referendada no ponto de vista contrário ao da classe dominante, o da classe dominada. Dario Fo (1999), Mikhail Bakhtin (1987), Walter Benjamin (1994) e Bertolt Brecht, pautados tanto no que concerne a uma apreensão da encenação e da interpretação cômica, quanto a seus posicionamentos críticos perante a atividade artística, foram essenciais à compreensão da trajetória da Cia.
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O presente trabalho tem por objetivo a observação da influência de A Condição Pós-Moderna sobre as abordagens do pós-moderno em música realizadas após a 1980. Para tal tarefa, será utilizada a noção lyotardiana de pós-moderno como incredulidade nas metanarrativas de legitimação do saber. Esta influência será observada perante importantes textos relativos ao pós-moderno musical e na maneira como algumas obras da música clássica de concerto realizada na década de 1990 e 2000 se relacionam com tal incredulidade.
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Neste livro abre-se a uma diversidade de acepções que o conceito de espaço abriga nos objetos e cenários literários contemporâneos. O próprio texto como um espaço espacializante, na sua textualidade como corpo ou na visualidade da escrita, configura um espaço de linguagem. O contexto cultural e histórico envolve referências e dados situados em determinados momentos que articulam um espaço de relações com o texto literário. O espaço da institucionalização, com as representações de poder, o espaço social, o espaço como paisagem, nas configurações natural, regional, física e psicológica, e o espaço do mito com suas imagens e sentidos simbólicos, são outras formas de mobilização do conceito. O espaço pictórico, quer como elemento componente da pintura ou como a própria linguagem na composição da escritura, que se vale de técnicas plásticas, também é contemplado, assim como esse tipo de diálogo abriga outros meios e linguagens, como o cinema, a propaganda, a fotografia, nas relações entre as artes. Há também a possibilidade de se rever o objeto literário, em termos de espacialidade, sob essa perspectiva múltipla do olhar contemporâneo. Ou seja, no lugar daquele sentido restrito de categoria estrutural, o conceito incorpora uma visão ampla e metafórica, dentro da qual o próprio texto faz emergir uma concepção e função da espacialidade por meio de suas estratégias de construção. Diante de tantas possibilidades de leitura do conceito, o presente livro reúne textos que abordam aspectos da simbolização espacial em obras literárias que implicam um olhar contemporâneo para essas figurações.
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Atualmente, ouvimos demasiadamente o significante depressão ecoar nos mais variados contextos e, em especial, naqueles que se dedicam ao atendimento de questões relacionadas à saúde mental. Diante disso, torna-se relevante o contínuo pensar e repensar a respeito dessa modalidade de subjetivação e/ou mal-estar contemporâneo. O interesse pelo tema proposto nasceu da prática clínica cotidiana em Saúde Pública, realizada num Centro de Saúde (CS-III) de uma cidade do interior de São Paulo. Nossa problemática assentou-se no intuito de compreender a exacerbada medicalização da depressão na atualidade, especificamente os impactos subjetivos provocados por tais intervenções. Utilizamos de uma metodologia qualitativa cujo método clínico psicanalítico nos permitiu trabalhar no resgate de fragmentos clínicos, sendo estes constituídos com base nas reminiscências do próprio pesquisador, de maneira que selecionamos para a pesquisa aqueles casos em que o paciente se dizia depressivo e insatisfeito com relação ao tratamento medicamentoso.
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Constituem a obra capítulos derivados de diferentes perspectivas acerca do tema da televisão digital terrestre, compondo um panorama prismático de diversos aspectos integrantes da inovação a partir das plataformas já existentes e da problemática da implantação, abarcando tópicos distintos componentes da implantação e manutenção do novo sistema - autores na sociedade tecnológica, diversidade cultural e política de informação, educação e participação por meio da interatividade, produção de conteúdos audiovisuais, regulação e políticas de educação, mobilidade e democracia, modelos de negócio, a viabilidade da interatividade, cenários e desafios para as emissoras públicas, a implantação no Brasil e na Espanha, a convergência com instituições educacionais, gestão de conteúdos narrativos, democracia digital, a implantação no Pará e a atuação de emissoras em cada estado, a transição do sinal analógico para o digital, a repercussão midiática sobre a implantação e as controvérsias e desinformações sobre o apagão digital.
