3 resultados para conceito de Saúde doença e Paciente
em Repositório Digital da UNIVERSIDADE DA MADEIRA - Portugal
Resumo:
A educao para a saúde desenvolvida pelos enfermeiros no contexto hospitalar procurando responder s necessidades da pessoa confrontada com a doença, com o internamento e com a alterao do autocuidado. Esta investigao tem por objectivo compreender como que os enfermeiros de um servio hospitalar educam a pessoa adulta para o autocuidado. Neste sentido, desenvolvemos um estudo de mbito qualitativo. Observamos cinco situaes de educao para o autocuidado, realizando posteriormente entrevistas semi estruturadas. Empregamos a amostra terica. Os dados foram analisados recorrendo grounded theory de Strauss e Corbin (1990). Os resultados obtidos na anlise dos dados permitem concluir que os enfermeiros quando realizam a educao para a saúde organizam a sua interveno segundo um processo lgico, organizado e sistemtico, traduzido nas sub categorias avaliar, planear e implementar. A elaborao formal da etapa do diagnstico no foi referida pelos enfermeiros. Os enfermeiros mobilizam diversas estratgias tais como: avaliar a causa, os conhecimentos, a linguagem utilizada pelo cliente, a receptividade manifestada, bem como as dificuldades apresentadas pelo mesmo. Na fase da execuo da educao emergiram as categorias transmitir conhecimentos, informar, explicar, ensinar, demonstrar, repetir, instruir, reforar, mediar e motivar. A educao para o autocuidado tem por finalidade: promover a aceitao da limitao, efectuar a preparao para a alta, resolver ou minimizar o problema e mudar comportamentos. Os cuidados so centrados no prestador (Tones e Tilford, 1999). Emergiram tambm as categorias fomentar a gesto da saúde/doença, promover a qualidade de vida e incentivar a progresso para a independncia, abordagem centrada no cliente (Tones e Tilford, 1999), no modo de trabalho pedaggico do tipo incitativo, de orientao pessoal (Lesne, 1977) e na classe das intervenes facilitadoras (Heron, 2001). O espao fsico, a falta de privacidade e os meios audiovisuais insuficientes foram apontados como factores que dificultam a educao para o autocuidado no meio hospitalar.
Resumo:
O presente estudo teve como objectivos caracterizar do ponto de vista da saúde mental a populao idosa da Regio Autnoma da Madeira (RAM); determinar as prevalncias das situaes de saúde mental positiva e negativa e avaliar a influncia positiva (protectora) ou negativa (de risco) de certos factores pessoais e do meio na saúde mental. Foi um estudo de natureza psicossocial,transversal, probabilstico, com uma componente descritiva e outra inferencial. A amostra (N=342) representativa das pessoas com 65 e mais anos, residentes na comunidade, foi estratificada por concelhos, por gneros e por classes etrias. A seleco foi feita da base de dados do Carto de Utente do Servio Regional de Saúde Empresa Pblica Empresarial. As pessoas idosas foram entrevistadas pelas enfermeiras dos Centros de Saúde, que utilizaram para tal um questionrio estruturado. Na avaliao das variveis utilizaram-se diversos instrumentos alguns dos quais amplamente usados em outros estudos com populao idosa. A saúde mental foi avaliada utilizando-se o Mental Health Inventory - MHI (Ware & Veit, 1983; Ribeiro, 2000), que contempla uma dimenso mais positiva o bem-estar psicolgico e outra mais negativa o distress psicolgico. Nas variveis independentes (pessoais e do meio ambiente) utilizaram-se: para a classe social a Classificao Social de Graffar (Graffar, 1956); para a rede social a Lubben Social Network Scale - LSNS (Lubben, 1988); para a autonomia nas actividades instrumentais da vida diria a IADL (Lawton & Brody, 1969; Botelho, 2000); para a capacidade funcional (ABVD) o ndice de Katz (Katz et al., 1963; Cantera, 2000). As restantes variveis, nomeadamente as de caracterizao demogrfica bem como as auto-percepes relativas ao rendimento, habitao, de controlo, a ocupao do tempo, os acontecimentos de vida significativos, a autonomia fsica, a percepo relacionada com a saúde, as queixas de saúde ou doenças, os apoios de saúde e sociais, foram avaliadas atravs de questes formuladas para o efeito. No tratamento de dados, procedeu-se anlise descritiva das diferentes variveis obtendo-se uma primeira caracterizao da saúde mental das pessoas inquiridas. A fim de determinar as prevalncias das situaes de saúde mental mais positiva e mais negativa, recorreu-se anlise com trs clusters. Para determinar a associao entre as variveis pessoais e do meio e a saúde mental, usaram-se dois modelos de regresso logstica (MRL). Num 1 MRL o enfoque colocou-se na relao das capacidades fsicas e na percepo de saúde detidas pelas pessoas idosas, na disponibilidade de apoios especficos e a saúde mental. O 2 MRL focalizou-se na interaco entre a percepo de controlo detida pelas pessoas idosas, as condies scio-econmicas e a saúde mental. Resumem-se os resultados: na amostra identificou-se uma percentagem superior de mulheres (66,4%) face aos homens. A classe etria dos 6574 anos incluiu maior nmero de idosos (64,9%). A maioria de (55,6%) residiam fora do Funchal. Os reformados eram prevalentes (78,1%) bem como os que detinham 1 a 11 anos de escolaridade (58,2%). As mulheres (65,2%) eram mais analfabetas do que os homens (48,7%). Dos