27 resultados para Vallenilla Lanz, Laureano
em Repositório digital da Fundação Getúlio Vargas - FGV
Resumo:
Este estudo analisa se as vendas de carteiras de crdito so utilizadas por instituies financeiras para gesto de risco, de acordo com Stanton(1998) e Murray(2001) ou para captao recursos, como apontado em Cebenoyan e Strahan(2001) e Dionne e Harchaoui(2003). Duas hipteses foram testadas quanto s vendas de carteira de crdito: 1) implicam em melhor rating na carteira remanescente; ou 2) promovem alavancagem financeira - com piora na carteira remanescente -, controlando para a existncia de coobrigao e para quem esses ativos foram transferidos. A amostra inclui informaes trimestrais de 145 instituies financeiras do primeiro trimestre de 2001 ao segundo trimestre de 2008. Os resultados oferecem evidncias empricas de que as instituies financeiras utilizam estas vendas para melhora do rating da carteira de crdito remanescente, ou seja, elas transferem, em sua maioria, ativos de baixa qualidade, garantindo bons ratings e melhorando a liquidez. Adicionalmente, seguindo a proposta Dionne e Harchaoui(2003) - que alm de testar, evidenciam que exigncias regulatrias promovem alavancagem em ativos de alto risco - foi observada a relao entre o ndice de Basilia e rating da carteira de crdito. As concluses foram semelhantes s encontradas por Dionne e Harchaoui(2003): quanto mais adequada maior ndice de Basilia - uma instituio financeira for, maiores as chances de ela possuir uma carteira de crdito com qualidade ruim.
Resumo:
A presente investigao teve como objetivo responder a questo de como ocorre a criao de valor em uma dade, investigando como os mecanismos de governana atuam sobre o valor criado, como esse fenmeno ocorre ao longo do tempo e testando a aplicabilidade do modelo derivado da noo de valor econmico (BRANDENBURGER; STUART, 1996) para medir o valor criado em dades. Tambm foram testados os impactos das fontes de vantagem relacional segundo a perspectiva da viso relacional sobre o valor criado para as organizaes envolvidas. Ao integrar a literatura sobre relacionamentos do campo de Operaes e Cadeias de Suprimentos com o debate sobre criao de valor e vantagem competitiva nas reas de Estratgia e Marketing, a pesquisa props um modelo integrativo para se avaliar a criao de valor em relacionamentos e seu desenvolvimento ao longo do tempo. As principais correntes tericas usadas foram a Teoria de Custo de Transao, a Viso Relacional da estratgia e Teoria das Transaes Sociais. A pesquisa emprica qualitativa, tomando um carter dedutivo (BARRATT; CHOI, 2011), com entrevistas com 28 gestores responsveis pelos relacionamentos em dades dos setores de Alimentos e Bebidas (A&B) e Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmticos (HPPEC), tanto em empresas compradoras como fornecedoras, forneceu evidncias de que, nos segmentos investigados, os fornecedores adotam um comportamento mais propenso a colaborao do que as empresas compradoras, mas que esse comprometimento no garantia de exclusividade ou aumento de participao na relao e que mecanismos de governana relacional so mais comuns em situaes que envolvem riscos para as empresas compradoras e quando h assimetria de tamanho e poder entre as partes. As entrevistas forneceram evidncias que o modelo de valor econmico de Brandenburger e Stuart (1996) pode ser usado para avaliar o valor criado nos relacionamentos, considerando-se a diferena entre disposio a pagar da empresa compradora e o custo de oportunidade do fornecedor. Adicionalmente, os resultados sugerem que a avaliao dos ganhos em relacionamentos deve ser feita longitudinalmente, visto que h alternncia de ganhos entre as partes. Por fim, a etapa qualitativa permitiu identificar trs tipos distintos de criao de valor em dades: valor situacional, incremental e relacional. Em paralelo, foi testado um modelo para avaliar a influncia das quatro fontes de vantagem relacional no valor criado para empresas compradoras e fornecedores, com base em 76 respostas de empresas fornecedoras. A anlise dos modelos de mensurao sugere que os construtos de mecanismos de governana relacional e complementaridade de recursos podem ser agrupados em uma varivel latente representando o alinhamento intraorganizacional - fit (CHEUG; MYERS; MENTZER, 2010; SAXTON, 1997). O modelo de mensurao para valor criado, representado por cinco dimenses de primeira ordem, denominadas benefcios para a relao, benefcios para o fornecedor, benefcios para o comprador, custos de troca para a empresa compradora e custos de oportunidade para o fornecedor se mostrou adequado e com bons ajustes. A partir dos modelos validados, as relaes causais entre os recursos relacionais e as vrias formas de operacionalizar valor foram testadas, utilizando-se regresso linear mltipla. Os resultados forneceram indcios de que diferentes fontes da vantagem relacional tm impacto sobre distintos aspectos do valor criado. Enquanto o alinhamento interorganizacional explica a variao de benefcios para o fornecedor e para o comprador, o compartilhamento de conhecimento que influencia o benefcio para a relao. A especificidade de ativos tem impacto no custo de oportunidade para o fornecedor, enquanto o custo de troca para o comprador no afetado por esses mecanismos nessa situao. A anlise de agrupamentos permitiu ainda constatar a existncia de dois grupos distintos entre os respondentes: dades relacionais e dades no relacionais, sendo que o primeiro apresenta desempenho significativamente diferente do outro.
