4 resultados para Deficiência mental Teses

em Repositório digital da Fundação Getúlio Vargas - FGV


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O objetivo desta pesquisa foi investigar a vida cotidiana de mulheres rotuladas como deficientes mentais, atravs de seus relatos biogrficos pessoais. As entrevistadas descreveram sua rotina em casa e na instituio, falaram sobre suas famlias, relacionamentos, dificuldades em integrao social, e sobre seus problemas fsicos e de aprendizagem. Ficou clara no discurso deste grupo a dicotomia entre o mundo de dentro", compreendendo os espaos protegidos da casa e da instituio, e o mundo ameaador e violento de fora", representado pela rua. Seus relacionamentos sociais restringem-se aos personagens do mundo de dentro": a famlia, os profissionais, e os colegas da instituio, e muitas entrevistadas disseram se sentir discriminadas pelas pessoas de fora". Embora vrias mulheres tenham exprimido o desejo de ser independentes (trabalhar fora, sair sozinhas, etc), na prtica mantm urna relao de extrema dependncia familiar. A pesar de dois teros das entrevistadas terem mais de 20 anos, elas no parecem ter nenhuma perspectiva concreta de morar sozinhas, casar, ou vir a formar sua prpria famlia. Um dos pressupostos deste estudo era de que o estigma da deficiência mental, seria o terna central nas histrias de vida. Entretanto, mais da metade dos sujeitos no abordou esta questo, e muito poucas se autodenominaram deficientes. Foi postulado que os efeitos do estigma talvez sejam minimizados neste grupo devido superproteo familiar e institucional por um lado, e a evitao do mundo "de fora" (onde esta condio seria denunciada mais abertamente) por outro. Assim sendo, em sua prtica diria, a maioria dessas mulheres tm poucas oportunidades de se confrontar com a situao de marginalizao. Deficiência mental foi analisada como um fenmeno socialmente construdo, e acredita-se que estas pessoas funcionem em um nvel mais dependente do que sua condio orgnica exigiria, por terem sido reforadas por representar o papel social de deficientes. Apesar das caractersticas comuns, cada histria de vida provou ser original e nica, mostrando o erro em se considerar as pessoas portadoras de deficiência mental como um grupo homogneo e bem definido. Alm disso, a no ser pela dependncia familiar, falta de participao autnoma e integrada na comunidade, e relacionamento amoroso e sexual restrito, a ideia dessas mulheres no qualitativamente diferente do resto da populao.

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Tomando-se como ponto de partida a carncia de uma perspectiva terica sistematizada que se observa na abordagem psicolgica do deficiente mental, o presente estudo visa levantar e sugerir alguns aspectos relevantes da referida rea, como possveis contribuies ao seu enriquecimento. Admite-se que a deficiência mental s pode ser legtima e autticamente investigada em suas dimenses psicolgicas (cognitivas e afetivo-emocionais) desde que referida a um contexto terico abrangente e estruturado, do qual seja um campo de aplicao de conceitos e pressupostos devidamente articulados. Neste sentido, a obra de Henri Wallon tomada como o referencial estratgico. Analisam-se suas contribuies para a psicologia enquanto tal, psicologia do desenvolvimento, psicopatologia, assim como as implicaes relativas ao estudo da deficiência mental feito luz de tais pressupostos. A Psicologia Gentica de Wallon discutida, no captulo 1, enquanto uma alternativa terica para a delimitao do objeto de estudo da cincia psicolgica e para o equacionamento da metodologia de conhecimento do mesmo. Apresentam-se suas tentativas de introduo do materialismo dialtico como postura epistemolgica e sua metodologia concreta-multidimensional na abordagem do fenmeno psquico. A partir de tal enquadre, derivam- se seus estgios de desenvolvimento e suas concepes acerca da evoluo dialtica da personalidade. O captulo 2 focaliza a expresso patolgica do fenmeno psquico enquanto um comprometimento compreensvel da evoluo dialtica normal. Como decorrncia e implicao, a deficiência mental discutida como um mbito particular e expressivo do fenmeno psicopatolgico, traduzindo, em seus diferentes nveis, um processo evolutivo que inviabiliza o acolhimento e a resoluo de conflitos e contradies que caracterizam o desenvolvimento normal. Finalmente, analisam-se as diferentes e profundas contribuies acarretadas por uma retomada do pensamento walloniano inexplicvelmente negligenciado em seu alcance, riqueza, fecundidade e abrangncia.

