4 resultados para Praça Olavo Bilac - PA

em Repositório digital da Fundação Getúlio Vargas - FGV


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O campesinato santareno (lavradores, pescadores, posseiros, colonos etc.) extremamente diversificado, guindo-se trs trajetrias: a) a do campesinato de beirario, oriundo do tempo do Brasil-colnia; b) a do campesinato do planalto, formado por nordestinos fugidos das secas e do latifndio e por sobreviventes do auge da borracha; c) a do campesinato das estradas, que se origina na penetrao da Amaznia em consequncia do modelo capitalista dominante. Porm todos se identificam pela mesma ameaa de excluso frente a este modelo que lhes atinge direta ou indiretamente. As condies econmico-sociais criadas pela histria, a conjuntura e a ao de determinados agentes sociais - da Pastoral, educadores e lavradores - propiciaram, em meados dos anos 70, a ecloso de um movimento de trabalhadores rurais. Este movimento visto num primeiro perodo (1974-78) como comunitrio, de ao e perspectivas limitadas; num segundo perodo (1978-82) se define, predominantemente, como movimento voltado para a organizao sindical dos trabalhadores rurais; no terceiro perodo analisado (1983-85),a organizao sindical dos camponeses impe a sua fora relativa "cidade poltica", presente na cidade de Santarm, na CUT e com uma ativa participao deles no PT. Em cada perodo, combinam-se de modo diferente trs "graus" ou "momentos", constitutivos, segundo Gramsci, da conscincia de classe: o "momento econmico-corporativo", o momento sindical e o momento poltico. Neste processo de interaco, concretizado nas suas lutas (por terra, sade, estrada, melhores preos para a sua produo, contra a pesca predatria, etc.) e na sua organizao, o campesinato santareno forja a sua identidade coletiva, sua conscincia de classe. Esta histria vista, ao mesmo tempo, como "poltico-militar", em que um grupo social luta para manter e ampliar o seu espao fsico-social, e como pedaggica, em que o grupo se socializa e constri uma nova viso do mundo, adquirindo/ forjando os instrumentes conceituais e operacionais necessrios para sobreviver como classe em que seus componentes se impem como cidados.

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Falar hoje da Baixada Fluminense falar de misria e violncia, duas representaes arraigadamente presentes no dia a dia dos sujeitos moradores da regio. A Baixada miservel e violenta porque assim o seriam seus moradores. Estas imagens, que se foram colando realidade, dando-lhe afeio de verdadeira e absoluta, conformam o imaginrio que a historiografia oficial utiliza para apresentar o quadro da regio. E neste cenrio que uma face oculta revela-se, mostrando outras imagens, experincias e aes, especialmente a partir dos anos 70. Tambm na Praça da Bandeira, localizada em So Joo de Meriti, um dos municpios da Baixada Fluminense, surge no cenrio pblico, atravs de prticas sociais e polticas, sujeitos coletivos com idias, opinies, vontades e propostas de solues para os seus diversos problemas. Prticas moleculares, agora transformadas em prticas coletivas maiores, dando origem a outro imaginrio sobre sua realidade e sua hist6ria. Ao longo das duas ltimas dcadas foram sendo desenvolvidas experincias exemplares, como a organizao dos Clubes de Mes, a luta pelo transporte e saneamento bsico e a implantao de um jardim de infncia. Passo a passo o movimento organizado foi alterando-se, multiplicando-se e transformando seus protagonistas em sujeitos coletivos, construtores de um novo campo da poltica, de um novo "fazer-se" enquanto sujeito de uma classe social. Ao se forjarem como sujeitos coletivos, os moradores vivenciaram prticas de solidariedade e resistncias, sedimentadas em espaos mltiplos, configurados pela sua continua e permanente organizao.

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Parte do processo de descentralizao iniciado no Brasil no fim da dcada de 1980, o movimento por uma maior permeabilidade do Estado resultou na definio de Conselhos Gestores de Polticas como peas centrais para as polticas sociais em todo o pas. No entanto, a heterogeneidade brasileira de propores continentais solicita a adequao e o ajuste de polticas pblicas e instituies para responderem sdiversas realidades locais. Este trabalho foi realizado a partir de um estudo de caso exploratrio que busca responder sobre o alcance dos Conselhos como arena para discusso, encaminhamento de demandas e soluo de problemas da populao que habita o espao considerado rural de Juruti, municpio amaznico repleto de especificidades e desafios comuns regio. Assim, apesar de observarmos a existncia de grupos, associaes e espaos similares nas comunidades para discutir necessidades e enderear as demandas por meio da atuao engajada de lideranas locais de diversos perfis, o que se percebe que muitos desconhecem caminhos j institucionalizados (como os Conselhos Municipais) para encaminhar suas demandas. Com um movimento alheio aos espaos legalmente constitudos, as comunidades perdem a oportunidade de participar mais ativamente da formao de agenda do municpio, alm de ficarem de fora dos mecanismos de controle social e acesso a recursos pblicos. A realizao de suas demandas se transforma em moeda de troca em vez de direitos reivindicados satisfeitos, se transforma em conquistas que perdem o papel simblico no fortalecimento organizativo das comunidades.Em uma realidade rural amaznica como Juruti, parece fundamental discutir o chamado trabalho de base, o que implica em considerar variveis de extrema relevncia de custo e tempo de deslocamento, alm da necessria regionalizao dos interesses e demandas. Percebe-se imprescindvel tambm a rediscusso sobre os parmetros para a definio do rural no pas, de forma a incluir os diversos Brasis e viabilizar diagnsticos que possibilitem que particularidades como as amaznicas se reflitam em polticas pblicas, em modelos de gesto municipal e em espaos participativos adequados, que dialoguem com o local.