Resumo:
Os mecanismos que levam ao desempenho superior e, por consequncia, os fatores que os explicam, so focos de vrias reas de pesquisa em Administrao de Empresas. A decomposio da variabilidade do desempenho vem sendo utilizada para esse fim, inicialmente procurando entender a contribuio de fatores intrnsecos s organizaes (efeito empresa) e de fatores relacionados ao setor econmico (efeito setor); mais recentemente outros fatores ganharam interesse, como o caso das contribuies da corporao e do pas para o desempenho. Esta tese introduziu um novo fator aos estudos de decomposio da variabilidade do desempenho: o efeito cadeia de suprimentos, quantificando a influncia da afiliao a uma determinada cadeia para o desempenho da empresa. Outra contribuio desta tese o amplo mapeamento da estrutura de varincia de desempenho das empresas brasileiras, expandindo pesquisas anteriores em termos de tamanho de amostra, mtodo de anlise mais adequado (modelagem multinvel) e dimenses de desempenho utilizadas. As anlises empricas consideraram indicadores de lucro e de crescimento, com a amostra mais ampla contendo 592.905 observaes de 77.468 empresas brasileiras e 485 setores de negcios, em um perodo de 10 anos. Os dados foram obtidos das bases de dados das pesquisas econmicas estruturais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). Modelos de 3 nveis observaes de desempenho, empresas e setores mostraram que o efeito empresa individual responde pela maior parcela da varincia do desempenho; esses modelos tambm apontaram para caractersticas peculiares da realidade brasileira, como as diferenas das estruturas de varincia quando os diversos setores so analisados separadamente, principalmente em termos da intensidade do efeito setor mais relevante, por exemplo, para as empresas de servios do que para as empresas dos demais setores e como as diferenas nas estruturas de varincia para as diversas regies do Brasil, sendo as empresas das regies Norte, Nordeste e Centro-Oeste mais dependentes da contribuio do setor para seu desempenho do que as empresas da regio Sul e Sudeste. Ao se introduzir um quarto nvel a cadeia de suprimentos ao modelo, foi possvel identificar que a magnitude do efeito cadeia alcana entre 15% a 25% da variabilidade explicada, medida pela raiz quadrada dos componentes de varincia, representando cerca de 50% a 90% da magnitude do efeito setor. Alm de evidenciar a importncia da gesto das cadeias de suprimentos, os achados apontam para uma nova compreenso do efeito setor, j que indicam que os benefcios tradicionalmente atribudos ao setor econmico so em parte decorrentes da afiliao da empresa a uma determinada cadeia, e no similaridade das atividades que ela compartilha com outras empresas do mesmo setor.