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Com base na prtica da Diviso de Educao Especial e do Sistema Educacional Pblico do Estado do Amap em relaao s crianas que anualmente ingressam neste sistema, iniciando seu processo de escolarizao, procedemos a anlise dos mecanismos de seleo, excluso e permanncia que se instalam, tomando como ponto de partida o sucesso ou fracasso da escola em compreender o desenvolvimento da linguagem escrita em criancas na 1a srle do 1o grau e as consequentes implicaes subjacentes s concepes adotadas sobre este processo. Fundamentando teoricamente tal anlise, procede-se a discusso acerca do aparelho escolar enquanto instncia de reproduo e manuteno do modo hierarquizado adotado pelo modelo capitalista de produo e a consequente aceitao desta condio como processo natural. Contrapondo o critrio de legitimao da incapacidade ou "deficiência" de crianas e adolescentes das camadas populares em desenvolver de modo "regular" seu processo de construo da leitura e escrita, apresentamos as contribuies de Vygotsky, Luria e Ferreiro que tratam a questo com base na interao aluno X linguagem escrita enquanto sujeito X objeto cultural, apresentando niveis de desenvolvimento de escrita obtidos junto a crianas consideradas "normais". Partindo desta ltima concepo, realizou-se estudo com 16 sujeitos considerados "deficientes mentais", para obter dados a respeito dos niveis evolutivoe deste processo, a fim de identificar as possveis semelhanase e diferenas entre os grupos "deficientes" e os realizados com " normais" . De acordo com dados obtidos observa-se que crianas consideradas "deficientes mentais, neste estudo, desenvolvem linguagem escrita em niveis semelhantes aos encontrados em crianas consideradas "normais " nos estudos realizados por Luria e Ferreiro. Os resultados serviro de suporte para repensar a proposta da Educao Eepecial em conceituar e atender "deficiência mental", bem como, da Secretaria de Educao acerca do significado de alfabetizao.

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A dissertao visou ao estudo da relao da professora com o aluno portador de deficiência mental. Tendo como fundamento a teoria da comunicao em Gregory Bateson, organizou-se uma pesquisa qualitativa de base de fenomenolgica, com o objetivo de verificar o comportamento e a comunicao entre professora e aluno, na situao natural em que ocorrem a sala de aula. Foram observadas onze professores e trinta e dois alunos, em trs escolas para excepcionais. Partiu-se do pressuposto de que esta uma relao de infantilizao, que dificulta a auto-percepo do aluno. Inicialmente, o assunto foi situado nos temas mais amplos, que so educao e a questo do excepcional. Observou-se que o autoritarismo e a tendncia uniformizao dos comportamentos, a qual consequncia da negao da diferena, mostram-se mais nocivos quando aplicados ao excepcional. No permitem o reconhecimento da deficiência e a evoluo do indivduo, atravs da conscincia de seus limites. Fica o aluno infantilizado, impedido de crescer como pessoa autnoma. Aps as observaes, analisando=se as comunicaes professora-aluno, verificou-se que estas se inseriram em dez categorias, nas quais predominava o autoritarismo. A professora detinha os controles e determinava as respostas certas, sem flexibilidade neste julgamento. Evidenciou-se uma dificuldade em discernir entre limites educacionais e controles autoritariamente impostos. Os alunos agiam e reagiam dentro destes mesmos princpios, dividindo-se entre os que aceitavam o modelo determinado e os alunos-problema que resistiam em aceitar as regras. A educao do excepcional transforma-se num paradoxo, pois a autonomia, que seu objetivo, significa, neste caso, submisso, tendo em vista que o aluno orientado dentro de quadros rgidos. Conclui-se pela importncia da dinmica dos processos relacionais e de como eles influenciam o comportamento dos sujeito, mostrando-se a necessidade de reflexo sobre estes aspectos.