35 resultados para Trabalhadores Saúde e higiene
em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Resumo:
Com esse estudo objetivou-se analisar a possibilidade da aplicao do conceito de integralidade da ateno para sujeitos portadores de necessidades especiais. Enfocou-se o conceito de integralidade da ateno, submetendo-o a esse recorte da realidade, tanto pelo fato dele ser central contempornea discusso do que fazer em saúde pblica, face a Reforma Sanitria Brasileira, bem como, por entendermos que a integralidade praticamente a nica alternativa para ateno desses sujeitos, tanto no mtodo clnico como no coletivo de interveno. A populao alvo constou da famlia de sujeitos portadores de necessidades especiais que freqentam a APAE do municpio de Lajeado, bem como dos trabalhadores daquela instituio. Verificou-se o discurso da referida populao alvo sobre etiologia e preveno da crie dentria, doena periodontal, cncer de boca, m-ocluso e fissuras de lbio e palato, tentando identificar hbitos, valores e dificuldades que possam intermediar a possibilidade da aplicao do conceito de integralidade da ateno para sujeitos portadores de necessidades especiais. Concluiu-se que : A utilizao do conceito de integralidade intermediado pelo saber ou no saber, pela cultura somtica dos indivduos; A falta de um saber sobre saúde bucal que melhore o cotidiano dos sujeitos impede que se trabalhe com o conceito ampliado de cura, 9 que fundante da noo de autonomia, que se agrega noo de integralidade; A famlia do sujeito especial e a instituio que o mesmo freqenta so um locus privilegiado para a prxis da noo de integralidade da ateno; O sujeito especial se constitui como sujeito com inteireza, somente a partir da adoo intencional do conceito de integralidade, quer na instituio, quer na famlia; O corpo de trabalhadores da instituio deveria contar com o trabalho de um cirurgio dentista com especialidade em saúde pblica, ou com uma tcnica em higiene dental, para atuar junto s famlias e com os trabalhadores de forma intra e interdisciplinar; H uma necessidade premente de aes de educao em saúde e capacitao para as famlias e trabalhadores da instituio, no que tange saúde bucal, enfocando as 5 patologias bucais que so tidas como problemas de saúde pblica.
Resumo:
Esta pesquisa avalia o nvel de satisfao dos usurios e trabalhadores da saúde no Centro de Saúde Modelo do Municpio de Porto Alegre. Baseia-se no modelo de avaliao em saúde de Avdis Donabedian, aplicado s condies, contexto e limitaes de um estudo de posto de saúde. Responderam s entrevistas 9 trabalhadores e 9 usurios. As mesmas serviram como base para a elaborao de um instrumento de coleta de dados quantitativo; alm disso foi feita anlise do discurso dessas entrevistas. Para os questionrios, foi utilizado uma escala tipo Likert, com respostas de 1 a 5, correspondendo aos nveis de satisfao: muito insatisfatrio, insatisfatrio, indiferente, satisfatrio e muito satisfatrio. As questes abrangem aspectos relativos s dimenses de estrutura, processo e resultado. Foi elaborado um questionrio com questes que avaliam o nvel de satisfao dos usurios quanto ao servio do Centro de Saúde Modelo, e outro, que, alm destas questes, com a finalidade de avaliar a percepo dos trabalhadores da saúde quanto ao servio que eles produzem, agrega questes referentes avaliao do nvel de satisfao dos trabalhadores no seu ambiente de trabalho. Os resultados evidenciam que o nvel de satisfao tanto dos usurios quanto dos trabalhadores do Centro de Saúde Modelo de Porto Alegre satisfatrio, sendo que os resultados foram bem positivos em praticamente todos os atributos pesquisados. A anlise das variveis permite identificar diversas questes a serem melhoradas, bem como, sugere um aprofundamento das questes mais polmicas.
