4 resultados para BOLIVIAN ANDES
em Repositório digital da Fundação Getúlio Vargas - FGV
Resumo:
O princípio da não-discriminação no tratamento entre os membros da OMC é um dos pilares do sistema multilateral de comércio. Esta regra geral acomoda, entretanto, uma série de mecanismos de exceção, entre os quais a autorização para que os países concedam preferências comerciais de forma unilateral. Grande parte da literatura sobre os programas de preferências comerciais unilaterais tende a enfatizar os elementos puramente econômicos, sendo pouco explorados os aspectos políticos relacionados a estes programas. Este trabalho centra-se na análise do programa de preferências comerciais unilaterais, criado pela Andean Trade Preference Act de 1991, pelo qual os Estados Unidos concedem preferencias unilaterais à Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Apesar do seu objetivo oficial ser o auxílio à diversificação das exportações dos beneficiários e diminuição do cultivo de culturas ligadas à produção de drogas, a avaliação desenvolvida neste trabalho não identificou efeitos significativos do programa sobre a diversificação das exportações ou produção de coca e cocaína. Verifica-se, por outro lado, que embora não seja exigida reciprocidade dos beneficiários em matéria tarifária, os Estados Unidos vinculam a outorga a uma série de condicionalidades de natureza comercial e não-comercial, como propriedade intelectual, direitos trabalhistas e proteção aos investidores, as quais refletem interesses específicos norte-americanos. A conclusão do estudo é de que a importância da ATPA não pode ser explicada pelo aspecto estritamente comercial. A existência do programa e sua renovação em 2002 são mais compreensíveis quando o analisamos como um instrumento de política externa dos Estados Unidos, pelo qual este país estabelece vínculos comerciais como forma de exercício de coerção suave sobre os beneficiários.
Resumo:
Em seus mais de 40 anos de existência, a Comunidade Andina das Nações alternou períodos de euforia com crises profundas, que resultaram na saída de um de seus membros originais – o Chile, que denunciou o acordo logo em 1976 – e da Venezuela, que aderiu em 1973, mas abandonou em 2006. Além de apresentar o histórico do bloco, a evolução de seu marco institucional e de seus indicadores econômicos e comerciais básicos, o presente capítulo descreve em maior detalhe a evolução dos acontecimentos que culminaram com a saída da Venezuela. A análise dos impactos econômicos e políticos de sua saída é a base das reflexões desenvolvidas nas considerações finais do capítulo, na última seção, sobre as condições necessárias para a estabilidade de acordos regionais de integração.
Resumo:
Esta dissertação estuda os países andinos Bolívia, Equador e Venezuela que recentemente, sob a liderança de Presidentes com forte respaldo popular e discurso de renovação política, aprovaram novas constituições. Todo o processo de elaboração das novas constituições nos três países foi realizado buscando-se o respaldo popular, com consultas para saber, no voto, se de fato Assembleias Constituintes deveriam ser convocadas até a posterior aprovação do texto final via plebiscito realizado nacionalmente. Para analisar de forma crítica o que ocorreu na Bolívia, no Equador e na Venezuela foi realizada uma revisão bibliográfica do conceito de constituição e poder constituinte, estudando-se também o processo de elaboração de constituições, conforme entendido pela literatura. A compreensão teórica aliada aos três casos práticos estudados no texto permitem identificar uma tendência de direcionamento da vontade popular para a implementação de projetos políticos dos líderes eleitos, que atuam para, com maior ou menor facilidade, conseguir controlar todas as instâncias políticas do país. E as novas Constituições, observar-se-á, são parte fundamental nesse projeto de poder.
Resumo:
Andrés Hernandez é professor da Universidade Los Andes, Colômbia. Seus interesses de pesquisa são accountability social, prestação de contas, movimentos sociais e governança ambiental. Ele esteve no Brasil em agosto de 2013 para participar do I Colóquio Internacional em Estudos Organizacionais. Nesta entrevista, Hernandez fala sobre transparência, accountability e prestação de contas.