79 resultados para debt crises
Resumo:
Este trabalho é composto de três partes. O primeiro capítulo avalia a hipótese de substituição de poupanças. De acordo com Bresser-Pereira e Nakano (2003), existe nas economias emergentes uma alta taxa de substituição de poupança interna por externa gerada pelo processo de influxo dos recursos estrangeiros. Isso acontece porque, dada a propensão ao consumo dos países emergentes, a maior parte do déficit em conta corrente se transforma em consumo de importados; a parcela dos fluxos gasta em investimento é pequena, de forma que a estratégia de crescimento com poupança estrangeira não é uma opção. Diante desta hipótese, o capítulo avalia teórica e empiricamente a existência de substituição de poupança interna por externa nos países em desenvolvimento e o papel da sobreapreciação da taxa de câmbio real (TCR) nesse processo. Foi utilizado um painel dinâmico System-GMM para uma amostra de 48 países de renda média cobrindo o período de 1970-2004. Os resultados mostram um processo de substituição de poupança doméstica por externa significante, além de efeitos negativos sobre a poupança doméstica resultantes da interação entre sobreapreciação do câmbio e entrada de poupança estrangeira. O segundo capítulo analisa os efeitos de sobreapreciações da TCR sobre o valor adicionado por setores dos países emergentes, para o período 1970-2004. A sobreapreciação, ao minar a competitividade dos produtos manufaturados e industriais domesticamente, pode reduzir a capacidade dos países em desenvolvimento de estimular setores dinâmicos da estrutura produtiva que induzem crescimento e desenvolvimento sustentável no longo prazo. A motivação teórica é a visão Kaldoriana de desenvolvimento. Assim, o capítulo testa a relação entre a sobreapreciação da TCR sobre o valor adicionado dos setores produtivos de bens primários e manufatureiros como parcela do produto, no período de 1970 a 2004, para uma amostra de 45 países emergentes. Os resultados evidenciam que os episódios de sobreapreciação caracterizados pelo índice reduzem a participação de manufaturados no valor agregado no produto das economias em desenvolvimento, de forma significante. A razão provável deste resultado é que um câmbio sobreapreciado não só torna os bens industriais domésticos menos competitivos, como também favorece a importação doméstica destes que, em virtude disto, deixam de ser produzidos ou aperfeiçoados dentro do país. Por fim, o terceiro capítulo avalia os efeitos da dívida externa sobre crescimento de um ponto de vista diferente dos diagnósticos da literatura “debt overhang”: argumenta que é a estratégia de crescimento com poupança externa a causa do crescente endividamento que, no longo prazo, é responsável por prejudicar a performance de crescimento dos países emergentes por gerar crises no balanço de pagamentos. Para avaliar esta dinâmica empiricamente foi estimada uma equação de crescimento com painel dinâmico System-GMM de variáveis instrumentais; são utilizados dados para 45 países de renda média, no período 1970-2004. A conclusão geral dos exercícios empíricos atesta uma influência não linear da dívida externa sobre o crescimento dos países selecionados na amostra: no longo prazo, o contínuo endividamento reduz o desempenho de crescimento dos países. Pode-se apontar ainda que um dos mecanismos pelo qual a poupança externa pode levar a maior dívida externa é sua interação significante com o influxo de recursos externos necessários para a rolagem da dívida; o resultado sobre o desempenho de crescimento é negativo e significante. Por fim, o apêndice do trabalho detalha os procedimentos de estimação de painel cointegrado utilizados para derivar os índices de sobreapreciação da TCR.
Resumo:
Os controles de capitais estão novamente em voga em razão dos países emergentes reintroduzirem essas medidas nos últimos anos face a abundante entrada de capital internacional. As autoridades argumentam que tais medidas protegem as economias no caso de uma “parada abrupta” desses fluxos. Será demonstrado que os controles de capitais parecem fazer com que as economias emergentes (EMEs) fiquem mais resistentes diante de uma crise financeira (por exemplo, uma queda na atividade econômica seguida de uma crise é menor quando o controle é maior). No entanto, os controles de capitais parecem deixar as economias emergentes (EMEs) também mais propícias a uma crise. Deste modo, as autoridades devem ser cautelosas na avaliação quanto aos riscos e benefícios relativos a aplicação das medidas dos controles de capitais.