Resumo:
Sabe-se que as empresas competitivas visam garantir seus resultados no mercado atravs de desafios arrojados, respaldados pelas inovaes tecnolgicas com alta capacitao das equipes. Todo esse processo tem um preo e conseqncias que muitas vezes no so to agradveis para os trabalhadores, repercutindo diretamente na Qualidade de Vida no Trabalho. Empresas ousadas j buscam formas de identificar fatores que contribuem negativamente para o desempenho das pessoas no trabalho visando otimizar recursos para eliminar esses fatores. Esse estudo tem como objetivo identificar esses fatores que contribuem negativamente para a QVT em uma empresa siderrgica, de forma a criar indicadores significativos para anlise dos resultados. Visa tambm de posse dos resultados, oportunizar planos de aes para implementao de um projeto de QVT na organizao analisada. Para tal foi escolhido um instrumento de avaliao da saúde mental do trabalhador denominado de Questionrio de Saúde Geral de Goldberg contemplando 6 indicadores especficos de avaliao. A escolha do QSG mostrou-se adequada para atender o objetivo proposto uma vez que ao considerar os fatores estresse, desejo de morte, desconfiana da capacidade de desempenho, distrbios do sono, distrbios psicossomticos e saúde geral como indicadores para avaliar a QVT consegue expressar itens comportamentais, enfatizar a severidade da ausncia de saúde mental, expressar os sentimentos no presente e no idealizado para identificar distrbios extremos. Com os resultados obtidos pode-se descrever o perfil sintomtico do grupo avaliado e dar subsdios para a empresa desenvolver elemento para um trabalho mais aprofundado sobre a Qualidade de vida no Trabalho.
Resumo:
Este trabalho estuda as relaes causais entre cargas de trabalho classificadas em organizacionais, psicossociais, fsico-ambientais e posturais/ do mobilirio e os seus efeitos enquanto determinantes de desgaste/ adoecimento entre os trabalhadores bancrios. Tem como objetivo avaliar o peso e a hierarquia de cada fator ou grupo de fatores causais para a produo do efeito sobre a saúde, nesta forma auxiliando a mobilizao pela transformao das realidades de trabalho. O estudo se constitui como uma apreciao ergonmica, sendo parte de um projeto mais amplo, de Vigilncia em Saúde do Trabalhador, o qual protagonizado pelo Sindicato dos Bancrios de Porto Alegre. Na metodologia, valoriza a percepo coletiva dos trabalhadores acerca de suas condies de trabalho e saúde, entendendo-os como os sujeitos sociais mais habilitados para revelar o essencial a ser transformado. O estudo foi realizado atravs da aplicao de um questionrio sigiloso e auto-aplicado, respondido por 1518 trabalhadores, dentre estes 1087 bancrios, 192 estagirios e 230 terceirizados, distribudos entre quatro instituies bancrias, dois Bancos Pblicos e dois Privados. O desgaste/ adoecimento foi analisado atravs de estatsticas descritivas e analticas, pelas diferenas de mdias, Anlise de Variana ANOVA, Teste Duncan, Teste Exato de Fisher com Simulao de Monte Carlo, Regresso Linear Mltipla, Coeficientes de Pearson e de Determinao Entre os achados com significncia estatstica, tem-se uma maior intensidade das cargas de trabalho, do estresse e do desgaste/ adoecimento percebido entre os bancrios do Pblico A e do Privado C, no sexo feminino, na funo de caixa, da faixa etria entre 40 a 49 anos, entre bancrios com tempo de banco acima de dois anos e jornadas de trabalho entre 8 e 10 horas. Entre todos os fatores causais analisados por diferenas de mdias, as cargas de trabalho foram as que mais impactaram o desgaste/ adoecimento. Pelo Teste de Regresso Linear Mltipla e Coeficiente de Determinao, constatou-se que as cargas de trabalho do tipo organizao do trabalho e psicossociais, em termos genricos, tm pesos semelhantes entre si e impactam muito mais o desgaste/ adoecimento comparativamente s fsico-ambientais e posturais/ do mobilirio. O impacto dessas cargas sobre o desgaste/ adoecimento especialmente mais intenso no Banco Privado Grande D, que mais moderno e reestruturado. Os fatores de maior peso estatisticamente significantes para todos os Bancos foram a atividade estressante, a desvalorizao do trabalho, a exigncia de esforo mental e de repetitividade das tarefas, alm dos posturais. No Banco Privado Grande D, outros fatores como as posturas das chefias, remunerao inadequada, volume de trabalho excessivo, pausas insuficientes e exigncia de alcanar metas tambm demonstraram ter grande peso explicativo para o desgaste/ adoecimento. Conclui-se que as cargas de trabalho so hierarquicamente distintas em relao sua capacidade de determinao do adoecimento e que a reestruturao produtiva no sistema bancrio incrementa grandemente os riscos saúde dos trabalhadores.