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O propsito deste estudo compreender como os diferentes membros gerenciam o risco na cadeia de suprimentos global. Por meio de um estudo multicaso na cadeia de exportao da manga brasileira para os Estados Unidos foram investigados os elos fornecedor, exportador, operador logstico e importador. Foi desenvolvido um protocolo de pesquisa conforme sugesto de Yin (2010) e adaptao de instrumento de coleta de dados semi-estruturado de Christopher, et al. (2011). A partir de entrevistas com organizaes de apoio ao objeto da pesquisa, foi selecionado a amostra de empresas nas quais o fenmeno de gesto do risco poderia ser melhor observado. Baseado nas classificaes de tipo de risco elaboradas por Christopher et al. (2011), sugerida uma nova organizao das categorias de risco (demanda, suprimentos, processo e controle, ambiental e sustentabilidade). Este trabalho apresenta uma descrio da cadeia de exportao de manga, bem como os principais riscos e as estratgias mitigadoras de risco empregadas pelos quatro membros da cadeia estudados. Conforme regra de Sousa (2001), foram realizadas comparaes entre os tipos de risco e estratgias mitigadoras observadas na cadeia de suprimentos. Por fim, o estudo mostrou que a gesto do risco heterogenia entre os membros da cadeia, o exportador o mais penalizado pela consequncia de risco cadeia e a colaborao a principal forma observada de mitigao.
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Pretendemos mostrar em nosso trabalho como e feita a comercializao do pescado, os problemas porque passam e passaram a atividade, suas dificuldades, aspectos futuros e o que oferece para o nosso pas a pesca em si particularizando detalhes de So Paulo, mas sempre lembrando que a problemtica grande, e portanto, muitas vezes o assunto dever ser encarado nacionalmente, mas sempre tendo em vista a nossa cidade.
Resumo:
Relacionamentos entre fornecedores e compradores so fatores importantes para a melhoria do desempenho das empresas. A literatura nem sempre confirma que a relao entre relacionamento e desempenho positiva. Alguns estudos demonstram que uma empresa pode ter vantagem competitiva e no apresentar desempenho financeiro superior. A falta de um modelo integrativo para os benefcios do relacionamento, as diferentes formas de captura de valor pelas partes e a influncia do contexto no relacionamento podem ser apontadas como causas destes resultados inconclusivos. Para contribuir nesta discusso, o presente estudo prope e testa um modelo de criao e captura de valor como forma de avaliar os benefcios dos relacionamentos de forma integrada, na presena de incerteza e competio. O uso do valor como varivel dependente em estudos sobre relacionamentos comprador-fornecedor uma inovao, mas mostra-se mais adequado, pois mais abrangente que a medio de desempenho, a qual enfoca somente a captura de valor pelas partes, e no o valor total criado no relacionamento. Para o teste do modelo, a Viso Relacional da Estratgia foi adotada como perspectiva terica. Ela tem grande aderncia aos conceitos de criao de valor, embora a operacionalizao de seus quatro construtos, chamados de recursos relacionais, no encontre um padro na literatura. Desta forma, outra contribuio a que o estudo se props foi testar esses construtos separadamente. Uma survey foi conduzida junto a empresas qumicas com operao no Brasil. Foi testada uma nova forma de operacionalizao da criao de valor, com trs variveis dependentes distintas (valor capturado pelo fornecedor, valor capturado pelo comprador e valor gerado ao longo do tempo). Este modelo possibilitou observar a existncia de benefcios capturados pelas partes e advindos do relacionamento, alm de fornecer evidncias de que h diferenas entre a captura de valor pelo comprador e pelo fornecedor. No foi possvel comprovar a validade discriminante de trs dos construtos da viso relacional, o que confirma a necessidade de uma evoluo de sua operacionalizao. Por fim, observou-se que os recursos relacionais impactam na criao de valor e que a incerteza e a competio influenciam a captura de valor pelas partes e o valor criado no relacionamento.