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Este trabalho tem por objetivo comparar metodologias distintas para cálculo de desalinhamento cambial além de testar a hipótese se as taxas de câmbio dos diversos países sofrem influencia apenas dos seus próprios fundamentos ou também da taxa de câmbio e dos fundamentos de outros países. Estas hipóteses consistem, respectivamente, na ausência ou na existência de interdependência entre os diversos países. Para realizar tal tarefa utilizam-se duas estratégias empíricas. A primeira baseia-se em avaliar se um modelo multivariado de séries de tempo usualmente utilizada na literatura de desalinhamento cambial com dados apenas do próprio país em análise pode ser melhorado através da adição de variáveis relacionadas a outros países usando o algoritmo proposto por David Hendry e co-autores. A segunda estratégia consiste em estimar um panel longo com as variáveis utilizadas para estimar desalinhamento cambial e testar formalmente a hipótese de ausência de interdependências. Os resultados sugerem que em ambas estratégias existe evidência de existência de interdependência. Esta ocorreria mais por conta de fatores ligados ao curto prazo, ou seja, o que explicaria o valor da taxa de câmbio de um país no longo prazo seriam seus próprios fundamentos enquanto no curto prazo fatores externos poderiam causar desvios
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O presente estudo teve como objetivo testar se a situação econômica teve um impacto sobre os hábitos de consumo de cinema na França, no período contemporâneo (1992-2012). O estudo aborda a relação entre indicadores econômicos e consumo de cinema em um nível agregado e, em seguida, analisa se os vários tipos de filmes, tipos de cinemas e categorias de cinéfilos foram mais ou menos foram afetados pelo estado da economia. No nível agregado, estudos semelhantes já foram realizados em outros países. Este estudo confirma os resultados para a França: como em outros países desenvolvidos, a situação da economia tem pouca influência no consumo de cinema e o setor é resiliente. Este trabalho também traz novas análises detalhadas sobre o comportamento de vários sub-tipos de filmes, segmentos de locais e categorias de consumidores. Ele demonstra que para a maior parte dessas sub-categorias, drivers do mercado são oferta e preço, e que a situação da economia tem pouca influência. Quanto ao tipo de cinema, o estudo argumenta que, comparativamente, cinemas grandes conseguem crescer durante o período de crise.
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Instituto Brasileiro de Economia
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Crises bancárias podem implicar uma alta redistribuição de recursos em uma sociedade. O interesse público em manter os bancos em funcionamento demanda o desenho de regimes eficazes de resolução, pois a falência desordenada desses intermediários pode ser uma fonte de risco sistêmico. O Banco Central, autoridade responsável por zelar pela higidez do sistema financeiro, pode se valer de diversos instrumentos para reestruturar ou liquidar um banco em dificuldade financeira. De modo a prevenir a propagação do risco sistêmico, as regras jurídicas conferem ao Banco Central uma ampla margem de discricionariedade no julgamento de quais bancos merecem receber assistência financeira e na escolha dos métodos de resolução bancária. O caráter globalizado das finanças exige uma maior coordenação entre autoridades domésticas na resolução de bancos que operam em múltiplas jurisdições. Algumas iniciativas de órgãos internacionais no período pós-crise de 2007-2008 têm buscado instituir, em nível global, um marco normativo para gerenciamento de crises bancárias, através da harmonização de regimes domésticos de resolução. O histórico de crises do sistema financeiro brasileiro levou ao desenvolvimento de uma rede de proteção bancária em momentos anteriores à crise financeira global de 2007-2008. Assim, o sistema financeiro brasileiro apresentou bom funcionamento mesmo nas fases mais agudas. Não tendo experimentado uma crise sistêmica no período recente, o Brasil não está passando por reformas profundas na estrutura institucional do seu sistema financeiro, a exemplo de países como Estados Unidos e Reino Unido. No entanto, desafios impostos pela crescente globalização das finanças e peculiaridades locais motivam reformas e mudanças discretas nos padrões de governança da rede de proteção brasileira. Através da reconstituição da atuação do Banco Central em três momentos de crise no Brasil, o presente trabalho busca analisar criticamente a rede de proteção bancária brasileira e os mecanismos jurídicos de accountability da autoridade financeira no exercício da supervisão e administração de crises bancárias.
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The recent emerging market experiences have posed a challenge to the conventional wisdom that unsustainable fiscal deficits are the key to understanding financial crises in these countries. The health of the domestic banking system has emerged as the main driving force behind the perverse dynamics of partial reforms. The current paper shares this view and uses a model of contractual inefliciencies in the banking sector to understand the dynamics of these reforms. We find that the threat of a large exchange rate devaluation depends on the stock of international reserves relative to the stock of domestic credit that must be extended by the Central Bank in response to a large capital outflow. Moreover, if a country has a weak banking sector but high net reserve ratios, the capital flow reversal might only increase the vulnerability to a currency crisis without necessarily causing it. The results are in accordance with much of the empiricalliterature on the determinants of financiaI crises in emerging markets. Some aspectsof the recent policy debate on the introduction of capital controls are also analysed.