Resumo:
O presente estudo trata da organizao dos horrios de trabalho em turnos fixos, analisando seu impacto na qualidade do sono, na utilizao do tempo livre pelo trabalhador e de aspectos relacionados sua percepo quanto saúde. A pesquisa foi realizada com auxiliares do setor de impresso e acabamento de uma grfica e editora localizada na cidade industrial, em Curitiba no estado do Paran. Para avaliar a qualidade do sono, das relaes sociais e da saúde, utilizou-se a verso traduzida do Standard Shiftwork Index (SSI) (JAFFE; SMOLENSKI; WUN, 1996). Para a identificao do cronotipo (vespertinidade/matutinidade) foi utilizado o questionrio de Horne e Ostberg (1976). Os resultados demonstraram no haver diferenas significativas entre os trs turnos quando comparados os valores mdios dos escores de cada constructo, com exceo para as atividades sociais e familiares. Quando analisadas separadamente, cada questo do SSI referente ao sono, algumas tendncias indicaram que quando o cronotipo relacionado com o turno de trabalho, existem percepes diferentes quanto qualidade do sono. Foi constatado tambm nos trs turnos um anseio dos trabalhadores por um dia a mais de folga na semana, pois o descanso semanal no suficiente para reparar a fadiga ocasionada pelo trabalho, principalmente para os trabalhadores do terceiro turno.
Resumo:
A presente dissertao tem como principal objetivo analisar os efeitos da implantao da Reforma Psiquitrica na saúde e nos processos de subjetivao dos trabalhadores de saúde mental. Valendo-se da genealogia, tal como entendida por Michel Foucault, o primeiro passo foi analisar as relaes de foras que perpassam os acontecimentos histricos, determinando os diferentes regimes de verdade que sustentam as polticas pblicas no Brasil, especialmente a saúde mental e a saúde do trabalhador. Identificamos, ainda, os cruzamentos e distanciamentos entre estes dois movimentos, a partir da anlise dos relatrios das Conferncias Nacionais de Saúde do Trabalhador e de Saúde Mental. Nosso segundo objetivo foi conhecer as polticas e aes de ateno saúde do trabalhador de saúde mental, concluindo que as aes voltadas ateno da saúde do servidor pblico no integram uma poltica pblica, sendo que os enunciados da saúde do trabalhador tm uma frgil penetrao em um campo ainda hegemnico da medicina do trabalho. O servidor pblico, como trabalhador, no tem merecido investimento, apenas controle, em consonncia com um longo histrico de desvalorizao do setor pblico Esta realidade reflete-se nos servios de saúde mental, onde o acolhimento (ou no) das questes relacionadas saúde no trabalho dependem, exclusivamente, do funcionamento e das diretrizes de cada servio. Entre as questes apontadas pelos trabalhadores de servios de saúde mental em relao s iniciativas de cuidado com o trabalhador, cumprem papel de destaque a equipe e a superviso. Outro fator apontado pelos entrevistados como fonte de estresse em seu trabalho, foram as limitaes no apenas dos servios de saúde mental mas, sobretudo, de outros equipamentos e aes de suporte social. Mesmo com todas as exigncias e limitaes dos servios sob a gide da Reforma Psiquitrica, a possibilidade de inventar o prprio trabalho, contrape-se falta de perspectivas caracterstica do trabalho nos hospitais psiquitricos. Por fim, buscamos estabelecer a relao entre a rede enunciativa presente nos textos de sustentao das polticas de Saúde Mental e de Saúde do Trabalhador, e como esta rede atravessa e constitui o sujeito trabalhador dos servios de saúde mental (subjetivao Desenvolvemos a idia de que o trabalhador de saúde mental, hoje, constri-se em meio disputa dos discursos que refletem o embate interno ao campo designado como Saúde Mental. um espao tenso por estar habitado por diferentes formaes discursivas, desde a crena de que cuidar uma forma de caridade (discurso religioso), passando pela afirmao de que a cincia que pode falar do tratamento da loucura (discurso cientfico), at o entendimento de que no basta apenas conhecimento tcnico-cientfico, mas tambm implicao poltica e afetiva com a construo de um outro modo de se relacionar com a loucura (Reforma Psiquitrica). O trabalhador dos servios de saúde mental constitui-se, ainda, na tenso entre o habitar um lugar rico para criao e inveno, e o confronto com a desvalorizao de seu papel de servidor pblico, com a falta de investimentos e de aes intersetoriais, que impem limites para a prtica e sobrecarregam o trabalhador. neste jogo que temos a subjetivao do trabalhador de saúde mental, considerando que no confronto com o sofrimento - seja valendo-se dele para criar, seja lutando para no adoecer - que se d o cotidiano do seu trabalho.
