9 resultados para centralidade do verbo
em Repositório Digital da UNIVERSIDADE DA MADEIRA - Portugal
Resumo:
O meu encontro literário com Vergílio Ferreira deu-se há cerca de seis ou sete anos, quando resolvi comprar e ler Cartas a Sandra, romance que como o nome indica é escrito como se de uma compilação de cartas se tratasse e que foi deixado incompleto e editado postumamente. Esta edição póstuma é da responsabilidade da herdeira (esposa do autor) e do Círculo de Leitores. Inicialmente, confesso, fui seduzida pelo título, mas depois, a leitura da obra deixou uma vontade sôfrega de querer saber mais sobre a escrita vergiliana. Nas disciplinas de literatura da minha licenciatura, pouco ou nada se tratou sobre Vergílio Ferreira mas, apesar disso, encetei algumas pesquisas e leituras que me foram despertando, cada vez mais, o interesse e a predilecção pelas obras deste autor. Mais tarde, já no Curso de Mestrado, ponderei a possibilidade de uma abordagem ao romance em nome da terra e sobre o qual tinha conhecimento da existência de alguns trabalhos, na sua maioria, ao nível da análise literária e/ou estilística. Com uma apetência natural para a área da linguística, considerei com carinho a hipótese de elaborar uma Dissertação de Mestrado que se aproximasse mais do campo da interpretação e análise linguísticas, nomeadamente do valor do verbo Ser na escrita vergiliana e, em particular, no romance-problema em jeito de carta. Consciente de que a tarefa não iria ser fácil, que teria, necessariamente, que envolver a leitura e releitura (nalguns casos de modo transversal) de todo um conjunto de produções, quer do autor, quer dos que ao seu estudo se dedicaram, quer ainda de obras de carácter filosófico e existencialista, foi com agrado que comecei a minha pesquisa e, a posteriori, a selecção dos materiais que julguei pertinentes para a prossecução do objectivo que me tinha proposto. Por conseguinte, tenho que agradecer a todas as pessoas que me ajudaram, de uma ou de outra forma, em especial ao Professor Doutor João Malaca Casteleiro, pelo facto de ter aceite o meu pedido de orientação da presente Dissertação, pela sua disponibilidade e paciência, pela cedência de alguns materiais, pelos seus comentários sábios e experientes e, acima de tudo, pela sua sabedoria na matéria e pelo interesse demonstrado quanto ao tema, o que se traduz, ao que julgo, naquilo que se entende, verdadeiramente, por orientação de uma Dissertação de Mestrado. Agradeço também aos colegas do curso que me motivaram, em particular à Judite e à Natália, que tiveram a coragem de assumir um compromisso de amizade, pelo facto de me ouvirem, questionarem e, principalmente criticarem e encorajarem aquando das nossas discussões sobre este meu trabalho. Por último, não poderia deixar de referir e agradecer igualmente a simpatia com que fui recebida pela Dona Augusta e pelo senhor professor José Rodrigues, na Vila Josephine1, morada de férias de Vergílio Ferreira, em Melo, e onde foram escritos muitos dos seus trabalhos (nas férias grandes, com uma caneta de nanquim virada ao contrário, para conseguir uma caligrafia mais fina e apurada, e num sofá cor-de-rosa-velho, ao pé da janela, com uma tábua nos joelhos a servir de escritório, o cinzeiro do lado esquerdo2). Gostaria ainda de agradecer a sua pronta e sábia ajuda, por terem partilhado comigo detalhes sobre o autor e que não vêm nos livros, sendo o Professor, ele próprio, um livro aberto no que se refere ao seu cunhado e amigo Vergílio, aos seus trabalhos, à sua vontade de valorizar um escritor que lhe foi tão próximo... Agradeço-lhe ainda o privilégio de me ter permitido trabalhar um pouco no escritório do autor. Esse momento proporcionou-me mais uma de muitas alegrias breves de que tem sido constituída a minha também breve existência, e a consciencialização para o facto de que o meu caminho ainda fica muito longe e, fazendo uso de palavras de Vergílio Ferreira: “A estrada é larga e segura porque foi construída apenas pela experiência dos homens. Não percas mais os teus passos pela areia movediça e estéril…”. Procurarei, pois, seguir estes e outros sábios conselhos, à medida que desenvolver este trabalho.
