2 resultados para Pessoa portadora de deficiência , história

em Repositório Digital da UNIVERSIDADE DA MADEIRA - Portugal


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A criatividade tem sido encarada ao longo da história de diversos modos pelos investigadores. Salienta-se o trabalho de Rhodes (1961) que desenvolveu uma das primeiras categorizações da criatividade ao subdividi-la em a pessoa, o processo, o produto e o ambiente criativo e cuja categorização dá forma a este trabalho. Neste sentido, a revisão teórica centra-se na abordagem a estes tópicos. Empiricamente todo o trabalho foi realizado ao nível do Ensino Superior e apresentam-se dois estudos de validação, com análise fatorial exploratória e confirmatória, de instrumentos que avaliam a pessoa e o produto criativo: a Escala de Personalidade Criativa (α= 0,918) e o Inventário de Comportamentos Criativos-versão reduzida, composto por quatro fatores (artes plásticas, α=0,762; literatura, α=0,766; artes visuais, α=0,768 e artes manuais, α=0,765). O último estudo compreende a investigação empírica sobre os quatro tópicos categorizados por Rhodes (1961). Os resultados apontam para a influência significativa do género sobre o fator artes manuais e da variável classe etária sobre todas as variáveis criativas, à exceção do fator literatura. Ao nível das habilitações literárias não foi encontrada nenhuma relação significativa. Na análise do ambiente criativo (ciências sociais e humanas vs artes), encontraram-se resultados significativos para os fatores literatura, artes visuais e artes manuais, com os sujeitos das ciências sociais a apresentarem médias mais altas para a literatura e para as artes manuais. No estudo entre o ambiente criativo e os tipos vocacionais de Holland (1997) encontrou-se também valores significativos entre o ambiente criativo e os tipos artístico, social, convencional e realista, com os sujeitos das artes a pontuarem mais alto nos tipos artístico e realista. De modo geral, constatou-se que as variáveis criativas são influenciadas pela idade dos sujeitos e que o ambiente criativo tem impacto na produção criativa, sendo que apesar dos sujeitos das artes terem mais vocação artística não são necessariamente os mais produtivos. No estudo da correlação entre as variáveis criativas, verificou-se que apenas o processo criativo não se correlacionou significativamente com as restantes variáveis. Ao nível da análise multivariada encontraram-se modelos preditivos da criatividade, com modelos generalizáveis à população para o produto criativo, sendo possível com estes modelos explicar 51,0% da variabilidade das artes visuais e 44,1% da variabilidade das artes manuais. Globalmente, conclui-se que a criatividade é transversal às áreas do conhecimento e não somente passível de se encontrar nas artes. É possível ainda predizer comportamentos criativos tendo por base os 4 Ps da criatividade, sendo que sugere-se a continuação deste estudo noutras populações.

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O principal objetivo desta dissertação é descobrir a presença da ortonímia e da heteronímia do escritor português Fernando Pessoa na obra Boa noite, senhor Soares, de Mário Cláudio, bem como a relação com as personagens e suas experiências, contextualizadas em interação histórico-ficcional. Na sequência desta investigação, ficamos também a conhecer um pouco mais sobre a biobibliografia e a escrita de Mário Cláudio, autor que tem por hábito criar alguns dos seus textos em torno da vida de figuras históricas ou artísticas. Tentamos, ainda, entender quais são as características da sua escrita e perceber em que contexto literário e epocal se insere, antes de partirmos para a exploração da novela Boa noite, senhor Soares. De igual modo, com este trabalho pretendemos ajudar a reavivar a memória e a prolongar o legado de Fernando Pessoa. Nesse âmbito, com o intuito de ter uma melhor compreensão global da obra em estudo, será também importante referir o que aproxima os dois autores, isto é, a intertextualidade existente na narrativa em análise, processo que confere originalidade à criação do autor e que resulta num enriquecimento da história da literatura portuguesa. Como tal, numa fase posterior, a nossa atenção irá recair tanto em Fernando Pessoa ortónimo como em alguns dos seus heterónimos, embora tendo sempre por base o grau de relevância que lhes é conferido em Boa noite, senhor Soares, para que seja possível apresentar algumas conclusões em relação a esta investigação. Assim, para além de tentar identificar na novela as presenças de Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, procuramos dar resposta à possível conexão existente entre Bernardo Soares, semi-heterónimo de Fernando Pessoa, e o senhor Soares, personagem de relevo na narrativa e objeto de atenção por parte do jovem António da Silva Felício, narrador-personagem que, através do seu olhar atento e curioso, nos dá a conhecer as vivências e as características daquele indivíduo para ele tão enigmático.