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Compreender que o indivduo, no processo saúde - doena, deve ser avaliado de forma completa, reunindo saberes das diversas reas e atuando de forma interdisciplinar, so caractersticas importantes para os profissionais de saúde, principalmente os que atuam na ateno primria - que representam a porta de entrada do servio pblico de saúde. Este estudo tem como objetivo investigar os saberes e prticas de mdicos e enfermeiros da ateno primria sobre a temtica saúde bucal de idosos, interdisciplinaridade e educao em saúde. Este objetivo foi balisado pelo entendimento de que a temtica saúde bucal deve permear vrios campos. Na presente pesquisa, estas questes so estudadas em Unidades de Servio de Ateno Primria pertencentes ao Servio de Saúde Comunitria do Grupo Hospitalar Conceio. A pesquisa segue uma metodologia qualitativa, de carter descritivo, em que descrito o contexto das Unidades de Saúdeo em que trabalham os profissionais de saúde. Esses dados foram obtidos atravs de notas de campo, anlise de documentos e textos. No segundo momento da investigao, faz-se a anlise do contedo de 25 relatos de profissionais mdicos, residentes de medicina e de enfermeiros, de ambos os sexos, coletados atravs de entrevistas semi-estruturadas. Das entrevistas, emergiram temas, categorias e subcategorias que, associadas aos dados da descrio do contexto, levaram a concluso de que a saúde bucal do idoso ainda um tema pouco abordado entre esses profissionais, os quais enfatizam principalmente a saúde bucal do pblico infantil. Considera-se, portanto, que a odontologia necessita encontrar estratgias para difundir, de forma interdisciplinar, a temtica saúde bucal, especialmente a do idoso, como uma populao em crescimento e que apresenta um acmulo de necessidades de ateno no satisfeitas pela Odontologia durante a sua histria.
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O objeto desta pesquisa a organizao tecnolgica e social do trabalho em saúde no hospital, privilegiando a compreenso do espao que a prtica de enfermagem ocupa na produo de cuidados. Tem-se como objetivo analisar o processo de trabalho em um hospital universitrio, procurando apreender a configurao das prticas, dos saberes, das relaes sociais e das tecnologias que so operadas pelos agentes para interveno sobre o corpo doente. Utilizou-se a abordagem dialtica como referencial terico-metodolgico, procedendo-se coleta dos dados empricos atravs de observao direta do processo de trabalho em uma unidade de internao de clnica mdica e de entrevistas semi-estruturadas com os profissionais. No processo de anlise, classificou-se o material obtido a partir de trs ncleos de estruturas de relevncia: estrutura de produo de cuidados de saúde, relaes sociais, autogoverno dos trabalhadores. Para discusso e interpretao do cotidiano do processo de trabalho utilizou-se, como fio condutor, o ato operatrio da produo de cuidados. Constatou-se que a produo de cuidados no hospital desenvolvese a partir de um trabalho coletivo, orientado para o atendimento do corpo biolgico individual, atendendo s necessidades de recuperao funcional. A produo de cuidados estrutura-se atravs do parcelamento e da fragmentao das aes dos diferentes agentes, para obter como produto final o diagnstico e teraputica. Os agentes do trabalho coletivo se articulam em torno do ato mdico, que tem posio central na produo de cuidados. Porm, observou-se que os saberes e prticas se complementam e que existe espao para que os agentes exeram sua autonomia. Apontase a importncia da ampliao do modelo clnico, contemplando a dimenso social e subjetiva do processo saúde/doena, em um projeto teraputico compartilhado pelos diferentes profissionais da equipe de saúde. Prope-se a transformao do processo de trabalho associada construo de novos modelos de gesto das instituies de saúde.
