5 resultados para Serviço de saúde mental comunitário
em Repositório Digital da UNIVERSIDADE DA MADEIRA - Portugal
Resumo:
O presente estudo teve como objectivos caracterizar do ponto de vista da saúde mental a populao idosa da Regio Autnoma da Madeira (RAM); determinar as prevalncias das situaes de saúde mental positiva e negativa e avaliar a influncia positiva (protectora) ou negativa (de risco) de certos factores pessoais e do meio na saúde mental. Foi um estudo de natureza psicossocial,transversal, probabilstico, com uma componente descritiva e outra inferencial. A amostra (N=342) representativa das pessoas com 65 e mais anos, residentes na comunidade, foi estratificada por concelhos, por gneros e por classes etrias. A seleco foi feita da base de dados do Carto de Utente do Serviço Regional de Saúde Empresa Pblica Empresarial. As pessoas idosas foram entrevistadas pelas enfermeiras dos Centros de Saúde, que utilizaram para tal um questionrio estruturado. Na avaliao das variveis utilizaram-se diversos instrumentos alguns dos quais amplamente usados em outros estudos com populao idosa. A saúde mental foi avaliada utilizando-se o Mental Health Inventory - MHI (Ware & Veit, 1983; Ribeiro, 2000), que contempla uma dimenso mais positiva o bem-estar psicolgico e outra mais negativa o distress psicolgico. Nas variveis independentes (pessoais e do meio ambiente) utilizaram-se: para a classe social a Classificao Social de Graffar (Graffar, 1956); para a rede social a Lubben Social Network Scale - LSNS (Lubben, 1988); para a autonomia nas actividades instrumentais da vida diria a IADL (Lawton & Brody, 1969; Botelho, 2000); para a capacidade funcional (ABVD) o ndice de Katz (Katz et al., 1963; Cantera, 2000). As restantes variveis, nomeadamente as de caracterizao demogrfica bem como as auto-percepes relativas ao rendimento, habitao, de controlo, a ocupao do tempo, os acontecimentos de vida significativos, a autonomia fsica, a percepo relacionada com a saúde, as queixas de saúde ou doenas, os apoios de saúde e sociais, foram avaliadas atravs de questes formuladas para o efeito. No tratamento de dados, procedeu-se anlise descritiva das diferentes variveis obtendo-se uma primeira caracterizao da saúde mental das pessoas inquiridas. A fim de determinar as prevalncias das situaes de saúde mental mais positiva e mais negativa, recorreu-se anlise com trs clusters. Para determinar a associao entre as variveis pessoais e do meio e a saúde mental, usaram-se dois modelos de regresso logstica (MRL). Num 1 MRL o enfoque colocou-se na relao das capacidades fsicas e na percepo de saúde detidas pelas pessoas idosas, na disponibilidade de apoios especficos e a saúde mental. O 2 MRL focalizou-se na interaco entre a percepo de controlo detida pelas pessoas idosas, as condies scio-econmicas e a saúde mental. Resumem-se os resultados: na amostra identificou-se uma percentagem superior de mulheres (66,4%) face aos homens. A classe etria dos 6574 anos incluiu maior nmero de idosos (64,9%). A maioria de (55,6%) residiam fora do Funchal. Os reformados eram prevalentes (78,1%) bem como os que detinham 1 a 11 anos de escolaridade (58,2%). As mulheres (65,2%) eram mais analfabetas do que os homens (48,7%). Dos idosos 44,4% pertenciam classe social V (muito baixa) sendo a maioria mulheres (53,3%). A idade mnima da amostra foi 65 anos e a mxima 89 anos. A idade X =72,6 anos com umS =5,77. Foram encontrados nveis mais positivos nas diferentes dimenses da saúde mental. Prevalncias: saúde mental positiva 67,0%, bem-estar psicolgico elevado 24,3%. Apenas 3,2% apresentaram distress psicolgico mais elevado. Com depresso maior identificaram-se 0,3% dos idosos. Num 1 MRL com as possveis variveis explicativas ajustadas, verificou-se que a probabilidade da saúde mental ser mais positiva era cerca de 0,3 vezes inferior nas mulheres, nos idosos com redes sociais muito limitadas e nos que percepcionavam a saúde prpria como razovel ou pior. Era menor 0,5 vezes quando no sabiam ou percepcionavam a saúde como pior comparativamente aos pares, e 0,3 vezes quando referiram o mesmo, comparando-a com h um ano atrs. Era ainda 0,1 vez inferior quando possuam limitaes fsicas para satisfazer as necessidades prprias. A probabilidade de ser mais positiva era 2,5 vezes superior quando as pessoas possuam 1 a 11 anos de escolaridade. A varincia no nvel de saúde mental, explicada com base no 1 modelo foi 44,2%, valor estimado atravs do Nagelkerke R Square. Os resultados do 2 MRL com variveis ajustadas, permitem afirmar que a probabilidade da saúde mental ser mais positiva era 0,3 vezes menor nas mulheres, 0,1 vez inferior nos idosos que percepcionavam o rendimento auferido como razovel ou fraco e 0,4 vezes menor quando tinham uma rede social muito limitada. Ter limitaes fsicas deslocando-se na