11 resultados para poesia mística

em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul


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A presente dissertação se construiu sobre o pressuposto de que forma, técnica e poesia são premissas que embasam uma determinada visão de dança enquanto manifestação artística do corpo humano em movimento. Norteia também este estudo a perspectiva de que as relações que se estabelecem no momento de execução de uma dança instauram processos de significação. Desse modo, este trabalho teve como principais objetivos: - entender a dança enquanto uma atividade artística que se constrói no(s) corpo(s) em movimento; - refletir sobre a elaboração de possíveis significados quando da criação e execução de uma dança; - descrever a dança como uma ação criadora que se faz no corpo humano em movimento. Para atingir os objetivos propostos utilizou-se a fenomenologia como método de investigação, optando-se, assim, por realizar uma descrição da dança que já é, ao mesmo tempo, uma maneira de compreendê-la. Como conseqüência deste procedimento buscou-se demontrar que: - a dança dever ser entendida enquanto arte porque ela resulta de um processo de transformação de uma matéria-prima - o movimento humano - através do uso de procedimentos técnicos e formativos, que resultam em obras coreográficas que se dão a reconhecer através de seu intrínseco caráter de forma; - o movimento é o que toma visível os possíveis sentidos/significados de uma dança: a realização de sentidos coreográficos se dá no contexto de uma coreografia e só se efetua plenamente quando os sentidos são retomados e revividos pelos espectadores; - os processos de criação coreográfica baseados em ações formativas proporcionam o desenvolvimento de uma disponibilidade corporal para a dança. Tal disponibilidade corporal está alicerçada, principalmente, numa inteligência e numa memória corporais, que dispõem o dançarino a exercer suas potencialidades criadoras através da dança. A concepção da dança como forma, técnica e poesia do movimento aponta para uma possibilidade de recuperação, através da dança, de saberes relativos ao corpo, ao movimento e à sensibilidade.

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Esta dissertação tem por objetivo analisar a estrutura poética e os recursos da obra de Manoel de Barros, poeta do Mato Grosso ainda pouco estudado no universo acadêmico e que tem recebido as mais efusivas recomendações mediante críticas em revistas e jornais brasileiros desde a década de 80. Analisamos quinze livros do autor – que serviram como principal fonte bibliográfica – em sete décadas dedicadas à literatura, a contar de sua estréia com Poemas concebidos sem pecado (1937) até Ensaios Fotográficos (2000). Pretendemos mostrar que o escritor inova ao infantilizar a forma poética, não se restringindo a somente tematizar a infância. Seus versos absorvem a percepção lúdica da criança com a linguagem, promovendo a constante ruptura com as regras gramaticais. Como também buscamos comprovar que a poesia de Manoel de Barros é feita sob a ótica do excesso, do acúmulo de imagens e metáforas, contrastando com o estilo de seu contemporâneo João Cabral de Melo Neto, caracterizado como a de uma poesia do essencial e do menos. Em nível metodológico, utilizamos como referência o livro João Cabral: A Poesia do Menos, ensaio de Antonio Carlos Secchin (de 1999), que interpreta o legado de João Cabral sob a ótica do desfalque, da redução da poesia a um dizer essencial, bem como estabelece a importância do sentimento de desconfiança em seu processo poético. Usamos tais reflexões para estabelecer comparações entre uma forma e outra de pensar a poesia, já que tanto João Cabral como Manoel de Barros estabeleceram propostas antagônicas de trabalho de uma forma simultânea, durante o mesmo período. Manoel de Barros propõe a teologia do traste e João Cabral, a psicologia da composição. Desejamos, ainda, apontar as influência do cinema e das artes plásticas, na figura da pop art, na elaboração dos livros do escritor mato-grossense.

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Este trabalho, a partir da análise da obra completa de João Cabral de Melo Neto, busca mostrar como o poeta pernambucano venceu o silêncio que o ameaçava desde os primeiros versos. A conquista de sua voz se dá quando o autor empreende uma volta ao passado, às origens de línguas e literaturas ibéricas num movimento diacrônico. É nesta viagem no tempo que ele encontra formas que sejam capazes de resistir à contemporânea crise da linguagem e que também lidem com a própria questão da linguagem enquanto forma de expressão humana. A tese ainda questiona a posição de Cabral quanto à tradição poética nacional.

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Este trabalho tem por objetivo fazer uma leitura filosófica da imagem do vinho na obra do escritor e crítico francês Charles Baudelaire. Analisa-se essa imagem como uma figura que estrutura o texto e que é também por ele estruturada. A figura do vinho é considerada como um elemento de base da estética desenvolvida pelo escritor francês. Portanto, este trabalho desenvolve uma análise mais textual à luz de noções filosóficas, considerando o vinho como uma “interimagem”, grão do texto baudelairiano. Essa imagem poética é o fio condutor para o estabelecimento de uma coerência, uma interpretabilidade outra da poética do autor de As flores do mal. Para tanto, esta dissertação analisa os elementos textuais concernentes à formação da imagem do vinho, suas reminiscências e o papel do poeta, relacionando sempre a crítica e a poesia.

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O trabalho examina a trajetória da poesia de Paulo Leminski, buscando estabelecer os termos do humor, da pesquisa metalingüística e do eu-lírico, e que não deixa de exibir traços da poesia marginal dos 70. Um autor que trabalhou com a busca do rigor concretista mediante os procedimentos da fala cotidiana mais ou menos relaxada. O esforço poético do curitibano Leminski é uma “linha que nunca termina” – ele escreveu poesias, romances, peças de publicidade, letras de música e fez traduções. Em todas suas ações, verifica-se o mesmo traço: a execução rigorosa dos ensinamentos dos faber poetas, na tradição poundiana, permeada pelo relaxo típico dos artífices marginais de um Brasil literário oscilando entre a gandaia e o rigor.