Resumo:
A teoria sobre a atividade de Compras argumenta que as empresas deveriam delegar para esta rea a atividade de adquirir insumos e servios. O objetivo obter competitividade sem perder a qualidade, atravs da competncia e especialidade desta rea. Em muitas empresas, esta rea no envolvida em todas as situaes de processos de contratao. Poucos artigos e trabalhos publicados estudam a relao do cliente interno com o Departamento de Compras. Esta tese de doutorado tem como objetivo identificar os problemas que interferem no envolvimento do departamento de Compras, em processos de aquisio de servios profissionais. A Teoria da Agncia utilizada como suporte terico, por ser uma relao de um Principal, o cliente interno, e um Agente, o departamento de Compras. As hipteses testadas verificaram se o envolvimento do Departamento de Compras difere por categoria de Compras e se tem relao com as premissas da Teoria da Agncia. A pesquisa quantitativa teve 519 respostas de empresas nacionais e multinacionais no Brasil, de diversos setores da Economia. (367 de clientes internos e 152 de profissionais de Compras). Escalas utilizadas em trabalhos anteriores foram validadas, e os dados foram analisados a partir dos resultados da Anlise de varincia e de Regresso mltipla. O questionrio foi disponibilizado na internet para os clientes internos do Departamento de Compras, com objetivo de focar nas razes do no envolvimento do departamento. Os resultados indicam que, na percepo dos clientes internos o envolvimento do departamento de Compras difere por tipo de servio profissional. A relao entre as dimenses de envolvimento com as premissas da Teoria da Agncia foi confirmada. As respostas recebidas dos profissionais de Compras confirmam que as percepes sobre o envolvimento do departamento de Compras diferem, ao comparar com as respostas dos clientes internos. A contribuio terica foi de utilizar a Teoria da agncia para estudos de problemas na cadeia de suprimentos, alm da validao das escalas e a produo de pesquisa especificamente em categorias no relacionadas produo. No campo gerencial, os resultados obtidos explicam a relao existente entre as quatro dimenses do envolvimento e a Teoria da Agncia e so apresentadas as diferenas do envolvimento pela categoria a ser contratada.
Anlise qualitativa comparativa (QCA) da implantao de novos cursos (NSD) : educao executiva no Brasil
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Este trabalho analisou a combinao de recursos e processos utilizados no desenvolvimento de novos cursos (NSD) de educao executiva, modalidade ps-graduao lato sensu, nas escolas de negcios do Brasil. Para isso foi utilizada a metodologia de anlise qualitativa comparativa (QCA), em um estudo de mltiplos casos com uma amostra de 14 instituies de ensino superior. A partir da reviso de literatura conceitual e emprica sobre desenvolvimento de novos servios (NSD), foi testado o modelo de competncia e desempenho em NSD dos autores Menor e Roth, 2008. Os resultados forneceram evidncias de que o modelo de competncia em NSD identificado na literatura internacional tambm se aplica ao Brasil. Porm o resultado desse estudo aponta casos contraditrios ao modelo que podem ser base para futuras pesquisas. Em especial pela ausncia da dimenso de formalizao dos processos de NSD nos casos em questo.
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Este trabalho buscou analisar o efeito da confiana tanto na criao de valor nas relaes comprador-fornecedor quanto na sua captura. Partiu-se da perspectiva terica da Viso Relacional, em que as relaes colaborativas so capazes de criar um valor nico, que no seria criado por nenhum dos membros da parceria de forma independente, nem mesmo em uma simples troca de mercado. A confiana tem papel central em relaes colaborativas, pois atua como um efetivo mecanismo de governana relacional, que minimiza os custos de transao, como aqueles relacionados a monitoramento e controle, e promove o engajamento das firmas em atividades de criao de valor. Contudo, enquanto que a criao de valor um cenrio ganha-ganha, a captura de valor indica que, se uma fatia maior do bolo fica com uma firma, resta uma fatia menor para o outro parceiro. Se a presena da confiana importante para o bom andamento de relacionamentos colaborativos, seu excesso pode fazer com que a firma se abstenha do uso do poder, o que significa deixar para o parceiro uma parte dos ganhos que seriam apropriveis por ela. O estudo foi desenvolvido em 117 dades da indstria qumica brasileira, a partir dos relacionamentos das firmas desta indstria com compradores de outras indstrias. A modelagem de equaes estruturais e a regresso mltipla compuseram as tcnicas multivariadas de anlise dos dados coletados. Os resultados do trabalho demonstraram a existncia tanto do lado brilhante quanto do lado obscuro da confiana. Embora tenha ficado evidente a sua importncia na criao das rendas relacionais para a dade, foi encontrado um limite para os benefcios crescentes do nvel de confiana, pois seu excesso afetava negativamente a parcela de valor capturada pelo fornecedor. Os resultados do trabalho indicam ainda que o potencial de captura das rendas relacionais pelo fornecedor prejudicado pelo aumento da sua dependncia em relao ao comprador. Estes achados oferecem importantes contribuies tericas e sugerem oportunidades para estudos futuros sobre o tema.
