99 resultados para capacidade competitiva
Resumo:
As telecomunicações no mundo têm avançado a passos largos na oferta de novas tecnologias e padrões que viabilizam e flexibilizam a transmissão / recepção de informações entre pessoas e a Internet. Em especial, no que tange à ubiqüidade, o uso de dispositivos de comunicações móveis sem fio, como telefones celulares e PDAs (Personnal Digital Assistant), tem permitido às empresas alcançarem seus clientes a qualquer hora e em qualquer lugar. Muitos padrões de comunicação wireless têm surgido, inicialmente na indústria de telefonia móvel celular e, em seguida, na indústria de computadores e PDAs, habilitando a comunicação wireless de dados em banda larga e o comércio eletrônico móvel (m-commerce). Em especial, o padrão Wi-Fi tem sido difundido mundialmente através da expansão de redes públicas sem fio (PWLANs). Assim, os fabricantes de equipamentos de telecomunicações, as empresas operadoras de serviços de telefonia fixa e móvel e até provedores de acesso à Internet têm manifestado grande interesse nessa área por perceberem novas oportunidades de aumento de receita através da tecnologia Wi-Fi. Todos estes aspectos da recente história do Wi-Fi têm gerado questionamentos quanto a seu futuro sucesso e real geração de vantagem competitiva sustentável, não obstante o volume de negócios relativos a esta tecnologia estar em franco crescimento. Este trabalho propõe-se a analisar o mercado de serviços PWLAN Wi-Fi brasileiro, identificando os principais atores e os modelos de negócio praticados por eles, comparando esses modelos aos modelos identificados por Shubar e Lechner. O estudo propõe-se, também, a avaliar tais empresas e seus respectivos modelos de negócio segundo o framework VRIO desenvolvido por Barney com base na visão estratégica baseada em recursos (RBV- Resource Based View).
Resumo:
Nas últimas décadas, diversos estudos empíricos foram desenvolvidos na área de operações analisando a relação entre práticas operacionais de gestão e desempenho das empresas de manufatura. Os resultados, em sua maioria, indicam um efeito positivo das práticas sobre o desempenho, embora alguns deles tenham apresentado resultados contrários. A inconsistência na análise conjunta de tais estudos pode ter origem na utilização de diferentes designs de pesquisa, na abordagem individual de cada prática e nos diferentes contextos que adicionam imprecisão a estudos multisetoriais. Além disso, os estudos pouco trataram dos fatores que favorecem ou dificultam a adoção e evolução das práticas de gestão nas empresas. Apesar dos supostos benefícios amplamente divulgados no ambiente corporativo, não está claro o que leva algumas organizações a enfrentar dificuldades na adoção e utilização de tais práticas. Buscando minimizar duas possíveis causas de inconsistências citadas anteriormente, a presente pesquisa estudou os efeitos de um amplo grupo de práticas de gestão no desempenho das empresas e os fatores internos que influenciam na sua adoção e evolução em um ambiente controlado e comparável, por se tratar de um único setor. A lente teórica emprestada foi a Visão Baseada em Recursos (Resource-Based View – RBV), perspectiva prevalente na literatura de gestão estratégica. A abordagem utilizada nesta pesquisa trata práticas operacionais de gestão como rotinas que executam atividades relevantes para os objetivos da empresa. Estas rotinas incorporam o resultado das interações entre várias formas de conhecimento, tornando-se cada vez mais específicas e, portanto, menos transferíveis. A dificuldade de observar estas complexas inter-relações e a natureza tácita e dependente do caminho de cada rotina individualmente levam a fortes barreiras à imitação. Práticas de gestão, sob esta perspectiva, acumulam conhecimento, são específicas e difíceis de copiar tornando-se competências, respectivamente, valiosas, raras e de difícil imitação ou substituição. Segundo a RBV, este cenário leva a vantagens competitivas sustentáveis, podendo contribuir para o aumento do desempenho da organização. O estudo fornece evidências, a partir da análise de dados obtidos em 124 entrevistas realizadas com executivos e gestores exclusivamente do setor de embalagens no Brasil, de que um alto grau de utilização de grupos de práticas de gestão tem influência direta no desempenho superior medido pela lucratividade, crescimento do faturamento e produtividade das empresas. Em especial, foram encontradas evidências de que quanto maior o porte, maiores as chances de a empresa apresentar alto grau de utilização das práticas de gestão. Na direção oposta, o excesso de autoconfiança dos gestores (hubris) mostrou-se fator de influência negativa na evolução de tais práticas. Não foram encontradas evidências que o tipo de estrutura societária familiar influencie na adoção de práticas de gestão.