Resumo:
Universidade da Madeira - Centro de Ciência e Tecnologia da Madeira - Fundo Social Europeu e Propragama Operacional Plurifundos da Região Autónoma da Madeira
Resumo:
Num mundo globalizado e complexo em que o capital humano assume centralidade em temáticas associadas à liderança das organizações e consequente gestão de recursos humanos, em termos escolares, urge perceber que percepções têm os liderados, pessoal docente e não docente, acerca das práticas e comportamentos da liderança. O estudo compreendeu uma fase exploratória que envolveu a pesquisa de teorias e trabalhos desenvolvidos, nomeadamente, monografias, livros, teses e artigos, de forma a construir-se um quadro teórico de referência acerca da gestão de recursos humanos e da liderança. O modelo de orientação privilegiado foi o das “5 Práticas da Liderança Exemplar” de Kouzes e Posner (2009). A investigação, de natureza quantitativa e qualitativa, privilegiou como estratégia de pesquisa o estudo de caso, incidindo sobre uma Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos da Região Autónoma da Madeira. Como instrumentos de recolha de dados, foram utilizados a análise de conteúdo e o inquérito por questionário. Foi administrado, ao pessoal docente e não docente da escola, o questionário LPI - Observer (Leadership Practice Inventory) desenvolvido por Kouzes e Posner (2003b). A análise de conteúdo recaiu sobre dois documentos da escola, a saber, o Projecto Educativo de Escola e o Plano Anual de Escola. Concluímos que, na opinião dos inquiridos, as práticas de liderança que deverão ser privilegiadas por um líder eficaz são “Permitir que os outros ajam” e “Encorajar a vontade”. Os inquiridos consideram que o líder adopta práticas de uma liderança exemplar, no entanto, a sua frequência é inferior às que deverão ser observadas num líder eficaz. A prática mais frequentemente observada, no líder, é “Permitir que os outros ajam”. Por último, por categoria, verificou-se que é o Pessoal Docente que percepciona mais frequentemente comportamentos de liderança exemplar no líder.
Resumo:
O presente relatório é o reflexo de um conjunto de aprendizagens preconizadas pelo 2.º Ciclo de estudos, do curso de Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico, como meio de continuidade à formação inicial do docente estagiário. Assim, este explana o trabalho realizado durante a práxis nos núcleos de estágio, “O Girassol” e na Escola Básica do 1.º Ciclo com Pré-Escolar da Nazaré referentes à vertente de Educação Pré-Escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico, respetivamente. Desta forma, a centralidade deste relatório encontra-se na prática pedagógica, a qual permitiu adquirir competências relacionadas com a profissão docente. Estas afiguram-se à capacidade do docente estagiário exercer a sua profissão atendendo a três dimensões: pré-profissional, social e ética, de modo a salvaguardar o desenvolvimento do ensino-aprendizagem de uma forma lúdica e individual. Neste sentido, tendo por base a metodologia da investigação-ação, estruturou-se a ação de modo a permitir a interligação entre a teoria e a prática. Esta forma de estrutura organizacional permitiu a correlação entre os conteúdos, tendo como estratégias a observação, a planificação, a ação, a avaliação e a reflexão. Esta intencionalidade educativa permitiu que a base metodológica fosse pela pedagogia de participação, fundamentada através da diferenciação pedagógica, da aprendizagem ativa e cooperativa. Em síntese, desenvolveu-se um trabalho de caráter cientifico-pedagógico, o qual permitiu o desenvolvimento de aptidões profissionais e, simultaneamente, o desenvolvimento harmonioso das crianças.
Resumo:
A ação educativa figurada neste relatório estabelece a sua centralidade na prática desenvolvida em contextos de Educação Pré-Escolar e de Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico, em duas escolas públicas da Região Autónoma da Madeira. Neste relatório, a dimensão teórica certifica um conjunto de questões científicas de exímia importância para a intervenção pedagógica efetuada, fundamentada numa perspetiva sócio humanística, que permite descortinar a escola como um lugar propício à criação de relações sociais por meio de aprendizagens mais ativas, autónomas e participativas. No âmbito da natureza metodológica, as práticas educativas confinaram na investigaçãoação o seu percurso de intervenção, com recurso a instrumentos e técnicas de recolha de dados, suscetíveis de traduzirem aquilo que na prática foi nitidamente impossível de assegurar apenas através da observação não intencional. Foi neste contexto metodológico que surgiram os princípios pedagógicos que sustentaram a prática nas valências de EPE e de 1.º CEB. Os estágios desenvolvidos requereram um enquadramento socioeducativo quer do meio, quer das salas e das crianças, traçando os seus interesses e necessidades como elementos fundamentais de intervenção. Assim, o estágio na EPE pretendeu a estimulação da criatividade e da imaginação por meio da literatura infantil, a descoberta do corpo e a transmissão de sentimentos. Por sua vez, a prática desenvolvida em contexto de 1.º CEB agregou nas principais áreas curriculares o seu ponto de partida para descobertas mais livres, exploratórias e autónomas centradas no campo da literacia, do raciocínio lógicomatemático e da descoberta científica.