idosos 44,4% pertenciam classe social V (muito baixa) sendo a maioria mulheres (53,3%). A idade mnima da amostra foi 65 anos e a mxima 89 anos. A idade X =72,6 anos com umS =5,77. Foram encontrados nveis mais positivos nas diferentes dimenses da saúde mental. Prevalncias: saúde mental positiva 67,0%, bem-estar psicolgico elevado 24,3%. Apenas 3,2% apresentaram distress psicolgico mais elevado. Com depresso maior identificaram-se 0,3% dos idosos. Num 1 MRL com as possveis variveis explicativas ajustadas, verificou-se que a probabilidade da saúde mental ser mais positiva era cerca de 0,3 vezes inferior nas mulheres, nos idosos com redes sociais muito limitadas e nos que percepcionavam a saúde prpria como razovel ou pior. Era menor 0,5 vezes quando no sabiam ou percepcionavam a saúde como pior comparativamente aos pares, e 0,3 vezes quando referiram o mesmo, comparando-a com h um ano atrs. Era ainda 0,1 vez inferior quando possuam limitaes fsicas para satisfazer as necessidades prprias. A probabilidade de ser mais positiva era 2,5 vezes superior quando as pessoas possuam 1 a 11 anos de escolaridade. A varincia no nvel de saúde mental, explicada com base no 1 modelo foi 44,2%, valor estimado atravs do Nagelkerke R Square. Os resultados do 2 MRL com variveis ajustadas, permitem afirmar que a probabilidade da saúde mental ser mais positiva era 0,3 vezes menor nas mulheres, 0,1 vez inferior nos idosos que percepcionavam o rendimento auferido como razovel ou fraco e 0,4 vezes menor quando tinham uma rede social muito limitada. Ter limitaes fsicas deslocando-se na rua apenas com apoio diminua 0,3 vezes a probabilidade de saúde mental mais positiva, verificando-se o mesmo nos que auferiam apoio dos servios sociais. Uma probabilidade 2,4 vezes superior da saúde mental ser mais positiva foi encontrada nos idosos com 1 a 11 anos de escolaridade quando comparada com os analfabetos. O Nagelkerke R Square = 37,3%, foi menor do que o obtido no modelo prvio, pelo que a variao ao nvel da saúde mental explicada por este modelo inferior. A evidncia de que as pessoas idosas possuam maioritariamente um nvel superior de saúde mental, comprovou que a velhice no sinnimo de doença. Foi tambm superior a percentagem daqueles que possuam redes sociais menos limitadas. O nvel mais elevado de distress psicolgico surgiu com uma prevalncia de 3,2% e apenas 0,3% das pessoas idosas estavam mais deprimidas o que evidenciou a necessidade de serem providenciadas respostas na comunidade para o seu tratamento. Dos inquiridos 8,8% apresentavam um nvel mdio de depresso, sugerindo a pertinncia de serem efectuados s pessoas nessa situao, diagnsticos clnicos mais precisos. As limitaes na capacidade fsica para a satisfao de necessidades dirias e a percepo de saúde mais negativa emergiram como factores significativos para a pior saúde mental confirmando resultados de pesquisas prvias. No 2 MRL a percepo pelos idosos de que o rendimento mensal auferido era fraco aumentou tambm a probabilidade da saúde mental ser pior. Nos dois modelos verificaram-se influncias positivas quando os idosos possuam 1 a 11 anos de escolaridade comparativamente aos analfabetos, o que pode ser considerado um factor protector para a saúde mental. Sublinhamos como principais concluses deste estudo: O protocolo e os instrumentos de avaliao foram adequados para atingir os objectivos. Da avaliao saúde mental concluiu-se que as pessoas idosas possuam situaes mais positivas e favorveis. Dos trs factores utilizadas na estratificao da amostra apenas o gnero feminino estava associado significativamente pior saúde mental. Sugere-se a replicao deste estudo para acompanhar a evoluo da saúde mental da populao idosa da RAM. Os resultados devero ser divulgados comunidade cientfica e tcnica bem como aos decisores polticos e aos gestores dos servios de saúde, sociais, educativos e com aco directa sobre a vida dos idosos a fim de serem extradas ilaes, favorveis adopo de polticas e programas promotores da saúde mental que passem pelo aumento da escolaridade e por medidas/aces que reduzam a maior susceptibilidade de saúde mental negativa associada ao gnero feminino, promovam o reforo das redes sociais das pessoas idosas, a autonomia fsica necessria satisfao das necessidades prprias bem como as auto - percepes positivas relacionadas com a saúde e com os rendimentos auferidos. Devero serlhes facultadas tambm oportunidades de participao activa na comunidade a que pertencem.
Resumo:
O papel do futuro no comportamento actual dos indivduos, em particular dos jovens, tem sido alvo de ateno ao longo do tempo, destacando-se aquele que tem vindo a ser um efeito consistente de associao entre, por um lado, a perspectivao e a construo de planos de futuro expressados pelo conceito de perspectiva temporal de futuro (PTF) e, por outro, a expresso de comportamentos adaptativos, que contribuem para uma maior adaptao ao meio. Dois dos contextos de estudo em que essa relao mais abordada so os da educao e da saúde, este ltimo especificamente ao nvel da promoo de comportamentos saudveis e da preveno de riscos. Tendo em conta estes dois contextos, o presente trabalho pretende sistematizar e discutir um conjunto de dados, resultantes de vrios estudos, e que se consideram relevantes para a evidenciao dessa relao.