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Externai debt service requires a dual resource transfer. Trade surpluses have to be generated in order to make foreign exchange revenues available for debt repayment. In addition, with developing countries' externai debt being largely a public liability, debt service requires that resources can be effectively transferred from the private to the public sector. This paper derives a statistical model for dealing with dual constraints in the presence of binary dependent variables and applies it to the dual resource transfer problem. The results from the estimation of the model for a sample of 31 middle-income developing countries in the period of 1980 to 1990, strongly support the hypothesis that both externai and fiscal constraints are important in explaining externai debt service disruptions.
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In this work I analyze the model proposed by Goldfajn (2000) to study the choice of the denomination of the public debt. Some potential shortcmomings of the mo dei in explaining the data are discussed. Measures of the overestimation of the welfare gains of reducing distortions from taxation, under the model's simplified time frame, are also provided. Assuming a time-preference parameter of 0.9, for instance, welfare gains associated with a hedge to the debt that reduces to half a once-for-all 20o/o-of-GDP shock to governemnt spending run around 1.43% of GDP under the no-tax-smoothing structure of the model. Under a Ramsey allocation, though, welfare gains amount to just around 0.05% of GDP.
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A model of externaI CrISIS is deveIoped focusing on the interaction between Iiquidity creation by financiaI intermediaries and foreign exchange collapses. The intermediaries' role of transforming maturities is shown to result in larger movements of capital and a higher probability of crisis. This resembles the observed cycle in capital fiows: large infiows, crisis and abrupt outfiows. The mo deI highlights how adverse productivity and international interest rate shocks can be magnified by the behavior of individual foreign investors linked together through their deposits in the intermediaries. An eventual collapse of the exchange rate can link investors' behavior even further. The basic model is then extended, quite naturally, to study the effects of capital fiow contagion between countries.
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Capital controls are again in vogue as a number of emerging markets have reintroduced these measures in recent years in response to a “flood” of international capital. Policymakers use these tools to buttress their economies against the “sudden stop” risk that accompanies international capital flows. Using a panel VAR model, we show that capital controls appear to make emerging market economies (EMEs) more resistant to financial crises by showing that lower post-crisis output loss is correlated with stronger capital controls. However, EMEs that employ capital controls seem to be more crisis-prone. Thus, policymakers should carefully evaluate whether the benefits of capital controls outweigh their costs.
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This paper uses dynamic programming to study the time consistency of optimal macroeconomic policy in economies with recurring public deficits. To this end, a general equilibrium recursive model introduced in Chang (1998) is extended to include govemment bonds and production. The original mode! presents a Sidrauski economy with money and transfers only, implying that the need for govemment fmancing through the inflation tax is minimal. The extended model introduces govemment expenditures and a deficit-financing scheme, analyzing the SargentWallace (1981) problem: recurring deficits may lead the govemment to default on part of its public debt through inflation. The methodology allows for the computation of the set of alI sustainable stabilization plans even when the govemment cannot pre-commit to an optimal inflation path. This is done through value function iterations, which can be done on a computeI. The parameters of the extended model are calibrated with Brazilian data, using as case study three Brazilian stabilization attempts: the Cruzado (1986), Collor (1990) and the Real (1994) plans. The calibration of the parameters of the extended model is straightforward, but its numerical solution proves unfeasible due to a dimensionality problem in the algorithm arising from limitations of available computer technology. However, a numerical solution using the original algorithm and some calibrated parameters is obtained. Results indicate that in the absence of govemment bonds or production only the Real Plan is sustainable in the long run. The numerical solution of the extended algorithm is left for future research.
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We construct a dynamic equilibrium model to quantitatively study sovereign debt with contingent services and country risk spreads such that the benefits of defaulting are tempered by higher interest rates in the future. For a wide range of parameters, the only equilibrium of the model is one in which the sovereign defaults in all states, unless defaulting incurs additional costs. Due to the adverse selection problem, some countries choose to delay default in order to reduce reputation loss. Although equilibria with no default imply in greater welfare levels, they are not sustainable in the highly indebted and volatile countries.
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In this paper we study the question of debt sustainability from a risk management perspective. The debt accumulation equation for any country involves variables that are stochastic and closely intertwined. When these aspects are taken into consideration the notion of debt sustainability is expanded to studying the stochastic properties of the debt dynamics. We illustrate the methodology by studying the Brazilian case. We find that even though the debt could be sustainable in the absence of risk, there are paths in which it is clearly unsustainable. Furthermore, we show that properties of the debt dynamics are closely related to the spreads on sovereign dollar denominated debt.