Resumo:
O presente estudo pretende articular conhecimentos entre a Terapia da Fala e a Linguística, através de uma investigação observacional. Tendo por componente empírica uma amostra constituída por 150 crianças em idade escolar (dos 5 anos e 7 meses aos 10 anos), sem dificuldades no desenvolvimento da linguagem e que frequentam escolas públicas do concelho do Funchal da ilha da Madeira, selecionadas de acordo com a localização, número total de alunos e ranking, procura-se avaliar o seu desempenho linguístico, através da aplicação da Grelha de Avaliação da Linguagem, nível escolar (GOL-E). Os resultados da análise quantitativa mostram que o desenvolvimento da linguagem das crianças madeirenses não se distancia dos valores percentuais observados em crianças continentais, nos vários domínios considerados na GOL-E - semântico, morfossintático e fonológico. Do ponto de vista qualitativo, constata-se o uso significativo de variantes linguísticas não padrão em português (verbo ir na 3ª pessoa do singular no presente do indicativo, assim como o uso do clítico se). Relativamente aos fatores que poderão influenciar o desenvolvimento da linguagem, podemos observar que a idade da criança, as habilitações literárias dos pais e o número de membros do agregado familiar são os mais importantes na variação do desenvolvimento da linguagem. Já no que concerne às variáveis não ordinais, nota-se significância estatística da influência do tipo de família, naturalidade do Professor e localização da escola.
Resumo:
Num mundo globalizado e complexo em que o capital humano assume centralidade em temáticas associadas à liderança das organizações escolares e consequente Gestão de Recursos Humanos, urge perceber que perceções têm os liderados, pessoal docente e não docente, acerca das práticas e comportamentos da liderança do Diretor escolar. Esta pesquisa de natureza mista, privilegiou como estratégia metodológica o estudo de caso, incidindo sobre uma Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos da Região Autónoma da Madeira. Foi administrado, ao pessoal docente e não docente da escola, o questionário LPI - Observer (Leadership Practice Inventory) de Kouzes e Posner. A análise de conteúdo recaiu sobre o Projecto Educativo de Escola e o Plano Anual de Escola. Concluíu-se que, na opinião dos inquiridos, as práticas de liderança que deverão ser privilegiadas por um líder eficaz são “Permitir que os outros ajam” e “Encorajar a vontade”.
Resumo:
Personalidade, Privacidade e Intimidade são noções basilares da experiência social. Acompanhando estes conceitos ao longo dos últimos séculos, o presente artigo procura analisar o investimento psicológico, orientado para a privacidade, da individualização moderna comparando-o com a experiência contemporânea. Será argumentado que, dada a centralidade dos dispositivos tecnológicos de mediação simbólica, e em especial as redes sociais online, a individualização hodierna assenta num investimento pessoal que já não faz da intimidade e da privacidade as suas dimensões fundamentais mas que é justamente uma certa publicização do privado, e um certo movimento de mostração da intimidade que constituem os seus principais atributos.
Resumo:
A concepção hegeliana da Opinião Pública é um dos mais interessantes entendimentos estando reservado ao conceito um papel determinante dentro das mediações lógico-políticas. Hegel concedelhe inclusivamente uma força transformadora enquanto agente histórico e social. Nesta reflexão, apresentamos o modo como Georg WF Hegel descreve a Opinião Pública no quadro da sua Filosofia Política. Concentrando-nos nos Princípios da Filosofia do Direito, discutiremos a centralidade do princípio de publicidade e da comunicação nas relações políticas. No pensamento de Hegel, a publicidade não é tanto condição moral e política quanto um princípio inabalável da consciência do sujeito livre. É indissociável da liberdade formal e da liberdade subjectiva de opinar. O sujeito livre da modernidade resulta do processo do Espírito onde a contradição comanda o movimento de consciência. Na génese do espírito público, encontramos a oposição entre a consciência privada e a consciência pública. A Opinião Pública vive, pois, por entre esta dualidade de responder a exigências éticas e simultaneamente emanar de interesses particulares privados. A ambivalência da Opinião Pública decorre, então, do seu carácter eminentemente contraditório. Eis uma Opinião Pública em movimento perpétuo atravessada pelo particular e pelo universal. Verdade e erro compõemna. Esta é a inerente contradição que resume o estatuto ambivalente que Hegel concede à Opinião Pública. E esta é, talvez, a maior contribuição de Hegel para reflectirmos sobre o conceito na contemporaneidade.