rua apenas com apoio diminua 0,3 vezes a probabilidade de saúde mental mais positiva, verificando-se o mesmo nos que auferiam apoio dos serviços sociais. Uma probabilidade 2,4 vezes superior da saúde mental ser mais positiva foi encontrada nos idosos com 1 a 11 anos de escolaridade quando comparada com os analfabetos. O Nagelkerke R Square = 37,3%, foi menor do que o obtido no modelo prvio, pelo que a variao ao nvel da saúde mental explicada por este modelo inferior. A evidncia de que as pessoas idosas possuam maioritariamente um nvel superior de saúde mental, comprovou que a velhice no sinnimo de doena. Foi tambm superior a percentagem daqueles que possuam redes sociais menos limitadas. O nvel mais elevado de distress psicolgico surgiu com uma prevalncia de 3,2% e apenas 0,3% das pessoas idosas estavam mais deprimidas o que evidenciou a necessidade de serem providenciadas respostas na comunidade para o seu tratamento. Dos inquiridos 8,8% apresentavam um nvel mdio de depresso, sugerindo a pertinncia de serem efectuados s pessoas nessa situao, diagnsticos clnicos mais precisos. As limitaes na capacidade fsica para a satisfao de necessidades dirias e a percepo de saúde mais negativa emergiram como factores significativos para a pior saúde mental confirmando resultados de pesquisas prvias. No 2 MRL a percepo pelos idosos de que o rendimento mensal auferido era fraco aumentou tambm a probabilidade da saúde mental ser pior. Nos dois modelos verificaram-se influncias positivas quando os idosos possuam 1 a 11 anos de escolaridade comparativamente aos analfabetos, o que pode ser considerado um factor protector para a saúde mental. Sublinhamos como principais concluses deste estudo: O protocolo e os instrumentos de avaliao foram adequados para atingir os objectivos. Da avaliao saúde mental concluiu-se que as pessoas idosas possuam situaes mais positivas e favorveis. Dos trs factores utilizadas na estratificao da amostra apenas o gnero feminino estava associado significativamente pior saúde mental. Sugere-se a replicao deste estudo para acompanhar a evoluo da saúde mental da populao idosa da RAM. Os resultados devero ser divulgados comunidade cientfica e tcnica bem como aos decisores polticos e aos gestores dos serviços de saúde, sociais, educativos e com aco directa sobre a vida dos idosos a fim de serem extradas ilaes, favorveis adopo de polticas e programas promotores da saúde mental que passem pelo aumento da escolaridade e por medidas/aces que reduzam a maior susceptibilidade de saúde mental negativa associada ao gnero feminino, promovam o reforo das redes sociais das pessoas idosas, a autonomia fsica necessria satisfao das necessidades prprias bem como as auto - percepes positivas relacionadas com a saúde e com os rendimentos auferidos. Devero serlhes facultadas tambm oportunidades de participao activa na comunidade a que pertencem.
Resumo:
O presente estudo tem como objectivo compreender a relao entre as estratgias de coping, e os sintomas de burnout, caracterizado por exausto emocional, despersonalizao e falta de realizao profissional. Pretende-se ainda perceber de que forma o engagement, representado por uma atitude de vigor, dedicao e absoro face ao trabalho, vivenciado pelos professores e de que forma estes trs construtos burnout, coping e engagement - se relacionam entre si e perante as variveis scio-demogrficas e profissionais. Este estudo contou com a participao de 432 professores dos diferentes nveis de ensino, pertencentes Secretaria Regional de Educao e Cultura da Regio Autnoma da Madeira (RAM). Os resultados sugerem que, o engagement est negativamente relacionado com a exausto emocional e despersonalizao e positivamente relacionado com a dimenso realizao profissional do burnout. Os professores tendem a utilizar mais estratgias de coping de controlo, seguidas de estratgias de evitamento e por ltimo de gesto de sintomas. Conclumos ainda, que os professores que utilizam mais estratgias de coping de controlo, obtm pontuaes mais elevadas na realizao profissional e nas trs dimenses do engagement. Quanto s variveis scio-demogrficas, nomeadamente o gnero, observmos que as mulheres apresentaram valores mais significativos na dimenso absoro do engagement e na dimenso exausto emocional do burnout, enquanto os homens manifestam mais sentimentos de despersonalizao. Relativamente idade, os professores mais novos manifestam mais burnout na dimenso exausto emocional do que os professores mais velhos. Tambm constatamos que os professores com mais tempo de serviço experimentam mais vigor e adoptam mais estratgias de coping de controlo ou confronto que os colegas que esto no fim da carreira. J os professores com menos tempo de serviço revelam mais exausto emocional e menos realizao profissional do que os colegas com mais tempo de serviço.