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Apesar da centralidade e relevância do conceito de Vantagem Competitiva em Administração de Empresas, o tema ainda é fonte de debate quanto ao seu significado, mensuração, manifestação e relação com o desempenho financeiro. Este trabalho contribui com esse debate avançando em vários pontos conceituais, metodológicos e empíricos. Por meio de uma sequência de três artigos, o conceito de vantagem competitiva é revisitado propondo-se novas dimensões, sua existência é quantificada usando um modelo Bayesiano, seu dinamismo caracterizado e, por fim, as novas dimensões propostas são testadas empiricamente. O primeiro artigo contribui teoricamente com a discussão do conceito de vantagem competitiva e sua relação com o desempenho financeiro a partir de uma abordagem de criação de valor econômico. Este artigo traz uma contribuição metodológica ao elaborar um modelo hierárquico Bayesiano bidimensional para medir a existência da vantagem competitiva a partir do desempenho financeiro e uma contribuição conceitual ao propor duas novas dimensões do conceito (momentum e consistência). O segundo artigo aplica o modelo proposto no primeiro a uma base de dados de empresas norte americana, cobrindo o período de 1995 a 2011. Esse artigo traz contribuições empíricas ao quantificar a existência e a dinâmica da vantagem competitiva oferecendo uma topografia do tema no mundo real. Os resultados indicam que a manifestação da vantagem competitiva não é tão rara quanto apontada em estudos anteriores e que o grau de raridade depende fortemente do setor. A implicação para a teoria e para a prática é uma revisão da importância do setor frente às teorias que focam os recursos internos da empresa, como a visão baseada em recursos. Os resultados também demonstram e caracterizam como lucratividade e crescimento são conjuntamente necessários para avaliar a presença da vantagem competitiva e influem na sua dinâmica de forma diferenciada. O terceiro artigo operacionaliza as novas dimensões do conceito de vantagem competitiva propostas no primeiro artigo e testa sua ocorrência e capacidade de prever a mobilidade do estado competitivo numa visão longitudinal. Os resultados indicam que a inclusão das novas dimensões potencializa a predição do status competitivo futuro das empresas.
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A partir de meados da década de 90, o setor automotivo brasileiro passou por uma série de mudanças que afetaram profundamente as empresas de autopeças de capital nacional. Estas mudanças envolveram a abertura do mercado brasileiro, a entrada de um fluxo crescente de Investimento Externo Direto (IED) e a reestruturação do setor automotivo. Estas mudanças resultaram em um processo de desnacionalização do setor e contribuíram para a perda de competitividade da indústria de autopeças brasileira. Apesar do cenário pouco animador, ainda existem empresas brasileiras que conseguiram encontrar o caminho do crescimento e da competitividade internacional. Nesses casos, a presença das multinacionais estrangeiras, de maneira indireta, influenciou a construção desse percurso de sucesso. Ora por meio de uma pressão competitiva, que fez com que essas empresas brasileiras melhorassem a sua eficiência técnica e adotassem novas tecnologias. Ora por meio dos transbordamentos tecnológicos do IED, que foram absorvidos aperfeiçoando a sua capacitação técnica. Esta dissertação visa identificar quais foram os efeitos das externalidades do IED em uma empresa de autopeças brasileira de sucesso e, identificar quais foram os canais de difusão e de absorção destas externalidades. Com este objetivo foi feito um estudo de caso único, que foi antecedido por uma pesquisa histórica que apontou os principais fatos na indústria automobilística brasileira ao longo de seis décadas. Durante a análise verificou-se que a absorção dos transbordamentos tecnológicos do IED pressupõe uma construção prévia de capacidade tecnológica na empresa de capital nacional e, que as externalidades do IED contribuíram para o aumento da produtividade da empresa estudada, mas não foram as protagonistas desse aumento.
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O estudo da capacidade fiscal dos municípios é indispensável para urna avaliação de políticas públicas e resoluções de problemas fiscais dos municípios, dado que, por exemplo, no Rio Grande do Sul, 2/3 deles estão com déficit orçamentário. É proposto um modelo de arrecadação dos municípios gaúchos, usando um modelo estrutural, para os anos de 1990-1994. Destacamos como características básicas do modelo a medição de um indice de esforço fiscal e a consideração do papel das transferências intergovernarnentais (FPM em particular) no esforço fiscal. Identificamos que muitos municípios gaúchos podem melhorar sua arrecadação de IPTU, inclusive municípios grandes, e que as transferências, em média, não podem ser responsabilizados pelo baixo esforço fiscal destes municípios, ao contrário da opinião de vários autores.