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Esta pesquisa tem como objetivo descrever o que agentes comunitrios de saúde da cidade de Porto Alegre sabem em relao saúde bucal e como colocam em prtica esse saber. Partindo de um histrico recente do sistema pblico de ateno saúde no Brasil, so resumidas duas estratgias de ateno primria saúde - a saúde comunitria e a saúde da famlia. A seguir, so enfocados os trabalhadores em saúde coletiva, especificamente em termos de trabalho interdisciplinar e em relao sua formao e capacitao. Os agentes comunitrios de saúde so ento apresentados por um breve histrico da profisso, o desempenho de sua funo nas equipes de saúde e junto s comunidades, sua capacitao tcnica e seu papel em relao s aes em saúde bucal. A discusso est baseada em entrevistas realizadas com agentes comunitrios de saúde, buscando caracterizar sua origem, expectativas, condies de trabalho e satisfao com as mesmas. Finalmente, aspectos relativos saúde bucal so apresentados e relacionados aos demais. Ao final da pesquisa foi elaborada uma proposta de capacitao em saúde bucal para essa categoria profissional.
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O objeto deste estudo a viso dos usurios quanto aos fatores que influenciam a qualidade do atendimento prestado em uma unidade bsica de saúde de Porto Alegre, relativos ao acesso e ao acolhimento, considerando-os como elementos que compem o modelo assistencial, no contexto da municipalizao da saúde. Tem por objetivo caracterizar a forma como vem ocorrendo o acesso dos usurios ao atendimento e o acolhimento a eles dispensado. Trata-se de estudo descritivo, de abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada atravs das tcnicas de entrevista semi-estruturada e observao participante, no perodo de 13 de janeiro a 17 de abril de 2000. Os dados foram analisados atravs da anlise de contedo, do tipo temtica (Bardin, 1995). As categorias encontradas apontam para diversas facilidades e dificuldades quanto ao acesso dos usurios, do ponto de vista geogrfico, econmico e funcional, bem como quanto ao acolhimento, no que diz respeito forma de abordagem do usurio pelos trabalhadores em saúde. Nos resultados encontrados foi evidenciado o predomnio de aspectos relativos ao acesso, principalmente quanto ao acesso funcional. Com relao ao acolhimento, o modo de organizao do servio e a competncia profissional determinaram facilidades quanto forma de abordagem e conseqente satisfao dos usurios. Algumas dificuldades identificadas devem-se m recepo e ao desempenho profissional insatisfatrio. Concluiu-se que se faz necessria a implementao de medidas gerenciais que auxiliem na resoluo dos problemas encontrados na unidade estudada e na rede assistencial. Entre essas medidas destacam-se a necessidade de aumento do quadro de profissionais, a implantao de modalidade complementar de atendimento odontolgico, a antecipao de horrio de abertura do prdio para a marcao de consultas, a facilitao de acesso s consultas e exames especializados, a utilizao efetiva do critrio de moradia do usurio para priorizao de atendimento (territorializao) e a ampliao da capacitao de recursos humanos no que diz respeito ao acolhimento.
