34 resultados para Governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003 - )
Resumo:
Esta dissertação analisa os principais fatores, atores e contexto polÃtico que levaram o tema das polÃticas públicas de juventude adentrar na agenda governamental, culminando na criação da polÃtica nacional da juventude em 2005. Entende-se como polÃtica nacional de juventude os seguintes elementos: Secretaria Nacional de Juventude, Conselho Nacional de Juventude e Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem). Analisou-se o perÃodo de 2002 a 2005, quatro anos determinantes para os diferentes atores promoverem o tema da polÃtica de juventude, bem como elaborarem alternativas de polÃticas e promoverem o processo de definição do problema, na perspectiva de J. Kingdon. O postulado deste autor quanto a três fluxos à tomada de decisão de polÃticas públicas – problema, polÃticas públicas e polÃtica – foi usado ao longo da dissertação, servindo de referencial teórico para compreender o movimento e entrada do tema juventude na agenda. Em termos metodológicos, sistematizou-se a literatura a respeito da juventude em dimensões diversas. Foram realizados questionários e entrevistas qualitativas com atores responsáveis e participantes dos diferentes processos e fluxos envolvidos na discussão da polÃtica nacional de juventude. As entrevistas evidenciaram que as diferentes dinâmicas analisadas – Projeto Juventude, Comissão de Juventude da Câmara, grupo interministerial de juventude – aglutinaram diferentes atores conferindo legitimidade e peso polÃtico à pauta. Embora houvesse disputas de fundo ideológico entre eles sobre a concepção das polÃticas públicas de juventude, houve relativa unidade e consenso a respeito da necessidade da institucionalização do tema. As polÃticas públicas são um campo multidisciplinar que possibilita a análise de um problema por diferentes enfoques. O campo das polÃticas de juventude congrega diferentes atores com lógicas de atuação diferentes; portanto, para analisar as polÃticas de juventude foi necessário compreender tais lógicas à luz de um referencial da agenda governamental.
Resumo:
Esta dissertação tem como tema mais amplo o movimento polÃtico de oposição ao governo João Goulart (1961-64) promovido pela elite liberal paulista, que englobava, ao mesmo tempo, segmentos do empresariado e lideranças polÃticas filiadas à União Democrática Nacional (UDN). Para entender esse movimento, elegi como objeto de estudo o jornal NotÃcias Populares, criado, em 1963, como parte das estratégias empreendidas por Herbert Levy, empresário paulista, e, à época, presidente nacional da UDN, contra o governo Goulart. O jornal era voltado para leitores oriundos das classes populares urbanas de São Paulo. O objetivo desta dissertação é compreender o papel desempenhado por NotÃcias Populares na luta polÃtica do perÃodo, o que implica, também, analisar a percepção dos setores representados por Herbert Levy sobre o papel das classes populares no inÃcio dos anos de 1960.
Resumo:
No perÃodo da gestão do Partido dos Trabalhadores (PT) no governo federal, configurou-se uma dupla agenda para a polÃtica habitacional brasileira: a primeira ligada à plataforma de reforma urbana, com previsão de descentralização entre os entes federativos e gestão participativa, e a segunda consubstanciada a partir das premissas de reestruturação do setor imobiliário e da construção civil, estruturada em uma polÃtica exclusiva de provisão habitacional com promoção privada e financiamento a partir de fundings públicos. No presente trabalho analisou-se a trajetória desta polÃtica nos anos 2000, tendo como foco principal o processo decisório que estruturou o arranjo permitindo a convivência destas duas agendas paralelas. Apesar das contradições e conflitos entre elas, também houve um tipo especial de imbricamento que produziu um jogo não só de coexistência, mas com ganhos para ambas. Combinando a análise institucional com abordagens teóricas focadas no papel dos atores e suas coalizões na transformação das polÃticas públicas, a tese teve como principal hipótese a existência de uma coordenação de interesses desenvolvida como marca caracterÃstica do governo Lula e que sustentou a combinação destas duas agendas. Este modelo lulista de governança explicou e garantiu, em boa medida, a distribuição de benefÃcios a ambas as coalizões, além de ter legitimado a polÃtica habitacional dentro da agenda pública.
Resumo:
Esta tese discute como o federalismo brasileiro promoveu, entre 1997 e 2014, iniciativas voltadas a desenvolver capacidades estatais nos municÃpios. Este tema foi retomado na agenda federal no primeiro governo Fernando Henrique Cardoso (1995-1998), prosseguiu nas duas gestões Lula (2003-2010) e, finalmente, no primeiro mandato de Dilma Rousseff (2011-2014). A descentralização de polÃticas iniciadas em 1998 constitui o contexto polÃtico e institucional que, diante das novas atribuições assumidas pelos municÃpios, demandam modernizar a sua gestão. Apresenta-se de que forma evolui a qualificação gerencial e administrativa nos municÃpios para situar que o desafio do federalismo cooperativo brasileiro possui para apoiar esses entes. A pesquisa foi organizada em três dimensões teóricas e analisou cinco casos. A primeira dimensão trata da cooperação por meio de arranjos de cooperação territorial, tendo o Comitê de Articulação Federativa (CAF), criado em 2003, como objeto de análise, pois reuniu representantes do governo federal e do municipalismo. Uma de suas áreas de ação foi o desenvolvimento de capacidades estatais municipais. A segunda dimensão aborda a cooperação federativa por meio de sistemas de polÃticas públicas. Comparou-se o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), criado em 2005, como a área da educação, que é desprovida desse tipo de arranjo intergovernamental sistêmico. Na educação a análise recai sobre o Plano de Ações Articuladas (PAR), que foi instituÃdo em 2007. O SUAS possui uma ampla legislação e normatização voltada para os entes municipais nas quais se destacam exigências de modernização dos órgãos que localmente respondem por essa polÃtica. O objetivo é comparar se sistemas de polÃticas são mais eficazes para promover capacidades estatais que outras modalidades de relações federativas. A terceira dimensão teórica diz respeito aos programas federais criados para apoiar a qualificação das gestões municipais. Foram selecionados dois programas: o Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão de Setores Sociais Básicos (PMAT), administrado pelo BNDES desde 1997, e o Programa Nacional de Apoio à Modernização Administrativa e Fiscal dos MunicÃpios Brasileiros (PNAFM), gerenciado pelo Ministério da Fazenda e Caixa Econômica Federal desde 2001. A análise das três dimensões mostra que, com base na experiência comparada em nÃvel internacional e na literatura sobre federalismo e relações intergovernamentais que, diante da forma como se organizou a cooperação territorial e a implantação de programas federais no Brasil, essas duas modalidades não são rotas viáveis para apoiar a modernização das gestões municipais. A pesquisa concludes que um sistema nacional e articulado de polÃticas, tanto por razões teóricas como empÃricas, é o tipo de institucionalidade de cooperação federativa mais adequado para promover capacidades estatais municipais em realidades como a brasileira. Nessa linha, finaliza-se a Tese propondo um modelo analÃtico que considera sistemas articulados de polÃticas como o formato mais adequado para lidar com esse desafio federativo em um contexto caracterizado pela descentralização de polÃticas, mas que ao mesmo tempo convive com uma enorme heterogeneidade e desigualdade de capacidades estatais entre os governos locais.