Resumo:
O corpo de teorias referente à Capacidade Absortiva versa sobre a gestão da informação. Foi identificado na literatura que esse campo de estudo evoluiu com base especialmente em modelos baseados em processos. Visando facilitar o uso dos conceitos advindos dessa teoria pela aplicação da variedade de técnicas de análise de dados disponíveis, identificou-se a necessidade de propor uma escala para os construtos em modelo de variância. Dentre os vários construtos, optamos pela proposição da operacionalização de Reconhecimento de Valor, o primeiro construto do grupo de teorias sobre Capacidade Absortiva. Este estudo dispõe de três capítulos principais apresentados em formato de artigos acadêmicos, o primeiro dos quais visando à proposição de uma escala para o construto Reconhecimento de Valor, o segundo objetivando a análise de sua formação por meio de seus antecedentes e o terceiro que o testa de forma integrada com outros construtos da Capacidade Absortiva. Espera-se que este trabalho contribua para o entendimento teórico da teoria de Capacidade Absortiva, permita o desenvolvimento de outras pesquisas aplicando o construto desenvolvido e que facilite o processo gerencial na adoção e gestão de procedimentos que efetivamente capacitem a empresa no Reconhecimento de Valor quando diante de uma oportunidade.
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Com o aumento do número de gestores especializados em um número cada vez maior de possibilidades de investimentos na indústria de fundos brasileira, os fundos Multigestor se tornaram uma alternativa para os investidores que procuram diversificar seus investimentos e delegam às instituições financeiras o trabalho de alocar os recursos dentro das diferentes estratégias e fundos existentes no mercado. O intuito deste estudo é avaliar a capacidade de gerar retornos anormais (alfa) dos fundos de fundos da indústria brasileira, classificados como Fundos Multimercados Multigestor. Para isso foi estudada uma amostra com 1.421 fundos Multigestor com tributação de Longo Prazo no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2011. A análise dos resultados encontrados através de regressões de modelos de vários fatores, derivados do modelo de Jensen (1968), sugere que apenas 3,03% dos fundos estudados conseguem adicionar valor a seus cotistas. Foram estudadas ainda as três principais fontes potenciais de geração de alfa dos fundos de fundos, a escolha das estratégias que compõe a carteira do fundo (alocação estratégica), a antecipação de movimentos de mercado (market timing) e a capacidade selecionar os melhores fundos dentro de cada estratégia (seleção de fundos). A partir da inclusão de termos quadráticos, conforme proposto pelos modelos de Treynor e Mazuy (1966) pode-se verificar que os fundos Multigestor, em média, não conseguem adicionar valor tentando antecipar movimentos de mercado (market timing). Através da construção de uma variável explicativa com a composição estratégica de cada fundo da amostra em cada período de tempo, pode-se verificar que os gestores de fundos de fundos, em média, também fracassam ao tentar selecionar os melhores fundos/gestores da indústria. Já a escolha das estratégias que compõe a carteira do fundo (alocação estratégica) mostrou contribuir positivamente para o retorno dos fundos. Ainda foi avaliada a capacidade de gerar alfa antes dos custos, o que elevou o percentual de fundos com alfa positivo para 6,39% dos fundos estudados, mas foi incapaz de alterar o sinal do alfa médio, que permaneceu negativo.
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Esta dissertação baseia-se na criação de uma taxa não inflacionária da capacidade utilizada (NIRCU) para economia brasileira, utilizando microdados da Sondagem da Indústria de Transformação e Índice de Preços ao Produtor Amplo – M (IPA-M), pesquisas desenvolvidas pela FGV/IBRE. Foram criadas três taxas: NIRCU Sondagem, NIRCU Coincidente e NIRCU Antecedente. A primeira utiliza apenas dados da sondagem e a ideia é verificar que não há pressão inflacionária quando as empresas informam para sondagem que não irão variar os seus preços para os próximos três meses e que o número de turnos trabalhado é igual à média do setor. Já as demais, cruzam as informações das empresas que respondem tanto a Sondagem da Indústria de Transformação quanto no IPA-M e verifica se as que informam que não irão alterar os seus preços nos próximos três meses se concretiza quando comparados às variações do índice. A diferença entre as duas últimas abordagens é que a primeira, NIRCU Coincidente, verifica no mesmo período e a outra, NIRCU Antecedente, no trimestre seguinte. A forma encontrada para verificar a eficácia dos indicadores em mensurar a existência de pressão inflacionária foi inserir os diferentes hiatos de produto das NIRCU no modelo de Curva de Phillips, usando a metodologia de Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). De acordo com as estimativas, a NIRCU Antecedente foi a única das três que não apresentou um bom desempenho no resultado; as NIRCU Sondagem e Coincidente tiveram uma performance muita boa, principalmente a última. Ou seja, esses dois indicadores tiveram um resultado tão bom quanto as mais tradicionais medidas de hiato de produto.