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A inovao e a sustentabilidade em seus esforos contnuos desenvolvem uma relao bilateral, na qual a sustentabilidade depende da inovao e a sustentabilidade tambm um motor de inovao. O desenvolvimento de novos produtos (New Product Development - NPD) reconhecido como um dos principais tipos de inovao, e apesar da extensa literatura, ainda apresenta desafios para as empresas por introduzir descontinuidade nas suas operaes, requerendo maior entendimento de como a empresa se reconfigura frente a mudanas estratgicas. Este estudo tem como objetivo descrever como os princpios de sustentabilidade so incorporados ao NPD, como processo e capacidade organizacional, pela tica de recursos. Um estudo de caso nico e exemplar de uma empresa brasileira do setor de cosmticos explora o NPD desta empresa e suas mudanas perante a orientao estratgica para a sustentabilidade. No caso analisado mostrado como os princpios de sustentabilidade foram incorporados ao NPD pela tica de recursos, competncias e capacidades operacionais, estabelecendo a relao entre inovao e sustentabilidade. A estratgia relacionada sustentabilidade dependeu do processo e da capacidade de NPD para ser incorporada s operaes da empresa. Alm disto, ele mostra a especificidade da empresa Natura, ao se observar que sua cultura e sua viso j traziam claros elementos relacionados s perspectivas da sustentabilidade, mesmo antes da prpria empresa adotar este direcionamento estratgico explicitamente. Este estudo visa contribuir com um campo ainda pouco explorado de anlise de inovao e sustentabilidade de forma conjunta e nos nveis das operaes e do negcio. Espera-se que as seis proposies tericas feitas proporcionem oportunidades para novos estudos.
Resumo:
O estudo do fenmeno cluster, nos ltimos 30 anos, sob inmeras qualificaes, tem atrado ateno crescente tanto do meio acadmico quanto dos responsveis pelo desenvolvimento de polticas pblicas. No entanto, seu ciclo de desenvolvimento ainda um aspecto pouco explorado. A necessidade em se investigar e compreender o ciclo de desenvolvimento dos clusters destacada por vrios autores. Do ponto de vista das polticas pblicas, a importncia em se identificar o ciclo de evoluo dos clusters, bem como cada um de seus estgios, reside na assertividade das aes por elas proporcionada. A tese apresentada na forma de trs artigos cientficos. O primeiro busca determinar a natureza e as dimenses da noo de cluster pela explorao das bases terico-conceituais de trs reas de conhecimento em que o conceito mais comumente empregado: a geografia econmica, a administrao estratgica e a administrao de operaes. Alm de outras descobertas, os resultados proporcionam uma classificao dos temas de pesquisa ao redor do conceito, bem como das linhas terico-conceituais que os sustentam. O segundo lida com a questo de como os clusters so identificados. Partindo de algumas limitaes das estatsticas da economia regional, em especial do Quociente Locacional (QL), o autor prope uma abordagem de aplicao conjunta dessas estatsticas com aquelas apresentadas pela Anlise Exploratria de Dados Espaciais (AEDE). Os resultados mostram a complementariedade das abordagens, pois parte das limitaes da primeira consegue ser resolvida pela segunda, mas, mais importante, conseguem revelar o valor proporcionado pelas estatsticas da AEDE acerca da dinmica regional. Por fim, o terceiro e ltimo artigo prope um instrumento de avaliao do ciclo de desenvolvimento dos clusters envolvendo 6 dimenses e 11 elementos de avaliao. A partir dos potenciais clusters identificados no segundo artigo, o instrumento aplicado sobre trs deles. O resultado a obteno de uma abordagem simples, conceitualmente coerente, prtica e de baixo custo de aplicao.