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Leitura de Sistema do Imperfeito & Outros Poemas, livro de Guilhermino Cesar publicado em 1977. O perfil múltiplo do autor – professor, tradutor, historiador, jornalista, economista, escritor e pesquisador em diversas áreas do conhecimento – resulta numa poesia plurirrefencial, tocada por temas de sua época. Constatamos em Sistema do Imperfeito & Outros Poemas o privilégio de determinadas temáticas relacionadas com a tecnologia, a velocidade, a fragmentação, a sociedade massificada, o impacto (especialmente no que diz respeito ao Brasil) do caos urbano. Essa problemática fica mais evidente a partir da segunda metade do século XX: no Brasil, por um processo de intensa modernização urbana; em âmbito mundial, por uma espantosa difusão da influência dos meios de comunicação de massa. Esta leitura, articulada a partir de autores que pensaram as transformações sociais e culturais do século XX, volta-se para o Sistema do Imperfeito & Outros Poemas examinando a estrutura do livro e o conjunto de referências culturais e históricas mobilizadas pelo autor, pondo em relevo os recursos formais e a linguagem construída por Guilhermino Cesar.

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Este estudo pretendeu “ler” Carlos Drummond de Andrade num outro contexto cultural, procurando avaliar, através dessa “leitura”, a recepção de sua obra para além do cenário crítico-literário brasileiro. Desse modo, buscou-se novas perspectivas para a interpretação da poética de um dos autores mais representativos da poesia brasileira do século XX. A intenção foi verificar como o poeta tem sido acolhido pelo público, pelos seus pares e pela crítica especializada portuguesa, bem como a atenção que tem merecido da imprensa lusitana em geral, além de procurar averiguar o espaço editorial conferido à sua obra em Portugal. Acreditando, contudo, que o exame da recepção da obra de Drummond em Portugal não deve contentar-se somente com as referências a seu nome nos discursos críticos, geralmente oriundos dos meios acadêmicos, tentou-se pensar também acerca de sua presença em outras esferas culturais, como nas obras de ficção, sobretudo as de poesia, a partir do diálogo estabelecido com alguns poetas portugueses do século XX. Nesse sentido, achou-se válido analisar, por outro lado, também a presença de Portugal em Drummond, a partir dos reflexos mais visíveis de Camões e Fernando Pessoa em sua obra.

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Para a realização desta pesquisa foram considerados primordialmente os pressupostos desenvolvidos por Luiz Tatit, em sua obra O cancionista, no que se refere aos aspectos musicais, e por Antonio Candido, em Formação da literatura brasileira, para os aspectos literários. O presente trabalho procurou verificar, através das análises dos elementos literários e musicais, de que maneira se configura o cancioneiro popular urbano como sistema, tendo sido eleitas para o corpus, canções que lancem um olhar diferenciado sobre Porto Alegre e/ou seus símbolos, que atendam à proposta de sistema literário (autor-obra-público) de Antonio Candido, que sejam representativas neste sistema e que atendam ao gosto pessoal da autora.

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Romantic English literature – written at a time when prose fiction was predominantly a medium for sheer entertainment – is rooted in poetry. One or two novelists may exceptionally be granted the adjective “Romantic”, but Mary Shelley is not ranked among them. For centuries, her work has been restricted to that section in handbooks reserved for exotic Gothic literature. This thesis argues that literary criticism has failed to recognize Frankenstein’s obvious relation with the movement. The argument will be fostered by a brief look at such handbooks, and developed through the analysis of the imagery of the novel, so as to trace the Romantic elements there contained. The analysis relies mainly on the frame developed by Northrop Frye concerning the nature and function of imagery in literature. The concept of intertextuality will also be useful as a tool to account for the insertion of images in the novel, and for the novel’s insertion within the Romantic context. The work is divided into three parts. The first contextualizes the main issues set forth by Frankenstein, establishing connections with the life of the author and with the Romantic movement. The second exposes the theoretical basis on which the thesis is grounded. The last presents my reading of the novel’s web of images. In the end, I hope to validate the thesis proposed, that Frankenstein embodies the aesthetic and philosophical assessments of the English Romantic agenda, and therefore deserves to be situated in its due place in the English Literary canon as the legitimate representative of Romanticism in prose form.

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Fernando Pessoa, em uma de suas muitas definições sobre a questão da heteronímia, diz que seus heterônimos são “personagens fictícias sem drama”. São personagens que fazem poemas. Em O Ano da Morte de Ricardo Reis, Saramago se apropria do mais clássico dos heterônimos e insere este personagem em uma narrativa. Ficção da ficção, enquanto o poeta envia Ricardo Reis para o Brasil, o romancista leva-o de volta a Portugal. O médico que escreve poesias vive suas últimas aventuras em Lisboa, no ano de 1936. O objetivo deste trabalho é analisar a relação entre os dois Ricardos, ver o que os aproxima e o que os distancia. Abordamos a questão do processo heteronímico sob o ponto de vista do “drama em gente”. Apresentamos os dois personagens, o de Pessoa e o de Saramago, e levantamos algumas questões presentes no romance, como a intertextualidade, o dialogismo e a poesia.