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O objeto deste estudo o acolhimento e a produo de vnculo aos usurios adscritos a uma Equipe do Programa Saúde da Famlia, no Estado do Rio Grande do Sul (RS). Os conceitos de acolhimento e vnculo so considerados elementos das tecnologias leves, que tm como espao de realizao o encontro entre trabalhador e usurio. Tem-se o objetivo de analisar o trabalho de uma Equipe de Saúde da Famlia, no que se refere ao acolhimento dos usurios e produo de vnculo, durante o trabalho vivo em ato, caracterizando o modo de produo de saúde que est sendo construdo e tambm as concepes dos trabalhadores acerca do usurio, identificando o potencial de acolhimento e de construo de vnculo entre profissionais e usurios. Caracteriza-se como um estudo de caso. Os dados foram coletados atravs de observao livre, entrevista semi-estruturada e anlise de documentos. Foram observadas atividades individuais e coletivas, em jornadas de trabalho escolhidas aleatoriamente. Entrevistou-se o mdico, a enfermeira e trs auxiliares de enfermagem. Os dados foram analisados atravs da abordagem dialtica e classificados em estruturas de relevncia. Os resultados obtidos possibilitam uma avaliao da maneira de produzir saúde que est se delineando com o Programa de Saúde da Famlia. Verificamos uma relao entre a organizao do processo de trabalho e a possibilidade de concretizao das tecnologias leves. O trabalho da equipe est centrado no ato mdico. A enfermeira prioriza as atividades administrativas e educativas em detrimento dos atendimentos clnicos individuais e no se constitui enquanto referncia para as auxiliares de enfermagem. Essas trabalhadoras so as responsveis pela recepo na unidade e tm seu trabalho centrado em procedimentos. Observamos que existem lacunas no acolhimento aos usurios, sobretudo no que se refere abertura do servio para a demanda, responsabilizao pelos problemas de saúde da populao e ao estmulo autonomia do usurio. A produo de vnculo est relacionada com o desenvolvimento de atividades clnicas, pois foi constatado que a populao sente-se vinculada ao mdico. O usurio do servio, na concepo dos trabalhadores, tido, por vezes, como sujeito e, por outras, como objeto. No existe uma definio de projeto de trabalho enquanto equipe. Os princpios e diretrizes do Sistema nico de Saúde no so compreendidos e no se constituem enquanto projeto pensado dos trabalhadores, caracterizando-se o programa como focal e paralelo. Prope-se a aproximao da enfermeira a atividades clnicas e ao acolhimento aos usurios e a transformao dos servios de saúde em espaos de defesa da vida, individual e coletiva.
Resumo:
Este trabalho apresenta a implantao de um sistema de avaliao e acompanhamento nutricional para trabalhadores. O sistema implantado tem como objetivo a busca de um ser humano mais saudvel e satisfeito. A aplicao deste trabalho ilustrada atravs de um estudo de caso que envolveu duas empresas: a empresa A, objeto da interveno, e a empresa B, que serviu como grupo de controle. Na empresa A foi realizada a avaliao mdico-nutricional do trabalhador, seguida de um acompanhamento nutricional, com dietas apropriadas a cada indivduo. Os resultados avaliados estatisticamente, revelam uma melhoria significativa no estado de saúde dos trabalhadores, confirmada atravs da diminuio dos casos de obesidade, magreza, hipertenso e hipotenso. Na empresa B aplicou-se apenas a avaliao mdico-nutricional, sem o devido acompanhamento alimentar. Nesta empresa, como seria esperado, uma vez que no foi feita nenhuma interveno na dieta dos trabalhadores, os resultados da anlise estatstica revelam que no ocorreram modificaes no perfil de saúde dos funcionrios. Os resultados deste estudo de caso ajudam a confirmar o papel importante que a alimentao pode exercer sobre a saúde do trabalhador. Apoiado na literatura, pode ser afirmado que um trabalhador saudvel ter maior satisfao no trabalho, alcanando os ndices mais altos de produtividade. Desta forma, um programa de avaliao e acompanhamento nutricional pode gerar benefcios para todos os envolvidos: trabalhadores, empresa e sociedade em geral.
Resumo:
O crescimento da populao idosa um fenmeno mundial. Os profissionais da Odontologia enfrentaro um novo desafio, uma vez que a condio de saúde bucal dos idosos precria. Investigar os fatores relacionados saúde bucal permitir intervir no processo saúde-doena de forma mais eficaz. A higiene bucal um fator local primordial na saúde bucal de todos os indivduos. Em virtude do processo de envelhecimento ser agravado por certas condies predisponentes, os idosos tendem a perder a capacidade funcional para as atividades dirias. Sendo a higiene bucal uma atividade diria, acredita-se que tambm afetada pela capacidade funcional. Desta forma, o presente estudo procurou avaliar, em pessoas idosas, a relao entre higiene bucal e capacidade funcional, principalmente no que tange a funo manual. ndices de placa para dentes e prteses, uma escala de atividades da vida diria, teste de conhecimento, teste cognitivo e testes de funo manual foram aplicados, em um grupo de idosos institucionalizados de Porto Alegre. A associao com o padro de higiene bucal foi avaliada atravs de estudo de correlao e pela comparao de mdias atravs do Teste t de Student Associaes significativas foram observadas entre a escala de atividades da vida diria, funo manual, estado cognitivo e conhecimento com medidas de higiene bucal. O presente estudo procurou contribuir para o melhor entendimento do processo saúde-doena no idoso, ao suscitar possveis ligaes e determinaes at ento pouco exploradas. Desta forma, ser possvel aprimorar as ferramentas de diagnstico, buscando adequar planos de tratamento s reais necessidades de cada indivduo, o que proporcionaria melhor qualidade de vida aos idosos.
