2 resultados para Esclavos rebeldes

em Universidade Federal do Rio Grande do Norte(UFRN)


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A abordagem da visão da literatura nacional dentro do contexto cultural brasileiro da segunda metade do século XIX e do posicionamento crítico de José de Alencar fez, de sua produção romanesca, especialmente a indianista, representada aqui por sua obra Iracema, um símbolo do conjunto de intenções nacionalistas que invadiu a alma e o coração de todo o povo, no que diz respeito ao sentimento de brasilidade , condizente com a estética romântica da qual faz parte seu autor. Seu posicionamento, quer seja crítico ou artístico, faz de Alencar o maior polemista em defesa da liberdade cultural e literária do Brasil, enquanto alguém bem consciente de sua função social, e por que não dizer, crítica, identificando a metalinguagem como um diferencial fomentador de uma teorização de poética na defesa de sua ficção, abrindo caminho, assim, para a pesquisa da poética explícita na sua produção artística. A referida análise buscará, a partir de uma análise estrutural das partes formais que o compõem esteticamente, como também de uma compreensão temática dos ditos e interditos utilizados pelo narrador alencariano na composição de seu discurso, identificar Iracema enquanto um romance que disputa o título de obra fundacional do Brasil. Para isso se faz necessário empreender uma abordagem do como e do quanto os elementos da Natureza, num romance romântico que tem a Natureza enquanto uma de suas temáticas mais significativas, podem constituir e interferir na percepção e construção de um personagem, que é todo Natureza, e no meio natural em que ele vive; até mesmo ser, por causa disso, o elemento mais representativo dessa nação que se deseja criar, trazendo para o cenário cultural brasileiro do século XIX uma versão de instituição baseada no revigoramento da memória da cultura selvagem. Faz-se lícito também animar forças da natureza e da terra-paisagem que poderiam ser tidas, apenas, como exóticas, mas que na obra em questão funcionam como protagonistas, mesmo fantasmas, de um pacto social e político que, mesmo quando rompe, recusa-se em deixar romper, mergulhando no espaço romanesco da magnitude das águas ou na frieza tumular da terra. Tomar-se-á, também, como ponto de estudo, a análise da fusão da experiência histórica com a experiência ficcional, observando o imbricamento de um discurso no outro, como também as fronteiras que se estabelecem a partir dessa tentativa; tomando o erotismo e a alegoria como pontos de convergência na obra em questão. Por meio da verificação de uma relação que se constrói a partir da solidão, da memória e do esquecimento em que acabam por mergulhar todos os seus personagens, que são, por vezes, tragados em algum dilúvio bíblico da purificação, dentro de um projeto audacioso de invenção de uma nação, que se quer de identidade cultural, e também política, mas que termina condenado ao silêncio, não gozando de liberdade em relação ao espaço a que pertence e, no entanto representa, só cabendo a eles regressarem para dentro da terra-mãe, ou se submeterem a um ritual de profunda aculturação, verificar-se-á, através desse discurso historicamente construído, o ideário de uma nação que se almejava projetar. O conflito de Iracema, personagem protagonista de sua obra homônima, a negação e a perda de si mesma, de tudo aquilo que poderia representar a sua identidade social e cultural, e, conseqüentemente, a morte e a vida dessa mãe genti(o)l, simbolizam a vida e a arte de um povo que, passando pelos embates da colonização, através de seus artistas rebeldes e românticos da Independência, que ilustraram, em grande síntese, a visão através da qual o homem do Novo Mundo foi vislumbrado, rabiscou a imagem da americanidade pelo discurso da História

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La historia de la expansión colonial en los sertónes del Seridó del siglo XVIII y el asentamiento de los primeros pobladores alrededor de las haciendas de ganado y más tarde de la cultura de algodón, oculto la presencia afrodescendiente que ya regia esa vasta región. Por otro lado, la esclavitud se observaba como un fenómeno de segunda prioridad y leve, por el hecho de tener un número de esclavos muy reducido en relación al litoral azucarero; sin embargo no se puede minimizar las marcas que dejaron más de tres siglos de dominación colonial, pues la violencia simbólica en su descripción aun existe. Este trabajo tiene como objetivo reflexionar sobre las causas y consecuencias de la extinción precoz de la presencia afro-brasileña y de la invisibilidad de los núcleos familiares en el municipio de Acari. A través de las memorias de las familias Nunes, Inácio y Pereira, antiguos moradores del Saco de los Pereira y de las familias Pedros, Paula, Higinos y Félix outroras moradores de las haciendas de la región, pretendemos reflexionar sobre las actividades de sobrevivencia, las relaciones de trabajo, la propiedad de la tierra y los robos ocurridos en los siglos XIX – XX, así como mostrar la importancia de las tradiciones familiares en la elaboración de los discursos sobre el pasado y de las variadas identidades. La metodología utilizada durante la investigación, mantuvo como foco las entrevistas que contemplan historias de la vida y las memorias de nuestros interlocutores, en particular los afrodescendientes. Los relatos colocan una luz sobre las vivencias en el período algodonero, los oficios realizados en las haciendas (vaquero, bordado, culinaria, losa) donde se muestra la importancia de las familias negras para entender el escenario Acarienses. También fotos y documentos cartoriáles que ayudaron a componer las historias de vida. El estudio revela la presencia de muchas familias negras vinculadas a las haciendas, demostrando que existe otra versión de la historia local, teniendo como protagonistas aquellos cuya memoria fue silenciada y quedando así marcados por el estigma de la esclavitud.