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Adicionalmente responsabilidade sobre as funes administrativas, de produo, logstica, finanas e marketing, as organizaes, neste sculo XXI, tambm devem apresentar diretrizes de boas prticas aos stakeholders. Nesse sentido, os gestores vislumbram reduzir as incertezas do ambiente em que a empresa est inserida por meio do reconhecimento das foras e fraquezas dos recursos organizacionais e implantar prticas que proporcionem melhoria do desempenho e da competitividade organizacional. Dessa forma, fundamentados na viso baseada em recursos (VBR), esta tese analisou a relao das prticas socioambientais com as competncias operacionais, especificamente de cooperao e de melhoria contnua, e a influncia desses constructos ante os critrios de desempenho operacional. Mediante esses conceitos, foram relacionadas sete hipteses de pesquisa, lastreadas na reviso bibliogrfica. Como procedimento metodolgico, realizou-se uma pesquisa explanatria e quantitativa, por meio de uma survey com corte transversal. O instrumento de pesquisa foi um questionrio estruturado com variveis do tipo nominais e ordinais, em uma escala do tipo Likert. Para a anlise e tratamento dos dados, utilizou-se a estatstica univariada e multivariada, especificamente, a anlise fatorial e a regresso linear mltipla. A populao alvo foi constituda de empresas, do tipo manufatureiras, cadastradas no sistema da Federao das Indstrias de Minas Gerais, especificamente dos setores metal-mecnico, alimentcio e qumicos, escolhidas em funo da capacidade de inovao. Os resultados sugerem que existe um impacto positivo das prticas ante os critrios de desempenho, assim como para a formao de competncias operacionais. A competncia operacional de cooperao suporta a reduo de custos e a de melhoria contnua para ganhar flexibilidade operacional. As principais contribuies do estudo so: (i) um modelo terico para que as organizaes de manufatura diferenciem e delineiem quais as prticas devam desenvolver para atingir competncias, levando-se em conta os padres socioambientais, assim como, quais so as prticas que ofeream o melhor desempenho; (ii) a comprovao do pressuposto de aditividade, ao nvel das prticas, pois as rotinas voltadas para os funcionrios auxiliaram as prticas operacionais no incremento da varincia explicada; (iii) o diagnstico realizado sobre a necessidade de se desenvolver recursos idiossincrticos para a evoluo das prticas ambientais, de um nvel de controle, para de preveno e que, dessa forma, se obtenha a vantagem competitiva sustentvel.
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Manufacturing strategy has been widely studied and it is increasingly gaining attention. It has a fundamental role that is to translate the business strategy to the operations by developing the capabilities that are needed by the company in order to accomplish the desired performance. More precisely, manufacturing strategy comprises the decisions that managers take during a certain period of time in order to achieve a desire result. These decisions are related to which operational practices and resources are implemented. Our goal was to identify the relationship between these two decisions with operational performance. We based our arguments on the resource-based view for identifying sources of competitive advantage. Hence, we argued that operational practices and resources affect positively the operational performances. Additionally, we proposed that in the presence of some resources the implementation of operational practices would lead to a greater performance. We used previous scales for measuring operational practices and performance, and developed new constructs for resources. The data used is part of the High Performance Manufacturing project and the sample is composed by 291 plants. Through confirmatory factor analysis and multiple regressions we found that operational practices to a certain extant are positively related to operational performance. More specifically, the results show that JIT and customer orientation practices have a positive relationship with quality, delivery, flexibility, and cost performances. Moreover, we found that resources like technology and people explain a great variance of operational performance.
Resumo:
Este estudo buscou verificar a influencia dos agentes da cadeia de suprimentos no desempenho do desenvolvimento de novos produtos quando os agentes so analisados em conjunto. A motivao desta pesquisa veio de estudos que alertaram para a considerao da integrao da cadeia de suprimentos como um constructo multidimensional, englobando o envolvimento da manufatura, fornecedores e clientes no desenvolvimento de novos produtos; e devido falta de informao sobre as influencias individuais destes agentes no desenvolvimento de novos produtos. Sob essas consideraes, buscou-se construir um modelo analtico baseado na Teoria do Capital Social e Capacidade Absortiva, construir hipteses a partir da reviso da literatura e conectar constructos como cooperao, envolvimento do fornecedor no desenvolvimento de novos produtos (DNP), envolvimento do cliente no DNP, envolvimento da manufatura no DNP, antecipao de novas tecnologias, melhoria contnua, desempenho operacional do DNP, desempenho de mercado do NPD e desempenho de negcio do DNP. Para testar as hipteses foram consideradas trs variveis moderadoras, tais como turbulncia ambiental (baixa, mdia e alta), indstria (eletrnicos, maquinrios e equipamentos de transporte) e localizao (Amrica, Europa e sia). Para testar o modelo foram usados dados do projeto High Performance Manufacturing que contm 339 empresas das indstrias de eletrnicos, maquinrios e equipamentos de transporte, localizadas em onze pases. As hipteses foram testadas por meio da Anlise Fatorial Confirmatria (AFC) incluindo a moderao muti-grupo para as trs variveis moderadoras mencionadas anteriormente. Os principais resultados apontaram que as hipteses relacionadas com cooperao foram confirmadas em ambientes de mdia turbulncia, enquanto as hipteses relacionadas ao desempenho no DNP foram confirmadas em ambientes de baixa turbulncia ambiental e em pases asiticos. Adicionalmente, sob as mesmas condies, fornecedores, clientes e manufatura influenciam diferentemente no desempenho de novos produtos. Assim, o envolvimento de fornecedores influencia diretamente no desempenho operacional e indiretamente no desempenho de mercado e de negcio em baixos nveis de turbulncia ambiental, na indstria de equipamentos de transporte em pases da Americanos e Europeus. De igual forma, o envolvimento do cliente influenciou diretamente no desempenho operacional e indiretamente no desempenho de mercado e do negcio em mdio nvel de turbulncia ambiental, na indstria de maquinrios e em pases Asiticos. Fornecedores e clientes no influenciam diretamente no desempenho de mercado e do negcio e no influenciam indiretamente no desempenho operacional. O envolvimento da manufatura no influenciou nenhum tipo de desempenho do desenvolvimento de novos produtos em todos os cenrios testados.
Resumo:
Nas ltimas dcadas, diversos estudos empricos foram desenvolvidos na rea de operaes analisando a relao entre prticas operacionais de gesto e desempenho das empresas de manufatura. Os resultados, em sua maioria, indicam um efeito positivo das prticas sobre o desempenho, embora alguns deles tenham apresentado resultados contrrios. A inconsistncia na anlise conjunta de tais estudos pode ter origem na utilizao de diferentes designs de pesquisa, na abordagem individual de cada prtica e nos diferentes contextos que adicionam impreciso a estudos multisetoriais. Alm disso, os estudos pouco trataram dos fatores que favorecem ou dificultam a adoo e evoluo das prticas de gesto nas empresas. Apesar dos supostos benefcios amplamente divulgados no ambiente corporativo, no est claro o que leva algumas organizaes a enfrentar dificuldades na adoo e utilizao de tais prticas. Buscando minimizar duas possveis causas de inconsistncias citadas anteriormente, a presente pesquisa estudou os efeitos de um amplo grupo de prticas de gesto no desempenho das empresas e os fatores internos que influenciam na sua adoo e evoluo em um ambiente controlado e comparvel, por se tratar de um nico setor. A lente terica emprestada foi a Viso Baseada em Recursos (Resource-Based View RBV), perspectiva prevalente na literatura de gesto estratgica. A abordagem utilizada nesta pesquisa trata prticas operacionais de gesto como rotinas que executam atividades relevantes para os objetivos da empresa. Estas rotinas incorporam o resultado das interaes entre vrias formas de conhecimento, tornando-se cada vez mais especficas e, portanto, menos transferveis. A dificuldade de observar estas complexas inter-relaes e a natureza tcita e dependente do caminho de cada rotina individualmente levam a fortes barreiras imitao. Prticas de gesto, sob esta perspectiva, acumulam conhecimento, so especficas e difceis de copiar tornando-se competncias, respectivamente, valiosas, raras e de difcil imitao ou substituio. Segundo a RBV, este cenrio leva a vantagens competitivas sustentveis, podendo contribuir para o aumento do desempenho da organizao. O estudo fornece evidncias, a partir da anlise de dados obtidos em 124 entrevistas realizadas com executivos e gestores exclusivamente do setor de embalagens no Brasil, de que um alto grau de utilizao de grupos de prticas de gesto tem influncia direta no desempenho superior medido pela lucratividade, crescimento do faturamento e produtividade das empresas. Em especial, foram encontradas evidncias de que quanto maior o porte, maiores as chances de a empresa apresentar alto grau de utilizao das prticas de gesto. Na direo oposta, o excesso de autoconfiana dos gestores (hubris) mostrou-se fator de influncia negativa na evoluo de tais prticas. No foram encontradas evidncias que o tipo de estrutura societria familiar influencie na adoo de prticas de gesto.