Resumo:
Estamos diante de um cenrio de transformaes sociais, cientficas, tecnolgicas e econmicas. No espao produtivo, tais transformaes tm recebido a denominao genrica de reestruturao produtiva, processo que compatibiliza alteraes institucionais e organizacionais nas relaes de produo e de trabalho com implicaes nas experincias e vivncias dos trabalhadores. O objetivo desta pesquisa o de conhecer essas experincias e vivncias durante a implementao de transformaes no processo de trabalho, representadas, principalmente, pela introduo de inovaes tecnolgicas no cotidiano laboral. Os fundamentos tericos foram compostos por estudos que analisam as implicaes das mudanas tecnolgicas introduzidas nos locais de trabalho sobre a subjetividade dos trabalhadores, especialmente os estudos de Chanlat (1995), Dejours (1999), e, no Brasil, Leite (1994), Lima (1995), Merlo (1999), Tittoni (1999) e Grisci (2001). Utilizam-se entrevistas individuais semi-estruturadas e grupos focais com nove supervisores operacionais de uma empresa pblica de capital misto do setor de servios, categoria funcional diretamente implicada nas transformaes que esto sendo introduzidas nessa organizao empresarial. Os relatos das entrevistas e dos grupos focais so analisados a partir de uma abordagem qualitativa, com a construo de categorias analticas com base nas questes norteadoras, no referencial terico e nos contedos emergentes dos depoimentos. Constata-se entre os supervisores operacionais uma expectativa de extino da funo e uma auto-valorizao do saber que construram sobre gesto de pessoas, saber este no substituvel pela mquina. O processo de modernizao tecnolgica avaliado como positivo e inevitvel, sem um engajamento de participao efetivo. Seus cotidianos de vida esto alterados pela necessidade de escolarizao e atualizao, atravs de cursos em horrios antes ocupados com lazer e convivncia familiar. Segundo esses supervisores operacionais, a reestruturao produtiva representada pela presena da mquina no processo produtivo e pela exigncia de uma qualificao para manuse-la.
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Este estudo problematiza a insero dos psiclogos nas equipes municipais de saúde, a partir da anlise da experincia de um grupo formado por psiclogas que trabalham nas equipes de saúde de municpios do Vale do Taquari. So municpios pequenos: um deles tem 70 mil habitantes, os demais so menores, entre 3 e 20 mil habitantes. O estudo foi realizado no perodo de maro de 2002 a janeiro de 2004. Partiremos do pensamento foucaultiano com relao aos dispositivos, que no nosso estudo funcionam para o disciplinamento que forma-conforma psiclogos enquanto profissionais da rea da saúde. Atravs de encontros mensais com o grupo de psiclogas, discutimos e conhecemos suas prticas nos servios municipais de saúde, e os conceitos de Sistema nico de Saúde (SUS) e do processo saúde-doena que sustenta essas prticas. A separao entre teoria e prtica, cincia e profisso, mantida pelos cursos de graduao, aliado manuteno de currculos voltados para a clnica tradicional (modelo mdico hegemnico), mostrou que os psiclogos no se reconhecem como trabalhadores do SUS, mas importam para os servios do Sistema prticas tradicionais, desconsiderando necessidades e especificidades do contexto scio-econmico e cultural. A partir destas constataes entendemos que o psiclogo no se reconhece como trabalhador de saúde do SUS e, uma das razes fortes pode ser atribuda ao modelo de formao e prtica que vem produzindo e reproduzindo esses modelos h 41 anos. Precisamos formar parcerias para inventar estratgias e promover mudanas nos modos de fazer psicologia.