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A proposta do presente livro é oferecer ao leitor uma descrição fonológica das qualidades vocálicas vigentes na primeira fase (período trovadoresco) do português arcaico a partir da análise das rimas e da grafia das Cantigas de Santa Maria, de Afonso X, o Sábio, Rei de Leão e Castela, elaboradas na segunda metade do século XIII.
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Essa coletânea de textos produzidos por professores e alunos da linha de pesquisa Teorias Pedagógicas, Trabalho Educativo e Sociedade, do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Araraquara, traz uma contribuição original a um campo no qual muito tem sido publicado nas duas últimas décadas no Brasil, o da formação de professores. A especificidade dessa coletânea reside na abordagem historicizante e crítica tanto das diretrizes oficiais para a formação de professores como das teorias pedagógicas e respectivas propostas metodológicas nesse terreno. São nove textos, que vão desde um balanço crítico do legado deixado pelo século XX no que se refere à formação de professores até questões específicas relacionadas ao trabalho do professor, passando pela questão do debate contemporâneo sobre as teorias pedagógicas.
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O estudo das inter-relações entre língua e sociedade, a partir de um corpus jornalístico, é o foco primordial desse livro. Trata-se da investigação do sistema de formas de tratamento nos jornais da Imprensa Negra paulista - movimento realizado por negros e destinado a essa população no período posterior à abolição da escravatura no Brasil - e em O Combate - jornal de circulação mais ampla na cidade de São Paulo no início do século XX. As formas de tratamento representam um exemplo privilegiado da relação entre a escolha linguística e seu motivador social. Elas foram analisadas a partir da relação de alguns pontos de vista teóricos, a saber: o estudo do jornal como um hipergênero, proposta de Bonini (2003, 2004, 2006), com o intuito de se avaliar as características peculiares de cada um dos gêneros do jornal; a proposta de análise da situação do interlocutor no momento da enunciação de Soto (2001); a investigação das marcas de interatividade, proposta por Andrade (2008); e a semântica do poder e da solidariedade de Brown e Gilman (1972 [1960]). O estudo desse fenômeno linguístico revelou à necessidade dos negros do período de conquistarem um espaço na sociedade paulistana da época e, dessa forma, a Imprensa Negra representava um espaço de circulação de sua voz na sociedade.
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O espaço pode ser entendido como uma mediação interativa entre as formas do ambiente construído, resultantes da transformação da natureza, e a vida social que as anima, cuja dinâmica de produção articula dialeticamente as dimensões do percebido, do concebido e do vivido. Assim, o processo de produção e os modos de apropriação do espaço metropolitano de Brasília são os focos de presente análise. Como a configuração espacial de Brasília, marcada pelas descontinuidades do tecido metropolitano e pelas grandes distâncias delas decorrentes, influencia no uso do espaço-tempo quotidiano por parte dos habitantes de sua periferia goiana e oferece possibilidades e/ou limites à realização do direito à cidade? Para responder a essa questão, a realidade da metrópole é discutida em dois aspectos principais: um primeiro, concernente à compreensão do espaço metropolitano como produto sócio-histórico, resultado da concepção dos elaboradores do projeto de construção de uma nova capital para o Brasil e da prática espacial - deles e daqueles que se apropriam desse espaço, também atuando em sua produção - que resultou naquilo que hoje conhecemos como Brasília e seu espaço metropolitano; e um segundo, atinente à passagem da análise do plano discursivo ao plenamente vivido, ou seja, a partir da demonstração, por meio de ideias, conceitos, informações e constatações, de qual espaço metropolitano se trata, busca-se adentrar esse espaço à escala do quotidiano a fim de tentar mostrar o espaço vivido: aquele do qual se apropriam os habitantes de uma periferia distante e supostamente menos integrada que são, na verdade, parte constituinte da metrópole.
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O principal objetivo desse estudo é apontar, descrever e analisar as formas de transposição dos pressupostos brechtianos de teatro em O render dos heróis, de José Cardoso Pires, e Felizmente há luar! de Luís de Sttau Monteiro e mostrar a relação dessas peças com o período anterior à Revolução de 25 de Abril, especificamente na década de 1960, marcada pelos processos de aplicação da censura. A matriz brechtiana em O render dos heróis e em Felizmente há luar!, além de ser a estética responsável por uma tentativa de inovação das formas dramáticas praticadas em Portugal, também confirma a preocupação dos autores com a expressão de um posicionamento crítico perante a realidade, com os rumos da dramaturgia e com o papel do dramaturgo em seu tempo e lugar.