Resumo:
A criatividade tem sido mencionada desde h muito tempo pela literatura. A forma de a conceptualizar tem dependido em muito dos investigadores e da sua viso sobre o que criatividade, porm as suas potencialidades tm tomado cada vez mais interesse pela comunidade cientfica. Os seus benefcios estendem-se a diversas reas da vida humana, como sentimentos de satisfao, bem-estar e saúde mental. A investigao aqui apresentada procura encontrar modelos preditivos de comportamentos criativos, pressupondo que estes podero ser de grande auxlio para o desenvolvimento de um melhor bem-estar psicolgico. Assim a investigao comportou o uso de quatro variveis: a pessoa, o processo, o produto e o ambiente criativo. A amostra contou com 215 estudantes universitrios e os resultados revelaram o encontro de quatro modelos preditivos de comportamentos criativos, com uma maior nfase nas artes visuais e manuais. Conclui-se com a ideia de que a predio de produtos criativos possvel e que tal poder ser preponderante para um bom desenvolvimento da saúde mental.
Resumo:
CONTEXTO: O enfermeiro deve interagir com as pessoas em situao de saúde ou doena, melhorando o seu contexto sociocultural e o seu processo transio. Estas interaes so organizadas com um propsito em que o enfermeiro utiliza aes teraputicas para promover a saúde. A massagem teraputica consiste em pressionar e esfregar o corpo ou partes deste com fins teraputicos. OBJETIVO(S): Avaliar o efeito da interveno da massagem teraputica na saúde mental das pessoas com patologia oncolgica. METODOLOGIA: Reviso sistemtica da literatura, atravs dos descritores pacientes, oncologia e massagem, estudos de 2000 a 2012, em bases de dados e motores de busca online. RESULTADOS: O corpus do estudo foi composto por 15 artigos e demonstra que a massagem teraputica reduz, quer de imediato, quer a longo prazo, a ansiedade e a depresso. Contudo, h estudos em que no existiram diferenas nestas variveis. Esta interveno melhora, de imediato, o relaxamento, o bem-estar emocional e o padro de sono, a dor, o desconforto fsico-emocional e a fadiga. No houveram diferenas estatsticas significativas que corroborassem a melhoria da qualidade de vida, stress e sofrimento. CONCLUSES: A massagem teraputica tem efeitos benficos a curto prazo na saúde mental das pessoas com patologia oncolgica. No entanto, relativamente ansiedade e depresso os resultados analisados so contraditrios, reportando-se para investigaes futuras. Sugerimos novas pesquisas para maior consistncia emprica sobre os efeitos da interveno da massagem teraputica na saúde mental das pessoas com patologia oncolgica e assim contribuir para a prtica de uma enfermagem de excelncia baseada na evidncia.
Resumo:
A ateno saúde mental (SM) das pessoas idosas prioritria. Os problemas de SM neste grupo populacional tm aumentado sendo importante investir na preveno e rastreio dos mesmos. Este estudo teve como objetivos caraterizar do ponto de vista da SM a populao idosa da Regio Autnoma da Madeira (RAM); determinar as prevalncias das situaes de SM positiva e negativa e avaliar a influncia positiva (protetora) ou negativa (de risco) de certos fatores pessoais e do meio na SM. Foi um estudo transversal no qual participaram 342 pessoas com 65 e mais anos, dos dois gneros, residentes na comunidade. Destes 67,0 % apresentaram SM positiva. A probabilidade da SM ser mais positiva era 2,5 vezes superior quando possuam 1 a 11 anos de escolaridade (OR = 2,5 IC 95% 1,3 4,8); 0,3 vezes inferior nas mulheres (OR = 0,3 IC 95% 0,1 - 0,6), nos idosos com redes sociais muito limitadas (OR = 0,3 IC 95% 0,1 - 0,9) e nos que percecionavam a saúde como razovel ou pior (OR = 0,3 IC 95% 0,1 - 0,9). Era menor 0,5 vezes quando percecionavam a saúde como pior comparativamente aos pares (OR = 0,5 IC 95% 0,3 - 0,9), e 0,3 vezes comparativamente detida um ano antes (OR = 0,3 IC 95% 0,2 - 0,6). Era 0,1 vez inferior (OR = 0,1 IC 95% 0,1-0,7) nos idosos com limitaes fsicas para satisfazerem necessidades prprias. Estes fatores devem considerar-se na promoo da SM e na preveno de perturbaes da mesma.