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Esta tese relaciona-se ao tema da acumulação de capacidades tecnológicas em nível de empresa, suas fontes (mecanismos de aprendizagem) e suas implicações para a performance competitiva empresarial, em indústrias relacionadas a recursos naturais no contexto de economias emergentes. Durante os últimos 40 anos muito se avançou no campo da pesquisa sobre acumulação de capacidades tecnológicas em nível de empresas em economias emergentes. Porém, ainda há importantes lacunas a serem exploradas particularmente em relação a natureza e dinâmica de trajetórias de acumulação de capacidades tecnológicas intra-empresariais, no contexto de indústrias relacionadas a recursos naturais, especialmente na mineração. O objetivo da pesquisa aqui reportada é contribuir para minimizar esta lacuna. Particularmente, esta tese explora variações intra-empresariais de trajetórias de acumulação de capacidades tecnológicas, suas fontes (mecanismos subjacentes de aprendizagem) e algumas implicações que são geradas para a performance competitiva da empresa, no âmbito da indústria de mineração no Brasil, especificamente na empresa mineradora Vale, no período entre 1942 e 2015. Para alcançar este objetivo, a pesquisa apoia-se na combinação das literaturas de acumulação de capacidade tecnológica, inovação, aprendizagem e desenvolvimento industrial para a construção da base conceitual. Em paralelo, a pesquisa vale-se de um desenho de pesquisa qualitativo e indutivo baseado em evidências primárias com base em extensivos trabalhos de campo. Esse desenho de pesquisa é operacionalizado a partir de um estudo de caso individual em profundidade na Vale, no âmbito de três grandes áreas tecnológicas: prospecção e pesquisa mineral, lavra, e processamento mineral. Por meio da implementação dessa estratégia, a pesquisa encontrou: (1) Trajetórias de acumulação de capacidades tecnológicas relativamente distintas entre as três áreas de análise. Especificamente: (i) na área de prospecção e pesquisa mineral observou-se uma trajetória de seguidora tecnológica que alcança posição de liderança mundial em inovação e produção; (ii) na área de lavra também evidenciou-se uma trajetória de seguidora tecnológica que alcança posição de liderança mundial em inovação e produção, porém, com acumulação tardia de capacidades tecnológicas; e (iii) na área de processamento mineral houve o alcance precoce de posição de liderança mundial em inovação e produção a partir da criação de uma trajetória distinta da já mapeada pelos líderes globais. As trajetórias de acumulação de capacidades tecnológicas convergem para uma situação similar a partir de 2011 quando as três áreas apresentaram posição de liderança mundial em inovação e ao mesmo tempo demonstraram indícios de entrada em um processo de estagnação, que restringe as oportunidades de entrada em novas trajetórias tecnológicas e de entrada em novos negócios. (2) As variações encontradas nas trajetórias de acumulação de capacidades tecnológicas são explicadas pela maneira pela qual diferentes mecanismos subjacentes de aprendizagem foram combinados e utilizados pela empresa. Foram encontradas quatro combinações de mecanismos de aprendizagem que contribuíram para explicar as diferentes direções das trajetórias de acumulação de capacidades tecnológicas. (3) As variações nas três trajetórias de acumulação de capacidades tecnológicas geraram implicações distintas para a performance competitiva, mais especificamente em termos de performance inovadora, operacional/ambiental e de novos negócios. Os resultados da pesquisa geram contribuições para o entendimento do relacionamento intra-empresarial entre acumulação de capacidades tecnológicas e os mecanismos de aprendizagem subjacentes. E contribuem para o entendimento da mineração como uma indústria que oferece oportunidades para inovações significativas que, inclusive podem implicar na diversificação do tecido industrial nacional. Portanto, tal indústria deve receber atenção especial por parte de decisores de políticas públicas e de ações empresariais para evitar que empresas com alto potencial inovativo desconstruam suas capacidades inovadoras e consequentemente limitem seus impactos para o desenvolvimento tecnológico e econômico no contexto de economias emergentes.